domingo, 20 de fevereiro de 2011

MÚSICAS DO VERÃO 2011 VII - DEU PRA TI

Nem precisa de explicação do porquê dessa música: deu pra ti? Vou pra Porto Alegre, tchau!

O clip é emocionante, com imagens da bela capital gaúcha. Minha terra natal.

O único problema é que foi feita por um colorado, mas ninguém é perfeito.



DEU PRA TI

Deu pra ti
Baixo astral
Vou pra Porto Alegre
Tchau!

Quando eu ando assim meio down
Vou pra Porto e bah! Tri legal
Coisas de magia, sei lá
Paralelo 30

Alô tchurma do Bonfim
As gurias tão tri afim
Garopaba ou Bar João
Bela dona e chimarrão

Que saudade da Redenção
Do Fogaça e do Falcão
Cobertor de orelha pro frio
E a galera do Beira-Rio

MÚSICAS DO VERÃO VII - GOETHE COM MOSTARDEIRO

A sétima música da playlist do verão também é uma que não podia faltar: uma porque é da banda que mais curto no momento, a Volantes, e outra porque o cruzamento da Avenida Goethe com a Rua Mostardeiro é um dos endereços mais pulsantes da noite portoalegrense. Faz parte de uma região nobre e obviamente dos jovens "mais abastados" da cidade, o que lá nos idos dos anos 80 chamávamos de playboys.

Além disso, o endereço fica no bairro Moinhos de Vento, um bairro nobre de Porto e na esquina do parque que leva o mesmo nome do bairro, o vulgo Parcão.

Quando passei pela Avenida Goethe e cruzei com a rua Mostardeiro, no início de uma noite portoalegrense, sentido centro, quase virei na Mostardeiro, que é contramão. Minha sorte é que com o horário avançado e por ter uma sinaleira, não havia tanto movimento e não fiz nenhuma "caca".

A canção é um pop que não chega a ser intimista, sem guitarras, com uma letra romântica que já virou marca registrada da Volantes e de seu principal compositor Arthur Teixeira.



GOETHE COM MOSTARDEIRO

Como faz pra ter alguém tipo você?
Como é lá dentro da casa em que eu não entro?
Quando você pega um táxi na esquina
E some em meio aos outros carros na avenida

Como é pra você olhar para o espelho?
Logo de manhã
Me dê algum conselho
Qualquer livro besta
Que você tenha lido
E faça diferença se eu encontrar contigo

Vou errar todas as palavras pra você me corrigir
Na hora mesmo lhe roubo um beijo

MUSICAS DO VERÃO 2011 VI - AMIGO PUNK

A Graforreia Xilarmônica é uma dessas bandas gaúchas com nome inusitado, formada por um bando de malucos talentosos de Porto, que passaram por diversas bandas da cidade, na miscelânea suruba (com o perdão da, nesse caso, redundância) que é a cena rock portoalegrense. Dentre os mais famosos membros da banda estão Frank Jorge, que já fez parcerias diversas com entre outros Flávio Basso e Carlo Pianta, da Defalla.

Para matar a curiosidade, a escolha do nome da banda se deu numa dessas reuinões de brainstorming, onde cada um dos membros deveria abrir um dicionário e falar a palavra que achasse mais legal.

Essa música entra na playlist do verão porque é um clássico, além de claro, o principal, de ter na letra o que sempre sonhei em fazer e registrei, na foto que ilustra esse blog, atravessei a Oswaldo Aranha e entrei no Parque Farroupilha.

"... pega a chinoca, monta no cavalo
e desbrava essa coxilha,
ATRAVESSA A OSWALDO ARANHA
E ENTRA NO PARQUE FARROUPILHA..."

Esse clássico do rock gaúcho tem gravações de Wander Wildner e Ultramen, dentre outros e uma versão especial da Geral do GRÊMIO!


AMIGO PUNK

Amigo punk
Escute este meu desabafo
Que a esta altura da manhã
Já não importa o nosso bafo

Pega a chinoca, monta no cavalo
E desbrava esta coxilha
Atravessa a Osvaldo Aranha
E entra no Parque Farroupilha

Amanhecia e tu chegavas em casa com asa
A tua mãe dá bom dia
E se prepara pra marcar
O gado com o ferro em brasa

E não importa se não tem lata de cola
Eu quero agora é sestear nos meus pelego
Com meu cavalo galopando campo afora
O meu destino é Woodstock, mas eu chego

Aonde eu ouço a voz da cordeona
Já escuto o gaiteiro puxando o fole
Vai animando a gauderiada no bolicho
Enquanto eu sigo detonando o hardcore


sábado, 19 de fevereiro de 2011

OSCAR 2011 - O DISCURSO DO REI


O Discurso do Rei é um filme baseado em fatos reais e tem como pano de fundo o que o bulling pode fazer com a criança quando esta se torna adulta. Interessante como aquelas brincadeiras idiotas de nossas primeiras fases da vida podem afetar-nos tão fortemente em nossas decisões e em nossos comportamentos e escolhas.

Mas a história do filme fica em torno do filho do rei da Inglaterra, que não era o indicado para o trono mas teve que assumir em meio ao escândalo de seu irmão, que tinha um caso com uma mulher casada e que pretende assumir esse relacionamento, o que o impossibilita, pela rigidez moral da sociedade inglesa do pré 2ª Guerra Mundial.

Bertie é gago desde os 4 anos e sente-se incapaz, mesmo porque todos que o cercavam, inclusive a família, também assim o achavam. Inseguro, não consegue discursar em público, o que faz com que sua esposa, a jovem Elizabeth procurar todo tipo de ajuda, até que encontram um terapeuta sem formação específica e que por isso mesmo atua de forma diferente dos outros profissionais que tentaram dar autoconfiança a Bertie.

No filme é possível conhecer a pequena Elizabeth, hoje rainha da Inglaterra, Elizabeth II, sua perspicácia e inteligência, na pré adolescência. Além disso, conhecer um pouco do pré II Guerra. O Diretor Tom Hopper conseguiu fazer um filme capaz de mostrar a efervescência da segunda metade da década de 30 do século passado e falar sobre superação. Além é claro, de demonstrar toda a dificuldade de adaptação daqueles que têm o problema da gagueira, que estima-se, cerca de 70 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse distúrbio.

O Discurso do Rei foi eleito o melhor filme pelo Producers Guild of America, o sindicato dos produtores de cinema dos Estados Unidos.



MÚSICAS DO VERÃO 2011 V - TOLICES

Tolices é uma das canções mais lindas e perfeitas do dito rock brazuka. É do disco que mais chegou perto da perfeição de todos os tempos no rock nacional, Mudança de Comportamento, do Ira! É o melhor disco que já lançaram por essas plagas. Nos anos 80 lembro de fazer uma pequena seleção, Tolices e Camila, Camila, esta última do Nenhum de Nós, eram as melhores. Mas isso fica para outra hora. Falemos de Tolices, música totalmente adolescente, com uma letra apaixonadoramente tola; mas uma canção arrebatadora.

A versão do Pato Fu não é das melhores, prefiro infinitamente a original, mas tocou tanto no litoral, escutei tanto em Santa Catarina, na rádio Univale, que não poderia deixar de ficar na seleção desse verão.



Para efeito de comparação, estou colocando a versão do Ira!, original, lindíssima. Aliás, vale à pena citar que no disco Mudança de Comportamento, tem entre outras Núcleo Base, Saída, Coração, a canção que dá nome ao disco, Por Tras de Um Sorriso, dentre outras.




TOLICES

São tolices que penso sobre você
Você não pensa em mim
Porque andamos na mesma rua
Vivo sonhando imaginando você
Imagino pegadas e as vou seguindo

É tolice eu sei
Você não sente os meus passos
Mas eu imagino
Mas eu imagino

São tolices que penso sobre você
Você não pensa em mim
Porque andamos na mesma rua
Vivo sonhando imaginando você
Imagino pegadas e as vou seguindo

Um olá talvez
Mas pra mim de nada vale
Isso estragaria
O meu faz de conta

É tolice eu sei
Você não sente os meus passos
Mas eu imagino
Mas eu imagino...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MÚSICAS DO VERÃO 2011 IV - INFINITA HIGHWAY

Claro, óbvio, essa música não poderia faltar, principalmente para quem rodou mais de 2000 km ida e volta de Londrina à Porto. Interessante que a BR 101 até Floripa é beleza, depois está uma bosta, cheia de desvios e em reformas. Por isso meu irmão César, que conheci esse ano, não deixou eu seguir viagem à noite e me fez passar a noite na casa dele, em São José. Quando chegamos ao Rio Grande a estrada melhora e pegamos a famosa e bela Freeway, caminho para as praias do norte do estado.

Infinita Highway foi acusada de ser plágio de uma canção do Talking Heads chamada Road to Nowhere, mas não acho, apenas vejo algumas semelhanças, me parece ser uma inspiração apenas.

Bem, estou colocando a versão do primeiro disco ao vivo do EngHaw, Alívio Imediato. Ela não está completa, mas é a versão mais bonita da música.




INFINITA HIGHWAY

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada
Olhe só, veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu acordava banhado em suor

Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre"
Se tanta gente vive sem ter como comer

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde vai parar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa highway
Silenciosa highway

Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
"não corra, não morra, não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes

Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um Beatle, um beatnik
Ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso, garota, façamos um trato:
De não usar a highway pra causar impacto

Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor agüenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MÚSICAS DO VERÃO 2011 III

Mais uma da série playlist do verão. Essa é da Cássia Eller, All Star, e faz parte da seleção do verão porque rodando pelas praias de Balneário, Itajaí, Floripa e escutando a rádio Univale, tocou essa canção por diversas vezes. Aqui em Londrina não tem uma rádio com uma programação tão boa quanto a Univale ou a Atlântida de Porto. Dava gosto de escutar rádio, o que eu não faço aqui em Londrina.

Vamos à bela canção de Nando Reis na interpretração da Cássia.




All Star

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias
Mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje

Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
O seu all star azul combina com meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua
Como ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas pra tua voz
Parece exato
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra ...Laranjeiras

Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje

domingo, 13 de fevereiro de 2011

MÚSICAS DO VERÃO 2011 II

Para a primeira música do verão, escolhi High And Dry, do Radiohead. Apesar de levemente melancólica (e melancolia não combinar com a alegria da praia), essa música marcou o final do ano no dia em que assistimos ao filme brasileiro Quanto Dura o Amor. Um filme interessante sobre paixões urbanas. Filme bem feito, tem como tema musical canção citada, interpretrada por Danny Carlos, que faz o papel de uma jovem cantora que tem um amor nada convencional com o namorado. Homossexualidade, preconceitos e outros temas permeiam essas paixões.

Mas vamos à música:



NUMA PIOR

Dois saltos numa semana
Eu aposto como acha que isso é engenhoso, não acha, garoto?
Voando em sua moto
Observando todo chão abaixo de você desabar
Você se mataria por reconhecimento
Se mataria para nunca, jamais parar
Você quebrou outro espelho
Você está se transformando em algo que não é

Não me deixe mal, não me deixe sozinho
Não me deixe mal, não me deixe sozinho

Calando-se na conversa
Você será o único que não pode falar
Todo seu interior cairá em pedaços
Você apenas sentado aí desejando que ainda possa amar
Eles são os únicos que te odiariam
Quando você achar que decifrou o mundo
Eles são os únicos que cuspirão em você
Você será o único que estará gritando

Não me deixe mal, não me deixe sozinho
Não me deixe mal, não me deixe sozinho

Essa é a melhor coisa que você já teve
A melhor coisa que você sempre, sempre teve
Essa é a melhor coisa que você já teve
A melhor coisa que você já teve se foi

MÚSICAS DO VERÃO 2011


O verão está terminando. Na verdade a temporada praiana, de sol, finaliza com a volta às aulas. Apesar que até o Carnaval ainda tem seus suspiros, mas com o fim deste, o verão expira, mesmo que só termine de verdade em março ou até se contarmos que nosso país tropical abençoado por Deus (nem tanto assim) é verão praticamente o ano todo.

Lembro de quando era adolescente em Santos, trabalhava no meu primeiro emprego (na verdade o segundo, pois o primeiro foi em uma loja de sapatos) e era office boy; todos os dias do verão passava em frente à praia, à pé muitas vezes e algumas de busão, e via a praia cheia; era só voltar as aulas e as areias voltavam a esvaziar.

Outra característica do fim do verão é quanto termina o horário especial, este que acaba com nossas vidas ao acordarmos assutadoramente cedo.

Bem, um dos últimos posts do ano passado foi sobre a música do verão. Aqui foi uma das apostas. Porém, ao longo do verão surgiram algumas apostas e acabei fazendo uma seleção bem interessante, que postarei ao longo dessa semana, para fazer uma playlist das músicas do verão 2011.

Vale á pena conferir a lista.

Pretendo fazer essa playlist essa semana, pois pelo que ouvi falar o horário de verão termina no próximo sábado dia 19, graças ao bom Deus.

OSCAR 2011 - CISNE NEGRO


Ontem fui assistir Cisne Negro, o que não consegui fazer na semana passada devido a uma enorme fila para adquirir os ingressos para a película. Ontem deu certo. Fui no último horário e descobri que depois da meia noite não é necessário pagar estacionamento. Isso depois de eu ter pago! Mas tudo bem, cinco pilas mais pobre.

Fiquei com vontade de chegar em casa e já escrever, porque o filme é perturbador. Ouvi as pessoas falarem algo nesse sentido na saída da sala de projeção. Saí do cinema com uma sensação estranha, sem saber o que pensar, sem entender se era melhor ou não do que os outros 3 candidatos ao Oscar 2011 que assisti até o momento.

É um thriller psicológico, de obsessão, da busca pela perfeição. Nina, a protagonista, vivida por Natalie Portman, é tão obcecada pelo duplo papel que está ensaiando na companhia de balé que começa uma luta interna entre a pressão de uma mãe superprotetora que a mantém sob controle dos desejos e sem contato com o mundo real, que não quer deixá-la crescer, pelo próprio medo de significar sua maturidade e velhice e por outro lado um diretor exigente e sistemático (Vincent Cassel) que quer tirar o máximo de sua principal bailarina, ou seja, tirar de dentro aquele desejo reprimido e o ar angelical e virginal que Nina insiste em ter, fazendo com que esta entre em contato com seu outro lado ainda desconhecido para si, mas essencial para conseguir a tão sonhada perfeição no papel duplo do Cisne Branco e Negro. A partir dessas polarizações que o filme se desenvolverá. A luta interna entre o desejo reprimido e sua satisfação.

Essa luta interna é própria das personagens que Nina interpretará: o cisne branco, como ela, angelical e o cisne negro, sedutora e sensual. Nina sendo cobrada e se cobrando ao extremo passa a repensar a vida e tenta mudar a sua tão entediante vida.

A superprotetora e controladora mãe de Nina (Barbara Hershey) ela mesma uma bailarina fracassada, cria a filha de forma a poder controlar cada passo. O quarto da bailarina não tem chave na porta, o telefone que não pára de tocar, sempre a mãe ligando para saber cada passo da filha. A projeção da vida que não teve, na filha, organizando e planejando a vida desta, que no final das contas, foi o motivo de ter que largar a carreira, a deixando frustrada com uma gravidez inesperada e não planejada, que fugiu de seu obsessivo controle.

É perturbador porque além de mostrar a repressão e a luta para satisfazer os desejos mais íntimos e proibídos, há no meio a obcecada busca pela perfeição. No meio disso as alucinações que podem acometer a qualquer um de nós em uma situação semelhante. A câmera pulsante atrás de cada passo de Nina traz um nervosismo e uma angústia perturbadora.

No desenrolar do filme, um final previsível, o que estraga um pouco o suspense. Apesar disso, o filme é bom e um sério candidato à estatueta desse ano.

VARIAÇÕES SOBRE O MESMO TEMA


Cá estou eu novamente, numa manhã de domingo

"nas manhãs de domingo parece que todos olham pra você,
atravessando as ruas sem olhar pro farol,
parece que a noite valeu à pena...
parece que todos se esquecem da segunda feira
seu rosto ainda reflete uma grande felicidade..."

domingo chuvoso e cinzento. olho pela janela e vejo o dia clareando. Mais um dia chegando. Acordei cedo, como todos os dias, mas diferentemente do que tenho feito, resolvi levantar e vir para o pc, escrever sobre nada e tudo, ou seja, como o título desse post e música do Engenheiros do Hawaii, variações sobre o mesmo tema

"Eu tenho meus problemas, você tem os seus
variações de um tema
Dylan e seus dilemas"

foi o barulho da chuva, cadenciado e monótono, previsível e relaxante, quem me acordou. Levantei e fui dar uma olhada nos quartos. O Gui dormindo no quarto dele, com a janela aberta (ele sempre faz dessas, quando não está na sala, no sofá, dormindo de óculos) e o Tety no quarto dele, pc ligado, dormindo de óculos! A Juliana lá no canto dela da cama, nos últimos sonos, quando estamos perto de acordar.

Hoje é domingo, dia de relaxar, de se preparar para o começo da semana, sem pensar na segunda feira, como diz a música do Ira! que citei acima.

Bom domingo e boa semana!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

OUT THE JOB MAS PENSANDO SOBRE TRABALHO

Ontem, em minha longa caminhada diária do Hospital até a Academia, escutando Volantes no mp3 do celular, estava fazendo umas reflexões. A caminhada é sempre em ritmo acelerado, afinal são 4.500 metros e como sou um tanto ansioso e tenho horários apertados, preciso correr contra o tempo.

No trabalho, ando com algumas dificuldades para contratar e repor os colaboradores que saem. O problema da rotatividade, para quem trabalha com Recursos Humanos é uma pedra no sapato. O trabalho de contratação sempre é muito desgastante e acaba saindo caro para as empresas. Por isso se fala tanto em retenção de talentos, através de políticas de benefícios e de qualidade de vida no trabalho.

Na Europa há algumas atividades operacionais e que envolvem esforço físico, que geralmente ficam nas mãos dos estrangeiros. Aqui no Brasil, parece estar ocorrendo algo semelhante. Percebo que o desemprego é grande, porém não se encontram pessoas para trabalhar. A diferença é que na Europa rica, os benefícios sociais são grandes. Aqui no Brasil, bem, todos sabem da realidade de nosso país tropical, que só tem carnaval, futebol e samba.

Há um discurso de que falta mão de obra qualificada, e falta mesmo, porém as empresas não querem gastar tempo nem dinheiro com treinamento e qualificação profissional; querem o trabalhador pronto, produzindo e gerando lucro imediato. Porém, quase sempre com salário baixos.

Frente a isso, o indivíduo prefere atrelar-se aos bolsas que o governo Lula desenvolveu, do que trabalhar. Mesmo que isso signifique uma vida sem muito conforto, estagnação social e profissional, falta de ambição, os trabalhos operacionais estão cada vez mais escassos de mão de obra. E mesmo que o indivíduo resolva encarar o trabalho, nas primeiras dificuldades desiste.

Ou seja, o governo gasta milhões de reais com seus programas sociais, para diminuir os problemas dessa área, para que o indivíduo tenha um suporte momentaneo, até que ele e sua família possam voltar ao mercado de trabalho, porém quem é alvo desses programas procura perdurar o quanto for possível esse benefício.

O governo, por sua vez, busca desenvolver cursos de capacitação profissional (e gasta mais milhões de reais) para que o indivíduo alcance o emprego e saía dos programas, mas todo esse esforço esbarra no desinteresse e na comodidade. Mesmo com cursos gratuítos, com lanche e com vale transporte, dificilmente as salas dos cursos com recursos do FAT conseguem o número de alunos suficiente. Muitos até não conseguem nem começar por falta de interesse.

Fico imaginando como seria (mais) difícil para os profissionais de Recursos Humanos se o Brasil tivesse programas socias de um estado do bem estar social, aos moldes dos países mais ricos da Europa. Praticamente não encotraríamos mais gente querendo trabalhar e o país poderia parar por falta de mão de obra. Lembro que alguns anos atrás falou-se em Seguro Desemprego de 12 meses. Ninguém mais trabalhava nesse país!

Por outro lado, o salário no Brasil é uma piada. Como é que alguém pode viver com um salário de R$ 540,00. Diante disso, muitos preferem não trabalhar e fazer bicos, e assim unem um longo tempo de descanso e sem o stress da rotina diária de bater ponto e o dinheiro suficiente para sobreviver. Sem deixar de lado a ajuda do governo.

Não acho errado os programas sociais com o intuíto de diminiur problemas de ordem sócio econômica.. Muito pelo contrário, é para isso que pagamos essa exorbitância de impostos (entre outras coisas). Muito melhor que o dinheiro seja utilizado para diminuir a pobreza do que para engordar a conta bancária de políticos e empresários corruptos e que não param de sangrar os cofres públicos.

No final, quem paga a conta somos todos nós.

Outro movimento que percebo há algum tempo, reflexo talvez dos yupies dos anos 80 (como no Brasil tudo acontece meio atrasado), que queriam ganhar seus milhões antes dos 30 anos e talvez na esteira do filme sobre a vida do fundador do Facebook (A Rede Social, candidato ao Oscar de melhor filme), que ficou bilionário com pouco mais de 20 anos; ou ainda, fruto dos discursos de especialistas em carreira, os jovens recém saídos das Universidades querem começar por cima, em cargos de liderança e com salários altos. Porém, não percebem que a experiência e a vivência são importantes para se contruir uma carreira sólida e de sucesso.