terça-feira, 10 de agosto de 2010

FRANZINO COSTELA



Alguns posts atrás citei o refrão da música que dá nome a esse post. Como na música, ao menos no refrão, eu apanhava todo dia. Eu era terrível mesmo, um guri franzino, magrelinho, pequeninho; a Solange, inspetora de alunos do Dino Bueno, me apelidou de miniatura. Minha mãe me batia, mas eu merecia, e muito. Mas não apanhava de vara de marmelo, no máximo um galho de árvore nas pernas ou umas chineladas na bunda.

A música foi regravada pela banda Inocentes, um ícone do Punk Rock dos anos 80. Aliás, Clemente e companhia foram os primeiros a serem chamados de traidores do movimento, uma vez que gravaram um disco por uma gravadora multinacional (WEA). Para os punks, isso era se vender para o sistema. Aliás, esse primeiro disco era um primor, com músicas como Pânico em SP, El Salvador e a melhor de todas, Expresso Oriente, entre outras. Faltou Garotos do Subúrbio, um hino para nós, adolescentes punks daquela época. No segundo disco, ainda por essa grande gravadora, o hino nacional brasileiro, Pátria Amada, com Clemente inspiradíssimo na pena.

Pânico em SP me parece a mesma história de Blecaute, o livro de Marcelo Rubens Paiva, que fez sucesso com o seu Feliz Ano Velho, lido por 10 entre 10 adolescentes antenados dos anos 80. Assim como a música, o livro mostra a cobra mas não conta o santo, se é que estou conseguindo ser claro. O que quero dizer é que o livro fala sobre um blecaute na cidade, mas não entra em detalhes sobre esse, assim como a música fala do pânico na cidade de São Paulo, mas não explica o que está acontecendo. Na época, extremamente frustante para um guri curioso como eu.

A banda Inocentes foi formada a partir da junção de duas bandas: Restos de Nada e Condutores de Cadáveres.


Porém, a música original é da banda Sex Noise, uma banda punk do Rio de Janeiro, que diferentemente do punk paulista, mais engajado politicamente, na cidade maravilhosa as letras eram mais voltadas ao sarcasmo, atingindo assim a mesma crítica social, mas por outros caminhos.

Em meados dos anos 90 a banda fez um grande barulho no underground. Um fato curioso e triste foi que um dos maiores incentivadores da banda, o vocalista do Planet Hemp, Skunk, que morreu em decorrência da Aids em 1994, morreu ouvindo a fita demo Pultanovinzona, em seu walkman (o bisavô dos mp3).

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