terça-feira, 31 de agosto de 2010

I WONT SHARE YOU

Puta que o pariu, desse jeito vou acabar colocando todas as músicas do Smiths aqui... bom, prometo, essa é a última (de hoje). Linda canção! Egoísta e possessiva, como o amor.

Importante salientar que os Smiths nunca foram a favor do vídeo clipe, por isso são pouquíssimos os registros nesse formato.




Eu não vou compartilhar você

Eu não vou te compartilhar
Eu não vou te compartilhar
Com a energia e com a ambição
Zelo eu sinto
Esta é a minha vez

O bilhete que escrevi enquanto lia, ela disse:
"a perrier subiu direto à minha cabeça
Ou, em vez disso, a vida é doente e cruel?"

"sim!"

Não, não, não, não, não, não não, não

Eu não vou te compartilhar
Eu não vou te compartilhar
Com a energia
E com os sonhos interiores
Esta é a minha vez

A vida tende a ir e vir
Tudo bem
Contando que você saiba
A vida tende a ir e vir
Contando que você saiba...

Eu não vou te compartilhar
Eu não vou te compartilhar
Com a energia
E com os sonhos interiores
Esta é a minha vez

THE SMITHS - LAST NIGHT I DREAMT THAT SOMEBODY LOVED ME

Essa música me traz muitas, muitas lembranças...




Noite Passada Eu Sonhei Que Alguém Me Amava

Na noite passada eu sonhei
Que alguém me amava
Nenhuma esperança, nenhum dano
Apenas mais um alarme falso

Na noite passada eu senti
Braços de verdade me envolvendo
Nenhuma esperança, nenhum dano
Apenas mais um alarme falso

Então me diga
Quanto tempo passou
Antes da última pessoa?
E me diga quanto tempo passou
Antes da pessoa certa?

A história é antiga - eu sei
Mas ela continua
A história é antiga - eu sei
Mas ela continua
Continua...

A NOITE PASSADA EU SONHEI QUE ALGUÉM ME AMAVA


Com 18 anos, em 1991, fui morar em Assis, estado de São Paulo, juntei meus poucos trapos e rumei para uma cidade que sequer eu sabia que existia. Quando fiz o vestibular da Unesp em São Paulo, na av. Paulista, perto do Masp, não tinha noção do que aconteceria na minha vida, mas estava eufórico, afinal de contas a expectativa era grande. Escolhi Psicologia principalmente porque, em uma dessas noites de insônia, estava sem nada para ler e comecei a ler o Aurélio, o pai dos burritos. Daí, aleatóriamente (o acaso, sempre nos direcionando para o nosso destino) fui parar no significado de esquizofrenia. Quando li, com meus 15, 16 anos, descobri que eu era esquizofrênico! Pensei que aquelas características eram as mesmas que eu tinha.

Sempre fui um cara melancólico, nostálgico, triste. Era tímido à beça e fechadão. Zoei muito na adolescência, mas por dentro me sentia angustiado. Porém, essa bobagem que interpretrei nessa idade, direcionou toda a minha vida.

Naquela época eu era muito bom em Matemática e Física. Então a única coisa que pensava era Engenharia, mas de jeito nenhum eu queria fazer esse curso. Não queria ser professor, por isso não queria fazer Matemática. Física era coisa de maluco. Então, minha orientação vocacional foi o dicionário Aurélio. No primeiro vestibular da vida, sem estudar nada e sem me preocupar com lhufas, passei em Psico. E lá ía eu, uma mochila nas costas que cabia todos os meus pertences, algumas fitas para rolar no walkman e um boné para cobrir a careca de bicho.

Lembro que naquela primeira viagem rumo ao desconhecido, coloquei a fita do Smiths (isso é pré histórico) e a noite inteira, as 7, 8 horas e os 600 km que separavam Santos de Assis, foi escutando o disco Strangeways, Here We Come, aquele que seria o último disco da banda, (de estúdio o derradeiro. Houve em seguida o lançamento póstumo de Rank, ao vivo. A música que eu mais escutei naquela noite foi Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me, que aliás, era a que eu mais escutava. E era o meu disco de cabeceira, que eu tinha ganhado do meu primo Pico, que por sua vez tinha ganho de alguém e como sabia que eu curtia pra caramba, fez a boa ação.

Outra música que eu escutava insistentemente nesse disco, que para os integrantes da banda foi considerado o melhor deles, era I Wont Share You; também tinha Paint a Vulgar Picture, Girlfriend In A Coma, entre outras.

Um disco memorável de uma banda que jamais será esquecida e que mesmo da cena independente britânica, conquistou o mundo.

THE SMITHS - BACK TO THE OLD HOUSE

Essa semana não tem jeito, só vai rolar Smiths, ontem escutei uns ao vivo piratas (o conceito de pirata nos anos 80 era bem diferente do de hoje) e nesse momento estou acabando de ouvir o Hatful of Hollow, uma coletânea de músicas da banda, álbum duplo, de gravações feitas no estúdio da BBC. Esse disco lembro de ter comprado em uma das minhas caminhadas pelas ruas de Santos, em um daqueles dias quentes da década no Supermercado Eldorado, na avenida Conselheiro Nébias, a uma quadra da praia. Hoje o mercado não existe mais, ou melhor, ainda existe, mas com outro nome, de uma grande rede mundial.

A canção que posto abaixo é uma das mais tristes que conheço. O dedilhar no violão é melancólico (se estiver depressivo não escute). O fato é que sempre acabamos fazendo as mesmas coisas, certas ou erradas, os dias permanecem iguais uns aos outros, nossa rotina é sempre a mesma; eu sigo pelos mesmos caminhos, embora procure virar uma rua diferente quando vou ao trabalho, fazer um percurso novo, mas a fuga da rotina já é uma rotina por si só. Então sigo procurando e esperando o final de semana da vida, aquele que nos traz alegria, paz e descanso. De preferência chuvoso, pois além de ser relaxante, esse período de estiagem está horrível, tempo seco demais e muita, muita poeira... é mais ou menos sobre isso que o nome do blog sugere, talvez essa seja a síntese mais apropriada para além do princípio do prazer, buscar o equilíbrio da vida sem angústias, o que só vai acontecer no final de semana da vida. Bah, melhor parar por aqui, já estou escrevendo bobagens.

Ah, claro que escutei inúmeras vezes, repetidas vezes Back To The Old House, inclusive enquanto faço esse post. Reel Around The Fountain, a música da sequência que espere.




DE VOLTA À CASA VELHA

Eu preferiria não voltar
à casa velha
Eu preferiria não voltar
à casa velha
Há muitas lembranças
Lembranças ruins
Tantas lembranças
lá...

Quando você pedalava
Aqui começaram todos os meus sonhos
A coisa mais triste que eu já vi
E você nunca soube
O quanto eu realmente gostava de você
Porque eu nunca sequer lhe contei
Oh, eu tentei
Você ainda está lá?
Ou você se mudou?
Ou você se mudou?
Oh...

Eu adoraria
voltar à casa velha
Mas eu nunca voltarei
Nunca voltarei

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

THE SMITHS - THE BOY WITN THE TORN IN HIS SIDE

Hoje, para variar, acordei cedo, às 5 da manhã meu despertador toca. Geralmente acordo um pouquinho antes, meu relógio biológico é infalível... eu durmo pouco, porque acho um desperdício dormir, embora o corpo peça e necessite. Fazendo um simples cálculo, as pessoas que dormem no mínimo 8 horas por dia, passarão 1 terço de suas vidas dormindo. Eu durmo pouco mais de 6 e já acho um exagero. Às vezes cochilo na hora do almoço, desenvolvi esse hábito, o que me recobre as energias para continuar o dia. Percebo que meus filhos herdaram isso de mim. O Tety dorme super pouco, deveria dormir mais, o Gui idem. Deixo para dormir na eternidade, afinal a vida é curta, ainda mais para alguém que tem uma vida encurtada pelo fim da jovialidade. Mas isso explico em outro post, se estiver a fim.

Mas dizia que acordei às 5 horas com o despertador (um pouco antes do despertador, para ser mais exato) e fui ler. Essa é minha rotina semanal. Acordar cedo para estudar. Sempre com o fone de ouvido. E o que me deixa mais em dúvida é o que escutar. Hoje, porque cargas d'água não sei, me deu uma vontade de escutar Smiths. Como já falei aqui em diversas vezes, Smiths é a banda da minha vida. Tenho todos os discos (LP mesmo) e mais algumas coletâneas. Quando a banda terminou no final dos anos 80 fui um dos que se sentiram órfãos.

Uma das canções mais lindas e preferidas é a que posto abaixo o clipe. A letra é sensacional! A mistura entre amor e morte, a tragédia de amar. Totalmente shakespeareana. A dor causada pela incompreensão. A melodia é divina, os riffs e dedilhados de guitarra de Johnny Marr chegam à perfeição. Imperdível!




O GAROTO ETERNAMENTE ATORMENTADO

O garoto eternamente atormentado
Por trás do ódio jaz
Um desejo homicida por amor
Como eles podem olhar em meus olhos
E continuar sem acreditar em mim?
Como eles podem me ouvir dizer aquelas palavras
E continuar sem acreditar em mim?
E se eles não acreditam em mim agora
Eles vão acreditar algum dia?
E se eles não acreditam em mim agora
Eles vão acreditar, eles vão acreditar algum dia?

O garoto eternamente atormentado
Por trás do ódio jaz
Um desejo de roubar amor
Como eles podem ver o amor em nossos olhos
E continuar sem acreditar em nós?
E depois de todo esse tempo
Eles não querem acreditar em nós
E se eles não acreditarem em nós agora
Eles vão acreditar algum dia?
E quando você quer viver
Como você começa?
Onde você vai?

domingo, 29 de agosto de 2010

THE RADIO DEPT - PET GRIEF

Para dar água na boa, o som inspirado no tecnopop dos anos 80, tocado pelos suecos do The Radio Dept.



E então ele se foi
Nunca deixou de lado uma briga
Você acha que conhece realmente alguém, certo?
Talvez você nunca tenha conhecido, e como isso te amedronta
Eu calarei minha boca por você
Assim como seu amigo faria

E essa aflição de estimação
É realmente terrível
Eu nunca havia visto você triste assim
E se você precisar de alguém que não seja grosso
Eu calarei minha boca por você
Ou qualquer outra coisa que você quiser

O que eu posso dizer?
O que eu posso fazer?
Não pretendo te analisar
É uma situação de dificuldade dupla
E eu não posso vencer essa
Então calarei minha boca por você
Ou qualquer outra coisa que você quiser
Falei de Prá Cá, da Columbia, aqui como sendo a música da semana, e realmente ela grudou e eu nao parei de escutar. Porém, a semana começou com outra música que não saía da vitrola e é para finalizar o final de semana e iniciar uma semana que seja melhor do que a passada.

Gostar de Catedral me deixa extremamente envergonhado, mas fazer o quê, eu curto e essa versão ao vivo com a Liah ficou linda. Muito brega! Mas nem tudo na vida são flores... principalmente no momento em que estou escutando The Radio Dept (aqui um aperitivo), um trio sueco que toca um som do caralho!



Do Meu Querer

Até quando agente vai viver a ilusão?
Até quando o nosso amor vai morar numa canção?
O meu coração pequeno já parou de esperar
Quando é que agente vai parar de se machucar?

Quando é que você vai começar a me enxergar
Até onde o meu amor vai poder te alimentar
Você é a minha ausência a razão do meu querer
Você é tudo que sinto e não sei explicar

Eu quero o teu amor sem direção
Sem regras e rancor sem condição
Eu quero flutuar sobre você
eu quero teu amor
Vem pra mim

Ah e quantos sonhos sem realizar
Quantos desejos presos no olhar
Quantas vezes te chamei na mais fria solidão
Quantas promessas ditas sem pensar
Quantos momentos perdidos no ar
Quantas vezes eu pensei não ouvir meu coração

LEGIÃO URBANA - GERAÇÃO COCA COLA

Legião Urbana dispensa comentários. Suas músicas e letras estão no imaginário de todos nós, gostemos de rock ou não, até mesmo dos que curtem outros estilos musicais de gosto duvidoso, das pessoas que viveram essa época e até de quem não viveu. Ouvir Legião é uma reflexão só, a cada música uma frase que nos toca. Mas os bons morrem jovens e a vida continua, com o legado daqueles que passam de forma fulgaz por aqui e nos ensinam a ser um pouco melhores.

Geração Coca Cola é uma música da época do Aborto Elétrico (que nome para banda meu filho!) quando Renato tocava com Fê e Flávio Lemos, hoje membros do Capital Inicial, todo mundo sabe disso. A frase somos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião, faz parte dessa música e fez a cabeça de muita gente que lutava ou ao menos não era simpático ao imperialismo norte americano.

Além disso, (Renato Russo) O Filho da Revolução é um livro sobre a história do vocalista da Legião, mais um sobre sua vida, dessa vez com ilustrações de fotos e rascunhos dele, onde tem letras antigas e parte de letras que depois viraram grandes sucessos da banda. São mais de 400 páginas a um custa de quase R$ 60,00. Caro demais para os padrões brasileiros, que pouco lêem e o valor dos livros são um dos motivos para esse comportamento.

Tentei baixar da internet, mas não encontrei, ainda não teve nenhum louco que colocou na rede. Mas fui à Livraria Porto e dei umas foleadas e li algumas partes que me chamaram a atenção e me seduziram a comprá-lo (mas não o fiz). Para quem tiver acesso, vale à pena. Para quem estiver, como eu, esperando para baixar da internet, pode ir se deliciando com dois outros livros sobre a vida do maior poeta do rock nacional, um deles O Trovador Solitário (veja post aqui).

Abaixo a música citada. Bons tempos de rock revolucionário e ideológico. Se a galera dos anos 60, 70 sentem falta da MPB mais polititizada, nós, dos 80, sentimos falta do rock de protesto, do rock transgressor, que falava direto à nossa rebeldia. E isso não é conversa de saudosista, basta ver o que rola por aí.




GERAÇÃO COCA COLA

Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos U.S.A., de nove as seis.

Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Depois de 20 anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Depois de 20 anos na escola
Não é dificil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-cola

sábado, 28 de agosto de 2010

OS FILHOS DA REVOLUÇÃO

O que aconteceu com os filhos da revolução? Aqueles que lutavam contra os enlatados dos USA? O futuro da nação... será que todos viraram yupies e ficaram milionários e com isso esqueceram de seus ideais? Ou será que foram engolidos pela globalização? Se bem que isso é a mesma coisa.

Nos anos 80, quando a Legião lançou seu primeiro disco homônimo, com a música Geração Coca-Cola, que é o símbolo do imperialismo americano (como dizia um amigo - seria ele mesmo um yupie socialista?) falava sobre a colonização e massificação de nossa cultura, uma americanização do que víamos na tv, no cinema e na música. Era o fim da ditadura militar e havia uma cultura de que tudo que vinha de fora, principalmente dos EUA, era melhor do que o que era feito aqui. Não mudou muito, mas hoje se valoriza um pouco mais o que é daqui.

Naqueles anos haviam seriados americanos que passavam na tv, muitos eram legais pra caramba, tipo Super Vic, Caras e Caretas e outros que agora não lembro, que passavam no final da tarde na Globo. Mas assistir àqueles programas era vestir uma carapuça de alienado. Mas não só de tv e cinema que eramos massificados, na música, os rádios não passavam outra coisa senão as porcarias que eram lançadas por lá (bem, isso não mudou nada).

Muitos dos caras que se diziam revolucionários provaram de alguns benesses do capitalismo e simplesmente esquecerem os seus ideais e passaram a viver uma vida burguesa, usufruindo desses prazeres. Ou apenas perceberam que não adiantaria gastar energia remando contra a maré. Onde eu me encaixo? Isso me angustia, pensar que eu sou apenas um alienado, pequeno burguês, metudo a besta...

Aliás, esses pequenos prazeres que as mutações do capitalismo proporcionaram ao trabalhador, principalmente no pós 2ª guerra, refletido principalmente no Estado de Bem Estar Social dos estados europeus, que nem chegou aqui e que nunca chegará, uma infinidade de possibilidades e ganhos ao proletariado. Isso fez com que os movimentos revolucionários se enfraquecessem mais e então a via parlamentar passou a ser o canal para conquistas sociais. A consequência disso é uma organização social reformista e não mais em busca de mudanças estruturais no sistema, ou seja, a revolução.


Em um determinado momento escrevi um post confrontando os universitários de outrora e seus ideais e os de hoje, que me parecem cada vez mais interessados no próprio umbigo, intitulado "Sobre Sertanejo, Viados, Putas e Maconheiros" (leia aqui). Nesse post escrevi sobre algo que me deixou de certa forma nostálgico pelos bons tempos da minha época de universitário. Porém, tudo o que queríamos era curtir de montão aquela época, festar e comer a mulherada; nada muito diferente dos de hoje. A diferença é que ainda havia algo de ideologia em nossas relações, discutíamos sobre um mundo melhor, fazíamos passeatas (eu sou um dos caras pintadas do fora Collor). Mas olhado bem, aqueles mesmos adolescentes que queriam um mundo melhor são hoje os pequenos burgueses. E me incluo nessa porra toda.

Hoje nós curtimos pra caramba seriados americanos como CSI e tantos outros, bastante inteligentes e os mais engraçados, como Todo Mundo Odeia o Chris (puta, de longe o melhor) - para citar os dois que mais gosto. Nunca deixei de escutar música oriunda da Europa, principalmente o rock britânico, nunca deixei de assistir aos blockbusters hollywoodianos (embora prefira o cinema alternativo). O que percebo é que a globalização nos fez mais cidadãos do mundo, não no sentido completo da palavra, mas participantes dessa aldéia global, apenas como consumidores descartáveis, que ao parar de ter esse comportamento, seremos jogados em algum manicômio para não atrapalharmos o rumo que a vida leva naturalmente.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

COLUMBIA - PRA CA

A música da semana, que não saiu da cabeça e que grudou no cérebro. Tem músicas que ficam durante um tempo em nossas cabeças e as escutamos insistentemente. Foi o caso de Pra Cá. Essa versão do Youtube tem uma voz masculina que não sei quem é, mas dá para sentir a diferença e a suavidade quando a vocalista Fernanda canta. Para escutar a versão do disco, apenas com a voz da Fernanda, clique aqui. A letra é um caso à parte, linda, suave, envolvente...

Para começar o final de semana bem e com qualidade musical.




Prá Cá

Hoje vi,
você estava certa,
nunca percebi o quanto estive longe daqui
não importa mais o que parece
agora antes que adormeça tenho que parar de fugir

e te dizer:
olha pro lado de cá

quando vi seus olhos frente a frente
não interessa quanta gente diga pra desistir
não importa quanto sinta medo ou orgulho
nunca é cedo para tentar me redimir

e te dizer:
olha pro lado de cá

olha, olha
olha...

domingo, 22 de agosto de 2010

BOAS VINDAS

Olá caros alunos, estamos iniciando mais um semestre letivo, já com as definições da tutoria eletrônica. Agora meus queridos, arregacem as mangas e mãos à obra que a mamata acabou. Abaixo a bela canção de Caetano Veloso - Boas Vindas. E sucesso para todos nesse novo desafio!

Quem gostar da música, ela está no álbum Circuladô, na minha opinião o melhor do cantor, embora sejam tantos, me arrisco a dizer isso, mesmo com a possibilidade de estar redondamente enganado e amanhã eu mudar compleamente de idéia. Sempre registro minhas convicções, afinal somos tosdos poços de contradições, assim como somos todos humanos.

E como (não) diz a música, sejam todos bem vindos!




BOAS VINDAS

Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

RELAÇÃO ENTRE ÁLCOOL E BELEZA


Vocês lembram daquele personagem dos anos 80 do Chico Anysio, chamado Nazareno, que casou com a mulher mais feia do mundo (Sofia), que vivia reclamando da grande cagada que fez na vida, por estar bêbado e não ter percebido a feiúra da esposa na noite em que a conheceu e se arrependeu amargamente? E quem não acordou de uma bebedeira daquelas com aquela coisa horrorosa ao lado, que na noite anterior mais parecia uma beldade?

Acredita que há uma explicação científica para essas mancadas? Um estudo divulgado no site do Discovery News esclarece que é normal, após algumas doses de bebida alcóolica, acharmos os outros mais bonitos do que realmente são. O que ocorre, segundo o resumo publicado no site, é que o álcool causa um efeito degradante sobre a área do cérebro responsável por captar a simetria dos rostos. Por sua vez, a beleza está intimamente ligada a essa simetria facial; quando se bebe demais o sensor se confunde e assim temos a impressão de que as pessoas ao nosso redor têm rostos mais simétricos do que realmente têm.

Portanto, muito cuidado na balada, se beber não dirija e muito menos paquere. O efeito colateral pode ser o pior possível.

GRÊMIO (IRONIZA) PARABENIZA OS COLORADOS PELO BI DA LIBERTADORES


Essa não foi uma semana muito boa para nós gremistas que vimos nosso arquirival alcançar nosso bi da Libertadores. Mas como no futebol tudo (deveria) acaba em festa e sarro, o IMORTAL resolveu parabenizar os colorados com o anúncio acima publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre. E assim continuamos a secar os moranguinhos, que infelizmente fecham a melhor década de suas vidas.
E nós, gremistas, que começamos tão bem a década com o tetra da Copa do Brasil e um grande patrocinador, fechamos uma década em baixa. Esperamos que a próxima seja (infinitamente) melhor. E dá-lhe GRÊMIO!

A VIDA COMO ELA É

Navegando pela internet encontrei esses retratos da vida como ela é; são quadrinhos divertidíssimo, que conseguem retratar os relacionamentos de uma forma cômica, nos fazendo rir de situações que quando ocorrem nos tiram realmente do sério e podem acabar com a diversão de uma balada. Para curtir de montão!








ESTA MELODIA

Para começar o final de semana de forma descontraída e com o pé direito essa linda canção na interpretação de Marisa Monte. Divirta-se!




Esta Melodia

Quando vem rompendo o dia
Eu me levanto começo logo a cantar
Esta doce melodia que me faz lembrar
Daquelas lindas noites de luar
Eu tinha um alguém sempre a me esperar
Desde o dia em que ela foi embora
Eu guardo esta canção na memória

Eu tinha a esperança que um dia
Ela voltasse para minha companhia
Deus deu resignação
Ao meu pobre coração

Não suporto mais tua ausência
Já pedi a Deus paciência

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

COMPLEMENTOS


Só para complementar alguns posts anteriores, seguem informações que devem ser consideradas:

A banda Columbia é originária do Rio de Janeiro, composta por uma galera que se conheceu no na cena independente carioca, no início dos anos 2000. E tem a seguinte formação:

Fernanda Marques - vocais
Bruno Andrade - Guitarra
Fred Mendes - Bateria
Filipi Cavalcanti - Baixo

Discografia:

2005 "A Soma das Horas" - EP
2006 "Amanhã (não pode ser igual)" - single
2007/2008 "O que você não quis dizer" - CD
2009 "Mais Cedo" - single
2010 "Um quarto escuro" - CD

Inocentes, como escrevi, foi formada no início dos anos 80, uma das principais bandas de Punk Rock paulista, através da junção das bandas Restos de Nada e Condutores de Cadáveres. Formada pelos seguintes integrantes:

Clemente: Guitarra e Vocais
Ronaldo dos Passos: Guitarra
Anselmo: Baixo
Nonô: Bateria

Evidentemente que ao longo desses 30 anos a banda passou por divesas formações, sempre sendo encabeçado por Clemente.

Discografia:

Pânico em SP - 1986
Adeus CArne - 1987
Miséria e Fome - 1988
Inocentes - 1989
Estilhaços - 1992
Subterrâneos - 1994
Ruas - 1997
Embalado à Vácuo - 1999
Garotos do Subúrbio - 1999
OBarulho dos Inocentes - 2000
Labirinto - 2004

Por falta de tempo, coloco as informações da Sex Noise em outra oportunidade.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

REVISTA FODA-SE

Uma revista com esse nome já seria o suficiente para chamar a atenção e a curiosidade do leitor. Pois bem, além do nome excêntrico, tem algumas coisas muito interessantes que vale à pena um click, como o conto que transcrevo abaixo, que me deliciei ao ler:

MARISTELA E O BALDE


Cabelos louros e cacheados, corpo descompensado e torneado, Maristela fora apelidada de “Empadinha” pelos meninos da rua antes mesmo de completar a maioridade. Era de fato uma obra inclemente da natureza, daquelas em que a ausência de beleza não é indenizada com inteligência ou simpatia. Pelo contrário: Maristela exibia sua animosidade com a maior impudência e tinha como passatempo favorito submeter os gatinhos da vizinhança a crueldades impensáveis. Portanto, caro leitor, convém eliminar agora mesmo qualquer indício de compaixão que porventura esteja brotando de sua alma caridosa. O que aconteceu no quintal daquela casa suburbana pode até ser chocante, mas não é digno de pena.

A única paixão de Maristela chamava-se Jonathan, personagem de uma radionovela que era transmitida de segunda à sexta-feira, às nove da noite, numa estação de rádio AM. Naquele derradeiro episódio, Jonathan ameaçara abreviar a própria vida após uma dolorosa descoberta de traição. Ao tomar conhecimento da tragédia iminente, a Empadinha adentrou num grave estado de alteração: agarrou o rádio de pilha com a mão direita e arremessou o aparelho contra a parede do quintal com toda força. Não teve tempo de descobrir que a ameaça de suicídio de Jonathan tratava-se na verdade de um blefe, e que o destino do personagem seria a reconciliação com a mulher amada antes do final da novela. O blefe, aliás, era patente para qualquer ouvinte atento, mas não para Maristela. Na cabeça dela, Jonathan era completamente incapaz de mentir. Blefar, ela nem sabia o que era.

Para aliviar sua indignação, Maristela resolveu torturar um gato vadio. Capturou um malhado que dormia no muro da padaria e trouxe-o para o quintal de casa. Ali, cortou com um alicate de unha todos os pelos do bigode do felino e ficou a observar a agonia cambaleante do animal. Ela descobrira que, sem os pelos da frente, os gatos ficam totalmente desorientados, como se perdessem o seu radar. E com o malhado não foi diferente. Mas a verdade é que a maldade aprontada pela moça não funcionou como remédio para atenuar a dor que o suicídio não-consumado de Jonathan lhe causava. Decidiu então que era ela mesma quem deveria se matar.

A ideia não era nova: por diversas vezes, a Empadinha havia planejado a própria morte. Numa delas, pensou em se enforcar com uma corda, mas lembrou que seu pescoço praticamente inexistia. A cabeça era quase que diretamente colada ao tronco, o que poderia dificultar a colocação da corda em torno do pescoço, imaginava. Em outra ocasião, tomara uma overdose de laxantes acreditando ingerir um remédio para insônia que, segundo a Revista da TV, provocara a morte de um ator famoso. Aquilo lhe rendeu semanas de diarreia e um constrangimento inolvidável.
Agora, aqui estava Maristela, andando de um lado para o outro no chão do quintal e pensando numa maneira de suicidar-se sem que houvesse sangue derramado. Tinha pavor de sangue. Foi então que avistou o balde de metal jogado num canto do quintal. Aquele balde enferrujado estava largado ali havia muito tempo. Pertencia ao seu irmão e era utilizado nas tardes de domingo, quando ele limpava o automóvel que o havia levado para bem longe. Por conta das sujeiras do carro, o balde tinha uma crosta negra entranhada no fundo e Maristela tratou de lavá-lo com Bombril e detergente porque, apesar de estar premeditando um suicídio, temia contrair doenças no momento em que enchesse o balde sujo com água e enfiasse a cabeça ali dentro.
Balde limpo, a tentativa de suicídio quase foi frustrada pela falta d’água. Maristela girava as torneiras da casa e as poucas gotas que caíam serviam apenas para umedecer as palmas gordas de sua mão. Enquanto testava a última torneira, lembrou-se do estoque de suco concentrado de groselha que sua tia havia deixado guardado na garagem para a produção dos sacolés do próximo verão. Não teve dúvida: morreria afogada na groselha.

Quem contemplasse a cena do alto, talvez não compreendesse bem o que sucedia no quintal de Maristela. No chão, o balde cheio de líquido avermelhado. De cócoras, em frente ao balde, aquela moça loura e parruda que olhava para o céu com os braços estendidos e um sorriso torto no canto da boca. Ela repetia, bem baixinho: “Jonathan! Jonathan!”.
Quando finalmente enfiou a cabeça no balde, a cena tornou-se ainda mais esquisita. Isto porque o vento levantava a saia de Maristela – que agora tinha as mãos e os joelhos apoiados no chão – e deixava seu ânus respirando livremente o ar da madrugada (Maristela raramente usava calcinha). O espetáculo estapafúrdio, entretanto, durou pouco: a suicida não conseguia prender a respiração por mais de dez segundos e o suco de groselha penetrava por suas narinas durante a tentativa de afogamento.
Ofegante e irritada, a moça arrancou um pregador de roupas do varal e aplicou o objeto nas narinas para evitar a inalação do suco. Acontece que o pregador tapou parcialmente a sua visão e ela não notou a presença do gato malhado, que circulava desorientado à sua frente. Por isso, tropeçou no balde e derramou o concentrado de suco pelo chão. O escorregão foi inevitável, e a queda, violenta. Maristela, desacordada, passou alguns minutos estirada no chão do quintal com o crânio fissurado enquanto o gato lambia a groselha que se esparramara ao redor de seu corpo.
Mesmo machucada e enfraquecida, ela ainda conseguiu reunir forças para encher novamente o balde e mergulhar nele a sua cabeça. Desta vez, o afogamento foi um sucesso. Antes de morrer, a Empadinha balbuciou, lá no fundo do balde, entre bolhas de groselha: “Jonathan! Jonathan!”.

Zé McGill

FRANZINO COSTELA II

Abaixo o clipe da música Franzino Costela, com a letra memorável. Muito bom, não é uma banda muito conhecida do grande público, por isso acho que mantém a qualidade e a honestidade com seus princípios.




FRANZINO COSTELA

Meu pai me batia com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Meu pai me batia com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Todo dia

Minha mãe me batia com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Minha mãe me batia com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Todo dia


Um dia fiquei cansado de tudo
Fui pra casa da minha vó
E ela me batia com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Ela me bateu com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Eu apanhei a vida inteira
Eu apanhei a vida inteira
Eu apanhei a vida inteira
Eu apanhei

Um dia fiquei cansado de tudo
Resolvi cair na vida
E a vida me bateu com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
E a vida me bateu com vara de vergalhão
Vara de araçá e cabo de vassoura
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Eu apanhava todo dia
Todo dia

FRANZINO COSTELA



Alguns posts atrás citei o refrão da música que dá nome a esse post. Como na música, ao menos no refrão, eu apanhava todo dia. Eu era terrível mesmo, um guri franzino, magrelinho, pequeninho; a Solange, inspetora de alunos do Dino Bueno, me apelidou de miniatura. Minha mãe me batia, mas eu merecia, e muito. Mas não apanhava de vara de marmelo, no máximo um galho de árvore nas pernas ou umas chineladas na bunda.

A música foi regravada pela banda Inocentes, um ícone do Punk Rock dos anos 80. Aliás, Clemente e companhia foram os primeiros a serem chamados de traidores do movimento, uma vez que gravaram um disco por uma gravadora multinacional (WEA). Para os punks, isso era se vender para o sistema. Aliás, esse primeiro disco era um primor, com músicas como Pânico em SP, El Salvador e a melhor de todas, Expresso Oriente, entre outras. Faltou Garotos do Subúrbio, um hino para nós, adolescentes punks daquela época. No segundo disco, ainda por essa grande gravadora, o hino nacional brasileiro, Pátria Amada, com Clemente inspiradíssimo na pena.

Pânico em SP me parece a mesma história de Blecaute, o livro de Marcelo Rubens Paiva, que fez sucesso com o seu Feliz Ano Velho, lido por 10 entre 10 adolescentes antenados dos anos 80. Assim como a música, o livro mostra a cobra mas não conta o santo, se é que estou conseguindo ser claro. O que quero dizer é que o livro fala sobre um blecaute na cidade, mas não entra em detalhes sobre esse, assim como a música fala do pânico na cidade de São Paulo, mas não explica o que está acontecendo. Na época, extremamente frustante para um guri curioso como eu.

A banda Inocentes foi formada a partir da junção de duas bandas: Restos de Nada e Condutores de Cadáveres.


Porém, a música original é da banda Sex Noise, uma banda punk do Rio de Janeiro, que diferentemente do punk paulista, mais engajado politicamente, na cidade maravilhosa as letras eram mais voltadas ao sarcasmo, atingindo assim a mesma crítica social, mas por outros caminhos.

Em meados dos anos 90 a banda fez um grande barulho no underground. Um fato curioso e triste foi que um dos maiores incentivadores da banda, o vocalista do Planet Hemp, Skunk, que morreu em decorrência da Aids em 1994, morreu ouvindo a fita demo Pultanovinzona, em seu walkman (o bisavô dos mp3).

domingo, 8 de agosto de 2010

FESTIVAL DE INVERNO LONDRINA


Uma rádio de Londrina em parceria com a Prefeitura Municipal teve a infeliz idéia de promover um Festival de Inverno esse final de semana aqui no aterro do Lago Igapó 2. Desde sexta feira a movimentação é intensa.

Para o tal festival foram instalados um pequeno parque de diversões e algumas barracas com uma diversidade de guloseimas. Mas, além disso, a infeliz idéia de uma programação musical de extremo mal gosto, diria de péssimo gosto. E isso não é tudo. Na sexta feira foi até à meia noite e ontem, sábado, varou a madrugada, com as atrações sertanejas desconhecidas. Se fossem conhecidas já seriam ruins, imagina então os ilustres desconhecidos.

Nesse momento em que escrevo, mesmo com todas as janelas descerradas, o fone de ouvido (aí sim rolando um som de qualidade), ainda escuto a barulheira ensandecida de alguma dupla sertaneja tocando no palco, a poucas centenas de metros daqui de casa. Uma tremenda perturbação. Fora a sujeira, que será enorme em volta do lago no início de semana.

Ficam os meus protestos. Espero que escolham um lugar mais adequado para os próximos eventos de mal gosto e que perturbam o descanso do final de semana.

O MUNDO IMAGINÁRIO DO DR. PARNASSUS


Acabei de voltar do cinema. Sempre penso que o cara que faz um tipo de roteiro como esses só pode estar totalmente tomado pelo ácido. De onde ele pode tirar tanta fantasia? Ou então é um cara que consegue atingir o inconsciente com uma habilidade incrível. Ou as duas coisas.

Uma curiosidade é que o ator escolhido para o papel de Tony foi o australiano Heath Ledger, que no meio das filmagens foi encontrado morto em seu apartamento. Causa mortis: overdose de remédios. Em seu lugar, entraram três atores: Johnny Depp, Judy Law e Collin Farrel. Interessante que eles ofereceram seus cachês para a filha de Heath, Matilda.

Quando li a crítica, achei que fosse mais um Alice no País das Maravilhas. E estava certo, pois o tal mundo imaginário ocorre na passagem pelo espelho e lá todas as nossas imaginações e fantasias tornam-se realidade. É um autêntico mergulho no inconsciente. Na verdade o mundo imaginário não é do dr. Parnassus, mas de quem entra pelo espelho, embora o dr. tenha que estar em transe para que tudo dê certo.

A história é permeada pelo dr. Parnassus (Christopher Plummer) e suas apostas com o diabo, sr. Nick (Tom Waits). O primeiro havia ganho a vida eterna após negociar com o diabo que assim que tivesse um filho, este pertenceria ao diabo, quando completasse 16 anos, o que estava para acontecer com sua filha Valentina (Lily Cole). A partir disso, o desenlace do filme.

O intrigante, além de um roteiro extremamente fantástico, é o espelho como algo que nos leva ao (des)conhecido, aquilo que está no mais íntimo do nosso âmago, se é que isso não é cair em redundância. O espelho que esconde nossas fantasias e que nos mostra apenas aquilo que queremos ver. Ou nos mostra tudo e desviamos nosso olhar para não ver.

Enfim, um filme que vale à pena não só assistir, porque além de diversão, é pura reflexão.

sábado, 7 de agosto de 2010

NUM QUARTO ESCURO



O disco da Columbia intitulado Um Quarto Escuro me trouxe à memória uma música que fiz, na fase pós Mayday, com meus 16, 17 anos; e pré Alquimia a banda que formei em 1993, última banda que tive na vida. Quem sabe um dia não monto uma cover do Cascavelletes.

Certo dia, tarde de sábado findando e a noite chegando, depois de ter ido jogar bola com a galera do bate bola de sábado, solitário, sem pódio de chegada ou beijo de namorada (a Ana morava em São Paulo e nem todos os finais de semana nos encontrávamos) e me tranquei no quarto, com violão em punho, luz apagada. A noite chegando e o escuro aumentando. Então comecei a rabiscar algumas palavras no caderno, no escuro mesmo, sem iluminação.

"Vago, Solto, Nu
A Brisa me traz teu perfume

Caminho, sozinho

Sob o asfalto quente, Absorto em pensamentos..."

não lembro mais a letra, mas o fato de escrever no quarto à luz da lua, gerou o nome dessa música, que também dá nome a esse post. Era uma bela canção, como tantas outras que fiz e que se perderam pelo tempo. Infelizmente não tive a oportunidade de gravá-las e os escritos se perderam com os anos que se passaram. Por muito tempo guardei essa papelada, que fiz uma apostila de folhas de sulfite batido à máquina (lettera 22, portátil), mas como já disse, as mudanças da vida fizeram com que eu perdesse essas coisas. Qualquer dia, que estiver com tempo e com bastante paciência, vou procurar e postar aqui algumas preciosidades dessas. Se encontrar, claro.

Naquela época eu compunha com o violão em punho e um pedaço de papel na mão e uma caneta. Era office boy, vivia batendo perna pelas ruas de Santos e entre um ônibus e tantas passadas , me inspirava com o quotidiano das pessoas. Depois que entrei na faculdade aos 18 anos, nunca mais sentei para escrever uma linha de uma canção. Lembro que quando li o livro Guerrilha Psíquica, já em Londrina, rabisquei algumas coisas na agenda que me acompanhava diariamente. Mas nunca levei a sério isso. Não como eu levava na adolescência, quando eu realmente acreditava nos meus dotes artísticos.

COLUMBIA - O TEMPO TODO

A trilha sonora do sábado foi a banda Columbia, específicamente o segundo disco, intitulado Um Quarto Escuro, que ainda não encontrei para fazer download. Mas é possível escutar o disco inteiro no site da oi novo som. A música que não quer sair da cabeça é a que abre o disco, "O Tempo Todo". Abaixo o clipe para nossa diversão.

Diferente da tvtrama, que dá um panorama geral da banda tocando, a Oi novo som preferiu dar detalhes de cada um, mas com cortes rápidos, meio em ritmo de video clipe, o que perde muito em qualidade no sentido em que não dá para ver o todo. Mas música vale à pena.





O TEMPO TODO

Eu espero você rir,
pra chuva terminar
e acalmar as horas
mas as coisas por aqui,
não mudam sem doer,
não passam sem ferir
não deixam de me rever, lembrar
deixar os dias mais contados,
calados, gelados entre as mãos

Eu esqueço de pedir,
pro tempo se rebelar,
prolongo a sua espera,
mas as pessoas por aqui,
não querem se apressar,
não podem se arrepender,
sem ter que imaginar
porque chorar, mentir um pouco,
o tempo todo, o tempo todo
mentir um pouco, o tempo todo...

Sobre suas mãos,
o medo encontra solidão
e o vento espera pra soprar o risco de se levantar
e viver mais do que palavras
e histórias mal contadas
e desculpas repetidas
engolidas pelo tempo todo
mentir um pouco, o tempo todo...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

RADIOHEAD THINKING ABOUT YOU



PENSANDO EM VOCÊ

Tenho pensado em você, seus discos estão aqui,
Seus olhos estão em minha parede, seus dentes por todo lugar
Mas eu ainda não sou nada, e você agora é uma estrela,
E o que te importa?

Tenho pensado em você, e não há descanso,
Merda, eu ainda te amo, continuo te vendo na cama.
Mas eu estou jogando comigo mesmo, e o que importa pra você
Quando os outros homens são muito, muito melhores

Tudo que você tem
Tudo que você precisa
Quem te comprou cigarros?
E quem subornou a companhia para te ver, querida?

Eu tenho pensado em você, como você pode dormir?
Essas pessoas não são suas amigas, elas são pagas para beijar seus pés.
Elas não sabem o que eu sei, e por que você deveria se importar
Se eu não estou ali?

Tenho pensado em você, e não tem descanso,
Eu devo continuar te amando? ainda te vejo na cama.
Mas eu estou jogando comigo, e por que você se importaria,
Quando eu não estiver lá?

Todas as coisas que você tem
Ela nunca precisará
Todas as coisas que você tem
Eu sangro e sangrei pra agradar você

Tenho pensado em você.

CANÇOES (DE) VIOL(ÕES)ENTAS


O velho power trio (baixo, guitarra e bateria) são a alma do rock. Sex Psitols, Ramones, Joy Division, The Smiths, Jesus And Mary Chain (embora em algumas canções as bandas tenham lançado mão dos teclados) e tantas outras na história do roquenroll são exemplos dos estragos que esses três instrumentos podem fazer.

Mas ouvindo incessantemente Pablo Honey, 1º disco da maravilhosa banda inglesa Radiohead, encabeçada pelo cara mais esquisito da cena rock mundial do momento - Thom Yorke, me trouxe uma questão a qual resolvi colocar aqui no papel: a beleza das canções embaladas apenas por voz e violão (com alguns teclados e violinos dando o clima).

Escutando a belíssima canção intitulada Thinking About You, com sua letra romanticamente ensandecida, é um exemplo do quão pode ser bela uma canção que tem como base uma bela harmonia de cordas. Vale á pena escutar até furar o disco. Um violão também pode fazer um grande estrago.

MAIS DIABRURAS

Lembrei de uma dessas diabruras malucas. Foi na 4ª série, eu estudava no Cleóbulo, em Santos, um ano em que diziam que o Dino Bueno fecharia e fomos todos transferidos automáticamente para essa escola. Dentre tantas outras que, como minha mãe diz, aprontei, talvez essa tenha sido a maior de todas, ao menos a maior se levarmos em consideração a onda do politicamente correto (que veio para ficar).


Eu e um amigo, o Ricardo, não lembro o sobrenome, para variar, que já havia estudado comigo na 3ª e agora repetia a dupla bagunceira na 4ª série, sempre observávamos no recreio um gatinho, muito bem tratado por todos. Aquilo, não sei porque, nos afrontava e incomodava a tal ponto de começarmos a maquinarmos uma sacanagem com aquele gato. Durante dias, talvez semanas, bolamos um plano, de ao sair da aula, ao invés de irmos para fora, voltarmos para o pátio e pegarmos aquele gato de jeito.

O que será que passava pela cabeça daquelas duas dóceis crianças? Bah, jamais saberei, a não ser que em algum dia o destino nos coloque novamente frente a frente, porque desde a 4ª série nunca mais encontrei o Ricardo e nem ao menos sei o que foi feito dele. Deve ser um advogado em Santos, sei lá. Mas então, nesse fatídico dia, plano passado e repassado, o crime perfeito (o que duas crianças de 10 anos poderiam planejar sem deixar pistas?).

Lá fomos nós, colocarmos em prática. Nunca gostei de tocar em animais, talvez fruto de algumas experiências traumáticas da primeira infância ainda em Porto Algre, quando um filho da puta de um gato me mordeu, e em outra ocasião um cachorro, claro que o encapetado que vos escreve deve ter perturbado os animaizinhos de estimação até estes perderem a paciência. Então a culpa será deles? Fomos então para o pátio e chamamos com todo carinho o gatinho, sem muito esforço ganhamos a confiança do pequeno animal, já que estava acostumado a todos lhe agradarem. Como falei, tinha receio de ficar pegando o gato, então eu dei cobertura para o Ricardo fazer o trabalho sujo. Quando o gato se aproximou, ele simplesmente o pegou pelo rabo e começou a girar em si mesmo, com o gato pela rabo, que por sua vez gritava desesperado.

A cena foi cômica e permanece cômica na minha memória. Lá estavam os dois, vítima e algoz, este girando em si, em uma velocidade que não o impedia de parecer um robô; o pobre gatinho gritando ensandecidamente, sem entender o que acontecia. E eu, olhando para ver se ninguém chegava, com a mochila do Ricardo em mãos (na verdade era uma pasta, tipo essas que hoje se utiliza para levar notebook).

Mas em uma distração minha, lá veio a inspetora de alunos, gritando conosco, e pegando o Ricardo pelas mãos e levando para a diretoria. Fui até a porta da sala, deixei a mala dele no chão e dei no pé. Essa foi a maior vergonha da minha vida. Era para nós dois nos ferrarmos juntos, porque estávamos juntos, éramos uma equipe. Porém, eu , na minha covardia infantil dei no pé. Resultado: suspensão para ele (acho que 3 dias) e um remorso remoído por anos da minha parte.

Anos mais tarde, já no colegial, quando íamos embora juntos para casa (eu, Carlinhos e Ricardo Karatê Kid - outro Ricardo), como sempre fazíamos, e o Carlinhos sendo seguido por um bando de carinhas que queriam bater nele, fiquei para apanhar junto e o Ricardo, que como disse não era o mesmo, simplesmente nos deixou covardemente. Não apanhamos, porque consegui persuadir a turma a não bater no Carlinhos, pois seria covardia. Se fosse hoje, talvez fôssemos parar no hospital. Mas ao menos aprendi a nunca mais deixar meus amigos em apuros, se for para morrer, que morramos abraçados.

Eu e o Ricardo da 4ª série permanecemos amigos até quando sai da escola, pouco depois, quando passei uma temporada em São Paulo e estudei no André Dreyfus, mantendo a pareceria das bagunças, embora logo após o episódio tenha esfriado nossa amizade. O gatinho nunca mais chegamos perto e passamos a ocupar nosso recreio com outra diversão. Deste também nada se sabe, mas deve ter vivido o resto de seus dias em paz.

A CARTOMANTE


Vem de longe a estória da traição e do melhor amigo bondoso traído e que enlouquece. Traído duas vezes, pela mulher e amigo amados. A humanidade dificilmente superará esse ato, por mais que evolua. Mas mais do traição, A Cartomante, de Machado de Assis tem em sua temática a crença e o que ela pode fazer para cada um de nós. Quando perdemos nosso chão e buscamos algo para nos levantar, nos equilibrar para seguirmos nosso destino. E o quão essa ilusão da luz no fim do túnel nos faz erguer a cabeça e pode nos derrubar de uma vez, porque nos sentimos tão poderosos que nos desarmamos para o que vem pela frente. É assim que conseguimos manter nossa sanidade, muitas vezes sem nos preparar, confiando piamente naquilo que nos ilude. É a velha batalha entre acreditar ou não em um deus que nos guia e nos protege.

Além disso podemos analisar o conto por outro ângulo: a de que em determinados momentos, movidos não sei porque cargas d'água, nos deparamos com algum imprevisto que nos suscita o medo, e superestimamos a situação, achando exageradamente que aquilo é o fim do mundo e o resultado nem chega a ser tão horrível, ou ao contrário, subestimamos o caso e aí sim o mundo cai.

Isso me faz lembrar de minha infância/ pré adolescência. Eu era um cara encapetado, sempre fui a ovelha negra da família, o pior filho, aquele que só dava trabalho; uma vez levei um tapa na cara da vizinha, porque xinguei a filha dela; não lembro com detalhes esse caso, mas foi na frente de toda a galera; devo ter falado algo muito grave para tirar a vizinha do sério. Para se ter uma idéia o seu nome era Silvana e o apelido, Silvana Baiana (adivinha quem alcunhou?). Em Santos, ser baiano é a pior coisa do mundo. E não reflete o estado que a pessoa nasceu, basta ser nordestino que é baiano ou fazer coisas consideradas erradas para fazer baianada.

Em outra passagem, fiquei de castigo, quando passava férias na casa do meu tio Luiz, em São Paulo (tinha meus 10, 11 anos) e uma guria, prima de uma de nossas amigas (da Mena) e surgiu algum comentário do tipo que era de ficar com os carinhas. Não era bem esse termo, mas algo parecido e utilizado na época, e então a chamei de galinha e minha tia Noemi escutou. Bastou isso para eu me ferrar.
Outra das minhas diabruras me vêm à tona agora, essa junto com meu primo pico, meu companheiro de traquinagens nessa época de final de infância, quando colocamos fogo na árvore que ficava no quintal da casa do tio Luiz. Era para matar as formigas. Quando vimos que a coisa estava quase fora de controle, resolvemos limpar tudo e tentamos esconder aquilo que nos incriminava. Só que quando minha tia chegou, logo percebeu que havíamos aprontado uma das nossas. Mais uma vez castigo. Fora apanhar, claro. Quando nos pegaram fumando cigarros escondidos, tínhamos até menos idade, foi mais uma sova.

Porém, nenhum desses episódios eu queria citar. De qualquer forma serviu para ilustrar minhas peripécias infanto juvenis. Embora fosse encapetado, sempre tive juízo e era um guri estudioso, sabia das minhas responsabilidades. Minha mãe ía nas reuniões de pais, mas a reclamação da minha pessoa sempre era em relação ao meu comportamento, que era terrível, por exemplo na 6ª série no segundo dia de aula lá estava eu, virado para a parede, em frente à diretoria, depois de ter levado aquele sermão. Ou de quando, na 8ª série, hormônios em polvorosa, ao puxar um caderno, eu sentado em frente à professora (de Língua Portuguesa, infelizmente o tempo fez minha memória em frangalhos - se alguém aí lembrar, por favor, faça um comentário, uma vez que esqueci o seu nome) cair uma revista pornográfica, aos pés da professora, revista essa que já havia rodado pela sala. Lá fomos, eu e o Zé Renato para a diretoria, e mais uma vez aquele sermão. Puta que o pariu, não consigo lembrar o nome da diretora. Ajuda aí pessoal!

Mas o que eu queria dizer, depois desse longo parênteses, é que já na pré adolescência, eu e o meu irmão Renato, depois de termos feito alguma das nossas travessuras (eu levava ele para o mal caminho) e ficarmos a tarde de sábado até o começo da noite escondidos na rua, para não apanharmos da mãe e ao voltarmos para casa, aflitos com o castigo, este não passou de uma bronca. Mas quando menos esperávamos que fosse algo corriqueiro e que merecia apenas uma bronca, lá vinha a surra. Como na música do Inocentes: "eu apanhava todo dia". Nem por isso me tornei uma má pessoa (dependendo do ponto de vista, claro!). É possível analisar A Cartomante também sob esse ângulo, dos castigos que esperamos que não se confirmam, sejam brandos ou não.

Para reler ou ler o conto, acesse aqui.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CONCURSO DE MICROCONTOS DA ABLETRAS



A Academia Brasileira de Letras divulgou o resultado do Concurso de Microcontos. Na verdade já faz algum tempo que foi divulgado, porém somente agora estou postando.

"Toda terça ia ao dentista e voltava ensolarada. Contaram ao marido sem a menor anestesia. Foi achada numa quarta, sumariamente anoitecida".

O microconto acima, de Bibiana Silveira da Pieve, do Rio de Janeiro, foi o vencedor.

Em segundo lugar ficou Carla Ceres Oliveira Capeleti, de Piracicaba, interior paulista com o seguinte microconto:

"Joguei. Perdi outra vez! Joguei e perdi por meses, mas posso apostar: os dados é que estavam viciados. Somente eles, não eu".

Finalmente em terceiro lugar, o conto abaixo, ficou com Eryck Gustavo de Magalhães de Guaratinguetá, também interior paulista.

"Não sabia ao certo onde tecer sua teia. Escolheu um cantinho de parede da cozinha. Acertou na mosca".

O concurso teve um grande números de microcontos inscritos, em torno de 2000. A repercussão foi tão grande que a ABL está promovendo mais um concurso cultura, intitulado Conte o conto sem aumentar um ponto. A idéia é fazer um final diferente para a obra A Cartomante, de Machado de Assis utilizando o mesmo número de caracteres, ou inferior, que o autor concluiu seu trabalho, ou seja, 1778 caracteres.

domingo, 1 de agosto de 2010

COLUMBIA - AMANHÃ

AUMENTE O VOLUME!




AMANHÃ

Não mude o tom da voz
Não se descontrole
Eu também não sei o que fazer

Não quero mais falar
Já conheço os efeitos
De não ter ninguém pra confiar

Aumente o volume
É melhor pra nós dois
Se não há mais o que dizer
Não tente negar depois

Solte as suas mãos das minhas e procure viver mais do que palavras
Amanhã não pode ser igual, tem que ser mais
Muito mais do que promessas falsas sob luzes apagadas
E um bilhete no bolso esquerdo do seu paletó
Adeus

Sei que nada vai mudar
Além do seu sorriso
Mas não fique mudo ao me olhar

Assim pode ser mais fácil
Pode ser mais leve
Fechar os olhos e se controlar

COLUMBIA - MARCELA E FERNANDA/ AMANHÃ/ ANTES QUE EU FUJA

Aqui três das músicas mais legais do primeiro disco da banda Columbia, ao vivo, todo o vigor da banda. Vale a pena conferir. A primeira minha predileta, a segunda o grande hit, com um clipe lindo e a terceira uma linda música.




MARCELA E FERNANDA

Marcela corta os pulsos por não ter a quem falar
Fernanda rói as unhas esperando alguém chegar
Marcela tem o rosto todo manchado de batom de uva
Fernanda rasga a roupa e vai tomar banho de chuva

E à noite elas vão se reencontrar
E as lágrimas no rosto de Marcela vão secar
E os cortes no corpo de Fernanda vão cicatrizar
Vão cicatrizar

Marcela acorda tarde pra não ver o sol nascer.
Fernanda traça planos pro que não vai acontecer.
Marcela traz na bolsa balas, Prozac e espelhos
Fernanda usa colírio pra esconder os olhos vermelhos

Duas vidas, duas luzes, dois sentidos conturbados,
Duas almas, duas calmas, dois valores, dois pecados.
Dois discos e dois hinos, dois destinos e um segredo.
Mas dentro do meu livro estão guardados os seus desejos.


ANTES QUE EU FUJA

Vai dizer que não reconheceu
Quando alguém te disse que era eu
Dançando no meio do salão vazio?

Com o vestido azul
Que você mesmo comprou
Pra poder se despedir
Sem dizer meu nome

Mas agora não me diga que é tarde
Me convença sem falar
Feche os olhos antes que eu fuja
E espere o refrão pra me beijar

E então deixe a sua pressa em casa
Ninguém vai nos separar
Dance bem devagar

P.S.: Amanhã farei um post com o clipe da música, que é perfeito, muito criativo.

DOMINGO


Hoje é domingo; um desses entediantes, cinzentos e chatos dias de domingo. Como na música do Morrissey Everyday is Like Sunday

"... todo dia é como domingo
Todo dia é silencioso e cinza..."

diferentemente de Sunday Bloody Sunday do U2 (ao menos não é um domingo sangrento, não que saibamos, até os noticiários noturnos), mas muito, muito semenlhante à música Domingo, do Bikini Cavadão:

"Acordo tarde, nada que eu possa ver, nem que eu possa fazer
Depressão de meio dia esperando o dia anoitecer
Divagando em um dia cinza
Meus amigos me chamam pra sair,
Eu não saio com eles, nem sinto vontade
Embora eu queira me divertir

Mas não vejo nada que possa fazer
Só esperar segunda acontecer...

... somente os instintos sobrevivem num domingo."

Tem também a música do Ira! Manhãs de Domingo demonstrando as agruras desse dia.

Agora vejo pela janela a chuva caindo, muito relaxante.

Na verdade o que me inspirou a escrever esse post, voltando depois de algum tempo sem escrever, um pouco por falta do que falar, mas muito mais por falta de tempo, foi a maravilhosa música da banda Colúmbia, uma banda carioca, capitaneada por Fernanda Marques; mais uma daquelas bandas de rock com vocal feminino, de extrema qualidade.

Escutem o myspace para conhecer a banda e ouçam o novo disco aqui.