segunda-feira, 17 de junho de 2013

365 - CANÇÃO PARA MARCHAR

Todas essas manifestações me fizeram lembrar dessa canção do 365. Como todas essas canções dessa banda, tem punch, guitarras pesadas, letras fortes e um som incrivelmente melódico. Com vocês, 365. A letra tem tudo a ver com que aconteceu hoje no final do dia em Brasil todo.


Canção Para Marchar

Olhares distantes, cabeça a pensar.
Luzes no céu não pode alcançar.
Jovens nas ruas começam a marchar.
Tiros no escuro há algo no ar.

Há uma nova canção, que está no ar.

A luz que desceu cegou seu olhar.
Agora seu rumo não é fácil de achar.
Saiu de casa quer solução
Seguem os tiros da revolução

Se arrependeu em marchar

CNH E AS MANIFESTAÇÕES PELO BRASIL


Lembro como se hoje fosse do dia que conheci a Juliana. Na verdade o dia em que conversei pela primeira vez com ela. Foi em uma noite de terça feira de abril de 1991, noite de protestos contra o Collor e a corrupção instaurada no seu governo, naquele recomeço de um Brasil recém saído da ditadura. Naquela mesma noite, após trocarmos diversos beijos, fui para São Paulo, em uma passeata que faríamos na capital do estado, para forçar o impeachment do "caçador de marajás", elle próprio um deles. 

Em São Paulo (a Juliana não foi, era uma bonequinha que não se misturava com aquela galera revoltada e nem combinava muito... e também os pais dela jamais deixariam que ela acompanhasse qualquer passeata), para onde eu tinha ido, para variar, com pouco dinheiro, pouco lembro; mas lembro que fomos almoçar no famoso Largo São Francisco, na faculdade de Direito da USP, onde a burguesia estudava. Com tantos manifestantes, de todo o estado, o RU se tornou pequeno e então pegávamos o bandejão e nos acomodávamos nas escadas, no chão, nos cantos. Os olhares de reprovação e superioridade daqueles idiotas filhinhos de papai era revoltante, mas não estávamos ali para isso; nossos objetivos eram maiores. Éramos os famosos "caras pintadas".

Feita tal introdução, o Victor tirou sua CNH por esses dias. Isso também me trouxe lembranças de quando tirei a minha. E, estranho, tudo evoluiu, o mundo mudou tanto nessas décadas, mas em Londrina continuam fazendo as provas naquele buraco da Vila Portuguesa. Sempre me perguntei: quem, em sua sanidade, voltou a dirigir naquele buraco depois dos testes do Detran? Eu mesmo, nunca voltei. O Victor, depois da sua reprova (como eu, não passou na primeira) acredito que também nunca mais voltará. E me questiono: por que não fazer a prova nas ruas da cidade, no meio do trânsito, para ensinar realmente as pessoas a dirigirem e não ensinar alguns truques que jamais serão utilizados novamente? É como nos cursinhos, que ao invés de ensinar conteúdo, se preocupam mais nos macetes para passar no vestibular.

A lisura do processo do Detran parece não existir. Não quero ser polêmico e nem ser injusto, mas o sentimento que tenho é de que as coisas são assim para dificultar e reprovar; poderiam mudar o lugar do teste. É como maquiar o processo de ensinar a dirigir.

Voltando às manifestações e chegando aos dias atuais, estava correndo no Igapó agora à pouco, quando me deparei com os jovens manifestantes em passeata. E o Victor no meio deles. Tive que desviar, pois eram milhares (10 mil pelo Jornal de Londrina); e em segundos passaram todos esses pensamentos que escrevi acima. O Gui também queria ir, mas como tinha aula nesse horário, desistiu da empreitada. Depois passamos de carro pelo grupo enorme de pessoas e gritamos, para tirar onda.

E buscando na internet, li na Zero Hora de Porto Alegre, os manifestantes cantaram não o hino brasileiro e sim o hino riograndense. Em Porto Alegre, ou melhor, no Rio Grande do Sul, as coisas são um pouco diferentes do que no resto do país.  

Participei de muitas manifestações na adolescência, quando era punk. Íamos para São Paulo e participávamos das passeatas. A que mais me marcou, já devo ter contado aqui, foi quando ao nos perdermos do pessoal da BS (baixada santista) na dispersão da passeata no Vale do Anhangabaú, voltamos para a Praça da Bandeira (onde iniciou a passeata) e os carecas nos encontraram e o Ronaldo levou um chute na boca. Era um feriado de 7 de setembro, talvez de 87, 88. 

Bem, tomara que essas manifestações façam o Brasil acordar e o povo passe a cobrar mais dos políticos, que fazem o que querem com nosso dinheiro. Espero que eles comecem a ficar com medo do povo. Vamos ver o que a mídia vai falar e o quanto vai criticar dos manifestantes.