sábado, 7 de agosto de 2010

NUM QUARTO ESCURO



O disco da Columbia intitulado Um Quarto Escuro me trouxe à memória uma música que fiz, na fase pós Mayday, com meus 16, 17 anos; e pré Alquimia a banda que formei em 1993, última banda que tive na vida. Quem sabe um dia não monto uma cover do Cascavelletes.

Certo dia, tarde de sábado findando e a noite chegando, depois de ter ido jogar bola com a galera do bate bola de sábado, solitário, sem pódio de chegada ou beijo de namorada (a Ana morava em São Paulo e nem todos os finais de semana nos encontrávamos) e me tranquei no quarto, com violão em punho, luz apagada. A noite chegando e o escuro aumentando. Então comecei a rabiscar algumas palavras no caderno, no escuro mesmo, sem iluminação.

"Vago, Solto, Nu
A Brisa me traz teu perfume

Caminho, sozinho

Sob o asfalto quente, Absorto em pensamentos..."

não lembro mais a letra, mas o fato de escrever no quarto à luz da lua, gerou o nome dessa música, que também dá nome a esse post. Era uma bela canção, como tantas outras que fiz e que se perderam pelo tempo. Infelizmente não tive a oportunidade de gravá-las e os escritos se perderam com os anos que se passaram. Por muito tempo guardei essa papelada, que fiz uma apostila de folhas de sulfite batido à máquina (lettera 22, portátil), mas como já disse, as mudanças da vida fizeram com que eu perdesse essas coisas. Qualquer dia, que estiver com tempo e com bastante paciência, vou procurar e postar aqui algumas preciosidades dessas. Se encontrar, claro.

Naquela época eu compunha com o violão em punho e um pedaço de papel na mão e uma caneta. Era office boy, vivia batendo perna pelas ruas de Santos e entre um ônibus e tantas passadas , me inspirava com o quotidiano das pessoas. Depois que entrei na faculdade aos 18 anos, nunca mais sentei para escrever uma linha de uma canção. Lembro que quando li o livro Guerrilha Psíquica, já em Londrina, rabisquei algumas coisas na agenda que me acompanhava diariamente. Mas nunca levei a sério isso. Não como eu levava na adolescência, quando eu realmente acreditava nos meus dotes artísticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Opine, comente, reclame, grite! Aqui: