domingo, 28 de fevereiro de 2010

SAUDADES DO BRASIL


Procurei na internet uma estatística de quantos brasileiros moram no exterior e o máximo que consegui foi uma estimativa em torno de 3 milhões. A dificuldade de encontrar números exatos tem como um dos motivos o fato de muitos dos que vivem no exterior estarem na clandestinidade; outra informação interessante é que a grande maioria vai para os EUA para tentar uma vida melhor. Conforme levantamento do Ministério das Relações Exteriores, em solo norteamericano viveriam 1,2 milhão de brasileiros. Na Europa teriam em torno de 800 mil, divididos em diversos países (a grande maioria em Portugal, Itália e Espanha - nossos principais colonizadores). O segundo país que recebe mais brasileiros seria o Japão, com 300 mil. Essas estimativas são grosseiras, conforme esclareci no início do post.

Se os dados da quantidade de brasileiros fora é difícil de se saber, o que diria da quantidade destes que se dão bem ao viverem longe de sua pátria e dos que, ao contrário, têm experiências negativas e voltam para o Brasil com a intenção de nunca mais voltar, devido ao trauma do fracasso. Mas, como profissional de RH, tenho ao longo da experiência, conhecido estórias de fracasso, de gente que vai iludida, vende tudo o que têm aqui e vão de mala e cuia para o exterior e quebram a cara, voltando para o Brasil endividado.

O que faz um cidadão deixar família, amigos e principalmente sua vida para trás, em busca de progresso financeiro, sem saber o que o aguarda, são inúmeros fatores. O primordial é a questão financeira. Estórias de sucesso de parentes, amigos e conhecidos motivam as pessoas a partirem. Mas não levam em consideração os fatores dificultadores, a adapatação, o sofrimento, a solidão, o preconceito, entre outros, não são pensados. Apenas o sucesso financeiro. Aquela velha estória que tanto ouvimos que a sabedoria popular versa: vê as pingas que eu tomo, mas não vê os tombos que eu levo.

Meu filho Guilherme, o Gui, que tem 11 anos e esse ano encucou que quer ir para os EUA fazer faculdade, morar por lá. Não sei porquê cargas d´águas inventou isso, mas começou a cobrar que quer estudar inglês, pois "como vou para os EUA sem falar inglês?" (sic), argumento utilizado por ele para estudar a língua mais falada em todo o mundo. Importante incentivar a criança a estudar e se parte delas então... com as facilidades da vida moderna, a tecnologia avançada e etc, etc, os jovens estão se tornando cada vez mais preguiçosos, não lêem, não estudam, tudo se torna acessível a um simples click.

Estórias de fracasso, de humilhação sofridas por brasileiros que vão morar no exterior são muitas. O tratamento dado ao brasileiro é humilhante, ao menos os que colhi nos meus contatos. A a visão que têm de nós é de que somos todos ladrões e prostitutas. Por isso nos vêm com desconfiança e preconceito. Provavelmente essa é a imagem que passam de nós na gringa, tendo como base as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Se para nós, que conhecemos um pouco da realidade dessas cidades, parece que só acontecem desgraças, imaginem os
gringos, que não conhecem nada de nossa cultura e só recebem esse tipo de informação?

A música Saudades do Brasil, que dá o título desse post, composta pelo brilhante Flávio Basso, já em sua versão Júpiter Maçã, conta a estória de alguém que vai para os EUA e não se dá bem, ao se meter em problemas. Ilustra bem o que pode ocorrer com muitos brasileiros que tentam melhorar a vida financeiramente ao tomar a decisão de ir para o exterior. Mais tarde postarei a letra da música e a música em si, clipe acho difícil ter, porque a música nunca foi gravada.

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