domingo, 16 de maio de 2010

THE SMITHS: A BANDA DAS BANDAS II



Continuando a saga das bandas que fazem parte da minha vida, Smiths é a banda da minha vida, daquelas que eu comprava tudo que saía em uma época que não existia internet ou computador. Tinha uma namorada na época e dizia que o dia em que os Smiths viessem ao Brasil ela teria que subir no palco e dar um beijo no Morrissey por mim, rsrs. Durante muito tempo eu queria ter o cabelo igual ao do Morrissey, mesmo depois que descobri que ele era gay, minha admiração não diminuiu, apesar do preconceito de um guri de 14 anos nos consevadores anos 80.

Em uma dessas viagens para Sampa, em conversa com meu primo, o Pico, que me deu uma fita (fita cassete meu caro, da pré história mesmo) de presente. Era o último disco gravado pela banda antes da separação definitiva:
Strangeways, Here We Come, de 1987. Apesar da crítica cair de pau, dizendo que eles estavam desgastados e que muita coisa ali não precisava ser gravada (coisa de crítico) eu achei o disco muito bom (coisas de fã).

Para não citar as 10 músicas do álbum, destaco Death of a Disco Dancer, a bela (e boba) Girlfriend In a Coma, a lamuriosa e profunda Last Nigth I Dreamt That Somebody Loved Me (A noite passada eu sonhei que alguém me amava), Paint a Vulgar Picture e a que fecha o disco, I Won't Share You, uma ode ao egoísmo do amor possessivo.


Esse disco me perseguiu os dois anos que morei em Assis, estudando na Unesp, antes de mudar para Londrina. Todas as minhas viagens de férias escolares ou feriados prolongados era a trilha sonora (que até pouco tempo mantive comigo, mas quando mudei no final do ano passado - meu primeiro post - fiz uma limpa em muita coisa e me desfiz das caixas de fita que eu tinha). Durante as madrugadas solitárias dentro do ônibus, desde a primeira vez em que fui para fazer a matrícula, até a última e derradeira viagem de busão. Foi minha companheira de solidão, de tempos de pós adolescência... e de todos os sonhos que possuía.

Para lembrar de cada momento da minha vida, basta escutar Smiths, de quando eu estava na escola, no colegial, das viagens para Sampa, das idas e vindas de Assis, e tantas outras coisas. Faz parte da minha adolescência, nos momentos alegres e de tristeza depressiva, dos domingos à tarde em que ficávamos eu e o Zé Renato, no muro de uma loja na Afonso Pena com a Conselheiro Nébias, sem ninguém para zoar, porque o Branco não podia sair, já que a mãe dele só permitia que ele saísse de casa no domingo ou no sábado, nunca os dois dias, e o Ronaldo estava em Humaitá ou sei lá onde, esperando o dia terminar, um tédio e solidão característico da idade.


Tem também o póstumo Rank, disco ao vivo, que furou, de tanto escutar, com Craig Gannon nas guitarras (dividindo com Marr), de um período (curto) em que os Smiths foram um quinteto. Esse disco era formado por todos os maiores singles da banda, Panic, Ask, The Boy With The Torn In His Side, The Queen Is Dead, Bigmouth Strikes Again, entre outras, e principalmente a música que atinge a alma de qualquer mortal, I Know Its Over:


"
Eu sei que acabou
Oh mãe
Eu posso sentir o chão caindo sobre minha cabeça

Veja, o mar quer me levar

A faca me cortar

Você acha que pode me ajudar?
"


Esse disco conta ainda com Cemetry Gates, aquela famosa em que ele compara os poetas Keats e Yeats com Wilde (o seu predileto), a belíssima Still Ill... ufa, melhor parar por aqui, pois todas as músicas são lindas, What She Said, Is It Really So Strange?... Em 1987, se não me falha a memória, Morrissey e Marr, o coração (e mente) da banda decidiram seguir o seu rumo e separar uma das maiores duplas de compositores de todos os tempos. Iniciativa do segundo, cansado de ser ofuscado pelo brilho do primeiro. Para desespero de todos os fãs, eles nunca mais voltaram a tocar, e nós, fãs órfãos, tivemos que nos satisfazer com a (bela) carreira solo de Morrissey.

Marr tentou algumas coisas, como montar com Barney Summer do New Order (também de Manchester - England), o Eletronic, a chamada superbanda, por contar com ex integrantes do Smiths e da chamada à época maior banda independente de todos os tempos (New Order) que fez um grande sucesso. Tocou antes no The The (a banda de Matt Johnson).
Mesmo com os apelos de Morrissey, Johnny Marr nunca mais voltou a formar a dupla que emplacou tanto sucesso e que transformou os Smiths em uma das bandas mais cultuadas da década. Embora o pouco tempo de vida (de 1982 à 1987), os Smiths foram muito criativos e gravaram muitas coisas no curto período.

A discografia completa postarei na sequência.

P. S.: as músicas citadas podem ser ouvidas ao clicar em cima dos seus respectivos nomes.

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