quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

RECEITA DE ANO NOVO



Recebi o poema abaixo da profª Rose, coordenadora da pós em Educação Profissional na UTFPR.

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

À todos os votos de feliz ano novo, muita paz, realizações e principalmente serenidade. Que 2010 seja um ano de realizações não somente individuais, mas acima de tudo da coletividade! Que todos tenhamos a possibilidade de construir um futuro melhor, uma sociedade mais harmônica e justa, com maior igualdade social.

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA


















Hoje assisti ao filme/ documentário "Notícias de Uma Guerra Particular". Conta através de relatos a guerra entre policiais e traficantes nos morros cariocas. Muito bem elaborado e desenvolvido, conta, ainda que superficialmente, o surgimento do comando vermelho, quando os militares que estavam no poder, durante a ditadura militar, tiveram a brilhante idéia de colocar alguns presos políticos com presos comuns na mesma cela. A principal idéia dos idealizadores do Comando Vermelho, como as milícias em toda a América Latina, era uma revolução contra o sistema capitalista, já perverso à época, e estar presente onde o Estado não estava e fazer aquilo que este não fazia para a população mais carente, pela força ou não. Um pouco da estória do CV no link http://pt.wikipedia.org/wiki/Comando_Vermelho. Também é possível ver a estória romanceada no filme "Quase Dois Irmãos" da diretora Lúcia Murat.


Antes de falar do documentário em si, de algumas partes que são extremamentes importantes de serem citadas, tenho que contar algo que me deixou extremamente revoltado. Meu filho de 16 anos foi assaltado ontem, pela segunda vez esse ano, na antevéspera do ano novo. Dessa vez foi aqui na rua de casa mesmo, que fica em um bairro tranquilo, de classe média. Na certa esses marginais andam à espreita, aguardando algum 'riquinho' para assaltar. Levaram dele a mochila com os 'apetrechos' para jogar uma pelada com os amigos, no prédio da namorada. Nada que tivesse algum valor, talvez o tênis e a mochila, ambos já desgastado pelo uso e pelo tempo.


A minha primeira vontade era pegar esses covardes vagabundos que estavam em maior número e dar uma 'camaçada' de pau, como minha mãe costumava falar quando batia em nós, ainda na infância. Eu sempre achei esses moleques vítimas da sociedade, assim como eu na infância, que não têm culpa da exclusão que sofrem. Mas vou ser conservador nesse momento: trabalhar, dar duro para ganhar a vida, como qualquer cidadão honesto, isso eles não quere, nem pensar. O negócio desses covardes, ladrõezinhos de merda, é aterrorizar os guris que não têm culpa da situação deles.


Pensando em soluções, ainda sendo conservador, a repressão policial resolveria de imediato a situação. Mas é paliativo, não resolve por si só o problema. Tenho certeza que se houvessem policiais na rua no momento do ocorrido, meu filho não seria assaltado. Porém, a longo prazo, continharemos como a música do Engenheiros do Hawai "Os Muros e as Grades" "... (construímos) muros e as grades (que) nos protegem de quase tudo... nos protegem do nosso próprio mal..." Agora tenho que ficar levando e buscando ele na casa da namorada, que deve ficar no máximo a uns 800 metros de casa. Até quando será assim?

Mas ao mesmo tempo, falando de policiamento, será interessante para a sociedade uma polícia que não seja corrupta? Os policiais entrarão em festas de bacanas regadas à cocaína, vão prender os políticos corruptos, como prendem os bandidinhos de periferia, fazendo todo o estardalhaço, apresentando e mostrando os rostos dos poderosos em rede nos programas idiotas da hora do almoço, vão prender os poderosos fazendeiros e grande latifundiários que fazem do campo os seus pequenos reinos, matando e criando um clima de terror, vão prender aqueles filhos de grandes empresários, de políticos, de figurões, que matam no trânsito ou que usam do seu poder para praticar delitos? Esses, querem uma polícia justa e incorruptível? Acredito que não. Vamos continuar contruindo muros e grades para nos proteger do nosso próprio mal! (Para escutar a música "Muros e Grades" clique aqui http://www.4shared.com/file/44762205/6a5d85ee/Engenheiros_do_hawaii_-_Muros_.html?s=1)


No documentário, Hélio Luz, então Chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, faz esse questionamento por diversas vezes. A partir do momento em que a polícia passa a ser justa e imparcial, através de uma experiência própria, no interior do estado do Rio de Janeiro, passaram a ser mal vistos pela sociedade e boicotado por esta; "... uma polícia que não seja corrupta não tem limites, a sociedade vai conseguir segurar isso?" 'Isso' ao que ele está se referindo é aplicar a lei também sobre a elite. Não poder mais dar 'carteirada' porque sou fulano de tal e meu pai é isso ou aquilo... repito o questionamento: a sociedade vai segurar isso?


Em um momento de extrema lucidez, Hélio Luz, mesmo sabendo ser impossível, acredita que a guerra contra o tráfico terá melhor sucesso quando conseguirem controlar a produção de armamentos tanto dos EUA quanto da Suíça, assim como o primeiro quer controlar a produção do narcotráfico na Bolívia e na Colômbia. Afinal, por que produzir armas cada vez mais poderosas? Qual mercado consome esse tipo de armamento? O lucro do narcotráfico está muito próximo do lucro da indústria bélica.

O problema da violência, então, está onde? Na produção de armas cada vez mais desenvolvidas, que matam e destroem mais? No narcotráfico? No Zé Mané que assalta um par de tênis ou um celular, como aconteceu com meu filho? A culpa é do meu filho ou minha, que ralo trabalhando para comprar as coisas que ele quer ou precisa? Não, a discussão é mais complexa. Está no capitalismo, que é um sistema excludente, que para poucos terem muito, outros tantos devem viver à margem, onde uns poucos conseguem amealhar riquezas e fortunas e a maioria vive na miséria (financeira ou intelectual, e até mesmo as duas, importante para a manutenção do status quo).

A violência demonstrada no documentário não está no ato em si, mas nas palavras e depoimentos de cada um. Por exemplo quando um presídiário demonstra a crueldade de nossa sociedade: "... nunca gostei de ser massacrado pela sociedade. A sociedade me massacra mesmo... minha avó tem 73 anos, trabalhou à pampa (sic) hoje é aposentada e nunca conseguiu nada. Que sociedade é essa?"

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

MURO



Ontem reli o livro de Mólnar, Meninos da Rua Paulo. Interessante o sentimento de ter um lugar onde a turma se encontra para dividir as angústias e alegrias, o que hoje chamam de point, no livro era o
grund. O nosso grund na Rua São Paulo era o muro que citei em outro post, onde ficávamos horas e horas sentados, à toa, conversando sobre o passado, o presente e o futuro, sonhando sonhos impossíveis e possíveis.

No livro de Molnár a turma se organiza para uma guerra em defesa do
grund e o final não é dos mais animadores, mesmo a turma tendo vencido a batalha, porque a guerra da vida continua. Analisando sob a ótica psicanalítica os contos de fada ou mesmo as novelas e filmes que assistimos, os finais só são felizes porque terminam. O "The End", "happy end" "e foram felizes para sempre" é ilusão. Se continuassem a contar as estórias, as coisas não seriam tão maravilhosas quanto os autores querem transparecer. Os problemas da rotina do dia a dia viriam esmagar o "happy end". No caso dos Meninos da Rua Paulo, o final é bem real, pois a vida continua e não é porque vencemos uma batalha que as coisas estão resolvidas. Afinal há momentos de alegrias e tristezas e devemos estar preparados para ambos.

Ao terminar de ler o livro me veio à tona o sentimento que tive, anos atrás, após muito tempo sem ter ido à Rua São Paulo, nosso reduto da adolescência (muitas vezes saía da aula no Primo Ferreira, à noite e ía para lá às sextas feiras para começar o final de semana no tédio do muro), nosso
grund, como no caso de Boka e sua turma, onde amenizávamos nosso duro dia a dia de trabalho e escola, de adolescentes proletários, e me deparei com a falta do muro. Como no livro citado acima, havíamos perdido nosso grund, não em uma batalha, mas para o progresso.

Foi um choque não encontrar nosso muro. Hoje não vive ninguém da nossa turma naquela rua. Alguns morreram, outros viraram traficantes, muitos (como eu) forma embora da cidade. E os que ficaram na cidade mudaram de lá, meio que renengando aquele passado glorioso, de jogos de bola no meio da rua, de brincadeiras de "Polícia e Ladrão", de jogos de bafo, de trocas de figurinhas da Copa... senti como se uma parte de mim havia sido demolida com o muro. Nunca mais consegui voltar lá.

O progresso destruiu nosso passado, que ficou apenas na lembrança dos poucos sobreviventes. Aquela casa cujo nosso muro cercava e protegia, nosso grund, era vazia, foi vazia durante anos e quando voltei era um comércio qualquer. Fiquei com a mesma sensação do personagem Boka, o general da turma da rua Paulo no final do livro de Mólnar "...afinal, a vida, da qual todos somos os soldados e os servidores, ora tristes, ora alegres".

domingo, 27 de dezembro de 2009

DOIS


Em 1986 o RPM de Paulo Ricardo era a unanimidade nas rádios e programas de televisão. Eles vendiam até figurinha nas bancas de jornal. Eram populares ao extremo. Mas havia uma pequena parcela de pessoas, interessadas em boa música, não apenas nos gritos histéricos das fás ensandecidas. Essa parcela esperava ansiosamente pelo 2º disco da Legião Urbana, que saiu intitulado apenas de "Dois". Esqueci de falar no post anterior desse disco. Ele lembra uma fase chuvosa das férias escolares, em que eu, meu irmão Renato e meu amigo Wagner ficamos trancafiados por 3 ou 4 dias jogando botão ao som de músicas como Fábrica, Índios e Quase Sem Querer. Foram dias cinzentos em que não podíamos sair de casa para jogar bola ou "brincar na rua", então ficamos jogando botão, xadrez, vez por outra aparecia o 'Neguinho', que trabalhava na feira, que falava tudo errado (bisquinho ao invés de bispo, por exemplo) mas que conseguia ganhar no xadrez do Wagner; de mim nunca ganhou.

Nosso grupo de roqueiros era visionário. Quando a música começava a tocar nas rádios, já havia passado pelo nosso crivo crítico. Algumas bandas nunca chegaram a tocar no rádio. Gostávamos e nos orgulhávamos desse pioneirismo e exclusividade.

Na época punk, parcos eram os momentos com as gurias, que davam de ombros para nós e torciam o nariz. Sentávamos naquele muro, que não era o de Berlim, mas nos separava do mundo dito "normal" na rua São Paulo, esquina com a Joaquim Távora, ao lado do Hospital Beneficiência Portuguesa, que dava nos fundos de um hospital psiquiátrico, que não lembro o nome. Chegamos a jogar bola com os internos, quando da reforma psiquiátrica. Os 'loucos' podiam' sair na rua, tinham programa de rádio (Rádio Tam Tam) e fizemos amizade com alguns deles. Provavelmente os puritanos da rua, que nos odiavam, os pais que impediam as gurias de se aproximarem dos "doidos", como éramos conhecidos e julgados, achavam que estávamos andando com os nossos pares, os internos.

Nossos dias eram entediados e cinzentos, mas nos divertíamos muito. Ao som de God Save The Queen, Anarchy In The UK, enfim, de todo o Nevermind The Bolocks, o único disco dos Sex Pisltols, levávamos a adolescência rebelde, achando que poderíamos mudar o mundo. Entre festas punks, olhos roxos por brigas com outras gangues, bocas remendadas por chutes de coturno dos carecas do subúrbio, a solidão do muro da rua São Paulo. Como o livro do escritor húngaro Ferenc Molnár e a música do Ira!, éramos os típicos "Meninos da Rua Paulo", e sentados no conforto do nosso muro discutíamos na nossa inocência adolescente, política, futebol, carnaval e samba ("... Johnny foi preso, extraditado pro Brasil, aquele país que está na corda bamba, que só tem carnaval, futebol e samba..." - Johnny - Garotos Podres), democracia, garotas (o que deveríamos fazer para termos a atenção delas), sexo (era um tabú imenso, para perder a virgindade somente na zona - alguns de nós se apaixonaram pela puta com que saiu pela primeira vez, tamanha era nossa carência), drogas e rock and roll e tantas outras coisas.

No Primo Ferreira, escola que fiz o 2º grau, ou o que hoje se chama Ensino Médio, cantei "Eu Não Matei Joana Dar'c" do Camisa de Vênus, em uma gincana que uniu de tudo, desde Conhecimentos Gerais, música para a escola ("Primo Ferreira me Maltrata, Estou Virando um Panaca" - versão de Psicopata do Capital Inicial, que eu fiz e cantamos para todo o colégio), futsal, vôley, xadrez, entre outras coisas, quase fui excomungado porque cantei "... eu nunca tive PORRA nenhuma com Joana Dar'c"! Imaginem, não podia falar PORRA. Era uma ofensa. Quase fui vaiado por cantar assim. Dias depois fui campeão de xadrez (eu era bom nisso). E o que eu escutava nessa época: Lobotomia, Cólera, Garotos Podres, Mercenárias, Violeta de Outono, Maria Angélica Não Mora Mais Aqui (o melhor nome de banda de todos os tempos) entre outras bandas punks e alternativas.


"... E agora, você quer que eu fique assim, igual a você. É mesmo, como vou crescer, se nada cresce por aqui?"

SESSÃO NOSTALGIA - MAIS DO MESMO OU VARIAÇÃO SOBRE O MESMO TEMA?

Para quem é muito fissurado em música, como é o meu caso, as fases da vida são lembradas por uma música específica. Como no final da 8ª série, que eu escutava incessantemente "Ask", "Cemetry Gates", entre outras do "Smiths", a banda da minha vida. Foi a fase "Rank", disco ao vivo póstumo de Morrissey e Cia. Tenho esse disco no famoso e nostálgico formato 'bolachão' ou LP. Nós fãs, sempre tivemos a ilusão de que, como Morrissey dissera em uma entrevista, que li na Revista Bizz (época em que era assinante) que se encontrasse Johnny Marr em uma esquina o chamaria para voltarem a fazer uma das parcerias mais importantes do rock mundial. Devo ter até hoje essa reportagem, amarelada pelo tempo, em páginas tipo jornal que vinham no meio da revista. Isso se as mudanças que tive desde os idos de 1988 conseguiram manter essas coisas em algum lugar.

Mas dizia sobre a questão das músicas que marcaram cada momento da minha vida. Lembro de quando meu grande amigo José Renato comprou o disco da Legião Urbana, Que País É Este. Éramos guris sonhadores, queríamos montar uma banda, nossa fase pré punk e pré entrada no mercado de trabalho. Fomos até a casa dele fazer uma escuta em 1ª mão e nos apaixonamos imediadamente por Faroeste Cabloco e Mais do Mesmo, que fecha o disco. O André Quinda, outro grande amigo da época, ficou inconformado com o erro da capa e da própria música que cantava "que país é 'eSSe'" e não "que país é 'esTe'", como a grafia da capa e o encarte com a letra. E eu pensava: o que importa é o conteúdo.

O "V", também da Legião, foi do começo do meu namoro com a Juliana. É o disco mais melancólico que eu já escutei. E eu vivia um romance proibido. Foi no 1º ano de faculdade, uma loucura, sair de casa, vida nova, liberdade, festas malucas, saudades e um grande amor. Víviamos o período do "Fora Collor". Lembro de ter participado ativamente de muitas passeatas e movimentos que depuseram nosso 1º presidente eleito pelo voto direto após a violenta e sangrenta ditadura militar. Não vivi a ditadura, porque era criança, mas sei que hoje seria impossível ter um blog como este; eu seria considerado subversivo e estaria nos porões sendo torturado. Músicas marcantes: a dilacerante "Vento no Litoral" e a música que conta a minha estória "O Mundo Anda Tão Complicado", pois largamos tudo para ficarmos juntos.

Voltando um pouquinho no tempo, o 1º disco que comprei com o produto do meu trabalho, ainda na 7ª série, quando dei aulas de matemática para o Erik e recebi uma graninha, comprei o 1º disco do Capital Inicial, ainda com músicas da época do Aborto Elétrico, banda que os irmãos Fê e Flávio faziam parte junto com Renato. Minha escolha foi simples: naquela época, 1985, tinha a censura ("A Censura, única entidade que ninguém censura...") e tinha uma tarja preta dizendo que era proibida a venda para menores de 18 anos. Não era não, pois eu comprei. E tinha 13.

Teve o 1º disco do Engenheiros Hawai, que anos mais tarde teve o seu auge sendo a banda das bandas. Fui ao show desse disco, no saudoso Caiçara Music Hall, na divisa entre Santos e São Vicente. Ainda não eram famosos, mas a música Toda Forma de Poder bombava em uma novela da Globo. Conheci uma guria que era apaixonada pelo Carlos Maltz. Tivemos um affair e nunca mais nos encontramos. Naquela época era praticamente impossível rever alguém que morava longe, não existia celular, computador, e-mail, msn, e outras tantas formas que hoje encurtaram as distâncias. Poucos tinham telefone. Não era o meu caso.

Depois veio a fase punk. Shows do cólera em São Paulo, passeatas de 7 de setembro, 6 de agosto contra armas nucleares e tantas outras. Nosso sonho era ser preso em uma dessas passeatas e sermos fichados na polícia; tínhamos 15 anos e nada na cabeça, além de sonhos de mudar o mundo e uma grande energia pela vida. Haviam as loucuras de shows no Circo Marinho, noites nos puteiros santistas, até nos descobrirem e nos expulsarem por sermos menores de idade na famosa rua General Câmara e muita, muita batida policial, como o caso da mais perigosa de todas, no morro do Jabaquara. Essa vale a pena um capítulo à parte. Mas fica para outra postagem.

Infelizmente não temos registro através de fotos dessa época. Idas para Cubatão para passar a noite em claro, na rua, voltas da Caneleira a pé, um bairro distante na Zona Noroeste (só Santos mesmo para designar uma região como Noroeste), bem distante, atrás do morro do Jabaquara, já citado aqui, após escutar um som na casa do Zé do Kiss, a pé, porres homéricos do Tuta, que caía na calçada desmaiado entre vômitos toda vez em que bebia. Sempre o deixávamos caído, abandonado, pois no dia seguinte ele não lembrava de nada. Bailes no Santos FC, onde quem discotecava era uma cara do Harry, uma banda de Santos, alternativa, que fazia a festa dos punks da BS (Baixada Santista) tocando Ramones, Sex Pistols, Joy Division. Hoje pode ser moda, mas naquela época era a escória.

E nesse movimento findou-se os anos 80, fui embora de Santos fazer faculdade, conheci novas bandas e outras músicas fizeram parte da minha vida. Foi a fase que descobri outras músicas que não apenas o punk rock e abri a mente para o hard rock e para a mpb. Inusitado, contraditório, mas enriquecedor musicalmente. E o "Mayday", banda formada por eu, Zé Renato, Branco e Ronaldo e que chegamos a ensaiar algumas vezes, terminou antes mesmo de sair do papel. Uma pena, pois éramos bons! Não como músicos, mas com idéias; e tínhamos diversas músicas escritas. Posteriormente sob a alcunha de "Alquimia", eu, Ronaldo, Nair e um guri que não lembro o nome, como vocalista, também ensaiamos e chegamos a nos inscrever em um festival; o Zé Renato encontro todas as férias que vou para Santos, fez doutorado em jornalismo, leciona em uma faculdade do Guarujá, tem um filho, o Lucas; o Branco se formou em algum curso superior, é agente da dengue e não temos contato, tem três filhos; o Ronaldo não terminou nem o 1º grau, pouco se sabe, depois de punk virou vegetariano, Hare Krishna e a última notícia que se soube é que estava em sampa, casado, com 1 filho e que era cozinheiro. O Nair não sei que fim deu, apenas que mora em Santos.


E tudo que vem à mente é que "... tudo passa, tudo passará..." mas sempre "... teremos coisas bonitas para contar..."!

P.S.: a foto é a vista da janela da sala do meu ap. A constradição da criação da natureza e do homem, as árvores e os inúmeros prédios do centro de Londrina.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

AS INESQUECÍVEIS CANÇÕES NATALINAS III



Hoje é véspera de natal. Mais um natal em minha vida, em nossas vidas. A música é um grande clássico do natal punk. Versos como "... eu quero matalo, aquele porco capitalista..." fizeram e fazem a alegria dos punks por esse país continente. Essa é inesquecível! Para alguns a obra prima natalina punk! Me incluo aqui!

Papai Noel Velho Batuta - Garotos Podres
(há uma variável - caso do que posto - papai noel filho da puta)

Papai Noel velho batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo!
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

Pobres, pobres...
Mas nós vamos seqüestrá-lo
E vamos matá-lo!

Por que?

Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!

Por que?


domingo, 20 de dezembro de 2009

ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA TÉCNICA QUALIFICADA


Li no Jornal de Londrina de hoje que as empresas de construção civil de Londrina estão buscando profissionais fora da cidade. Será que não temos desemprego por aqui? Não, claro. O que não temos é mão de obra qualificada, um problema do país. No jornal Folha de São Paulo também deste domingo li uma reportagem em que houve aumento no número de interessados em fazer Engenharia Civil, porém o número de cursos no país não aumentou na mesma proporção. Gilberto Dimenstein, em sua coluna dominical nesse jornal comenta que com a exploração do petróleo do pré sal e a falta de profissionais capacitados fará com que o país importe profissionais do exterior.

Investir em capacitação técnica é urgente em nosso país. A demanda que sempre foi grande aumenta consideravelmente a cada ano que passa e as pessoas não estão percebendo esse movimento. Mas não basta esperar o governo, as empresas, cada um deve fazer a sua parte.

Investir em capacitação técnica. Disso depende o desenvolvimento e cresimento econômico de nosso país. Ao governo cabe desenvolver políticas que facilitem o acesso a todos a educação profissional; às empresas cabe dar chance a profissionais sem experiência, mas com formação técnica; ao trabalhador cabe acordar e correr atrás da formação.

Muitos idealistas dirão que o mercado é perverso, que o capitalismo exige uma formação maior do que a necessária, porque tem mão de obra sobrando e etc. Sim, isso é verdade, as empresas não têm tempo, não querem dar tempo aos profissionais se prepararem ou investir mais em treinamento. Querem profissionais prontos. Isso é real.

São dois aspectos importantes do mesmo problema. Sei que é uma curta análise de um grande problema e um desafio enorme. Porém, o que, como trabalhadores escolheremos? Ficar de braços cruzados e reclamar e da conjuntura política econômica ou vamos nos capacitar e evitar uma invasão estrangeira para os nossos melhores postos de emprego?

Essa discussão me remonta ao livro "O Horror Econômico", onde a autora Viviane Forrester em determinado momento joga em nossas caras o que é pior: ser explorado para o capital ou viver à margem da sociedade desempregado? Friamente, eu prefiro a primeira opção.

OS 100 MAIORES DISCOS DA MÚSICA BRASILEIRA



Seguindo na onda da escolha de listas de melhores discos, a versão brasileira da revista Rolling Stone publicou em sua edição de outubro de 2007 uma listagem com os 100 maiores álbuns de música brasileira. Semelhante à escolha feita na versão internacional, pediram para 60 pessoas envolvidas na indústria musical entre estudiosos, produtores e jornalistas e cada um desses eleitores escolheram 20 discos, sem ordem de preferência. O resultado segue abaixo. Um detalhe importante é que aqui sim a opinião desse pessoal não bate com o público. Mesmo me considerando um entendido de música fiquei surpreso com o top 10, principalmente com o disco que encabeça a listagem, Acabou Chorare, dos Novos Baianos, de 1972, apesar de ser um disco que poderia ser considerado Best Off da banda. O disco que 10 entre 10 pessoas que conheço escolheriam para ficar no topo ficou com o 2º lugar. A Sétima Efervescência, disco considerado o maior disco de rock gaúcho de todos os tempos, do Júpiter Maçã ficou com a 96ª posição e acredito que poderia constar no top ten com todo mérito, pois é uma obra prima. Senti falta também do disco DeFalla da banda homônima, na minha opinião o melhor disco de rock nacional dos anos 80. O melhor disco do IRA!, Mudança de Comportamento também não aparece na lista e mais uma infinidade de álbuns que não aparecem. Enfim, listas como essas servem apenas para que tenhamos uma idéia , mas não para acharmos que é uma bíblia.

Abaixo a lista completa.

  1. Acabou Chorare – Novos Baianos (1972)
  2. Tropicália ou Panis et Circensis – Vários (1968)
  3. Construção – Chico Buarque (1971)
  4. Chega de Saudade – João Gilberto (1959)
  5. Secos e Molhados – Secos e Molhados (1973)
  6. A Tábua de Esmeralda – Jorge Ben (1972)
  7. Clube da Esquina – Milton Nascimento & Lô Borges (1972)
  8. Cartola – Cartola (1976)
  9. Os Mutantes – Os Mutantes (1968)
  10. Transa – Caetano Veloso (1972)
  11. Elis & Tom – Elis Regina e Antônio Carlos Jobim (1974)
  12. Krig-Ha Bandolo – Raul Seixas (1973)
  13. Da Lama ao Caos – Chico Science & Nação Zumbi (1994)
  14. Sobrevivendo no Inferno – Racionais MC’s (1998)
  15. Samba Esquema Novo – Jorge Ben (1963)
  16. Fruto Proibido – Rita Lee (1975)
  17. Racional Volume 1 – Tim Maia (1975)
  18. Afrociberdelia – Chico Science & Nação Zumbi (1996)
  19. Cabeça Dinossauro – Titãs (1986)
  20. Fa-Tal – Gal a Todo Vapor – Gal Costa (1971)
  21. Dois – Legião Urbana (1986)
  22. A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado – Os Mutantes (1970)
  23. Coisas – Moacir Santos (1965)
  24. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura – Roberto Carlos (1967)
  25. Tim Maia – Tim Maia (1970)
  26. Expresso 2222 – Gilberto Gil (1972)
  27. Nós vamos Invadir Sua Praia – Ultraje a Rigor (1985)
  28. Roberto Carlos – Roberto Carlos (1971)
  29. Os Afro-Sambas – Baden Powell, Quarteto em Cy e Vinícius de Moraes (1966)
  30. A Dança da Solidão – Paulinho da Viola (1972)
  31. Carlos, Erasmo – Erasmo Carlos (1970)
  32. Pérola Negra – Luis Melodia (1973)
  33. Caymmi e Seu Violão – Dorival Caymmi (1959)
  34. Loki? – Arnaldo Baptista (1974)
  35. Estudando o Samba – Tom Zé (1976)
  36. Falso Brilhante – Elis Regina (1976)
  37. Caetano Veloso – Caetano Veloso (1968)
  38. Maria Fumaça – Banda Black Rio (1977)
  39. Selvagem? – Os Paralamas do Sucesso (1986)
  40. Legião Urbana – Legião Urbana (1985)
  41. Meus Caros Amigos – Chico Buarque (1976)
  42. O Bloco do Eu Sozinho – Los Hermanos (2001)
  43. Refazenda – Gilberto Gil (1975)
  44. Mutantes – Os Mutante (1969)
  45. Raimundos – Raimundos (1994)
  46. Chaos A.D. – Sepultura (1993)
  47. João Gilberto – João Gilberto (1973)
  48. As Aventuras da Blitz – Blitz (1982)
  49. Racional Volume 2 – Tim Maia (1976)
  50. Revolver – Walter Franco (1975)
  51. Clara Crocodilo – Arrigo Barnabé (1980)
  52. Cartola – Cartola (1974)
  53. O Novo Aeon – Raul Seixas (1975)
  54. Refavela – Gilberto Gil (1977)
  55. Nervos de Aço – Paulinho da Viola (1973)
  56. Amoroso – João Gilberto (1977)
  57. Roots – Sepultura (1996)
  58. Antônio Carlos Jobim – Tom Jobim (1963)
  59. Canção do Amor Demais – Elizeth Cardoso (1958)
  60. Gil e Jorge Ogum Xangô – Gilberto Gil e Jorge Ben (1975)
  61. Força Bruta – Jorge Ben (1970)
  62. MM – Marisa Monte (1989)
  63. Milagre dos Peixes – Milton Nascimento (1973)
  64. Show Opinião – Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale (1965)
  65. Nelson Cavaquinho – Nelson Cavaquinho (1973)
  66. Cinema Transcendental – Caetano Veloso (1979)
  67. Ã�frica Brasil – Jorge Ben (1976)
  68. Ventura – Los Hermanos (2003)
  69. Samba Esquema Noise – Mundo Livre S/A (1994)
  70. Getz/Gilberto Featuring Antônio Carlos Jobim – Stan Getz, João Gilberto e Antônio Carlos Jobim (1963)
  71. Noel Rosa e Aracy de Almeida – Aracy de Almeida (1950)
  72. Jardim Elétrico – Os Mutantes (1971)
  73. Angela Ro Ro – Angela Ro Ro (1979)
  74. Õ Blésq Blom – Titãs (1989)
  75. Tim Maia – Tim Maia (1971)
  76. A Bad Donato – João Donato (1970)
  77. Canções Praieiras – Dorival Caymmi (1954)
  78. Gilberto Gil – Gilberto Gil (1968)
  79. Ã�libi – Maria Bethânia (1978)
  80. Gal Costa – Gal Costa (1969)
  81. Psicoacústica – Ira! (1988)
  82. O Inimitável – Roberto Carlos (1968)
  83. Matita Perê – Tom Jobim (1973)
  84. Qualquer Coisa/Jóia – Caetano Veloso (1975)
  85. Jovem Guarda – Roberto Carlos (1965)
  86. Beleléu, Leléu, Eu – Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia (1980)
  87. Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão – Marisa Monte (1994)
  88. Nada Como Um Dia Após O Outro Dia – Racionais MC’s (2002)
  89. Carnaval na Obra – Mundo Livre S/A (1998)
  90. Quem é Quem – João Donato (1973)
  91. Cantar – Gal Costa (1974)
  92. Wave – Tom Jobim (1967)
  93. Lado B, Lado A – O Rappa (1999)
  94. Vivendo e Não Aprendendo – Ira! (1986)
  95. Boces Bárbaros – Gil, Bethânia, Caetano e Gal (1976)
  96. A Sétima Efervescência – Júpiter Maçã (1996)
  97. Araçá Azul – Caetano Veloso (1972)
  98. Elis – Elis Regina (1972)
  99. Revolução por Minuto – RPM (1985)
  100. Circense – Egberto Gismonti (1980)

sábado, 19 de dezembro de 2009

OS MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

A revista americana Rolling Stone, conceituada publicação musical, em 2003 publicou uma eleição feita com 273 músicos de rock, críticos de música e pessoas ligadas à indústria musical, sobre os 500 melhores álbuns de todos os tempos. Cada um desses 273 escolhidos para a eleição fizeram uma lista com os que consideraram os 50 melhores álbuns. The Beatles foram os vencedores, com o maravilhoso álbum Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band. A escolha foi óbvia, pois esse é considerado o disco que divide a música pop mundial, antes e depois do Sgt. Pepper's. Outra informação que não é novidade que os Beatles têm 4 discos no top 10. Revolver em 3º, Rubber Soul em 5º e White Album em 10º mostram que os Beatles são imbatíveis mesmo. Abaixo a lista do Top 10:

2. Pet Sounds, The Beach Boys

3. Revolver, The Beatles

4. Highway 61 Revisited, Bob Dylan

5. Rubber Soul, The Beatles

6. What's Going On, Marvin Gaye

7. Exile on Main Street, The Rolling Stones

8. London Calling, The Clash

9. Blonde on Blonde, Bob Dylan

10. The Beatles ("The White Album"), The Beatles

Uma curiosidade é que o disco mais vendido da história Thriller, de Michael Jackson, ficou apenas com a 20ª posição, demonstrando claramente a distância entre crítica e público.

Na mesma edição da revista foram eleitas as 500 melhores músicas de todos os tempos e a surpresa é que nenhuma música do álbum Sgt. Pepper's está no top 10. A melhor música de todos os tempos foi Like a Rolling Stone, de Bob Dylan. Outra surpresa é que a música melhor colocada dos Beatles foi Hey Jude, do último álbum da banda, Let It Be, em 8º lugar. O álbum teve a 86ª colocação.

Abaixo o top 10 das músicas:

1. Like a Rolling Stone, Bob Dylan

2. Satisfaction, The Rolling Stones

3. Imagine, John Lennon

4. What's Going On, Marvin Gaye

5. Respect, Aretha Franklin

6. Good Vibrations, The Beach Boys

7. Johnny B. Goode, Chuck Berry

8. Hey Jude, The Beatles

9. Smells Like Teen Spirit, Nirvana

10. What'd I Say, Ray Charles

A música do astro pop Michael Jackson, do disco mais vendido de todos os tempos melhor colocada é Billie Jean em 58º lugar.

Para ouvir a música Like a Rolling Stone acesse:
http://www.4shared.com/file/62639925/a176e11e/069_-_Bob_Dylan_-_Like_A_Rolli.html?s=1

Para ouvir Hey Jude acesse http://www.4shared.com/file/7921710/176843a0/The_Beatles_-_24_-_Hey_Jude.html?s=1

Para ouvir Billie Jean acesse http://www.4shared.com/file/114150821/b3e5cfa7/Michael_Jackson_-_Billie_Jean.html?s=1

E para acessar a lista completa tanto dos álbuns quanto das músicas acesse http://www.rollingstone.com/news/story/5938174/the_rs_500_greatest_albums_of_all_time

É NATAL?!

AS INESQUECÍVEIS CANÇÕES NATALINAS II

Dando continuidade às canções natalinas punks inesquecíveis, um clássico do Cólera. A letra diz tudo e continua atualíssima, como as grandes canções dos anos 80, não são datadas. Ainda mais hoje em dia, nossa sociedade muito mais consumista, hipócrita e individualista do que nunca. Preste atenção na letra e ouça no volume máximo.

É Natal?!

Cólera

É natal?! É natal?! Se é natal não sei?!
Se é natal?! Se é natal?!
Se é natal não sei!!!
Os pobres ficaram bem mais pobres
Os ricos muito muito ricos
O comércio fica aberto dia e noite
Os presentes e chantagens
Todos trocam sem pensar
para no dia seguinte se odiar. (É natal?!...)
Os assaltos multiplicam
Guerras seguem sem parar
Matam animais atoa, só para treinar
Não preciso de pretexto
Não preciso de natal
Todo dia é importante
Todo dia é igual. (É natal?!)


GLOBO DE OURO




Todos os entendidos de cinema dizem que o Globo de Ouro é a prévia do Oscar. E isso é real, pois filmes premiados naquele geralmente vão bem neste. Desta feita os filmes que lideram as indicação ao prêmio são Amor Sem Escalas, com George Cloney e direção de Jason Reitman (Juno 2007 - Canadá, Hungria, EUA), que entrará em cartaz no Brasil em fevereiro próximo e Nine, um musical com Daniel Day-Lewis e Penélope Cruz, direção de Rob Marshall, que estréia por essas plagas em janeiro próximo. O primeiro filme ganhou 6 indicações (categorias: melhor filme dramático, direção, roteiro, ator dramático - para George Clooney - e atriz coadjuvante - para Vera Farmiga e Anna Kendrick). Nine, o segundo mais indicado, concorre em 5 categorias, entre elas melhor musical ou comédia, além de indicações para as atuações de Daniel Day-Lewis, Penelope Cruz e Marion Cotillard. Como a premiação será dia 17 de janeiro, o que inviabiliza nossa apreciação prévia dos indicados.

Também competem pelo prêmio de melhor comédia ou musical o filme "(500) Dias com ela", "Se beber, não case" (uma bobagem pós adolescente, muito sem graça),"Simplesmente complicado" e "Julie & Julia", ambos estrelados por Meryl Streep.

Para saber a lista completa, acesse http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL1415691-7086,00-CONFIRA+A+LISTA+DOS+INDICADOS+AO+GLOBO+DE+OURO.html

domingo, 13 de dezembro de 2009

SOLIDÃO É CONTAGIOSA


Um estudo feito por feito por pesquisadores da Universidade de Chicago, da Universidade de San Diego-California e de Harvard indicou que a solidão é contagiosa, como um vírus. A descoberta foi publicada no Journal of Personality and Social Psychology, em sua edição de 1º de dezembro.

O artigo começa quase que se explicando da contradição que o tema apresenta, solidão ser contagiante... os pesquisadores concluíram que a solidão seria uma doença infecciosa mental. O estudo sugere que o comportamento isolado, cauteloso e desconfiado dos solitários, que mantém seus contatos e amizades de longe (a internet auxilia e muito nisso) pode conduzir os outros a fazerem o mesmo. O artigo, pouco esclarecedor, está no site da BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese/learningenglish/witn/2009/12/091202_solidaocontagio_fp.shtml).

Um pouco mais esclarecedor, o tema foi tratado no jornal "O Estado de São Paulo" (http://www.estadao.com.br/noticias/geral,solidao-e-tao-contagiosa-quanto-a-gripe-diz-estudo,475013,0.htm). "Detectamos um padrão extraordinário de contágio que leva as pessoas a se moverem para a beira da rede social quando se tornam solitárias", disse o psicólogo John Cacioppo da Universidade de Chicago.

Antes de perder seus amigos os solitários transmitem os sentimentos para os mais próximos, tornando-os também solitários. Além disso, o estudo mostrou que as pessoas ao ficarem solitárias confiam menos nos outros e assim dificultando formarem novas amizades. As sociedades parecem desenvolver uma tendência natural para isolar as pessoas solitárias. Segundo os pesquisadores, é importante reconhecer a solidão e lidar com ela antes que se espalhe.

O estudo é interessante, científicamente pode ser comprovado? Não sei. Porém, generalizar comportamentos humanos é muito preocupante, porque não levamos em consideração as inúmeras variáveis e particularidades de cada ser humano. Cada um responde a um estímulo de forma diferente. O que pode motivar para uns pode empurrar para o ostracismo outros. Em uma sociedade mundial, como a nossa, estudos como o apresentado são muito valorizados. Kuhn critica esse modelo de se fazer ciência, porque os conceitos são formados através de generalizações simbólicas, modelos particulares, valores compartilhados.

JESUS CRISTO VAI VOLTAR



Banda: Sangue Sujo

Composição: Wander Wildner

Jesus Cristo vai voltar.Aleluia!
Em Porto Alegre ele vai morar.Aleluia!
As pessoas vão gostar.Aleluia!
Nossa vida vai melhorar.Aleluia!

Os cristão pedindo a sua volta esperavam por essa hora
Todos juntos num mutirão pois jesus é a salvação
Todos querem um mundo melhor
Todos querem viver em paz
Agora sim vai ser legal,pq jesus é o canal

Mas em que bairro Jesus vai ficar?
Em que rua Jesus vai morar?
Na Santa Cecília ou na Conceição?
No Espírito Santo ou na Assunção?

Todos querem que ele fique na sua rua
Mamãe quer que ele fique lá em casa
Tô achando que isso vai dar uma grande confusão
Mas numa hora dessas cada um é mais cristão

Aleluia!

AS CANÇÕES NATALINAS INESQUECÍVEIS




Natal é época de liberarmos nossos sentimentos mais humanos e nóbeis que guardamos lá no fundo da alma e que ficam escondidos e esmagados por sentimentos, diria não muito bonitos de serem demonstrados, mas que estravasamos no dia a dia. Ou seja, o natal é o período de sermos mais compreensivos com todos os filhos da puta que nos oprimem e que nos deixam estressados, que nos sufocam e que nos fazem extremamente raivosos; sentimentos esses que demonstram a nossa verdadeira vocação animal, sentmentos nada dignos para serem apresentados nessa época de festas. Mas depois que passar esse período podemos voltar a sermos nós mesmos em nossa essência.

Mas vamos a um pouquinho de história. Procurei no Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal) e lá tem coisas muito interessantes sobre o assunto; e, como todos sabem, o dia 25 de dezembro é comemorado o nascimento de Jesus de Nazaré. Porém, segundo estudos, essa não é data real do nascimento de Jesus. A igreja entendeu que deveria cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam. A data 25 de dezembro foi escolhida por coincidir com as festividades romanas dedicadas ao deus do sol invencível, comemorando o solstício (tempo em que o Sol se acha no ponto mais afastado do equador e aparece, durante alguns dias) do inverno. Enfim, click no link e saiba mais.

Entretanto, o motivo dessa postagem é sobre as canções natalinas inesquecíveis, só que para os punks. Falei de Jesus, porque o natal representa o seu nascimento e também porque a primeira canção inesquecível para os punks, é "Jesus Cristo Vai Voltar", do cara mais punk que eu já conheci, Wander Wildner. Como diz a música, todos querem que Ele volte, mas ninguém pensou onde ele irá morar. Com certeza, quando Ele voltar, isso dará uma grande confusão e será motivo de brigas, ciúme e muitos problemas. Muita gente pensará nos lucros turísticos de Tê-lo por perto. Ouça a música, preste atenção na letra, um pouco sarcástica, diria... porém a realidade. Ah, o som está uma merda, infelizmente não consegui coisa melhor. Boa diversão!

sábado, 5 de dezembro de 2009

NOVA ERA TECNO



Falando apreensão da subjetividade, desvalorização da mão de obra, revolução industrial, marxismo, nada mais original que a música da grande Plebe Rude. Abaixo a letra da música para reflexão.

Bem vindo micro, não sei pra que te apresentar
ele fará tudo por você, no seu lugar

Baixa, baixa, baixa o nível um pouco mais
Nova era techno te deixou pra trás

Eu quero ser um técnico
apertar botões no meu robô
informações ao meu dispor

O seu futuro já chegou!

Vem brincar com o novo brinquedo
antes que ele acabe por querer brincar com você

Baixa, baixa, baixa o nível um pouco mais
Nova era techno te deixou pra trás

Na primeira revolução industrial
a maquina substituiu o trabalho braçal
Na segunda revolução industrial
a maquina substituiu o trabalho mental

Se voce quiser trabalhar
você vai ter esperar na sua casa

O programa memorável, bons tempos de Faustão, no Perdidos na Noite da Bandeirantes. Embora o melhor era a época da TV Record, esse sim um dos melhores programas de auditório da televisão brasileira. Poucos tiveram o prazer de assistir.

O TRABALHADOR E A SUBJETIVIDADE

Muito se fala do trabalhador desenvolver competências, conhecimentos, ser criativo e tantos outros adjetivos pertinentes que levam à empregabilidade. Além disso, outro aspecto importantea ser desenvolvido para quem quer ser empregável (útil ao capitalismo) é o comprometimento. Sem essas características o indivíduo torna-se descartável, imprestável, inútil. Diversos autores discorrem sobre esse tema em seus artigos. divergentes em alguns pontos, têm em comum um fator: a responsabilidade é toda do trabalhador.

Vejamos (ou tentemos esclarecer) o porquê.

Na época pré revolução industrial, em que tudo era produzido manual e artesanalmente, antes do advento das máquinas, o trabalho se moldava às características do trabalhador. Vale ainda salientar que isso é anterior à administração científica do trabalho e de qualquer tipo de tentativa de organização do trabalho, algo impensável para a época. Ou seja, havia o predomínio do elemento subjetivo (trabalhador) sobre o elemento obejtivo da produção. Com a revolução industrial as máquinas passaram a exercer atividades antes sob a responsabilidade do homem. Foi então possível estudar e necessário uma nova organização do trabalho, a tal da administração científica. Surgiram então os "ismos" (taylorismo, fordismo, toyotismo, volvismo). Aos poucos o capital passou a apreender um outro campo antes intransponível, o campo da subjetividade.

A partir do domínio da subjetividade do trabalhador o capitalismo se renovou e passou então toda a responsabilidade para os trabalhadores. Por isso a culpa pelos resultados negativos, a cobrança e tantos outros sentimentos que nos fazem reféns das empresas em que trabalhamos. O trabalhador aprisionado em todas as instâncias (físicas, psíquicas, intelectuais e mesmo religiosas). Interessante que pouco se fala sobre a empresa desenvolver atividades que sejam motivadoras, desafiadoras, estimulantes. A responsabilidade é toda do trabalhador. E quando se fala na empresa, o discurso é de que os líderes (quem são eles, senão uma parcela de trabalhadores explorados, mas com salários melhores?) devem selecionar, treinar, receber melhor os trabalhadores. E a responsabilidade das empresas? Até aqui não vi ainda.

Como se percebe, muito se fala de aspectos extrínsecos à empresa, principalmente intrínseco ao trabalhador, mas pouco se discute sobre aspectos como melhores salários, benefícios e mesmo condições melhores de trabalho.

Entretanto, o que fazer diante dessa realidade? Não dançar conforme a música? Isso é um luxo que poucos podem se dar. Atualmente milhões de pessoas sofrem com a falta de uma vaga de emprego e tantos outros por trabalharem em excesso. Vivane Forrester, em "O Horror Econômico", reflete a certa altura: o que é pior, ser explorado pelo capitalismo ou viver à margem da sociedade, desempregado?


CAMPEONATO BRASILEIRO


Estamos no final de semana que decide o campeão brasileiro. Muita polêmica foi criada em torno do que a diretoria do Tricolor Gaúcho teria dito sobre entrar no Maracanã com o time reserva. Isso prejudicaria não só o Inter, grande rival gaúcho, como também o São Paulo e o Palmeiras. Ora, brasileiro tem memória curta mesmo. Ano passado a situação estava inversa, o Imortal Tricolor precisava que o mesmo Inter tirasse pontos do São Paulo e o time não só facilitou, como também jogou com o time misto. E tomou de 3 a 0. O São Paulo foi campeão, com competência e muita, mas muita ajuda da arbitragem; foi assim contra o Botafogo no Rio de Janeiro e contra o Goiás, naquele vergonhoso gol em impedimento. Entre outros casos que agora a memória me é inimiga e me deixa na mão. Não fossem esses episódios e não teria ganho o campeonato.

Como gremista, não vejo problema em entrar com o time misto. Pobre do Palmeiras, que não deve nada nessa estória, mas que será prejudicado, mas nem Inter e muito menos São Paulo, têm do que reclamar. Ambos são alvo daquilo que desde criança ouço a sabedoria popular versar: a justiça tarda mas não falha.

Polêmicas à parte, acredito que Flamengo, Inter e São Paulo ganhem seus jogos. Palmeiras deve tropeçar contra um Botafogo desesperado para fugir do rebaixamento. Por falar nisso, na outra ponta da tabela, Sport e Náutico voltam para o Recife e para a segunda divisão de mãos dadas. Junta-se a eles, muito provavelmente o Santo André, que não passa pelo Inter e a briga fica feia entre os outros 3 que tentam fugir do "inferno" da segundona: além do Botafogo, Coritiba e Fluminense travam uma batalha de vida ou morte na capital paranaense. Essa briga será mais emocionante que a do título.

domingo, 15 de novembro de 2009

O FIM DA CPMF

Opa, algum desavisado dirá que estou ultrapassado, que desde o ano passado não pagamos CPMF e que devo estar sem assunto para o blog. O fato é que nunca deixamos de pagar o imposto do cheque. Muito alardeado por políticos demagogos (isso é praticamente um traço de personalidade dessa 'espécime'), aqueles mesmos que quando estavam no poder criaram o imposto, e reclamado exaustivamente pelo governo, aquele mesmo que na oposição era contra, a CPMF não terminou. Apenas deixaram de recolher para o governo. Empresários, banqueiros, especuladores, enfim, todos que ganham dinheiro explorando o pobre consumidor, nunca deixaram de cobrar a CPMF, só que com a morte de quem nunca morreu, passaram a engordar seus bolsos. Ou alguém soube de preços terem diminuido após o governo ter sido impedido de cobrar o tributo?

Em Londrina vivemos um caos na área da saúde, bem maior do que no resto do país. Se alguém quer discutir sobre a qualidade do sistema de saúde pública nesse país continental, que assista ao documentário Sicko, de Michael Moore. Mas essa não é a minha intenção. Apenas quero dizer que em Londrina o governo municipal não tem repassado para os hospitais e médicos a verba que recebe do governo federal referente ao atendimento do SUS. Será um movimento de pressão para a volta da famigerada CPMF? O que estará por tras disso?

Por falar em volta da CPMF, ela é real e agora atende ao nome de CSS ou Contribuição Social para Saúde. Algumas diferenças entre a CPMF e a CSS: a 2ª será permanente; terão isenção os aposentados, os pensionistas da Previdência Social, seguro-desemprego, saques do fundo de garantia e do PIS, além dos trabalhadores que tenham renda inferior à R$ 3.088,00.

A oposição chiou, diz que a carga tributária é alta e etc, etc, etc. Lembrem-se, são os mesmos que governaram o país desde a reabertura democrática. O governo diz que é essencial e que sem essa verba a saúde pública vai piorar, não é possível financiar e mais blá blá blá. São os mesmos que durante todo o governo anterior sempre foram contra a alta carga tributária.

E nós, que ralamos e suamos para sobreviver, onde ficamos? Quem será por nós? O Chapolim Colorado? Nem mesmo ele, pois é um herói mexicano. Aqui por essas plagas nem heróis temos. Triste sina a nossa...

sábado, 14 de novembro de 2009

VITAL E SUA MOTO

A minha predileta, pena que não pude colocar o clipe original, que está no link
http://www.youtube.com/watch?v=InXqZoeCXY4&feature=fvw


HERBERT DE PERTO

Acabei de voltar do cinema. Fui assistir ao filme Herbert de Perto, uma espécie de documentário sobre a vida do frontman do Paralamas do Sucesso. Foi interessante lembrar de coisas que vivi, bandas dos anos 80, época em que o rock nacional estourou. Lembrei, enquanto assistia, ao que escutava na época, bandas gaúchas como Replicantes, Nenhum de Nós, TNT e Engenheiros do Hawai. Lembro que fui no primeiro show de Humberto Gessinger & Cia na baixada santista, ainda com Humberto na guitarra e o baixisa Marcelo Pitz, que saiu logo após o primeiro álbum. Até arrumei uma paquera nesse show, que era louca pelo Carlos Maltz, baterista da banda. Esqueci de falar que escutava muito Defalla, a minha banda predileta de Porto Alegre nessa época. Também escutava as bandas mais famosas, que tocavam nas rádios de todo o país, como Capital Inicial (meu primeiro disco comprado com o meu dinheiro ganho de umas aulas particulares de matemática, já fui bom nisso...), Plebe Rude e Legião Urbana, além da febre do final dos 80, os Titãs. Paralamas nunca fui muito fã, lembro de dizer, quando eles mudaram um pouco as características musicais e viraram o xodó da crítica, que eles eram bem melhores quando imitavam o Police. Mas também fui a um ou outro show deles.

Fiz esse preâmbulo, até de certo ponto longo para um blog, porque era nisso que eu pensava enquanto o filme corria na tela. Em se tratando do filme, confesso que me decepcionei. Esperava um pouco mais de detalhes do começo da banda e das bandas com quem eles conviveram no início. Até mostraram algo, mas de uma forma muito superficial. Focaram mais na recuperação e no exemplo de força de vontade e perseverança que Herbert teve para dar a volta por cima.

Uma coisa que me marcou foi a fala da mãe dele, comentando sobre quando o vocalista dos paralamas voltou do coma dizendo que havia encontrado com Lucy (sua esposa, que morreu no acidente que o deixou paraplégico) em um caminho e esta informou que não era para ele seguí-la, uma vez que ela havia morrido e ele teria uma missão e não poderia morrer nesse momento. Delírio ou não, diálogo romanceado ou não, achei uma passagem bonita do filme.

Para os fãs, imperdível, para quem curtiu os anos 80, idem. Para quem gosta de música boa, dou o mesmo conselho. E se queres assistir a um documentário bem feitinho, que mescla imagens do passado e do presente, vale a pena conferir.

domingo, 8 de novembro de 2009

RESILIÊNCIA

A palavra resilência é oriunda da física como sinônimo de transformar a energia de um problema em uma solução. Está aí no google, busque e verás isso como resposta ao termo. Hoje em dia, muito em moda na administração de pessoas, principalmente pela psicologia, como uma forma de buscar forças no sofrimento psiquico existente na organização do trabalho e no choque de culturas e valores nas relações de trabalho. De uma forma indireta, é a capacidade das pessoas se adaptarem às pressões e ao stress da vida organizacional moderna. A resiliência é então, a capacidade para superar a adversidade, um recurso de enfrentamento que permite transcender perdas e sobreviver ao stress.

As caracterísitcas que os resilientes apresentam são de otimismo, confiança, perseverança, habilidade para resolver problemas, flexibilidade. Legal. Mas como ser resiliente? É possível desenvolver essa preciosidade? Particularmente acredito que sim e o primeiro passo é ver os problemas sob uma ótica positiva, não se abater no primeiro revez, perseverar. Embora a resiliência tenha carga genética e dependa de um ambiente que forneça fatores de proteção.

Cada vez mais são cobrados resultados dos trabalhadores; como o perfil do trabalhador do presente e do futuro é de flexibilidade, facilidade para aprender, criatividade, perseverança (percebe a semelhaça com o resiliente?) entre tantas outras características comportamentais e capacidades que estamos cansados de ouvir, não é possível mais ter o controle absoluto sobre o trabalhador. Se o controle fosse o mesmo de 30 anos atrás, não seria possível desenvolver as características citadas. Portanto, aquele controle rígido não existe mais, porém, hoje o controle é sutil, é dado ao trabalhador a falsa autonomia de trabalho. É o que se convencionou chamar de controle da subjetividade. Assim, a culpa dos resultados negativos nunca é da empresa e sim do próprio trabalhador. Ele se cobra tanto que se sente culpado por não apresentar os resultados esperados ou por não ter o perfil que a empresa necessita.

Por que essa mutação no mundo do trabalho? Nossa, em poucas linhas será difícil explicar, mas a globalização geradora de uma concorrência voraz (nossa como utilizo adjetivos exagerados), moldou esse perfil. Dizem os marxistas que o capitalismo se transforma toda vez que se sente ameaçado. E para não perder espaço sofre mutações ao longo da história. Faz sentido.

SUBWAY TRAIN

E para quem curtiu, curte ou quer cohecer a banda que foi influência de diversas bandas que fizeram história no rock mundial, aí vai a original Subway Train.

EVERYDAY IS LIKE SUNDAY

EVERYDAY IS LIKE SUNDAY - II

Entre outras coisas, essa noite sonhei que estava dirigindo um carro e escutando o velho Mozza, aquele meu ídolo da adolescência, que mudou a minha vida. Para o bem e para o mal. E como não poderia deixar de ser diferente, em um domingo como esse, chuvoso e aconchegante, a trilha sonora ser essa música. O clipe original não foi possível incorporar, então posto essa ao vivo, que tem uma linda introdução de Subway Train (New York Dolls é foda!). O link está no post anterior a este.

Para quem quiser assistir ao clipe original, com os modelitos anos 80, basta abrir o link:
http://www.youtube.com/watch?v=NhdOQ5BnBys&feature=fvst

A letra exageradamente melancólica e triste, marca registrada do Morrissey, encantou e encanta os fãs de outrora e os novos.

DOMINGO CINZENTO

Fiquei uns dias afastado do blog e provavelmente a meia duzia de pessoas que acompanham não sentiram falta. A correria do dia a dia (sempre a mesma desculpa, já repararam como utilizamos "a correria do dia a dia" para justificar um montão de coisas que deixamos de fazer?) não me permitiu acessar o blog. Mas hoje, embora tenha acordado tarde, resolvi escrever alguma coisa nova.

Hoje está um domingo cinzento e chuvoso, desses que inspiram os poetas e que entristecem os amantes, que relaxam os estressados, enfim, um domingo agradável para quem quer ficar só consigo mesmo. E olhar pela janela do 16° andar, os arranha-céus do centro de Londrina, anuveados pelos pingos da chuva é privilégio de poucos. Infelizmente não é privilégio meu, pois moro no 1° andar. Mas sempre sonhei com o 16°, não entendo e não parei para refletir do porquê.

Ontem foi um sábado esquisito, meio quente, meio frio, meio chuvoso, meio ensolarado, mas acima de tudo, um dia traumático. Fui testemunha de dois acidentes envolvendo motos. Entra para a estatística, já que esse tipo de acidente é muito comum. O primeiro foi aqui na Av. Higienópolis, logo após o almoço, uma guria avançou a preferencial, provavelmente sem notar a moto vindo, o que acontece mesmo, pois por ser tão "pequena" não entra em nosso campo de visão. Então bateu em cheio no rapaz. Ele levantou em seguida, na verdade nem chegou a cair, mas sentindo foi saltitando até a calçada, com certeza sentindo fortes dores. Se machucou, apesar do carro estar em baixa velocidade, uma vez que era um cruzamento.

O segundo acidente foi mais grave. Estava saindo do cinema (Almoço em Agosto - filme italiano, simplesinho e gostoso, como todo filme italiano, com uma temática sobre a solidão na 3ª idade), na Av. Tiradentes (cinema do Contour) e um guri de moto passou o sinal vermelho e bateu em uma blazer. O guri voou, literalmente e do jeito que caiu ficou, sorvendo sangue sem parar, inconsciente. Muito triste, chamamos o Samu, que demorou menos de 10 minutos (eles prestam um serviço excelente), apesar que os 10 minutos foram uma eternidade. O conceito de tempo é muito relativo mesmo. Não sei o que aconteceu com o guri, a família que estava na blazer, com um bebezinho de poucos meses, estava em estado de choque.

É assim que se formam os traumas. Procurei na internet a origem da palavra trauma. Vem do grego e significa ferida. No campo psiquíco é muito utilizado para explicar as consequências que situações violentas provocam no psiquismo. E assim, por uma somatória de experiências ou mesmo por uma única vivência, causam um impacto que se fixa e não consegue ser trabalhado pelo psiquismo.

Sem me alongar muito, na base etmológica de muitas neuroses e mesmo psicoses, há traumas que ocorreram muito cedo, principalmente durante o desenvolvimento infantil. Uma vez que essas experiências passam a fazer parte do psiquismo, produzem sintomas que se repetem, como forma de tentativa de liberação de energia. Como vemos, sentimos e experienciamos, ao longo de nossas vidas, nem sempre conseguimos liberar a energia e nos livrarmos de alguns traumas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

THIS CHARMING MAN - ORIGINAL THE SMITHS

MORRISSEY DESMAIA EM SHOW

Morrissey, ex-vocalista, letrista e líder da maior banda de todos os tempos após os Beatles, desmaiou em show no sul da Inglaterra enquanto interpretrava umas das músicas mais lindas dos Smiths, "This Charming Man".

Pelo que li em sites, ele cambaleou no palco e caiu, foi levado pelo pessoal da técnica. Esse ano foram cancelados diversos shows, alegando "doença não específica" (o que significa isso?).

Mozz está com 50 anos e continua matando as saudades dos órfãos do Smiths, que desde o final nos anos 80 sonham com o retorno da dupla Morrissey/ Marr, algo que o tempo demonstrou ser impossível de acontecer. Uma pena, pois eles foram os responsáveis pela composição das músicas mais lindas da década de 80. Mas Morrissey já voltou aos palcos, nesta terça feira, demonstrando que não foi nada grave o problema ocorrido neste final de semana. Uma boa notícia para o mundo da música, após o susto.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO

Quando estudava no ginásio, que hoje se chama ensino fundamental (5ª à 8ª série) eu tive uma disciplina chamada EPT - Educação Para o Trabalho. Claro que não educou ou preparou em nada para o trabalho. Engraçado pensar que a escola não nos prepara exatamente para nossas atividades laborativas. Aqui podemos cair em uma discussão calorosa e filosófica, pois muitos defendem que a escola nos ensine a pensar e a sermos questionadores. Quem trabalha, sabe que o tipo questionador é um problema para as empresas, embora o discurso seja outro, mas não é sobre isso que quero falar. Dizia eu, que muitos defendem essa idéia de preparar o cidadão e há uma grande parcela objetiva que acha que a escola deve preparar para o mercado de trabalho. Pensando sobre isso, achei uma revista Veja na antessala do médico, aguardando atendimento, revista de 1º de abril de 2009, sobre o papel da escola na formação do profissional do futuro. Entre reflexões hipócritas e textos interessantes, alguma coisa presta, no link (é, eu leio o jornal que é de ontem, pois pra mim tanto faz...)
De antemão acredito que a escola tem grande papel no futuro de uma nação, porém é necessário antes de formar bons professores, mudar a mentalidade destes, principalmente na escola pública, onde muitos não estão nem aí para o conteúdo ou a forma de passá-lo ao educando. Caro professor, a revolução está em suas mãos, não continue disperdiçando a oportunidade!

VOLANTES LANÇAM 1º EP

Volantes é uma banda de Porto Alegre ainda desconhecida para o grande público, mas que encanta aqueles que a conhecem. Lançaram o primeiro EP, depois de um tempão de espera (11 meses desde que eu tomei contato com o som da banda). Dirão alguns, só isso? Mas para a 'era' da internet, da vida on line, é muuuuito tempo... mas enfim saiu. Um grande disco, com músicas sensíveis, cheias de climas e que soam muito o tecnopop dos anos 80, influência declarada e assumidíssima pela própria banda. A bela capa já deixa o ouvinte interessado pelo som da banda.
Meu destaque vai para a maravilhosa "Meu Samba" (a melhor da banda pré e pós EP) e para "As Ruas", sucesso radiofônico, com certeza.

sábado, 17 de outubro de 2009

O MELHOR DO FILME

Essa madrugada assisti ao filme "Ghosts of Girlfriends Past", que no Brasil foi chamado "Minhas Adoráveis Ex-namoradas". A insônia me atacou; toda vez que acordo cedo acontece isso, acordo cedo demais e fico a toa, pego um DVD qualquer, que às vezes nem vale à pena, coloco para 'rodar'; no meio da noite é tipo aquela coisa "a noite todos os gatos são pardos", seja o que for que isso queira significar. Mas ao filme, pois é dele o assunto.

Sim, é um filme americano, desses com todos os ingredientes para fazer sucesso, bem filmado, com boa fotografia e uma dessas estórias melosas que os apaixonados adoram, sem muita criatividade. Com uma tônica moralista, utiliza dos clichês sórdidos que um filme 'sentimental' possa apresentar. Aquela velha máxima, o vazio de nossa existência e o balanço que fazemos em nossas vidas nesses momentos vazios. Esse é o entrée, o prato principal do filme.

E o artifício de voltar ao passado, que fizeram de "Peggye Sue" uma das obras primas de Coppola aqui não funciona. Se torna piegas e com mal gosto. E a moral do filme? Bem, é aquele velho papo que somos bombeados incansavelmente nos livros de auto-ajuda ou nas palestras motivacionais de um showman qualquer da moda: sempre podemos mudar o nosso destino, desde que não desperdicemos os pequenos indícios que se apresentam em nosso dia a dia rotineiro.

O final, bem o final é aquele mesmo, previsível nesse tipo de filme que é feito para ganhar as bilheterias. Uma baboseira romântica que não vale à pena perder tempo, a não ser que esteja no meio da madrugada, sem ter nada melhor para fazer, solitário e insone.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

HOMEM NA LUA

Já que a Juliana vive dizendo que vivo no mundo da lua (e eu vivo mesmo), para descontrair nesse feriadão chuvoso e relaxante, a maravilhosa música do R.E.M. "Man On The Moon".

http://www.youtube.com/watch?v=1hKSYgOGtos

Sem contar que o clipe é muito bonito. Vale à pena. Pura diversão! Boa diversão!

Aproveito a oportunidade (nada é por acaso ou sem interesse) para jogar a polêmica: o homem realmente pisou na lua? Foi devaneio ou foi complô, ou apenas inveção megalomaníaca dos americanos? No site A Fraude do Século (http://www.afraudedoseculo.com.br/) há indícios de mentira no ar. Em qual mentira vou acreditar?

MUDANÇA II

Por que somos tão ariscos às mudanças? Geralmente explicamos isso dizendo que a tendência é nos acomodarmos em uma tal zona de conforto (que diabos é isso?). Explicar dessa forma é cair no comum. Ou seja, todos têm a mesma explicação para esse fenômeno: a zona de conforto que no acomoda ou o medo que sucinta em cada um de nós por situações novas (que nos seduzem e ao mesmo tempo nos amedronta - será que por isso nos seduzem?) das quais não temos o controle. Mas, retomando à pergunta inicial, por que isso? Estava lendo a Super Interessante de maio desse ano, uma matéria sobre humor, explicando o motivo de darmos risadas nas piadas, algo aparentemente não tem nada a ver com o que estou falando, mas explico.
Nosso cérebro trabalha de forma a deixar todas as informações organizadas, assim somos condicionados a seguir um determinado padrão de comportamento. Isso facilita e facilitou muito a vida de nossos ancestrais, desde o tempo das cavernas. Tenho até um exemplo prático para esse negócio de padrão e de que quando saímos dele nos perdemos, uma vez que muitas das coisas que fazemos são mecânicas: dia desses cheguei em casa e geralmente desligo o carro, tiro a chave da ignição e fecho o carro. Porém, como era um sábado, fui praticar meu exercício de atleta de final de semana, que é correr no lago Igapó. Por isso, além de pegar as chaves, teria que pegar o mp4 para me distrair um pouco durante o percurso. À noite, quando fui procurar as chaves para sair, não encontrei de jeito nenhum. Cansado e já extressado, desci e qual não foi minha surpresa de encontrar o carro aberto e a chave na ignição! Ao fugir do padrão de apenas pegar a chave, não fiz o mais corriqueiro!
O padrão cerebral foi mantido por nossos ancestrais por milênios para a sobrevivência da nossa espécie. Em suma, o processo de seleção natural nos fez desenvolver e reforçar essa habilidade cerebral de organizar e padronizar as informações. Essa forma de funcionamento do cérebro facilitou a vida dos nossos ancestrais (e nos ajuda ainda nos dias de hoje) para encontrar comida, abrigo e companhia agradável. Os padrões permitem observarmos e prevermos as coisas que acontecem ao nosso redor.
E, finalmente, isso remonta ao que comecei escrevendo nesse texto: somos avessos às mudanças porque as coisas novas prejudicam nosso 'poder' de prever o que teremos pela frente. Consequentemente, somos tão resistentes às mudanças porque temos receio do obscuro, daquilo que não podemos controlar, de perder o frágil controle das variáveis que nos cercam. E, como a sabedoria popular versa, temos medo do desconhecido.

domingo, 11 de outubro de 2009

MUDANÇA III

Escrevo isso porque meus alunos do ensino à distância estavam com um trabalho sobre mudanças de paradigmas e toda a dificuldade que as empresas encontram para mudar conceitos e idéias pré-estabelecidas. Um paradigma é tão concreto que muitas pessoas chegam a boicotar quando é necessário mudar. Seja onde for, em casa, nos relacionamentos ou mesmo no trabalho, como o caso em questão.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

VMB

O Video Music Brasil, premiação da MTV Brasil para diversos segmentos de arte e midia pop, será agora em outubro, não sei exatamente a data, se nesta quinta ou na próxima, mas um dos candidatos a melhor vídeo clipe do ano é o grande Júpiter Maçã, com Modern Kid, um retorno às origens rebolativas do Os Cascavelletes. É uma bela música, o clipe vale a pena conferir e ainda há tempo para votar.
Assista, vote lá e divirta-se!

domingo, 27 de setembro de 2009

MUDANÇA

No Priberam, que sempre me socorre quando tenho dúvidas da nossa tão complexa língua portuguesa (http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx), mudança significa: substantivo feminino, ato de mudar, troca, alteração, modificação, transformação, variação. Tenho conjugado muito esse verbo em toda minha vida. Quem me conhece sabe do que falo. Foram diversas mudanças ao longo desses 37 anos que carrego nas costas. E nos últimos pouco mais de 2 anos, mudei três vezes de cidade e umas 4 vezes. Também, para alguém com descedência dos povos nômades do oriente médio (informação colhida a algum tempo com meu tio Luiz Silveira) acredito que isso esteja no sangue. E isso parece advir de alguém que não tem raízes. Mas as minhas estão fincadas, lá no Rio Grande. Como diz a música "meu Rio Grande do Sul, eu um dia voltarei, pra rever o me Guaíba..." Mas enquanto isso não chega, vou me mudando mais uma vez, mas acredito que desta vez para a vida inteira (dou risada, porque isso não me parece muito natural em se tratando de um autêntico Silveira). Mas continuo perto do Igapó, lugar do qual nunca me afastei nesses 15 anos de Londrina. Deve ter alguma coisa a ver com a vida seguindo o seu rumo, uma vez que a água do lago segue o seu curso diariamente, rotineiramente, a passos vagarosos, mas anda, não pára. Uma analogia com a minha vida. Engraçado que, teimoso como sou, pouco mudo de opinião, crença e convicções... bom, mas isso já é outra estória (com "e" mesmo, pois me recuso a aceitar as novas normas gramaticais que autoritariamente determinou que agora só existe "história"). Estão querendo acabar com o romantismo da língua portuguesa...