sábado, 19 de junho de 2010

MAIS HISTÓRIA


Ao escutar a música Amigo Punk lembro de um episódio engraçado da minha adolescência, nos longínquos e nostálgicos anos 80. Na minha primeira madrugada fora de casa, teria algo em torno de 15 anos, quando íamos ao bairro da Caneleira, se não me engano nos pés do morro do Jabaquara, ficar escutando fitas de músicas na casa do Zé do Kiss, que era mais velho que nós e tinha uma banda punk chamada Mordedura. De lá íamos à pé até à zona, na Rua General Câmara. Quem conhece Santos sabe o quanto camelávamos, praticamente atravessando a cidade, da Zona Noroeste até o Centro da cidade. Esse era nosso programa das noites de sexta-feira, porque aos sábados saíamos atrás da mulherada, no Gonzaga, ou pegava um cineminha (Roxy, Iporanga, Indaiá, e outros); geralmente as duas coisas.

Nessa época tínhamos um lema: até a meia noite ainda selecionávamos as gurias para investir. Passando desse horário, o que viesse era lucro. Lembra disso Wagner? E a maioria das vezes só nos sobrava a segunda opção.

Na madrugada em questão, chegamos na zona e fomos às boates e depois de sermos expulsos de todas (éramos menores e não consumíamos porra nenhuma), fomos parar no ponto do ônibus que ía para Cubatão. Decidimos, sem grana, uns bêbados, outros embebidos pela aventura adolescente da primeira madrugada na rua, ir para Cubatão e passar a noite na rua. Chegando em Cubatão descemos na avenida principal, procurando uma igreja aberta para dormir em seus assentos. O problema é que não existem igrejas que ficam abertas no meio da madrugada, e naquela época não era diferente, então vagamos entre botecos e padarias que teimavam em funcionar em horários avançados. Quando todos fecharam vagamos pelas ruas silenciosas e desertas até o amanhecer, que demorou para passar e o frio intenso nos fez ver que mancada não termos ido para casa dormir no quentinho de nossas camas.

Ao chegar em casa ás 9 horas da manhã de um sábado, claro que a D. Sirlei tinha muito para falar, mas àquela ... altura da manhã já não importava o nosso bafo... e não adiantava a mãe querer ... marcar o gado com o ferro em brasa...

Demorei ainda para dormir e curti uma dor de cotovelo com o disco do The Cure Standing On A Beach, que o Zé Renato havia me emprestado (ele era o grande fã da banda nessa época, o sr. The Cure - lembro que ficara muito puto quando lemos na revista Bizz a declaração do Marcelo Nova de que o Robert Smith não passava de uma bichinha gorda - kkkk) fora ele, Zé Renato, que trouxe o Cure para a galera; o disco insistia tocar e eu não dormia, principalmente com The Caterpillar, In Between Days e Close To Me (que inclusive escuto nesse momento).

Bons tempos de vagabundagem roqueira e adolescente. Come Back, Come Back, Come Back to me... to us...

Um comentário:

  1. nossa, lembrei que cheguei a ensaiar algumas vezes com o Mordedura, quando saiu o guitarrista deles... kkkk

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