sábado, 8 de maio de 2010

THE SMITHS: A BANDA DAS BANDAS



Continuando a saga das bandas que faizeram a história da minha vida, The Smiths é a banda das bandas! Aquela que fez o divisor de águas in my life.

Em 1987 era difícil escutar qualquer coisa que não tocasse nas rádios jabazeiras (que eram subornadas pelas gravadoras para tocar determinadas músicas de determinadas bandas). O único jeito de conhecer coisas novas era contar com a Revista Bizz ou com um irmão maluco, que fosse da Marinha do Brasil e que torrasse o soldo com discos. Era o meu caso. Consumia vorazmente a revista citada e um certo dia chega meu irmão Rogério de viagem, na bagagem uma porrada (uma porrada mesmo) de discos trazidos dos quatro cantos desse país (e também de suas viagens pela Argentina, Uruguai e outras plagas). Ele sempre foi nosso termômetro para a música, afinal, nasceu em 66, no auge dos Beatles e cabeludo, como os Fab Four. Conta dona Sirley que o médico comentou assim que ele nasceu algo como: é cabeludo como os Beatles!

Naquele longínquo dia de 1987, eu ávido por músicas diferentes daquele ascendente rock nacional, comecei a me deliciar com tanta variedade de música e explorei muito aquelas dezenas de discos. Um deles me chamou a atenção pelo que eu lia por aí: The World Won't Linsten.


Uma coletânea da banda The Smiths (tire o The e chame apenas de Smiths), uma obra prima da dupla Morrissey/ Marr, respectivamente vocalista e guitarrista. Apesar de contar com diversas músicas inéditas e B Sides de compactos de anos anteriores (para quem não sabe, compacto eram discos pequenos que as bandas - e quem vivia da música em geral - lançavam para divulgar suas músicas antes do LP) haviam músicas oriundas de discos como


The Queen Is Dead, Meat Is Murder, entre outros, sendo o primeiro, o disco de maior sucesso e que alavancou a banda para o resto do mundo. Já havia escutado Smiths em outros momentos, como nos programas de clipes na tv pré MTV (sim, nos anos 80 não existia eme te vê) tais como Som Pop, da tv Cultura de São Paulo, Clip Trip da tv Gazeta (na época a tv desindexada, uma alcunha para dizer que era um canal fora dos padrões de canais comerciais, alternativa), entre outros (mesmo a Globo tinha o seu programa de clipes, se não me engano chamava Clip Clip). Era a forma que tínhamos de conseguir ouvir coisas novas, mesmo bandas independentes brasileiras, como Violeta de Outono, Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, Vzyadoq Moe, Pin Ups, De Falla, entre tantas outras.

Mas dizia eu, já havia sido apresentado a essas bandas por intermédio dos programas citados. Porém, conhecer Smiths mesmo, a fundo, foi com o The World Won't Listen. O maravilhoso disco inicia com Panic, uma crítica à discoteque, às musiquinhas que os DJ's colocavam para todos dançarem (enforquem o dj era o refrão); em seguida vinha uma das músicas mais belas de todos os tempos: Ask - foi amor à primeira vista (ou ouvida). A melodia maravilhosa e a letra sensível, falando sobre a timidez. Na primeira vez que escutei essa música me apaixonei pela banda. Como alguém poderia fazer uma música tão linda e dizer coisas tão minhas?

Em seguida
London, uma das mais pesadas da banda, a polêmica Bigmouth Strikes Again - das músicas que mais fizeram sucesso, com sua letra ácida ("doçura, eu estava só brincando quando disse que gostaria de arrebentar cada dente de sua boca"), era um tapa sem luva de pelica nos românticos babacas que escreviam coisas óbvias e bregas, do tipo eu te amo e você me deixou. Shekespeare's Sister separa uma sequência de hits de deixar o corpo todo arrepiado: There Is A Light That Never Goes Out (quem poderá esquecer da estrofe mais linda e romântica da história da música mundial?):

"... E se um ônibus de dois andares
Batesse em nós Morrer ao seu lado
Que jeito divino de morrer

E se um caminhão de dez toneladas

Matasse nós dois Morrer ao seu lado
Bem, o prazer e o privilégio são meus..."


em uma melodia das mais lindas já existentes e de uma dor de cotovelo de fazer chorar (e sem ser emo). Obra prima, dentre tantas outras, como são as duas outras: Shoplifters Of The World Unite e principalmente The Boy With The Torn In His Side, sobre o amor homossexual de Morrissey, mas que cabe a qualquer amante incompreendido em seu amor. Divino! Esse é o adjetivo mais adequado para uma música de arrepiar. O que dizer da letra:

"O garoto eternamente atormentado
Por trás do ódio jaz

Um desejo homicida por amor

Como podem olhar nos meus olhos

E ainda não acreditarem em mim?

Como podem me ouvir dizer essas palavras

E ainda não acreditarem em mim?
E se não acreditam em mim agora
Algum dia acreditarão?


Minha intenção não é escrever sobre cada música, pois isso fará com que o post seja enorme. Mas seguem a instrumental (marca registrada nos discos da banda) Money Changes Everything (que nada tem a ver com a da Cyndi Lauper), a música para dormir Asleep e não posso deixar de citar dentre tantas do lado B do disco, That Joke Isn't Funnt Anymore, do álbum Meat Is Murder


e que fez muito sucesso, mais uma vez Morrissey abrindo a alma. Dali para frente passei a consumir como um louco tudo que tinha do Smiths, Morrissey. Mesmo com o preconceito por ele assumir sua homossexualidade (a partir dos anos 90 ele se autodenominou assexuado) em plenos conservadores anos 80.

Continuo em um próximo
post, pois Smiths fazem parte da minha vida, como meu corpo e minha alma.

P.S.: para conhecer as músicas basta clicar em cima das mesmas e se divertir.

8 comentários:

  1. nossa fiquei muito sei la´en extase ao ler essi blog caralho me deixou arrepiado muito bom amo a banda smiths muito obrigada por colocar essi fato acontecido na época .ate´mais

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  2. nossa fiquei arrepiado,muito obridado por vc ter colocado isso no seu blog ,acontecido na época adoro a banda the smiths, até mais.

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  3. muito obrigada por vc contar essi fato acontecido na época adoro a banda the smiths até mais.

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  4. bem legal,esse resumo basicos q postol...serio!!adoro smiths,o som é unico!!!

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  5. Muito bom o post..comecei a curtir The Smiths por influencia de um colega e isso faz apenas semanas..já estou viciado nas musicas...muito boa a banda...

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  6. òtimo post, ainda existe reconhecimento e bom gosto no mundo... Parabéns!

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  7. Luka Morrissey, sem dúvida, são poucos os abnegados, mas todos sabem o que é bom!

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  8. "Como alguém poderia fazer uma música tão linda e dizer coisas tão minhas?" Esta frase é minha desde que conheci os smiths. Meus amigos sempre tiveram suas bandas favoritas, até conhecer os smiths eu não tinha uma...fico meio sem graça em falar deles, pois ouço sempre e lamento muito o fim. O Morrissey solo gosto, mas the smiths eu amo. Belo post, muito belo. Parabéns. Voltarei mais vezes, aqui fala um assunto que me interessa muito. Abraço.

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