sábado, 29 de dezembro de 2012

MORRISSEY - HAIRDRESSER ON FIRE

De volta à Londrina, depois de uma breve viagem de alguns dias à Ilha da Magia, Florianópolis, fui caminhar nas margens do Lago Igapó (já que não tenho a bela vista da Beira Mar Norte para correr, o que fiz nesses dias por lá), debaixo de uma forte e deliciosa chuva. Estava escutando algumas canções do Morrissey, mas não esta exatamente e nem foi a que me inspirou a escrever o post anterior. Mas ao mesmo tempo me deu um grande desejo de escutar a canção (belíssima) que compartilho com vocês.




Aqui está Londres, insanidade de Londres
Este é o lar da liberdade -
Ou o quê?
Você poderia me espremer
Em uma página vazia da sua agenda
E me salvar psicologicamente?
Eu tenho minha fé em você
Sinto o poder
por entre seus dedos
Dentro de uma hora o poder
Poderia me destruir totalmente
(ou poderia salvar minha vida)
Ah, aqui está Londres
"Lar dos impertinentes, ultrajantes e livres"
Você é reprimido,
Mas está notavelmente bem-vestido
Isso é Real?
E você está sempre ocupado
Realmente ocupado
Ocupado, ocupado
Ah, cabeleireiro pegando fogo
Por toda a Sloane Square
E você está apenas tão ocupado
Ocupado, ocupado
Tesouras ocupadas
Ah, cabeleireiro pegando fogo

Havia um cliente supercuidadoso
Ele te deixou nervoso
E quando ele te disse
"Eu vou te processar"
Ah, eu realmente senti por você
Então, dá para você me espremer
Em uma página vazia da sua agenda
E me mudar de maneira sobrenatural?
Mudar, me mudar
Ah, está em Londres
"Lar dos impertinentes, ultrajantes e livres"
Você é reprimido
Mas está notavelmente bem-vestido
Isso é Real?
E você está sempre ocupado
Realmente ocupado
Máquinas ocupadas
Ah, cabeleireiro pegando fogo
Por toda a Sloane Square
E você está ocupado demais
Para me ver
Máquinas ocupadas
Ah, cabeleireiro pegando fogo

TODAS AS VEZES QUE OUÇO ESSA CANÇÃO





Todas as vezes que ouço essa canção

lembro dos dias que passamos juntos
ensolarados como o céu azul, como se um reflexo
dos teus olhos fosse,
ou dos sete mares e sua coloração verde/ azulada,
ao menos dos que ainda não foram
poluídos pela ação do "progresso" do homem
em busca de luxo em sua existência,
(deve ser esse o reflexo que fazem os astronautas
perceberem a Terra azul, principalmente pelo azul dos teus olhos,
os mais lindos que já pude ver na minha vida)
ou dos dias cinzentos e muitas vezes chuvosos,
não menos felizes,
mesmo quando a distância dos olhos
impedissem de ver o teu sorriso.

Todas as vezes que ouço essa canção
esqueço das mazelas humanas, em busca
de um pseudo progresso que não leva a nada,
apenas à própria destruição
num aguçado instinto de morte
que deixaria Freud estupefato, talvez alegre
(pensando em sua genialidade no início do século passado,
sorrindo onde quer que esteja);
 
Deixo que os dias passem, só com as lembranças
que a frieza de uma dia após outro
de semanas após semanas e meses
deixam guardadas em algum lugar a esmo nessa azáfama
que se tornou meu cérebro.
E só penso:
esqueça seus planos, siga os rumos que a vida te leva.

E todas as vezes que ouço essa canção,
tudo vem à tona!


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

IT'S ONLY ROCK AND ROLL BRAZUKA AFUDÊ


Engraçado as voltas que a vida dá. Sempre procurei escutar o som que me desse na telha, sem influências. Lembro nos anos 80, quando tudo era muito mais difícil, para conseguir um disco raro... quase impossível e demorava um tempão. Até que aparecia um maluco que tinha determinado disco e disponibilizava para a galera gravar em k7. Hoje, como todos sabem, basta um pc ligado à internet e o céu (não) é o limite!

Pois bem, o Gui e o Victor têm me influenciado pacas. Depois de tanta influência recebida, desde pequeno escutando os clássicos do rock e tudo o que já fizeram de bom nesse segmento da música, agora é a vez deles me influenciarem. Não por coisas novas, das quais muitas vezes me vejo arredio, embora goste muito de garimpar bandas novas. Mas acontece que o Gui se viciou em Raulzito. E fica o dia inteiro escutando no pc. Daí vou para o quarto do Victor e ele se deliciando com Mutantes. Muitas vezes tocando violão, tirando alguma canção da banda. O Gui com uma gaita, tocando qualquer coisa.


E daí o que eu fiz? Baixei a discografia completa do Raul; uma infinidade de discos de canções do Maluco Beleza. Vou levar alguns meses, talvez anos, para escutar tudo. E hoje, resolvi baixar a discografia dos Mutantes. Já tinha algumas canções aqui no pc, mas decidi conhecer mais a fundo essa que é praticamente o berço do rock nacional brazuka. 

Na adolescência torcia o nariz para o rock nacional, preferia tudo que vinha da terra da rainha Elizabeth. Isso porque, em se tratando de rock, a Inglaterra é praticamente o berço desse estilo de música. Os EUA têm uma porrada de coisa boa, mas nos anos 80 me prendi mesmo no rock inglês, totalmente influenciado pelos 60's. Apesar de escutar Doors, Ramones, Elvis, dentre outros, minha preferência sempre foi o rock inglês. Por isso nunca prestei muita atenção a Mutantes ou mesmo ao Raul, que é bem mais popular do que a banda da Rita Lee e os irmãos Baptista.

Agora resolvi revisitar tanto Raul quanto Mutantes. E por influência desses dois aqui em casa. Parece incrível, com tanta coisa boa para escutarmos, tanto contemporâneo quanto antigo, porque será que as pessoas preferem jogar merda em seus ouvidos? Só de Raulzito e Mutantes, dá para levar um ano escutando música de qualidade e não se esgota... e eles influenciaram todas as gerações posteriores, de alguma forma. E muitas canções dos Mutantes, por exemplo, já foram regravadas por inúmeros artistas, tem gente que já curtiu Mutantes aos montes e não sabe. Santa ignorância Batman!

domingo, 18 de novembro de 2012

VANGUART - NESSA CIDADE

A belíssima canção da Vanguart. 
 

Nessa Cidade

Nessa cidade tem uma rua,
Que eu não ouso mais passar.
Nessa cidade tem uma rosa,
De pálida agonia á me esperar.
Nessa cidade tem uma casa,
Que eu não posso mais entrar.
Nessa cidade tem outra casa,
Cheia de flores pra você.
E Eu não vou mais estar do teu lado.
Mesmo assim, sempre eu vou te amar.
E essas coisas do teu namorado,
Em silêncio, hoje eu vou falar
É uma necessidade.
E não vem me dizer que é errado,
Você sabe o que aconteceu.
Boa parte de mim vai embora,
A sua parte que hoje sou eu.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

THE STROKES - LIFE'S A GAS

Para começar (ou continuar) o feriadão em alto astral, uma belíssima versão de Life's a Gas do Ramones. Uma canção de uma das bandas mais importantes do cenário rocker de todos os tempos com todas as características do Strokes. 
 


A VIDA É UM GÁS
 
A vida é um gás, a vida é um gás, a vida é um gás, um gás, oh yeah
A vida é um gás, a vida é um gás, a vida é um gás, um gás, oh yeah

Então não fique triste pois estarei ao seu lado
Não fique triste toda hora (2x)

A vida é um gás, a vida é um gás, a vida é um gás, um gás, oh yeah
A vida é um gás, a vida é um gás, a vida é um gás, um gás, oh yeah

Então não fique triste pois estarei ao seu lado
Não fique triste toda hora

A vida é um gás, oh yeah
A vida é um gás, oh yeah, oh yeah
A vida é um gás, um gás, oh yeah

Oooh não vá

domingo, 11 de novembro de 2012

CARLA BRUNI - QUELQU'UN M'A DIT

 Mais uma do filme 500 dias com ela. A trilha sonora é muito bom, com Smiths e muito mais

Alguém Me Disse

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz seus investimentos

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me amava,
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Seria possível então?

Disseram-me que o destino debocha de nós
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Então a gente estende a mão e se descobre louco

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me amava,
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Seria possível então?

Mas quem me disse que você ainda me amava?
Eu não recordo mais, já era tarde da noite,
Eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços
'ele ama você, isso é segredo, não diga a ele que eu disse a você'

Sabe, alguém me disse...
Que você ainda me amava, disseram-me isso de verdade...
Que você ainda me amava, Seria isto possível então?

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que se vai é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz a seus investimentos

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me amava,
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Seria possível então?

REGINA SPECTOR - US

Uma bela voz femina, um piano pulsante e cordas, muitas cordas. A fórmula para uma grande canção. Da trilha sonora do filme 500 Dias Com Ela, mais uma indicação do Victor. Das insônias dele para as minhas. 


Nós

Eles fizeram uma estátua nossa
E a colocaram no topo de uma montanha
Agora turistas vêm e nos encaram
Fazem bolas com seus chicletes
Tiram fotografias por diversão, divertem-se

Eles vão nomear uma cidade em nossa homenagem
E depois dizer que era tudo nossa culpa
Então eles nos darão uma bronca
Então eles nos darão uma bronca
Porque eles têm anos de experiência
Estamos vivendo numa toca de ladrões
Procurando por respostas nas páginas
Estamos vivendo numa toca de ladrões
E é contagioso,
e é contagioso, nós
E é contagioso,
e é contagioso, nós

Nós usamos nossos cachecóis com um nó de forca
Mas não por querermos o sono eterno
E apesar de nossos talentos estarem gastos
Os novos são trabalho escravo que você pode manter

Estamos vivendo numa toca de ladrões
Procurando por respostas nas páginas
Estamos vivendo numa toca de ladrões
E é contagioso,
e é contagioso, nós
E é contagioso,
e é contagioso, nós

Eles fizeram uma estátua nossa
Eles fizeram uma estátua nossa
Os turistas vêm e nos encaram
A mãe do escultor manda lembranças
Eles fizeram uma estátua nossa
Eles fizeram uma estátua nossa
Nossos narizes começaram a enferrujar
Estamos vivendo numa toca de ladrões
Procurando por respostas nas páginas
Estamos vivendo numa toca de ladrões

E é contagioso,
e é contagioso, nós
E é contagioso,
e é contagioso, nós
E é contagioso,
E é contagioso,
E é contagioso,
E é contagioso,

ÉMILIE SIMON - I CALL IT LOVE


Eu Chamo Isso de Amor

Eu chamo isso de amor, eu chamo isso de amor
Meu verdadeiro amor é você
Eu chamo isso de amor, eu chamo isso de amor
Só eu e você

Todos os dias eu canto
Para você esta melodia
Eu chamo isso de amor

Você está em minha mente o tempo todo
Você sabe que é verdade
Eu chamo isso de amor, eu chamo isso de amor
Só eu e você

Baby você não pode ver
O quanto você significa para mim
Eu chamo isso de amor

INSÔNIA


Insonia... emendo um filme no outro. O notebook aqui ao meu lado direito; a Juliana dormindo copiosamente à minha esquerda; nos intervalos de cada filme escuto um som para lavar a alma, purificante. Enquanto escrevo esse post rola na vitrola Émile Simon, trilha sonora do filme A delicadeza do amor; a canção é a baladassa I Call It Love. 

Os pensamentos voam; ora vem coisas boas à cabeça; ora coisas nem tão boas, desafios, dificuldades, enfrentamentos que somente eu poderei fazer. E a criatividade passa longe. Algumas décadas e eu pegaria o violão, abriria a janela da sala, no ap da Campos Mello em Santos (que tinha uma bela vista) e escreveria uma canção. Hoje penso em continuar meus dois projetos que pararam no primeiro semestre. Se fumasse, acenderia um cigarro e faria uma bebida forte; como não bebo, vou até a geladeira pegar um copo de coca cola geladíssima. 

E na vitrola continua a doce voz de Émile: See Emily Play. Sid Barret que o diga!

Levanto novamente; vou ao banheiro; a coca fazendo efeito. 

Daqui a pouco o sol vai aparecer, promovendo e confirmando o novo dia que nasceu desde às zero horas. Tem sido assim as madrugadas de sábado. 

Isônia...
 
Quando o sol nasce
Meu pescoço está apertado
Amarrado por aquela gravata

Quando o sol nasce
Meu corpo está cansado
E não tenho vontade de levantar

Meu celular insiste em tocar
Me chamando para levantar
Não vou mais me importar
Com o tempo que quer me escravizar
Mas não vou mais me importar
Com o tempo que insiste em me escravizar

Quando o sol se vai e a lua aparece
Meu pescoço está apertado
Pela mesma gravata no pescoço

Quando o sol se vai e a lua está no céu
Meu corpo cansado
Me dá a mesma sensação de morte

E Meu celular insiste em tocar
Me chamando para levantar
Não vou mais me importar
Com o tempo que quer me escravizar
Mas não vou mais me importar
Com o tempo que insiste em me escravizar

**********************************************************************************

Bem, Émile Simon está terminando de rolar na vitrola. Vou voltar para mais um filme. Desta feita um brasileiro, indicado pelo Victor: Histórias de Amor  Duram Apenas 90 Minutos. E, como um vampiro, quando o sol começar a nascer, fecho os olhos e durmo um pouco o merecido sono dos inocentes.

QUARENTENÁRIO VI

Mais uma da dupla Johnny/ Márcio, uma espécie de Lennon/ McCartney, Morrissey/ Marr que acabou não sendo tão produtiva, apesar de toda a capacidade dos dois. Assim como o Mayday, também tivemos nossos sonhos artísticos abortados cedo pela realidade da vida. Mas tínhamos tudo para reviver uma dessas duplas clássicas que trouxeram tantas pérolas para a música mundial.

O ano era de 1987. Naquela época buscávamos todos por uma liberdade que nunca viria, uma liberdade utópica que todo adolescente acredita que possamos ter, mas que a dura realidade da vida adulta demonstra que isso não passa de sonho da idade e da própria imaturidade. Então queríamos ler o que dava na telha, assistir o que tínhamos vontade, fazer o que nossos desejos pulsavam e odíavamos ter que ler algo por obrigação. E numa dessas obrigações da vida acadêmica o Zé Renato (Johnny Alienado) foi obrigado a ler Lucíola, obra de José de Alencar e, claro, ficou revoltado, mas acabou lendo.

Não sei qual era a fase de leituras do Zé Renato. Eu estava numa fase muito romance policial, Agatha Christie e John Le Carré eram os meus prediletos. Havia passado pela fase bolsilivro das histórias do Mac Bolan e da deliciosa Brigite Montifort e da coleção ZZ7. Também já tinha passado pelos Westerns. Mas a minha 'idade avançada' indicava que essas leituras juvenis deveriam ficar para trás, precisava ler algo mais 'adulto', compatível com meus 15 anos.

Naquela época tudo virava motivo para aguçar nossa criatividade artística; uma das primeiras canções que escrevi, com uns 12 anos, foi Alessandra, nome de uma guria por quem me apaixonara; Andre Doria, canção do disco Dois, da Legião Urbana, era uma personagem de um livro que escrevi em 1986 (e não conclui). E Lucíola, como não poderia deixar de ser, virou uma letra revoltada de Johnny Alienado, que musiquei logo que ele me mostrou e se transformou em uma bela canção do Mayday. Dias atrás recitei a letra para o Victor e para o Gui. O primeiro disse que lembrava Jupiter Maçã, Cascavelletes; não sei descrever o que esse comentário fez sentir. Ser comparado com o Man é algo impensado e impossível de ser descrito. 

Abaixo a poesia de Johnny Alienado:

Lucíola

Lucíola era uma puta
Gostosa prá caralho,
se prostituia, pra comprar cocaína

Ela não prestava, 
ela não valia nada, 
mas fazia a alegria da molecada

Lucíola lá lá lá
Luciola lá lá lá
Lucíola lá lá lá lá lá 


sábado, 3 de novembro de 2012

QUARENTENÁRIO V


O ano era de 1988. Estava no 2º ano do colegial, o que hoje se chama ensino médio. O cenário era a Escola Estadual Professor Primo Ferreira, ou apenas 'Primo' para os que ali estudavam ou no meio acadêmico santista daquela década. Era uma das escolas mais conceituadas da época, um desafio para quem estudava lá e por isso a escolhi para fazer o colegial. Era um desafio. Amigos dos meus irmãos mais velhos estudavam há anos e não conseguiam sair, diziam que eu seria mais um dos que nunca mais sairiam. Não conheciam a minha fama de CDF. O Quinho, que foi dessa para melhor há alguns anos atrás após se levantar da cadeira em um assalto no boteco que ele se encontrava em São Vicente, cidade vizinha de Santos e assustar os assaltantes que deram tiros direcionados a ele e que infelizmente o acertaram fatalmente (cara, tu sempre farás muita falta nesse plano aqui) sempre me dizia que me arrependeria, porque lá era foda. Eles acho que nem conseguiram terminar o colegial lá, depois fizeram um supletivão, no tempo em que supletivo tinha regra e era bem estruturado. Eu fiz em 3 anos, sem nem ao menos levar alguma recuperação. Sempre fui bom aluno.

Mas em 1988 estava no segundo grau, era do 2º C1 e o Marcelo Marmita, amigo do Fábio, cujo apelido eu e meu irmão Renato demos carinhosamente de Marcelo Orelha, porque tinha uma orelha mais para fora do que a outra, que estudava no Primo, fazia parte do Grêmio Estudantil e resolveram fazer uma gincana, que tinha xadrez, futsal, vôlei, com uma competição para ver qual estudante sabia mais de conhecimentos gerais. Tinha ainda uma competição de karaokê e uma paródia de uma música. Me inscrevi no xadrez, participei do time que deu vexame no futsal, fiz a paródia e cantei "Eu Não Matei Joana Dar'c" do Camisa de Vênus. Queriam que eu participasse da competição de conhecimentos gerais "Quem Sabe, Sabe", mas tinha uma guria que queria muito participar e deixei, já que estava em quase todas as demais competições. Tinha uns malucos nazistas na sala, que nos batizou de Nazifacistas do 2C1. Idiotice, mas tudo bem.

No xadrez, como ninguém me conhecia, supreendi a todos por vencer na primeira rodada o cara que era tido como o grande favorito. Depois da vitória, todos na sala ficaram estupefatos e quiseram jogar comigo. Ganhei de todos, um a um, amistosamente. Ainda tive que ouvir um presunçoso "só ganhou essa, te encontro na final". Mas fui ganhando jogo a jogo até chegar na final e pegar aquele primeiro adversário. Com platéia e tudo, contra eu, venci novamente o meu convencido oponente. Medalha de ouro para o 2C1. 

No futsal a galera era ruim demais e fomos humilhados jogo atrás de jogo. Logo eu, que tinha vencido na 8ª série o último campeonato no Dino Bueno, de futebol de praia, o primeiro organizado pelo professor Júlio, de educação física (nos outros anos nós quem organizávamos). Mas perdemos os três jogos da fase de classificação e ficamos em último no grupo, sem chances de classificação.

Quando cantei "Eu Não Matei Joana Dar'c" foi um escândalo e quase fui desclassificado, porque cantei a estrofe "eu nunca tive PORRA nenhuma, com Joana Dar'c". Imagina, falar porra era contra a moral e os bons costumes... quem diria, que mundo era aquele que vivíamos. Mas sim, não podia ser dito palavrão em público. Gurizada do século XXI, vocês estariam fudidos!

Por fim, cantamos em coro, a canção Panacas, uma paródia para a canção Psicopata, do Capital Inicial. Algumas particularidades são importantes de serem ditas antes de deixar a letra da paródia. A diretora, cujo nome nesse momento não me recordo, sempre buscava os alunos que queriam matar a primeira aula na porta da escola (o nome dela era Mari alguma coisa); havia um professor de desenho geométrico chamado Vandevaldo, que era o bicho, a galera tremia de medo dele. E muitos não saíam do primeiro ano por causa dele; era uma época que os alunos tinham mania de soltar rojões nos banheiros das escolas e já havia acontecido isso nos banheiros masculinos do Primo. Dito isto, aí vai a paródia:

"A chuva caiu na segunda feira
não vou entrar, 
vou perder a primeira

Primo Ferreira me maltrata, 
Estou virando um panaca

A diretora, vai nos buscar, 
não tenho escolha 
sou obrigado a entrar

Primo Ferreira me maltrata, 
Estou virando um panaca

Quero soltar bombas no banheiro
Pichar o muro do colégio inteiro, 
Não quero mais entrar na aula
Tô de saco cheio de biologia
Se aparece o Vandevaldo, 
Adeus toda orgia."

Nunca gostei de biologia, por isso o verso de saco cheio. E o professor de biologia dava aula olhando para o teto.

Muitos ficaram com medo de cantar a parte que falava do Vandevaldo, com medo de represálias, mas não deu em nada, menos do que o porra citado acima. Eles (tanto a diretoria quanto o professor citado) deram risadas no final das contas.

O Primo Ferreira fica no bairro da Vila Belmiro, alguns poucos metros do estádio Urbano Caldeira, mais conhecido como Vila Belmiro, do Santos e sempre que tinha jogo nós saíamos mais cedo para dar uma secada no time da casa. A maioria das vezes tínhamos êxito. Depois, quando o França, da nossa sala, foi profissionalizado, íamos torcer por ele. Ele andou pelo Vasco naquela época, mas depois sumiu de vez, não sei por onde anda ou andou.

Lembrei dessas histórias agora à pouco, pois a Juliana estava escutando algumas canções nacionais e uma delas era Eu Não Matei Joana Dar'c. Camisa de Vênus foi uma das bandas mais punks do cenário baiano de todos os tempos, mais na atitude do que no som, que era puro rock and roll, da melhor qualidade. Pena que tudo um dia chega ao fim e que tudo que é bom dure tão pouco.

P.S.: lembrei do nome da diretora que era o terror nos anos 80: dona Maricleia.

THE CURE - IN BETWEEN DAYS

Já que citei a canção, então para deleite de todos, uma das obras primas de Bob Smith e seu Cure.


Dias Intermediários

Ontem eu fiquei tão velho,
Eu me sentia como se pudesse morrer.
Ontem eu fiquei tão velho,
Isso me fez querer chorar

Siga em frente, Siga em frente,
Apenas vá embora.
Siga em frente, siga em frente
Sua escolha está feita.
Siga em frente, siga em frente
E desapareça,
Siga em frente, siga em frente
Para longe daqui

E eu sei [que] eu estava errado
Quando eu disse que era verdade,
Que poderia não ser eu
E ser ela no meio

Sem você
Sem você

Ontem eu fiquei tão assustado,
Eu tremi como uma criança.
Ontem, longe de você,
Isso me gelou profundamente por dentro...

Retorne, retorne,
Não vá embora.
Retorne, retorne,
Retorne hoje.
Retorne, retorne,
Por quê você não consegue perceber?
Retorne, retorne,
Retorne para mim...

E eu sei [que] eu estava errado
Quando eu disse que era verdade,
Que poderia não ser eu e ser ela
No meio, sem você.

Sem você,
Sem você.

QUARENTENÁRIO IV





"Hoje acordei cansado demais pra pensar em você
Olhei no espelho e parecia mais velho
Parecia mais velho

A barba que há muito tempo eu não fazia
Crescia a cada dia mais
A cada da mais"

Escrevi essa cação há uns 20 e tantos anos atrás, devia ter uns 15 anos, mais ou menos. Estava estupefato, totalmente tomado pela canção In Between Days, do Cure. Na verdade, foi logo depois da minha primeira noitada fora, a primeira vez que passei a noite fora de casa. Como sempre fazíamos aos sábados à noite, íamos até a Caneleira, um bairro de Santos na região Noroeste, próximo ao morro do Jabaquara, encontrar o Zé do Kiss e ficar escutando um som ao pé do morro, com um gravadorzinho e algumas fitas, muitas delas raríssimas, gravadas de forma precária de alguns shows de bandas punks que curtíamos. Tomando uns gorós, escutando um som e essa era nossa diversão. Eu não bebia, nunca bebi, ía de guraná (na época tinha uma guaraná Brahma com garrafinha marron, a melhor de todas). Em determinado momento resolvemos que iríamos para Cubatão, sei lá porque cargas d'águas. E fomos! Perambulamos pelas ruas desertas de Cubatão, em uma madrugada fria, na maior barca furada de todos os tempos (até então). Até que, altas horas, dia já amanhecendo, fomos para uma igreja que estava aberta e nos abrigamos do frio lá. Alguns cochilaram. Tudo isso porque não tinha como voltar de busão, não havia ônibus de madrugada naquela época. Quando o dia amanheceu fomos tomar café em uma padaria e então fomos para o ponto de ônibus voltar, para Santos.   

Quando cheguei em casa já eram 9 hs da manhã. A Sirloka preocupadíssima comigo, começou o interrogatório. E eu cansado, com sono e deprimido, sabe Deus o motivo. Como sempre, dormi pouco e quando acordei, um domingo ensolarado. Peguei o disco Standig On A Beach, emprestado do Zé Renato, que era fã incondicional do Cure e escutei insistentemente, principalmente as 3 últimas (The Caterpillar, In Between Days e Close To Me).

Lembro de ter sido uma das minhas piores fossas, dor de cotovelo, ou como quer que chame um dia em que estamos deprimidos, saudosistas ou coisa que o valha. Até que levantei, peguei meu bloco de notas, que andava sempre na época para não perder uma idéia e escrevi os versos acima. Baseado na letra de In Bettween Days:

"Ontem eu fiquei tão velho,
Eu me sentia como se pudesse morrer.
Ontem eu fiquei tão velho,
Isso me fez querer chorar"
Depois fui para o violão e musiquei a letra que acabara de escrever.
E era assim que funcionava, quanto mais triste me encontrava, mais inspirado ficava. Lembrei disso quando li um tweet da Superinteressante dizendo algo como as pessoas que sofrem têm mais criatividade. E assim era comigo.

sábado, 13 de outubro de 2012

HINO DO GRÊMIO FOOTBALL PORTOALEGRENSE

Nesses quarenta outonos que passei em minha vida, a minha maior paixão, ou a mais antiga, o GRÊMIO, já me proporcionou diversas felicidades e momentos inesquecíveis. Como em 1983, quando fomos CAMPEÕES DO MUNDO! Depois de uma Libertadores de matar qualquer um do coração, tempos em que jogar contra os times da América era como uma guerra e voltar vivo era uma vitória; quando em 1989, ganhamos a primeira Copa do Brasil, de forma invicta e cheguei na rua São Paulo como um maluco, sózinho, gritando GRÊMIO, GRÊMIO, GRÊMIO, logo após o final da partida. Minha lembrança mais antiga, ainda em Porto Alegre, em 1977, o GRÊMIO que tinha no comando Telê Santana, depois de 8 anos sem um título gaúcho, vencemos o inter no famoso gol em que André Catimba deu o salto mortal errado. Minha vizinha, dona Osmira, GREMISTA fanática, queimou um cobertor vermelho que tinha; a cidade em polvorosa, numa festa que nunca mais vivi em minha vida, porque nas grandes conquistas do IMORTAL TRICOLOR sempre estive fora de Porto Alegre.

É uma paixão que passa de pai para filho. Costumo dizer que está no DNA dos Silveiras, provavelmete um daqueles fundadores que em 1903 resolveram montar um time de futebol, sem ter noção da grandesa que seria essa agremiação em mais de um século de existência. Mesmo tendo convivido pouco com meu pai, o GREMISMO dele ficou como herança para todos os seus 10 filhos. Mesmo tendo algumas mulheres de família colorada, como é o caso de minha mãe, ele conseguiu fazer de seus filhos todos TRICOLORES fanáticos. São todos GREMISTAS. Ser GREMISTA é uma prova da veracidade Silveira. Não precisa fazer exame, se não for GREMISTA, não é Silveira.

Ano após ano, o GRÊMIO demonstrou sua imortalidade, com vitórias inesquecíveis. Aquelas que ninguém acreditava, contra todos os prognósticos, como foi o caso em 1981, ano do nosso primeiro brasileiro em cima do aclamadíssimo e favoritíssimo são paulo, e cerca de 3 mil GREMISTAS fizeram a festa em um morumbi com quase 100 mil são paulinos calados, em silêncio, sem acreditar; em meados dos anos 90, quando com um número menor de jogadores ganhamos do Vitória na Bahia e que rendeu crônicas da imprensa paulista, se rendendo à nossa imortalidade; quando ganhamos nosso 2º brasileiro em cima da queridinha do país inteiro, a portuguesa, que tinha um grande time e que ganharam a primeira partida de 2 a 0 em são paulo e foi para Porto Alegre com grande vantagem; e, principalmente, a famosa batalha dos aflitos, quando vencemos o naútico em uma partida que nunca mais existirá. 

Quando Lupicínio Rodrigues escreveu o hino do GRÊMIO, incosncientemente, sabia do que estava falando, nos versos 50 ANOS DE GLÓRIAS, TENS IMORTAL TRICOLOR! Quem não é GREMISTA não entende essa IMORTALIDADE. Apenas existe, não se explica esse sentimento. NADA PODE SER MAIOR!

Abaixo o Hino do GRÊMIO, tocado na guitarra, uma versão maravilhosa! Apreciem!
   

domingo, 7 de outubro de 2012

JOY DIVISION - A MEANS TO AN END

Um aperitivo para o início dessa tarde de domingo, quente pra caramba. A poesia soturna de Ian Curtis.


UM SIGNIFICADO PARA UM FIM
 
Um legado para bem longe afastado
Um dia será melhor
Direitos eternos que nós deixamos para trás
Nós éramos a melhor estirpe
Dois os mesmos - demasiadamente livre
Eu sempre olhei para ti.

Nós lutamos para o bem - ficamos lado a lado
Nossa amizade nunca morreu
Em ondas estranhas - baixas e altas
Nossa visão tocou os céus
Imortalistas com pontos a provar
Eu depositei minha confiança em ti.

Uma casa em algum lugar em solo estrangeiro
Onde envelhecidos amantes chamam
É este seu objetivo - suas necessidades finais?
Onde cães e abutres comem
Ainda cometido, eu viro me para partir
Eu depositei minha confiança em ti.

Em ti, em ti, em ti
Depositei minha confiança em ti, em ti

sábado, 6 de outubro de 2012

JE NE SAIS PAS


Acompanhar a Juliana no salão de beleza se não é a melhor coisa do mundo (longe de ser) torna-se agradável pela preparação técnica e psiquica que faço antes de seguir essa empreitada. Hoje, por exemplo, peguei um cartão de memória, gravei tudo que eu tinha do Joy Division, deixando-a impaciente pelo adiantado da hora, coloquei na mochila "Era Meu Esse Rosto" da filósofa gaúcha Márcia Tiburi e, todos a postos, rumamos para o shopping Royal, no centro de Londrina, onde ficava nosso destino.

Movimento constante de mulheres em busca da beleza perfeita, indo e vindo, as poucas pessoas do sexo masculino que têm uma opção sexual diferente, enfim, gente correndo para lá e para cá, se esforçando para agradar os clientes, o vai e vem destes, um ambiente alegre de preparação para o sábado à noite. 

Fiquei sentado em uma poltrona muito confortável na recepção, aguaradando a Ju, fones de ouvido preparados, saquei o livro escolhido e os primeiros acordes de Atrocity Exhibition soaram nervosamente e familiarmente nos meus ouvidos.

Sentado confortavelmente lendo o livro, leitura monótona até esquentar (como na corrida, a leitura precisa de um aquecimento), música após música, de repente inicia Passover. Meus olhos e concentração continuam nas páginas do livro, mas meus pensamentoa aos poucos iniciam uma longa viagem sem volta, ora nos trechos que leio, ora em devaneios ensandecidos. 

"- O rock nos faz pensar e agir como adolescentes. É a volta do espirito rebelde, inconsequente e irresponsável da adolescência." - penso enquanto Passover segue seu ritmo compassado,quase monótono, mas vibrante (um paradoxo), numa atmosfera pesada, sombria. 

Eureka! É isso! O rock rejuvenesce a cada acorde. Os roqueiros não envelhecem por isso. A máxima de Pete Townshend e seu Who no clássico My Generation (espero morrer antes de ficar velho) é quase um mantra. É a síndrome roqueira do complexo de Peter Pan.

As canções do disco Closer vão passando, uma a uma; A Means To An End começa e vejo que Maçã da Volantes recebeu forte influência dessa canção; Ainda É Cedo da Legião também, ainda que tenha aquela guitarra The Edgeana.

Imagens passam pela minha cabeça. Joy Division tocando no salão, ao vivo, como seria isso? Enquanto o movimento frenético acontece, as mulheres se embelezam, a porrada sonora come solta. Esdrúxulo, pensamento insano, sem nexo... mas interessante. Rock and Roll! 

O disco não acabou de rolar. Mas a Ju vem em minha direção. Mais bela do que quando chegou. Hora de ir embora. Até a próxima semana, com outra trilha sonora e outros devaneios.

THE SMITHS - THE HEADMASTER RITUAL

Aqui a original.


RADIOHEAD CANTANDO THE SMITHS - THE HEADMASTER RITUAL

Ontem, levando o Victor para o trabalho, depois do almoço, ele me mostrou a versão escrota do Dinho do Capital Inicial para a canção There Is A Light That Never Goes Out do Smiths. Uma catástrofe. Aliás, Dinho já destruiu o clássico do Joy Division Love Will Tear Us Apart. Para não ser tão antipático ocm o vocalista de uma das bandas mais longínquas do rock nacional, senti ânsia de vômito. Dá asco! 

Diante disso, encontrei essa versão de The Headmaster Ritual, com o Radiohead.Thom Yorke e sua trupe, mostrando para todos como é que se faz uma versão decente. Assim os Smiths podem sentir orgulho. Do Dinho,só restou sentir vergonha alheia...



O RITUAL DO DIRETOR

Mortos-vivos beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Porcos imorais
Mentes cimentadas
O professor lidera as tropas
Invejoso da juventude
O mesmo terno velho desde 1962
Ele faz dois passos militares
Sobre a minha nuca
Eu quero ir para casa
Eu não quero ficar
Desistir da educação
Como um erro grave
Meio da semana nos campos de treino
O professor golpeia você nos joelhos
Dá uma joelhada na sua virilha
Acotovelada no seu rosto
Hematomas maiores que pratos de jantar
Eu quero ir para a casa
Não quero ficar
La-la-la...

Mortos-vivos beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Todos uns bastardos covardes
O professor lidera as tropas
Invejoso da juventude
A mesma velha piada desde 1902
Ele faz marcha militar
Sobre a minha nuca
Quero ir para casa
Não quero ficar
Desistir da vida
Como um erro grave
Por favor me dispense da ginástica
Eu sinto um terrível resfriado chegando
Ele me agarra e devora
Me bate nos chuveiros
Me bate nos chuveiros
E me agarra e devora
Quero ir para casa
Não quero ficar
La-la-la...

ELEIÇÕES 2012 - VOTO NULO


Amanhã é dia de eleições municipais.Mais uma em nossas vidas. Lembro às vezes que nos anos 80 não podíamos votar. Apesar de estar no final, ainda haviam resquícios de uma ditadura militar que se instaurara após o golpe de 64, que podou a liberdade pública. Difícil de acreditar para as novas gerações, mas a realidade é que não era possível expressar nossas opiniões. Provavelmente eu seria um perseguido político por escrever esse blog, ou no mínimo ele seria censurado; e talvez até sobrassem algumas punições mais severas, como prisão e tortura.

Bem, anos atrás, havia uma corrente no Orkut, para votar nulo. Dizia-se que se 50% mais 1 dos votos fossem nulos, as eleições seriam anuladas. Mas depois de muita discussão, alguém esclareceu que isso não era verdade, infelizmente. Mas seria um estrago (mais um) para a já tão desacreditada classe política que (não) nos representa. E demonstraria que não temos sangue de barata. Bem, isso é sonho, porque encontramos as pessoas nas ruas, nas filas de banco, nos supermercados, todos indignados, mas nada fazem para mudar a situação. Apenas cuidam dos seus umbigos. E na hora de votar, são sempre os mesmos eleitos. As pessoas esquecem fácil. A memória não é uma aliada mas parece agir como inimiga  nessas horas.

Acontece que prego o voto nulo como uma forma de demonstrar minha revolta. As pessoas ficam indignadas. E até dou razão, embora não pelos seus argumentos, mas sim porque durante muitos anos os brasileiros foram impedidos de votar. Lembro que em 1982, talvez a primeira eleição direta de anos, quando assisti aos programas eleitorais. Nessa época morava em Santos, litoral paulista e tinha 10 anos. As eleições, se a memória não me falha, eram para governador (acho até que quem ganhou foi Franco Montouro) e pela primeira vez ouvi falar de um tal de Lula, do Partido dos Trabalhadores. Simpatizei com ele desde então. Achei aquele discurso coerente e embora eu não fosse trabalhador, ainda, pensava que trabalhador deveria votar em trabalhador. Será que não era esse o slogan do candidato? 

Anos mais tarde, já de volta à democracia, contava então com 17 anos e tirei o meu título de eleitor para a primeira eleição para presidente com o final da ditadura militar. Votei no primeiro turno no finado Brizola.  No segundo turno votei em Lula pela primeira vez, numa eleição que o Brasil colloriu e elegeu o caçador de marajás que anos depois demonstrou ser ele mesmo o maior de todos, sendo deposto do cargo de presidente. Fui um dos caras pintadas, que saiu nas ruas de preto em passeatas pelo Brasil inteiro pedindo o impeachment de Collor. talvez essa tenha sido minha última manifestação pública lutando contra algo.

Mas de qualquer forma, é triste depois de tanta luta chegar na frente das urnas e votar nulo. Porém, mais triste ainda é ter que votar em alguém. Porque já generalizei, embora seja contra esse comportamento, e na minha opinião o cara que se envolve com política não presta, quer se encostar e tirar proveito particular da grana que pagamos de impostos (que é enorme!). Então, meus caros críticos, não voto em vagabundo nenhum, porque meu dinheiro é suado para entregar na mão desse povo aí. 

Nunca votei em candidato de direita. Isso eu nunca farei, na melhor das hipóteses amanhã me dirijo à zona eleitoral que voto e tasco lá o 50, número de um candidato de esquerda radical, que infelizmente aqui em Londrina só temos um e saio feliz das urnas.  E cumpro o meu papel, triste papel, de votar sem opções.

LED ZEPPELIN - ROCK AND ROLL


 Ontem estava levando o Gui para a escola, quando de repente soa ao fundo (deixo o Victor na escola primeiro e o Gui nem faz o esforço de sair do banco traseiro para o da frente) os primeiros acordes do petardo sonoro que é essa canção do Led Zeppelin. Escutar isso logo no início de uma sexta feira (por volta de 7hs15min) é botar fogo no final de semana que se aproximava... esse final de semana promete! - pensei com meus botões.


Tenho pensado muito sobre o futuro do Rock, nessa nova molecada, a geração dos meus filhos, uma cambada de cabeça vazia, que não tem vergonha em ser brega e escutar sertanojo às alturas, sem um pingo de senso crítico e o que dizer de bom senso então? Mas vejo (ou escuto) o Gui ouvindo Doors, Led Zeppelin, Beatles, Ramones, Sex Pistols, Deep Purple, Smiths e tantos outros dinossauros do Rock, também percebo o Victor ouvindo Mutantes, Jupiter Maçã, Jimmy Hendrix, Beatles, Smiths, Bob Dylan e penso que esses guris foram bem encaminhados no que diz respeito a questão musical. Pudera, desde pequenos escutando rock and roll da melhor qualidade, influenciados pelo pai, e, digamos, por um ou outro tio, só podia ter uma formação musical no mínimo decente. Mas qual nada, têm um gosto musical que beira a excelência.

E, o melhor de tudo, são extremamente críticos quanto a tudo; o Victor vive questionando e argumentando sobre todos os assuntos, com uma visão de mundo que me impressiona pela idiotice da gurizada da idade dele. Isso me leva a ter algumas conclusões, que se não são pela educação que eu e a mãe lhe demos, tem muito do espírito questionador do rock and roll. Acredito, e muito, que o o rock ajudou a desenvolver o caráter desses dois, cidadãos em sua essência, que parecem conhecer seus direitos, perceber o jogo de poder, as manipulações em prol da manutenção do sistema instituido e o quanto querem nos transformar em idiotas. Vide as novelas que estão no ar atualmente, tanto na Globo quanto na Record, não só inverossímeis em seu enredo, quanto emburrecedoras em sua trilha sonora, empurrando para os cabeças ocas de plantão (e como tem por aí, Deus nos proteja!) música de gosto extremamente duvidoso, medíocres, para não nos estendermos em adjetivos pejorativos, mas verdadeiros.
 
Sinal dos tempos é ligar o rádio que se diz jovem, tocando sertanojo, como é o caso de uma aqui de Londrina. Não gosto de escutar rádio, aliás, nunca gostei, por causa da pouca interatividade e da péssima programação musical. Atualmente então, está pior E não é por falta de opção, pois tem muita coisa boa rolando no underground dos grandes centros (e dos pequenos também). Mas me parece que música melhor elaborada faz o indivíduo pensar e refletir e isso (ok, parece datado o que vou escrever) não interessa aos que estão no poder. Quanto mais manipuláveis, melhor; quanto mais emburrecido o povo, mais fácil de enganar. Parece datado o discurso, mas é mais atual que nunca. E tenho até uma idéia do porquê isso ocorre em nossa contemporaneidade: excesso de informações, que não permitem que as pessoas se aprofundem, falta de ideologia, entre outros motivos.

Para defender esse meu ponto de vista, se fizermos uma analogia com a política, eles querem nos empurrar a mesma merda de sempre, só que com uma roupagem nova, um discurso mais afinado com as necessidades do povo, que a politicagem consegue levantar com pesquisas junto às comunidades; isso me lembra quando alguém vai em uma vidente e ela diz exatamente o que está acontecendo contigo; competência dela? Sim, em ler o não verbal, em perceber nos mínimos detalhes nos gestos, nas expressões, o que está acontecendo... mas não por ter a capacidade de prever o futuro ou de ler a mente, mas de ler o que está sendo apresentado. Assim são os políticos, fazem a leitura adequada do que acontece e falam exatamente o que o povo quer escutar. Mas depois que vencem, bem, todos sabemos e estamos cansados de saber, o que acontece depois das eleições: NADA! Ou seja, querem nos empurrar o que devemos gostar, o que devemos escutar, em quem devemos votar, o que comprar, como se vestir, como se portar. Senso e espírito crítico é necessário. Mais do que necessário. E isso não se compra, se constrói ao longo da vida. Mas para isso força de vontade e não ter preguiça de por a cabeça para pensar são ingredientes indispensáveis.   

Bem, mas nem era isso que eu queria dizer, acho que a proximidade das eleições municipais acabaram estendendo o assunto. O que interessa é que o rock vive! E que jamais morrerá. A cada encontro de babacas com gostos musicais gosmentos aparece uma galerinha sedenta pelo bom e velho rock and roll. E tem muita coisa boa por aí, para todos os gostos, basta uma fuçada na internet. Espírito aventureiro é necessário, tempo e paciência. E boa diversão!

Bem, claro, abaixo a porrada sonora de uma das bandas de rock mais importantes da história.

  

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

QUARENTENÁRIO III

 
Ramones é uma dessas bandas de rock que não têm explicação. Atravessam as gerações e são unanimidade. São bons no que fizeram! Recentemente li uma matéria em algum site, se não me engano falando sobre carreira, dizendo que não entendiam o sucesso do Ramones. Afinal, como podem 4 carinhas esquisitos, com comportamentos esquisitos e que mal sabiam tocar, ter tal alcance mundial. Quem conhece e ouviu um pouquinho de Ramones, acha todas as músicas iguais. E são mesmo. Característica dos pouco mais de 3 acordes que eles combinavam para fazer suas músicas e a quantidade de wannas de suas letras dão essa equidade nas canções. Na verdade não tem explicação. Ramones é Ramones e pronto!  
 
Essa semana estava escutando Rocket To Russia, de 1977. É o melhor disco do Ramones. Diria que está em qualquer lista dos 10 melhores discos de todos os tempos. Na minha lista dos 10 mais certamente; sendo bem sincero, minha lista dos 10 mais deve ter mais de 100 discos.
 
Ramones faz parte da minha formação musical; e, obviamente, da minha vida.  No começo dos anos 80, meu irmão Beto, na época o cara mais roqueiro que eu conhecia, que trazia as novidades para nós (eram dele os discos do Led Zeppelin, do Sex Pistols, do Ted Negent, o Holy Diver do Dio  e tantos outros) chegou em casa com o Rocket to Russia em mãos. Pouco mais de 30 minutos de uma porrada sonora. Foi amor à primeira vista; ou melhor, à primeira ouvida.
 
Em um post meses passados escolhi dentre algumas canções aquela que seria a canção punk definitiva e I dont Care é uma delas; como não poderia ser diferente, I Dont Care faz parte do disco Rocket to Russia. Dentre outras tem uma versão acelerada de Do You Wanna Dance, a imortal Sheena Is a Punk Rocker, provavelmente inspirada nas groupies que seguiam as bandas naqueles malucos anos 70, dentre tantos outros clássicos da banda. O disco ainda reserva o romantismo dos punk rockers em Here Today, Gone Tomorrow.
 
Durante muitos anos Ramones fizeram (e fazem) parte da trilha sonora das caminhadas loucas pelas ruas de Santos, ora só, ora com algum doido que encontrava pelos caminhos, nos diversos outonos daqueles anos que eu trabalhava como office boy e escutava uma fita no walkman, um amarelinho que eu tinha.
 
Esse vinil se perdeu no tempo e nas mudanças que fiz. Talvez até esteja entre os meus vinis lá no meu espaço na dispensa. É o alimento da minha alma. Depois vieram o cd, o mp3, os arquivos de computador. Mas a qualidade musical de uma das bandas mais importantes que já existiram continua e perdura por muito tempo. Perdurará! enquanto houver um garotinho sedento por um som diferente da mesmice das fms que assolam os nossos ouvidos com lixo musical, enquanto houver uma cambada de maluco que insiste em lutar contra o controle dos nossos gostos, enfim, enquanto houver gente com bom gosto musical.
 
"Eu não me importo
com este mundo
com aquela garota
com estas palavras
Eu não me importo..."            

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VMB 2012


Grande decepção o VMB 2012. Não que eu espere muito de alguma premiação de música, mas a decepção fica por conta da prostituição da mídia em relação à musica de péssimo gosto (poderia falar duvidoso, mas o adjetivo aqui utilizado é o mais adequado). A primeira constatação da vergonha qua assola a mídia musical em geral, voltada ao mais popularesco, no sentido mais pejorativo que a palavra possa ter, foram as chamadas no canal musical, mostrando que uma das indicações para artista do ano era uma tal de Gabi Amarantos. Depois fui saber que ela é conhecida como a rainha do techno brega, alguma coisa nesse sentido. Alguém dirá: como esse cara é preconceituoso; na verdade muitos alguéns dirão isso; se ser crítico é não querer ser massificado pela mídia, é querer escutar um som por vontade própria e não pela pressão popularesca, é ter gosto próprio, então sou preconceituoso. Sempre me recusei a gostar dos hits das rádios, mesmo nos anos 80, quando ainda existiam mais rádios rock's do que hoje (está virando raridade), sempre detestei rádio, porque eu não podia escolher a canção que tocaria. Pensava nos caras dizendo: "ouve essa porra e cala a boca! Nós que escolhemos teu gosto musical, otário!"

Então sempre acabava sendo o chato, o ET, que gostava de música que ninguem conhecia, ou ao menos a maioria; hoje, conversando com o Victor, ele tem a mesma sensação que tive na adolescência, pois a história se repete: ele anda curtindo Bob Dylan, Joy Division (de montão), Beatles, Mutantes, Jupitar Maçã, Doors, Jimy Hendrix, Led Zeppelin, Smiths e tantos outros monstros sagrados do bom e velho rock and roll, e como eu, ele é visto como um cara fora do seu tempo, porque a galera quer mesmo escutar sertanejo universitário e funk, música brega, enfim, o que estiver na moda.

E a moda é escutar música brega, é ser brega... vide a novela da globo, que só toca música brega, que é legal ser brega, é o que há. Quanto mais burrro e brega, mais legal. E como sempre, a novela das 8, hoje das 9, faz a cabeça da galera em todas as áreas, como se vestir, como se portar, como se portar.

"Essa massificação
Me diz o que devo fazer
O que devo comprar
O que devo vestir
O que devo falar
O que devo pensar"

Mas falava então, antes desse preâmbulo, sobre o VMB 2012. Além das chamadas demonstrando a tal rainha do techno brega (seja o que diabos isso signifique - e eu digo diabos, porque algo que tenha o mal gosto musical só pode ser coisa do demo, apesar de Raulzito ter dito certa vez que  "... o diabo é o pai do rock..."), ontem, zapeando antes de dormir, me deparei com a MTV e a premiação do VMB. Logo que parei no canal, veio uma dupla (não sei se sertaneja ou sabe Deus - ou melhor seria - sabe diabos do que se trata aquela merda) cantando tchu tcha. Me passou pela cabeça "vá à merda"! E mudei de canal. Virei de costas e dormi. Não sem antes de lembrar da Natália Klein no seu 'Adorável Psicose' que ao zapear, conta até 3 e se não aparecer nada de interessante na telinha, muda de canal, acreditando ser esse o tempo necessário para saber se o programa vale à pena ou não.

A única coisa que me interessava era saber se o Vanguart seria premiado ou não. Mas como achei o episódio ridículo, resolvi que não queria mais saber de nada. E assim o fiz, nem sei quem ganhou ou perdeu. Melhor nem saber, para não me decepcionar ainda mais. E já que hoje começou a 14ª Mostra de Cinema de Londrina, vou me atirar em um final de semana totalmente na 7ª arte; e claro, com muito rock and roll. Na veia! Basta dizer que o primeiro filme que vou assistir, amanhã às 13hs30min se chama "Hiroshima" e conta a história de um carinha que canta em uma banda de rock.

E que Deus salve o Rock!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

LAST NIGHT I DREAMT THAT SOMEBODY LOVED ME


A noite passada eu sonhei que alguém me amava... bem, não foi realmente a noite passada e sim algumas noites atras. E também não sonhei que alguém me amava. É que lembrei dessa canção para começar esse post, pois quando acordei do sonho, pensei em escrever algo começando por "a noite passada eu sonhei..." e logo me veio à lembrança a canção do Smiths Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me, uma canção que me acompanhou alguns anos, aqueles primeiros de faculdade, ainda em Assis, quando eu viajava para Santos, de volta para casa em algum feriado prolongado ou férias e ficava a madrugada acordado dentro do ônibus escutando o disco derradeiro da banda, Strangeways, Here We Come, de 1987, no walkman, uma fita que havia ganho anos antes do meu primo Pico. Até escrevi no mural da Unesp a frase que dá nome à canção, para a Juliana, no começo do nosso namoro.

Longo preâmbulo... enfim, ao acordar lembrei desse sonho, que ficou martelando, martelando... nele eu estava em Santos, na Washington Luiz com a Goiás, escritório da Gonçalves de Oliveira, meu primeiro emprego registrado, com a dona da empresa, a sra. Elza Gonçalves de Oliveira, ou simplesmente dona Elza, como a chamávamos. Mas no sonho ela estava velinha, andando com auxílio de bengala. 

A Gonçalves de Oliveira era uma administradora de condomínios. Um desmembramento da Consorte, quando os sócios brigaram e os clientes foram separados de acordo com suas identificações. Era um pequeno escritório, com 5 pessoas trabalhando, além d'eu, meu irmão Fábio, um secretária, que mudava com frequência, a Tereza e a própria dona Elza. Trabalhando lá, em uma manhã ensolarada de uma terça feira do verão santista de 1991 que, ao comprar o jornal O Estado de São Paulo, que vi meu nome entre os aprovados no vestibular da Unesp daquele ano e fiquei em êxtase. 

É engraçado eu ter sonhado com isso, porque desde que sai de lá, em fevereiro de 1991, antes de ir para Assis estudar, depois de quase 3 anos trabalhando como office boy, nunca mais voltei e jamais tive qualquer contato com a dona Elza. Entretanto, em algumas férias posteriores, aquele lugar cruzou os meus caminhos. Mas ver de de fora a casa branca sobre um boteco, com as janelas azuis e abertas, foi o mais perto que cheguei.

O meu primeiro dia de trabalho foi 2 de maio de 1988 e lá se vão longos 24 anos. Quem me arrumou esse emprego foi meu irmão Fábio, que trabalhava lá. Era estranho, porque nós não tínhamos um bom relacionamento e mal nos falávamos. Mas acabamos trabalhando juntos, ele era uma espécie de meu chefe, porque era mais velho na empresa do que eu. Então ele separava o trabalho e claro, pegava a parte mais legal para ele. 

Pensar que eu comecei a trabalhar praticamente no dia do trabalhador. E esse foi o meu primeiro ou mais importante conflito do final da minnha adolescência e início da vida adulta, ou pelo menos da minha vida profissional e das minhas responsabilidades: ao mesmo tempo que começava a ter a liberdade que o dinheiro pode comprar, me escravizava do trabalho, dos horários e das obrigações. Esse conflito me perseguiu por anos... para falar a verdade, até hoje ele me aflige. Penso em quando será que vou receber a alforria...

Sou um cara nostálgico. Certa vez, aos 14, 15 anos escrevi uma canção que se chamava Nostalgia. Era um cara que ficava por horas, madrugadas a fio, lendo o dicionário, quando não tinha nenhum livro para ler. E assim conhecia algumas palavras que me encantavam. Nostalgia foi uma delas. E nessa época eu era nacionalista, escutava Virus 27, uma banda de carecas, os skinheads, que pregavam o nacionalismo. E ficava encantado com a letra do hino nacional, toda a pomposidade dos versos do Joaquim Osório Duque Estrada. Versos de amor ao país, que fizeram muito sentido para eu naquela época e que hoje não me dizem nada. Fases da vida, vem e vão, algumas nem voltam.   

Pouco dormia na adolescência, sempre achei dormir um desperdício de tempo. Fazia cálculos malucos de que eu passaria 1/3 da vida dormindo e tinha amigos meus que passariam metade da vida hibernando. E nas minhas noites de insônia devorava o que caía nas minhas mãos, revistas, jornais, livros e dicionário; quando não, assistia a algum programa de tv, a algum filme. Percebo que a programação da madrugada dos anos 80 era bem melhor que a de hoje.

Foi um sonho gostoso que perdurou por alguns dias em minha mente e até me fez sentar em frente ao pc e escrever sobre ele. A próxima vez que for à Santos, vou entrar na casa branca de janelas azuis, sobre o boteco, no canal 3, tocar o interfone, subir as escadas e bater um papo com a dona Elza. Lembrar de algumas passagens e saber como se passaram esses 24 anos para ela e para a Gonçalves de Oliveira. Espero encontrá-la lá.