domingo, 24 de março de 2013

THE STROKES - 80's COMEDOWN MACHINE

Outra das minhas canções prediletas do novo álbum do The Strokes. A letra enigmática diz tudo. Pura poesia! Escute com a letra em mãos. Dispensa comentários,



Máquina do Tempo Dos Anos 80

Esta não é a primeira vez
Que eu vi você
Passando
Eu tentei muito
Conseguir voltar lá
Mas você não está a tempo
Não mais

Tente acreditar em você
Pela segunda vez
Você disse que os muros se fecharam
Mas está se arrastando

Novamente para dentro

Então por favor
Fuja
Então por favor
Fuja

Tentei acreditar nisto
Uma segunda tentativa
Lá está, no cofre
Por quê você não
Fecha as cortinas

Para a noite?

Então por favor
Fuja
Então por favor
Fuja

Então por favor
Fuja
Então por favor
Fuja
Fuja
Então por favor
Fuja
Fuja

THE STROKES - CHANCES

Estou escutando incessantemente o novo disco do Strokes, intitulado Comedown Machine. Além da música título, belíssima, outra que não sai da minha cabeça é Chances. Uma letra cativante e um som tranquilizante, que me faz pensar: sim, a música tem salvação. A máquina do tempo da música de volta ao bom e velho som salvador. Acredito que minha fascinação pelo assunto (volta ao passado = máquina do tempo) influencie na minha fascinação por esse novo disco. Mas claro, são eles, The Strokes, a banda de Julian Casablancas e cia. Impensável não ouvir, indispensável!


Chances
Eu esperei por você
Eu esperei por você
Esperei em você
Mas agora não mais


Você não viu
Eu não vi
Eu não vi
Mas agora, oh, eu vejo


Eu jogo o seu jogo
Eu jogo o seu jogo
Agora
Eu jogo o seu jogo
Eu jogo o seu jogo


Eu tento minha sorte sozinho
Ponha-se em seu lugar e vá embora
Eu não vou esperar mais por você acordado
Então pode me perguntar se algo está errado
Garota
Eu não sei mais


Quando a noite não está preparada pra você
É um sentimento que eu sei que os cães sentem
Eles convidaram uma comissária de bordo, também
Agora eles querem que você veja
Aqui está, a dias ele decidiu que tem tempo
E ele afirma que não é uma surpresa
Quando descobre que a verdade está do lado dele


Eu tento minha sorte sozinho
Ponha-se em seu lugar e vá embora
Eu não vou esperar mais por você acordado
Então você pode me perguntar se algo está errado
Garota
Eu não sei mais
Não acredito em ninguém
Enquanto eles rastejam pra longe de mim


Esperando pela noite
Partindo noite por noite
Você pode me ver viajar
Nós poderíamos estar em apuros todas as noites
Nós estamos em uma nova vida.

sábado, 23 de março de 2013

THE STROKES - COMEDOWN MACHINE


A banda nova yorkina The Strokes está de volta e lança essa semana (mais precisamente no dia 26 de março) seu quinto álbum. E isso vale, logicamente um post. Depois do lançamento da polêmica One Way Trigger, que fez com que muitos fãs brasileiros decretassem a morte da banda. Isso porque a canção tem um tecladinho sem vergonha que lembra as músicas tecno bregas. Mas um exagero, porque a música é boa, basta tirar o teclado escroto, tem uma letra interessante e um Julian Casablancas cantando em falsete que dificilmente conseguirá repetir ao vivo com a mesma afinação. 

Depois de lançar 3 discos muito bons, veio Angles que sofreu algumas críticas pela proximidade com o som eletrônico. Normal a crítica, porque os 3 primeiros discos beiram a perfeição. Então o que se espera é outro perfeito. Curti bastante o Angles, mas claro que minha preferência sempre cai no Is This It? com a minha canção predileta Someday. Angles guarda algumas pérolas como Under Cover of Darkness, Taken For a Fool e Gratisfaction. 

O novo dico começa com a eletrônica Tap Out, uma aproximação com o tecnopop do New Order dos anos 80 e com retoques setentistas, seguida de All The Time, que traz o velho Strokes de sempre; a terceira canção a polêmica One Way Trigger, que escuto insistentemente, ao contrário de todos, gosto muito; Welcome To Japan traz o clima dos discos anteriores; 80's Comedown Machine tem tudo para ser um grande hit do álbum; 50 50 traz um clima mais intimista e mostra a banda mais tranquila; uma bela canção.

Slow Animals vem no mesmo clima de All The Time e 80's Comedown Machine, assim como a seguinte Chances e até o final dá para notar que eles estão de volta (mesmo que Happy Ending traga o flerte com o eletrônico de Angles e Call it Fate Call it Karma que fecha o disco com uma participação especial), fazendo o que de melhor sabem fazer, um som agradável e de qualidade. O susto de One Way Trigger está desfeito. Saboreiem! Vale à pena, como sempre; afinal, é o Strokes!

sábado, 16 de março de 2013

EU NÃO USO DROGAS


Li o texto do Tico Santa Cruz aqui e posso dizer que concordo com muito do que está escrito. Vou discordar quando ele fala que a questão da droga é uma questão de saúde pública e apenas de saúde pública. Também é uma questão de polícia, porque a partir do momento que envolve crianças e adolescentes sem maturidade para discernir o efeito que uma droga pesada pode fazer ao próprio corpo e que é vendida por um filho da puta de um traficantezinho de merda que fica rondando a gurizada nas escolas, nas pistas de skates, shoppings, para vender a droga para eles.

Seguindo o seu raciocínio, que é bastante coerente, qualquer um dirá que é a favor da liberalização das drogas. O controle seria maior, como o são com os remédios controlados vendidos nas farmácias e que enriquecem cada vez mais a indústria farmacêutica. Isso porque é mais fácil comprar cocaína, maconha e qualquer ácido do que um remédio de tarja preta, que exige receita médica. Porém, muitas pessoas conseguem comprar esses remédios através de algum tipo de suborno, seja comprando receituário ou mesmo subornando os atendentes das farmácias. Vivemos num mundo capitalista, onde a corrupção é uma realidade próxima (assim como as drogas) de todos nós. Ao contrário do que a hipocrisia que toma conta de todos versa, no meu prédio, na tua rua, em todos os lugares há corruptos, não apenas onde os políticos se encontram; em nossa sociedade capitalista voraz, todos são passíveis de se vender por trocados.

Dizem que a maconha é uma droga inocente; que não vicia e que não faz mal algum, que o cigarro, que é permitido, faz mal pior do que um baseado. Não sei dizer quem está com a razão, mas posso dizer que usar maconha é uma transgressão e para os jovens, transgressão está associado ao prazer, a conquistar a admiração do outro, a se autoafirmar. E daí para outra droga mais pesada para continuar mantendo o fascínio dos colegas, é um passo. E como é muito fácil conseguir, se tornar um viciado e ir para o fundo do poço não fica longe.

Pode parecer exagero... talvez o seja. Mas a maioria das vezes é o que acontece. Todo mundo começa com maconha e dali vai testando outras drogas para ver se o barato aumenta. Quando entrei na faculdade, em 1991, claro que tinham zilhões de maconheiros e gente que usava outros tipos de drogas. Tinha um tal de chá de cogumelo que o pessoal comentava ser alucinógeno; era febre entre os universitários da Unesp daquela Assis de início da última década do século passado. Esse cogumelo era fácil de encontrar e de graça, porque entre a minha casa e o campus da Unesp havia um pasto e era lá que a galera encontrava a  matéria prima do chá. Eu morava em uma república que os caras faziam suas festas regados a maconha e muita bebida; passava tardes jogando xadrez com um dos meus colegas de república, ele fumando um baseado e eu sem nada e ele ainda ganhava de mim... (Wagner, saudades dessa época). Cheguei a experimentar maconha poucas vezes, não achei graça e nunca desejei utilizar outra droga; tomei um porre nessa mesma época em um churrasco em casa e passei tão mal que por meses não podia sentir o cheiro de churrasco que me nauseava. Essa foi minha experiência mais pesada com drogas. Sempre tive medo de viciar em algo. Tenho um pé no hedonismo e isso corroborou para o meu medo. Nunca tomei o tal chá, nem por curiosidade.

Depois disso nunca mais bebi, no máximo um vinho de vez em quando e uma champagne no ano novo. Nada mais. Não bebo e não fumo. Respondendo ao questionamento que o Tico Santa Cruz faz, não uso nenhum tipo de droga, nem as lícitas, muito menos as ilícitas. Quando estou com dor de cabeça, procuro desenvolver alguma atividade menos estressante até que a dor passe; levo uma vida saudável, com atividades físicas que mantém minha saúde em bom estado; faço academia e nunca tomei nenhum tipo de medicamento para ficar bombado, embora perceba que o resultado de muitos é diferente do meu, bem mais lento; nunca precisei de remédios para dormir, nem nos meus piores dias, quando durmo muito pouco. Costumo nesses dias me ocupar de algo produtivo, como ler um livro, escutando um boa música ou assistir a um filme. Aliás, a música e a leitura é que me fazem viajar. Talvez essa sensação de bem estar seja semelhante a que as pessoas têm ao estar sob o efeito das drogas.

O uso da droga tem relação com o imediatismo de nossa sociedade, da dificuldade em lidar com as emoções, com as angústias; o uso das drogas está ligado com a falta de tempo, com o ritmo de vida, do dia a dia que levamos, em que segundos 'perdidos' em uma sinaleira fazem diferença. A utilização de drogas está ligada a nossa inabilidade em lidar de forma madura com a dor que é viver, com a falta de paciência. Tem relação com não sabermos lidar com a tristeza e com a ditadura da felicidade; quem não é feliz, não sai de casa, não consome, não gasta dinheiro. 

De qualquer forma, não acredito em soluções milagrosas no caso das drogas. Primeiro porque é algo muito profundo a ser discutido. Acredito que todos devem estar envolvidos nesta questão: comunidade, família, autoridades; além disso é necessário vontade do poder público, investimentos altos em programas educacionais, mas também a aproximação maior da família; e quando falo de poder público incluo verbas para conscientização e educação, mas também em treinamento das polícias para saberem abordar adequadamente os usuários, e agindo de forma mais acintosa quando se tratar de traficantes; porém, antes de tudo, precisa separar os bons dos maus policiais, dos que abordam apenas para tomar a droga do usuário e usufruir da mesma e dos que agem de acordo com a lei.

O problema é complexo demais. É com reflexões e boa vontade que a sociedade pode superar. Sem taxações e generalizações. Esse é um caminho. Há outros, a discussão é longa!