domingo, 27 de março de 2011

LET IT BE - THE BEATLES

Os Beatles são os Beatles (óbvio)! Dispensam apresentações! É como a seleção de 70, com Pelé e Cia, dividem a história da humanindade, cada um em sua área. Hoje escutei por acaso Let It Be e fiquei saudoso de um tempo que nunca vivi, de quando eles ainda embalavam a garotada com seus shows e sua genialidade. Ficaram as lembranças... e as saudades de todos que amam a música, qualquer estilo.

Abaixo um clipe da belíssima canção ao vivo, com uma pequena variação na letra; em alguns trechos Paul canta Nao haverá tristeza, deixe estar, ao invés de haverá uma resposta, o original da letra. Let It Be dá nome ao último disco dos Beatles, de 1970. E então o sonho acabou!




Deixe Estar

Quando eu me encontro em tempos difíceis
Mãe Maria vem pra mim
Falando sábias palavras:
Deixe estar

E nas minhas horas de escuridão
Ela está em pé bem na minha frente
Falando sábias palavras:
Deixe estar

Deixe estar, deixe estar
Deixe estar, deixe estar
Sussurrando sábias palavras:
Deixe estar

E quando as pessoas de coração partido
Morando no mundo concordarem
Haverá uma resposta:
Deixe estar

Pois embora possam estar separados há
Ainda há uma chance deles verem
Haverá uma resposta:
Deixe estar

Deixe estar, deixe estar
Deixe estar, deixe estar
Haverá uma resposta:
Deixe estar

E quando a noite está nublada
Ainda há uma luz que brilha em mim
E brilhará até amanhã
Deixe estar

Eu acordo com o som da música
Mãe Mary vem até mim
Não haverá mais tristeza
Deixe estar

Deixe estar, deixe estar
Deixe estar, deixe estar
Não haverá mais tristeza:
Deixe estar

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA


Crônica de uma morte anunciada é o título de um livro do escritor colombiano Gabriel Garcia Marques, Nobel de Literatura em 1982, autor de um dos livros mais belos de todos os tempos, Cem Anos de Solidão. Pois lembrei desse livro, que li no século passado, após assistir ao episódio do CSI de sexta-feira, que na TV aberta aqui no Brasil está na 8ª temporada.

Sou do tempo em que assistir seriado americano era sinônimo de lavagem cerebral, como disse aqui. A Legiâo Urbana, em seu primeiro disco, lançou a música Geração Coca-Cola, que tinha em seus versos:

"Quando nascemos somos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA de nove às seis..."

Porém, hoje em dia é muito comum assistir a uma gama imensa de seriados americanos. Com o advento da tv paga, dos canais a cabo, ficou muito comum esse tipo de diversão televisiva. CSI é um dos seriados mais legais que passam por essas plagas. Sem dúvida a qualidade técnica e das estórias, são fatores que fazem aumentar os espectadores e fãs.

Pois bem. Há algum tempo atrás fiquei sabendo que um dos membros do CSI, Warrick Brown, morreria na 8ª temporada. Por isso o nome do post. Foi um dos episódios mais emocionantes da séria, ao menos dos que assisti (e costumo fazer isso regularmente).

O livro conta a estória de Santiago, que todos sabiam que morreria; no caso do seriado, apenas estava esperando o episódio, que como no livro, todos que acompanham, sabiam da morte. E os próximos episódios serão cruciais para o desenrolar do seriado.

sábado, 12 de março de 2011

GRÊMIO GRÊMIO GRÊMIO, SEMPRE GRÊMIO


Antes de ir para a academia, não posso deixar de extravasar esse GREMISMO que inunda o meu coração e alma. Esse sentimento é tão extravasador que até a Juliana, que não torce, aliás torce contra o GRÊMIO, porque sabe que nós aqui em casa ficamos transtornados em dia de jogo, experimentou desse sentimento que transborda. Já foi em jogo do IMORTAL devidamente vestida com o manto sagrado (e torceu muito, parecia torcedora fanática), em Porto ficou revoltada também com a atitude de certo traíra que foi jogar no flamengo, assistiu pedaços do treino interessada...

Embora não comente de futebol nesse espaço, alguns acontecimentos ultrapassam os limites do equilíbrio. Quarta feira foi dia de morrer do coração. Certa vez, assistindo na vila belmiro, em santos, um jogo pelo campeonato brasileiro de mil novecentos e oitenta e alguma coisa, uma mulher, no meio da torcida do IMORTAL comentou que todos diziam que sofredor era o corintiano, mas o gremista sofria muito mais. Isso me marcou. E ela estava certíssima. Nunca vi o GRÊMIO ganhar algo que não fosse com sangue, suor e raça, muita raça, sofrido até o último minuto. Nós gremistas nascemos para lutar até o fim. E foi assim mais um episódio da saga desse time que traz no hino o símbolo de seu futebol: a IMORTALIDADE! IMORTAL TRICOLOR! Foi só uma vitória de turno do Gauchão, mas com alma de LIBERTADORES.

Vamos rumo ao tri!

ROLLING STONES - MY OBSESSION

Hoje estou obsessivo. Falar em obsessão me veio à tona a bela canção dos Rolling Stones. Sou daqueles tolos que achavam que Rolling Stones e Beatles eram rivais e sempre me identifiquei muito mais com os segundos. Cresci ouvindo Beatles exaustivamente, incessantemente, fez parte da base da minha formação musical e Rolling Stones fui curtindo aos poucos, mesmo porque nos anos 80 eles estavam na ativa (e ainda estão) e faziam algumas coisas das quais eu não curtia, então além da antipatia inicial citada, tinha esse outro motivo para eu não ouvir a banda tanto quanto Beatles.

De qualquer forma, a importância para o rock da banda de Jagger, é claro, é inegável, mesmo que atualmente eles queimem o filme, no passado eles eram fenomenais.

Então, à canção, que está no disco Between the Buttons, de 1967.



MINHA OBSESSÃO

Minha obsessão
Suas posses
Cada peça que eu posso começar
Minhas obsessões são
Suas posses
Minha boca está toda molhada
Eu acho que estraguei tudo agora, a confissão

Não é possível evitá-lo, é simples lógica
Você seria melhor fora com eu e você saberá que
Quando você perder, só

Minha obsessão são
Sua posse
Você está sorrindo no meu caminho
Minha obsessão são
Sua posse
Um que você deve dar
Dá pra mim agora eu não tenho nenhuma objeção

Eu não me importo se é indelicado
E não é de minha propriedade
Mas eu quero apenas ser minha, exclusivamente

Você precisa ensinar-lhe é uma menina
Há coisas neste mundo
Que o ensino precisa com discrição, a minha profissão

Minhas obsessões são
Suas posses
Você está acostumado com a idéia
Minhas obsessões são
Suas posses
Você se sente em casa aqui
Você deve relaxar, na minha opinião

Não ver que você era tão jovem
Eu quase poderia ser seu filho

Por favor ligue em minha direção, não se oponha

JOY DIVISION - PASSOVER

Falar em Joy Division é falar em obsessão. Ao pegar a poesia iancurtista percebe-se não só a melancolia do vocalista e principal letrista da banda, como traços de sua obsessão. Anos atrás encontrei na internet uma coleção de traduções de músicas da banda e deixei guardado em uma pasta. Vez por outra leio e me encanto com a sensibilidade e o sofrimento de Ian Curtis.

Escolhi Passover não pela letra, mas sim pelo som da canção, forte, pesada... como se estivesse na penumbra e aos poucos a claridade fosse tomando conta do ambiente. Ou ao contrário, da claridade para a penumbra. Depende do ponto de vista, do humor e do otimismo do ouvinte. E tem uma guitarra no meio da música que parece não existir! MARAVILHOSO!

Curta abaixo o som; acompanhe a letra, se deixe levar e se apaixonar pelo som da banda. Escute com a alma e leia com o coração! Ou vice versa!




PÁSCOA


Esta é a crise que eu sabia que viria,
Destruindo o equilíbrio que eu mantinha.
Duvidando e perturbando e invertendo a direção,
Imaginando o que virá depois.
É este o papel que você quis viver?
Eu fui um tolo por pedir tanto.
Sem a guarda e proteção da infância,
Tudo se despedaça ao primeiro toque.

Observando o carretel à medida que se aproxima,
Brutalmente tomando seu tempo,
Pessoas que mudam sem razão alguma,
Está acontecendo o tempo todo.
Posso seguir adiante com essa série de eventos?
Perturbando e purgando minha mente,
Recuo das minhas responsabilidades, quando tudo tiver sido dito e feito
Eu sei que perderei todas as vezes

Avançando nos caminhos dados por nosso Deus,
A segurança é presidida pelo fogo,
Santuário destes sorrisos febris,
Deixados com uma marca na porta.
Este é o presente que eu quis dar?
Perdoe e esqueça o que eles ensinam,
Ou passe pelos desertos e devastações uma vez mais,
E observe como eles caem pela praia.

Está é a crise que eu sabia que viria,
Destruindo o equilíbrio que eu mantinha.
Virando-se para o próximo conjunto de vidas,
Imaginando o que virá depois.

MY OBSESSION - VOLANTES, JOY DIVISION, NEW ORDER


Quem acompanha esse blog desde o começo (será que tem algum maluco solto por aí? Interna!) sabe da minha (quase) obsessão pelo Joy Division. Nos anos 80 era aquela coisa de escutar Love Will Tear Us Apart e tal, e o disco Closer, que o Zé Renato tinha e que gravei em uma fita cassete (estávamos na pré história) e eu escutava no meu Walkman (walk o quê?) enquanto andava pelas ruas de Santos, de banco em banco, no meu trabalho de Office Boy, com meu visual esquisito meio punk, meio alternativo. Naquela época, como o Johnny Marr (guitarrista do Smiths), eu queria que todos pensassem que eu tocava em uma banda de rock. Então meu visual era uma camisa branca, preta ou cinza, da Hering, que eu comprava no Peralta (um supermercado que tinha na época) ou ainda uma camisa de banda (Sex Pistols, Jesus And Mary Chain, Smiths, Guns And Roses e outras bandas), uma calça jeans surrada e uma bota de bico de aço, pesada pra caramba que eu havia comprado do China, um punk da BS (Baixada Santista). E no inverno sempre rolava uma jaqueta de couro. Era o próprio visual de um rock star!

Pois bem, em 2008 eu conheci a Volantes, através do Orkut, participava de uma comunidade intitulada "Futebol Arte é Coisa de Viado" e entre umas discussões um dos participantes da comunidade estava servindo de chacota porque colocou uma foto no seu perfil com a legenda "Próxima capa da Caras". Fui fuçar no perfil do cara e vi que tinha uma banda. Procurei no Youtube e fiquei louco pelo som da banda. O cara em questão era o (Guilherme) Nunes, que na época era baixista da banda e posteriormente foi substituído pelo Bernard (os caras levam a sério a idolatria pelo New Order).

Acontece que a princípio minha referência maior foi com o Joy Division (em relação ao som da Volantes). Depois que, ouvindo melhor, notei que era mais New Order do que Joy Division. Essa confusão é algo bem comum, pois o New Order foi formado pelos integrantes do Joy Division após o suicídio de Ian Curtis.

Mas a minha (quase) obsessão voltou com força total. Passei a consumir tudo o que dizia respeito ao Joy Division (consumir na era da internet não significa necessariamente comprar). Observando melhor a música que me rondava, notei que tudo tinha um quê de Joy Division. Desde RPM nos anos 80 até as bandas novas bebiam na mesma fonte, naqueles garotos de Manchester que no final dos anos 70 não só começaram uma revolução musical que encantou o mundo do rock, como reinventaram a forma de tocar esse estilo musical.

Assisti a 2 filmes que falam sobre a vida (e a morte) dos caras: Joy Divison e 24 Hour Party People. Outro que preciso assistir é Control, que ainda não me preparei para o fazer.

Uma coincidência é que no carro, meu pen drive rola New Order, Volantes e Joy Division. E não é proposital.

terça-feira, 8 de março de 2011

OS PARALAMAS DO SUCESSO - UNS DIAS (EXPRESSO DO ORIENTE)

Nos anos 80 Os Paralamas eram um sucesso, com trocadilho e tudo. Nessa época Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, tinham uma forte influência de Sting e seu The Police. Confesso que foi a época que mais curti a banda. Posteriormente eles foram amadurecendo como músicos e profissionalmente e modificaram o seu som. Para falar a verdade, apesar de curtir, nunca fui muito fã da banda, mas tem canções memoráveis, como a que estou postando aqui.

Os Paralamas, embora formados no Rio de Janeiro, foram o catalisador das bandas e do rock oriundo de Brasília, além de abrir as portas para Legião, Capital e Plebe Rude, dentre tantas outras que vieram na esteira do sucesso destas.

Na canção Uns Dias a banda cita o Expresso Oriente:

"O expresso do Oriente, rasga a noite
passa rente
e leva tanta gente que eu até perdi a conta..."

Expresso oriente é o trem ligava Paris à Constantinopla e foi considerado um dos mais luxuosos do mundo. O que me chamou a atenção para essa rota foi quando li, na adolescência, Assassinato no Expresso Oriente, de Agatha Christie.

Viagens de trem sempre me fascinaram, acredito que pelo glamour de estar em uma cabine por horas e horas e das paisagens que a viagem proporciona. O luxo dos filmes também ajudou a me encantar por uma viagem de trem. Antes de morrer uma das viagens que quero fazer é essa do antigo expresso oriente, que hoje faz a rota de Estrasburgo, no leste da França, até Viena, na Áustria, em pouco menos de 12 horas de viagem.

Abaixo o clip.




UNS DIAS

O expresso do oriente
Rasga a noite, passa rente
E leva tanta gente
Que eu até perdi a conta

Eu nem te contei uma novidade, quente
Eu nem te contei

Eu tive fora uns dias
Numa onda diferente
E provei tantas frutas
Que te deixariam tonta
Eu nem te falei
Da vertigem que se sente

Eu nem te falei
Que eu te procurei
Pra me confessar
Eu chorava de amor

E não porque sofria
Mas você chegou já era dia
E não estava sozinha
Eu tive fora uns dias
Eu te odiei uns dias
Eu quis te matar

ACRILIC ON CANVAS


Semana passada ou retrasada, não sei exatamente o tempo, pois este está me deixando cada vez mais perdido, mas também não quero me esforçar para dominá-lo, uma vez que isso não me interessa ou não me dá nenhuma importância, me deparei com uma notícia bizarra de um maluco que atropelou em Porto Alegre vários ciclistas que faziam uma manifestação pelas ruas da cidade. Vendo as imagens e a entrevista com o cidadão é de revoltar o cinismo com que se defende. Além disso, como é triste perceber que as pessoas se escondem atrás da máscara de doenças psíquicas para justificarem o injustificável; mas de qualquer forma, isso também faz parte da loucura que vivemos. Quando em 1990 resolvi fazer Psicologia era nisso que eu pensava, na loucura que estaria por vir nos próximos anos. Só esperava ser uma profissão mais valorizada, que fizesse parte da saúde pública. Diversas pessoas procuram auxílio profissional, mas não têm grana para bancar o tratamento e desistem. Outro fator é que as pessoas estão acostumadas com o imediatismo e não suportam a idéia de ter que se tratar em doses homeopáticas.

Bem todo esse episódio faz lembrar o problema dos ciclistas aqui em Londrina, mais precisamente aqui do Lago Igapó. A prefeitura da cidade resolveu fazer 4 km de ciclovias ao longo do lago. Uma decisão completamente errada, porque além de criar um gargalo no trânsito (tente atravessar as rotatórias da Av. Maringá com a Ayrton Senna nos horários de pico e saberá do que estou falando) criou um mal estar entre os frequentadores da caminhada ao redor do lago.

Conversando com a Juliana sobre o episódio de Porto Alegre, justifiquei que o atropelador era um mal intensionado, imagina se os ciclistas, que são pacíficos, geralmente são naturebas, iriam fazer o que aquele senhor, que deveria ser expulso do quadro do funcionalismo público gaúcho, havia dito, das ameaças que teria supostamente sofrido! Porém, pensando em Londrina, vejo que alguns realmente passam dos limites.

Certo dia, correndo às margens do Igapó, do lado em que não tem calçadas para a prática do cooper ou da caminhada, um ciclista passou correndo e xingou duas mulheres que caminhavam na ciclovia por falta de lugar mais adequado; era caminhar na ciclovia ou no meio da rua. Entretanto, o ciclista, que treinava inadequadamente em um lugar de fluxo grande de pessoas, não se sensibilizou.

Ora, aqui no lago não é lugar para treinos. A ciclovia é para passear, para as crianças terem um lugar seguro para dar as primeiras pedaladas sem rodinhas... em Curitiba, por exemplo, percebi que ciclistas e pedestres convivem bem nas ciclovias. Isso porque lá o respeito é mútuo e ninguém fica treinando ciclismo em locais de passeio. É como se alguém fosse treinar corrida de carro nas vias públicas.

O caso em Londrina se resolve com um pouco de serenidade e de respeito. Em Porto é questão de polícia. Acredito que em Londrina não chegue a tanto.

MINHAS MÃES E MEU PAI


Esse é um filme inusitado, mesmo para os dias atuais, do politicamente correto e do ter para ser. Foi um dos indicados ao Oscar 2011, dentre as indicações estão a de melhor filme. Conta a estória de um casal de lésbicas em que cada uma delas teve uma gravidez por doação de esperma do mesmo doador. Quando a filha mais velha Joni faz 18 anos o irmão de 15, Laser, a instiga a procurar o doador de esperma, até então desconhecido.

A aparente tranquilidade e equilíbrio daquela família é desestabilizada com a presença do pai biológico de seus filhos. A entrada desse ser estranho no quotidiano da família abala inclusive o relacionamento das mães Nic (Anette Bening candidata ao Oscar 2011 de melhor atriz) e Jules (Julianne Moore), até o momento bem estruturado e resolvido.

Nic é controladora e possessiva e sofre com a mudança de todos a partir do aparecimento de Paul (Mark Ruffalo), principalmente porque este consegue atrair a atenção de todos, com seu jeito totalmente oposto ao dela, mais descontraído e menos, muito menos metódico e perfeccionista.

Um filme bem feito, sensível, para quebrar paradigmas e preconceitos em relação aos homossexuais, embora não se apresente como uma bandeira; mas demonstra o quão harmonioso e carinhoso pode ser uma família formada por casais gays, mas que também pode apresentar os mesmos problemas de uma família de casais heterossexuais. Enfim, o velho problema dos relacionamentos amorosos e seus desdobramentos após longos anos de convívio e de rotina.

ANTES QUE O MUNDO ACABE


Antes Que o Mundo Acabe é mais uma poesia de Jorge Furtado, aquele mesmo de Ilha das Flores e Houve Uma Vez Dois Verões. E não é só pelos diálogos inteligentes entre os adolescentes, mas também e principalmente pela narrativa, ora do narrador, ora da pequena Maria Clara, de Daniel pai e o filho. É pura poesia! A direção deste ficou à cargo de Ana Luiza Azevedo.

O filme, que é baseado no livro homônimo de Marcelo Carneiro da Cunha, conta a estória do adolescente Daniel, que mora em uma pequena cidade do interior gaúcho, próxima a Porto Alegre, que namora Mim, cujo relacionamento entra em crise e ela resolve dar um tempo. Perdido, Daniel descobre que seu melhor amigo Lucas está saindo com a ex-namorada. Ao mesmo tempo ele começa a receber, do nada, cartas do pai biológico, que mora na Tailândia, jornalista e fotógrafo.

Tudo isso vira pano de fundo para que o guri de 15 anos repense a sua curta vida, mas com o agravante das inseguranças e dúvidas próprios da idade.

Taí o enredo do filme, que ainda mostra alguns dos principais pontos turísticos de Porto, como o viaduto da Borges de Medeiros, o Guaíba, a Casa de Cultura Mario Quintana, o Brique da Redenção e tantos outros.

A trilha sonora conta com a bela canção do Pública, Long Plays, do primeiro disco da banda, Polaris.

É um belo filme, que nos fez correr Porto em janeiro a procura de uma sala que estivesse passando e até mesmo ir até à Casa de Cinema de Porto Alegre, ali perto do Parque Farroupilha ou Redenção, como preferir, na rua cujo nome da rua não me acordo, mas que é um cruzamento da Protásio Alves, uma ou duas quadras do viaduto da Silva Só, que é Avenida Azenha lá no bairro Azenha, depois vira Princesa Izabel, Silva Só e finalmente Avenida Goethe. Tudo numa só avenida.

Dentre os prêmios recebidos, estão o de melhor filme do ano de 2010 pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), melhor filme brasileiro da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2009; recebeu prêmios internacionais no Uruguai e na Alemanha.

Na filmografia do cineasta Jorge Furtado, além dos já citados, estão O Homem que Copiava e Meu Tio Matou Um Cara, filmes que fizeram um certo sucesso no circuito nacional e atingiram um público maior.


domingo, 6 de março de 2011

THE SISTERS OF MERCY - VISION THING

Com algum atraso vou postar a banda de fevereiro. A falta de tempo e o fato de esse ano eu não querer perder muito tempo na internet têm influenciado diretamente na quantidade de posts do blog.

Mas o mês de fevereiro escutei muito uma banda das antigas, que na época já fazia parte do underground, o chamado mundo cult, aquelas bandas que poucas pessoas cultuavam muito.

The Sisters of Mercy é uma banda de rock gótico inglesa, formada por em Leeds no início dos anos 80 pelo vocalista Andrew Eldritch, o guitarrista Gary Marx, o também guitarrista Ben Gunn, o baixisa Craig Adams. Foram apenas 3 discos lançados, entre o gótico, o punk e o dance. Mas foi o suficiente para incendiar a década e dar origem a outra banda importante daquela década, o The Mission.

Para apresentar a banda escolhi uma música que flerta com o punk, com uma guitarra marcante e riffs dançantes, que inicia o disco Vision Thing, que tenho em vinil até hoje. Com vocês Sisters of Mercy! A canção que dá nome ao disco.

A banda continua na ativa, tendo se apresentado no Brasil em 2009, com shows em Porto Alegre e São Paulo.



A tradução que encontrei na net é um lixo, aliás como tantas outras, sem o apelo poético de Endritch. Por isso posto abaixo apenas a letra em inglês.


VISION THING

Twenty-five whores in the room next door
Twenty-five floors and I need more
I'm looking for the can in the candy store
Two thousand hamburg four
And colours I ain't seen before
it's a small world and it smells funny
I'd buy another if it wasn't for the money
take back what I paid
For another motherfucker in a motorcade
In a long black car
With the prettiest shit
From panama
When the sirens wail
And the lights flash blue
My vision thing come
Slamming through
it's a small world and it smells bad
I'd buy another if I had
back
what I paid
for another motherfucker in a motorcade

Slamming through
Slamming through
what do wee need to make our world come alive?
what does it take to make us sing?
while we're waiting for the next one to arrive?
one million points of light
one billion dollar vision thing

Another black hole in the killing zone
A little more mad in the methedrome
One blinding flash of sense
Just like the president's
Well, I don't mind
Out of my mind
Blizzard king
Bring it on home
it's a small world and it smells bad
I'd buy another if I had
back
what I paid
for another motherfucker in a motorcade

And a vision thing
And a vision thing
And a ...
Sha la la la
what do we need to make our world come alive?
what does it take to make us sing?
while we're waiting for the next one to arrive?
one million points of light
one billion dollar vision thing

Sha la la la

BRUNA SURFISTINHA


Ontem fui assistir ao filme Bruna Surfistinha, baseado no diário que a guria escreveu sobre a vida na prostituição e que lhe rendeu fama e grana.

Um filme comum, sem muitos atrativos, a não ser uma estória real, sempre muito apelativo, uma vez que isso mexe com o espectador, que fica imaginando como foi o dia a dia, a rotina da pessoa retratada em nesse tipo de filme.

Tecnicamente é um filme bem feito, tudo na medida certa, fotografia, luz, som, tudo simples e bem feito. Quem não acompanha o cinema nacional por preconceito, muitas vezes está perdendo grandes filmes, o que não é o caso deste. A cena de estafa misturada com overdose é um exemplo de qualidade.

O começo do filme é entediante, o espectador fica esperando ela virar a mesa naquela vidinha de guria rejeitada pela família e pelos colegas de escola, o que a faz se fechar no seu mundo. Pouco se passa de sua vida pré prostituição. A monotonia é quebrada (momentaneamente) quando ela finalmente chega no auge e atinge o "estrelato" até o momento em que o vício pela cocaína faz o declínio da, como ela mesma se intitula, garota de programa mais famosa do Brasil.

Tempos atrás li umas críticas à Psicanálise, que responsabilizava os pais por tudo o que fazemos na vida adulta; isso justificaria e tiraria a culpa das escolhas erradas que fizemos ou fazemos ao longo da vida. O filme trata exatamente disso, a partir do desprezo de todos, da família adotiva (com excessão da mãe) e da dificuldade de se socializar na escola de classe média alta em que estuda e que é ignorada por seus pares.

Uma guria com complexo de inferioridade e auto estima muito rebaixada, que busca chamar a atenção e se sentir útil, seja qual a forma que for. E encontra na prostituição, não só a atenção, mas ser desejada pelos outros; por isso decide fazer tudo bem feito a ponto de agradar a todos os seus clientes, sem preconceitos. O mesmo preconceito que foi alvo a vida toda. Ela tenta consertar isso.

Sobre o fato da influência das primeiras experiências de nossas vidas pelo resto dela, cada um tem uma escolha. Uns são mais fracos mesmo e escolhem o caminho aparentemente mais fácil, que torna a vida mais complicada; outros resolvem consertar as coisas e seguem o caminho dito correto. Mas o reflexo da forma em que convivemos e fomos criados e do ambiente familiar sempre estará presente nas nossas escolhas. As nossas primeiras experiências e a forma como fomos criados são, afinal de contas, determinantes. Veredicto: os pais são culpados!

Ainda sobre o filme, uma curiosidade é que os diretores escolheram a belíssima canção Fake Plastic Trees, do Radiohead para fechar o filme. Thom Yorke e sua trupe só liberou depois de assistir (e aprovar) a película. E essa é a melhor parte do filme, o fim com a canção de fundo. Pena que os caras desligaram o som para mandar todos embora do cinema, pois era a última sessão. Ao menos, desta vez, não paguei estacionamento.