sábado, 13 de outubro de 2012

HINO DO GRÊMIO FOOTBALL PORTOALEGRENSE

Nesses quarenta outonos que passei em minha vida, a minha maior paixão, ou a mais antiga, o GRÊMIO, já me proporcionou diversas felicidades e momentos inesquecíveis. Como em 1983, quando fomos CAMPEÕES DO MUNDO! Depois de uma Libertadores de matar qualquer um do coração, tempos em que jogar contra os times da América era como uma guerra e voltar vivo era uma vitória; quando em 1989, ganhamos a primeira Copa do Brasil, de forma invicta e cheguei na rua São Paulo como um maluco, sózinho, gritando GRÊMIO, GRÊMIO, GRÊMIO, logo após o final da partida. Minha lembrança mais antiga, ainda em Porto Alegre, em 1977, o GRÊMIO que tinha no comando Telê Santana, depois de 8 anos sem um título gaúcho, vencemos o inter no famoso gol em que André Catimba deu o salto mortal errado. Minha vizinha, dona Osmira, GREMISTA fanática, queimou um cobertor vermelho que tinha; a cidade em polvorosa, numa festa que nunca mais vivi em minha vida, porque nas grandes conquistas do IMORTAL TRICOLOR sempre estive fora de Porto Alegre.

É uma paixão que passa de pai para filho. Costumo dizer que está no DNA dos Silveiras, provavelmete um daqueles fundadores que em 1903 resolveram montar um time de futebol, sem ter noção da grandesa que seria essa agremiação em mais de um século de existência. Mesmo tendo convivido pouco com meu pai, o GREMISMO dele ficou como herança para todos os seus 10 filhos. Mesmo tendo algumas mulheres de família colorada, como é o caso de minha mãe, ele conseguiu fazer de seus filhos todos TRICOLORES fanáticos. São todos GREMISTAS. Ser GREMISTA é uma prova da veracidade Silveira. Não precisa fazer exame, se não for GREMISTA, não é Silveira.

Ano após ano, o GRÊMIO demonstrou sua imortalidade, com vitórias inesquecíveis. Aquelas que ninguém acreditava, contra todos os prognósticos, como foi o caso em 1981, ano do nosso primeiro brasileiro em cima do aclamadíssimo e favoritíssimo são paulo, e cerca de 3 mil GREMISTAS fizeram a festa em um morumbi com quase 100 mil são paulinos calados, em silêncio, sem acreditar; em meados dos anos 90, quando com um número menor de jogadores ganhamos do Vitória na Bahia e que rendeu crônicas da imprensa paulista, se rendendo à nossa imortalidade; quando ganhamos nosso 2º brasileiro em cima da queridinha do país inteiro, a portuguesa, que tinha um grande time e que ganharam a primeira partida de 2 a 0 em são paulo e foi para Porto Alegre com grande vantagem; e, principalmente, a famosa batalha dos aflitos, quando vencemos o naútico em uma partida que nunca mais existirá. 

Quando Lupicínio Rodrigues escreveu o hino do GRÊMIO, incosncientemente, sabia do que estava falando, nos versos 50 ANOS DE GLÓRIAS, TENS IMORTAL TRICOLOR! Quem não é GREMISTA não entende essa IMORTALIDADE. Apenas existe, não se explica esse sentimento. NADA PODE SER MAIOR!

Abaixo o Hino do GRÊMIO, tocado na guitarra, uma versão maravilhosa! Apreciem!
   

domingo, 7 de outubro de 2012

JOY DIVISION - A MEANS TO AN END

Um aperitivo para o início dessa tarde de domingo, quente pra caramba. A poesia soturna de Ian Curtis.


UM SIGNIFICADO PARA UM FIM
 
Um legado para bem longe afastado
Um dia será melhor
Direitos eternos que nós deixamos para trás
Nós éramos a melhor estirpe
Dois os mesmos - demasiadamente livre
Eu sempre olhei para ti.

Nós lutamos para o bem - ficamos lado a lado
Nossa amizade nunca morreu
Em ondas estranhas - baixas e altas
Nossa visão tocou os céus
Imortalistas com pontos a provar
Eu depositei minha confiança em ti.

Uma casa em algum lugar em solo estrangeiro
Onde envelhecidos amantes chamam
É este seu objetivo - suas necessidades finais?
Onde cães e abutres comem
Ainda cometido, eu viro me para partir
Eu depositei minha confiança em ti.

Em ti, em ti, em ti
Depositei minha confiança em ti, em ti

sábado, 6 de outubro de 2012

JE NE SAIS PAS


Acompanhar a Juliana no salão de beleza se não é a melhor coisa do mundo (longe de ser) torna-se agradável pela preparação técnica e psiquica que faço antes de seguir essa empreitada. Hoje, por exemplo, peguei um cartão de memória, gravei tudo que eu tinha do Joy Division, deixando-a impaciente pelo adiantado da hora, coloquei na mochila "Era Meu Esse Rosto" da filósofa gaúcha Márcia Tiburi e, todos a postos, rumamos para o shopping Royal, no centro de Londrina, onde ficava nosso destino.

Movimento constante de mulheres em busca da beleza perfeita, indo e vindo, as poucas pessoas do sexo masculino que têm uma opção sexual diferente, enfim, gente correndo para lá e para cá, se esforçando para agradar os clientes, o vai e vem destes, um ambiente alegre de preparação para o sábado à noite. 

Fiquei sentado em uma poltrona muito confortável na recepção, aguaradando a Ju, fones de ouvido preparados, saquei o livro escolhido e os primeiros acordes de Atrocity Exhibition soaram nervosamente e familiarmente nos meus ouvidos.

Sentado confortavelmente lendo o livro, leitura monótona até esquentar (como na corrida, a leitura precisa de um aquecimento), música após música, de repente inicia Passover. Meus olhos e concentração continuam nas páginas do livro, mas meus pensamentoa aos poucos iniciam uma longa viagem sem volta, ora nos trechos que leio, ora em devaneios ensandecidos. 

"- O rock nos faz pensar e agir como adolescentes. É a volta do espirito rebelde, inconsequente e irresponsável da adolescência." - penso enquanto Passover segue seu ritmo compassado,quase monótono, mas vibrante (um paradoxo), numa atmosfera pesada, sombria. 

Eureka! É isso! O rock rejuvenesce a cada acorde. Os roqueiros não envelhecem por isso. A máxima de Pete Townshend e seu Who no clássico My Generation (espero morrer antes de ficar velho) é quase um mantra. É a síndrome roqueira do complexo de Peter Pan.

As canções do disco Closer vão passando, uma a uma; A Means To An End começa e vejo que Maçã da Volantes recebeu forte influência dessa canção; Ainda É Cedo da Legião também, ainda que tenha aquela guitarra The Edgeana.

Imagens passam pela minha cabeça. Joy Division tocando no salão, ao vivo, como seria isso? Enquanto o movimento frenético acontece, as mulheres se embelezam, a porrada sonora come solta. Esdrúxulo, pensamento insano, sem nexo... mas interessante. Rock and Roll! 

O disco não acabou de rolar. Mas a Ju vem em minha direção. Mais bela do que quando chegou. Hora de ir embora. Até a próxima semana, com outra trilha sonora e outros devaneios.

THE SMITHS - THE HEADMASTER RITUAL

Aqui a original.


RADIOHEAD CANTANDO THE SMITHS - THE HEADMASTER RITUAL

Ontem, levando o Victor para o trabalho, depois do almoço, ele me mostrou a versão escrota do Dinho do Capital Inicial para a canção There Is A Light That Never Goes Out do Smiths. Uma catástrofe. Aliás, Dinho já destruiu o clássico do Joy Division Love Will Tear Us Apart. Para não ser tão antipático ocm o vocalista de uma das bandas mais longínquas do rock nacional, senti ânsia de vômito. Dá asco! 

Diante disso, encontrei essa versão de The Headmaster Ritual, com o Radiohead.Thom Yorke e sua trupe, mostrando para todos como é que se faz uma versão decente. Assim os Smiths podem sentir orgulho. Do Dinho,só restou sentir vergonha alheia...



O RITUAL DO DIRETOR

Mortos-vivos beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Porcos imorais
Mentes cimentadas
O professor lidera as tropas
Invejoso da juventude
O mesmo terno velho desde 1962
Ele faz dois passos militares
Sobre a minha nuca
Eu quero ir para casa
Eu não quero ficar
Desistir da educação
Como um erro grave
Meio da semana nos campos de treino
O professor golpeia você nos joelhos
Dá uma joelhada na sua virilha
Acotovelada no seu rosto
Hematomas maiores que pratos de jantar
Eu quero ir para a casa
Não quero ficar
La-la-la...

Mortos-vivos beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Todos uns bastardos covardes
O professor lidera as tropas
Invejoso da juventude
A mesma velha piada desde 1902
Ele faz marcha militar
Sobre a minha nuca
Quero ir para casa
Não quero ficar
Desistir da vida
Como um erro grave
Por favor me dispense da ginástica
Eu sinto um terrível resfriado chegando
Ele me agarra e devora
Me bate nos chuveiros
Me bate nos chuveiros
E me agarra e devora
Quero ir para casa
Não quero ficar
La-la-la...

ELEIÇÕES 2012 - VOTO NULO


Amanhã é dia de eleições municipais.Mais uma em nossas vidas. Lembro às vezes que nos anos 80 não podíamos votar. Apesar de estar no final, ainda haviam resquícios de uma ditadura militar que se instaurara após o golpe de 64, que podou a liberdade pública. Difícil de acreditar para as novas gerações, mas a realidade é que não era possível expressar nossas opiniões. Provavelmente eu seria um perseguido político por escrever esse blog, ou no mínimo ele seria censurado; e talvez até sobrassem algumas punições mais severas, como prisão e tortura.

Bem, anos atrás, havia uma corrente no Orkut, para votar nulo. Dizia-se que se 50% mais 1 dos votos fossem nulos, as eleições seriam anuladas. Mas depois de muita discussão, alguém esclareceu que isso não era verdade, infelizmente. Mas seria um estrago (mais um) para a já tão desacreditada classe política que (não) nos representa. E demonstraria que não temos sangue de barata. Bem, isso é sonho, porque encontramos as pessoas nas ruas, nas filas de banco, nos supermercados, todos indignados, mas nada fazem para mudar a situação. Apenas cuidam dos seus umbigos. E na hora de votar, são sempre os mesmos eleitos. As pessoas esquecem fácil. A memória não é uma aliada mas parece agir como inimiga  nessas horas.

Acontece que prego o voto nulo como uma forma de demonstrar minha revolta. As pessoas ficam indignadas. E até dou razão, embora não pelos seus argumentos, mas sim porque durante muitos anos os brasileiros foram impedidos de votar. Lembro que em 1982, talvez a primeira eleição direta de anos, quando assisti aos programas eleitorais. Nessa época morava em Santos, litoral paulista e tinha 10 anos. As eleições, se a memória não me falha, eram para governador (acho até que quem ganhou foi Franco Montouro) e pela primeira vez ouvi falar de um tal de Lula, do Partido dos Trabalhadores. Simpatizei com ele desde então. Achei aquele discurso coerente e embora eu não fosse trabalhador, ainda, pensava que trabalhador deveria votar em trabalhador. Será que não era esse o slogan do candidato? 

Anos mais tarde, já de volta à democracia, contava então com 17 anos e tirei o meu título de eleitor para a primeira eleição para presidente com o final da ditadura militar. Votei no primeiro turno no finado Brizola.  No segundo turno votei em Lula pela primeira vez, numa eleição que o Brasil colloriu e elegeu o caçador de marajás que anos depois demonstrou ser ele mesmo o maior de todos, sendo deposto do cargo de presidente. Fui um dos caras pintadas, que saiu nas ruas de preto em passeatas pelo Brasil inteiro pedindo o impeachment de Collor. talvez essa tenha sido minha última manifestação pública lutando contra algo.

Mas de qualquer forma, é triste depois de tanta luta chegar na frente das urnas e votar nulo. Porém, mais triste ainda é ter que votar em alguém. Porque já generalizei, embora seja contra esse comportamento, e na minha opinião o cara que se envolve com política não presta, quer se encostar e tirar proveito particular da grana que pagamos de impostos (que é enorme!). Então, meus caros críticos, não voto em vagabundo nenhum, porque meu dinheiro é suado para entregar na mão desse povo aí. 

Nunca votei em candidato de direita. Isso eu nunca farei, na melhor das hipóteses amanhã me dirijo à zona eleitoral que voto e tasco lá o 50, número de um candidato de esquerda radical, que infelizmente aqui em Londrina só temos um e saio feliz das urnas.  E cumpro o meu papel, triste papel, de votar sem opções.

LED ZEPPELIN - ROCK AND ROLL


 Ontem estava levando o Gui para a escola, quando de repente soa ao fundo (deixo o Victor na escola primeiro e o Gui nem faz o esforço de sair do banco traseiro para o da frente) os primeiros acordes do petardo sonoro que é essa canção do Led Zeppelin. Escutar isso logo no início de uma sexta feira (por volta de 7hs15min) é botar fogo no final de semana que se aproximava... esse final de semana promete! - pensei com meus botões.


Tenho pensado muito sobre o futuro do Rock, nessa nova molecada, a geração dos meus filhos, uma cambada de cabeça vazia, que não tem vergonha em ser brega e escutar sertanojo às alturas, sem um pingo de senso crítico e o que dizer de bom senso então? Mas vejo (ou escuto) o Gui ouvindo Doors, Led Zeppelin, Beatles, Ramones, Sex Pistols, Deep Purple, Smiths e tantos outros dinossauros do Rock, também percebo o Victor ouvindo Mutantes, Jupiter Maçã, Jimmy Hendrix, Beatles, Smiths, Bob Dylan e penso que esses guris foram bem encaminhados no que diz respeito a questão musical. Pudera, desde pequenos escutando rock and roll da melhor qualidade, influenciados pelo pai, e, digamos, por um ou outro tio, só podia ter uma formação musical no mínimo decente. Mas qual nada, têm um gosto musical que beira a excelência.

E, o melhor de tudo, são extremamente críticos quanto a tudo; o Victor vive questionando e argumentando sobre todos os assuntos, com uma visão de mundo que me impressiona pela idiotice da gurizada da idade dele. Isso me leva a ter algumas conclusões, que se não são pela educação que eu e a mãe lhe demos, tem muito do espírito questionador do rock and roll. Acredito, e muito, que o o rock ajudou a desenvolver o caráter desses dois, cidadãos em sua essência, que parecem conhecer seus direitos, perceber o jogo de poder, as manipulações em prol da manutenção do sistema instituido e o quanto querem nos transformar em idiotas. Vide as novelas que estão no ar atualmente, tanto na Globo quanto na Record, não só inverossímeis em seu enredo, quanto emburrecedoras em sua trilha sonora, empurrando para os cabeças ocas de plantão (e como tem por aí, Deus nos proteja!) música de gosto extremamente duvidoso, medíocres, para não nos estendermos em adjetivos pejorativos, mas verdadeiros.
 
Sinal dos tempos é ligar o rádio que se diz jovem, tocando sertanojo, como é o caso de uma aqui de Londrina. Não gosto de escutar rádio, aliás, nunca gostei, por causa da pouca interatividade e da péssima programação musical. Atualmente então, está pior E não é por falta de opção, pois tem muita coisa boa rolando no underground dos grandes centros (e dos pequenos também). Mas me parece que música melhor elaborada faz o indivíduo pensar e refletir e isso (ok, parece datado o que vou escrever) não interessa aos que estão no poder. Quanto mais manipuláveis, melhor; quanto mais emburrecido o povo, mais fácil de enganar. Parece datado o discurso, mas é mais atual que nunca. E tenho até uma idéia do porquê isso ocorre em nossa contemporaneidade: excesso de informações, que não permitem que as pessoas se aprofundem, falta de ideologia, entre outros motivos.

Para defender esse meu ponto de vista, se fizermos uma analogia com a política, eles querem nos empurrar a mesma merda de sempre, só que com uma roupagem nova, um discurso mais afinado com as necessidades do povo, que a politicagem consegue levantar com pesquisas junto às comunidades; isso me lembra quando alguém vai em uma vidente e ela diz exatamente o que está acontecendo contigo; competência dela? Sim, em ler o não verbal, em perceber nos mínimos detalhes nos gestos, nas expressões, o que está acontecendo... mas não por ter a capacidade de prever o futuro ou de ler a mente, mas de ler o que está sendo apresentado. Assim são os políticos, fazem a leitura adequada do que acontece e falam exatamente o que o povo quer escutar. Mas depois que vencem, bem, todos sabemos e estamos cansados de saber, o que acontece depois das eleições: NADA! Ou seja, querem nos empurrar o que devemos gostar, o que devemos escutar, em quem devemos votar, o que comprar, como se vestir, como se portar. Senso e espírito crítico é necessário. Mais do que necessário. E isso não se compra, se constrói ao longo da vida. Mas para isso força de vontade e não ter preguiça de por a cabeça para pensar são ingredientes indispensáveis.   

Bem, mas nem era isso que eu queria dizer, acho que a proximidade das eleições municipais acabaram estendendo o assunto. O que interessa é que o rock vive! E que jamais morrerá. A cada encontro de babacas com gostos musicais gosmentos aparece uma galerinha sedenta pelo bom e velho rock and roll. E tem muita coisa boa por aí, para todos os gostos, basta uma fuçada na internet. Espírito aventureiro é necessário, tempo e paciência. E boa diversão!

Bem, claro, abaixo a porrada sonora de uma das bandas de rock mais importantes da história.