sábado, 6 de fevereiro de 2010

AVATAR


Avatar é um filme interessante. Vale à pena conferir, não só porque está na mídia ou porque é um dos prováveis vencedores do Oscar 2010, ou porque é o filme com orçamento mais caro de todos os tempos ou que tem a maior bilheteria da história do cinema, ou porque é uma megaprodução de hollywood, mas principalmente porque é uma inovação tecnológica. Além disso, filmes futuristas, ficção científica, como é o caso de Avatar, são extremamente criativos. Criar uma nova linguagem, uma cultura irreal, pensar em estruturar sociedades no futuro (o filme ocorre em 2154), necessita de muita viagem... fico pensando, como é que os roteiristas têm tanta criatividade... James Cameron, que escreveu e dirigiu o filme, começou a escrever em 1994 e o filme era para ser lançado logo após Titanic, do mesmo diretor.

A estória em si é uma visão maquiavélica da luta do bem contra o mal, porém dessa vez o mal está no humano e não nos chamados humanóides. Os humanos precisam explorar minério riquíssimo, que se encontra embaixo da árvore onde os nativos vivem. Análogamente, podemos pensar nos problemas dos índios, cuja cultura foi dilacerada pelo branco em prol do progresso e principalmente pela exploração das riquezas naturais presentes nas terras indígenas. Exatamente a principal idéia do filme Avatar.

Conversando com meu colega de pós graduação, Arnaldo, chegamos à conclusão que um filme que fosse direto ao tema, ou seja, sem romancear a história com seres extraterrestres e no futuro, oriunda da máquina de fazer sonhos que é o cinema americano, não faria o mesmo sucesso e não levaria multidões aos cinemas ou mesmo emocionaria tanto o espectador. Por isso que Hollywood é tão milionária e fabrica tantos sucessos, por saber captar e atingir o imaginário público.


Aqui em Londrina houve uma discussão grande nas páginas do Jornal de Londrina (http://portal.rpc.com.br/jl/) na seção destinada às cartas dos leitores, sobre a qualidade do filme, ao que ele servia, ao que se propunha, até mesmo discussão ideológica em cima da sua mensagem.

Fica a dúvida levantada na minha conversa com o Arnaldo, se esses mesmos senhores que se deram ao trabalho de discutir ideologias nas páginas de um jornal, fizeram algo a respeito dos problemas do povo indígena, assunto atualíssimo aqui em Londrina - e no Paraná, após a assinatura de um decreto em 28 de dezembro, pelo presidente Lula, que reestrutura a Funai e transfere as três sedes existente no estado para Santa Catarina. Temos acompanhado diversos protestos por parte da população indígena nas cidades que contavam com sedes da Funai, como Londrina, por exemplo.


Voltando ao filme, que no cartaz diz que tem duração de 2hs49min, fique tranquilo, não se preocupe com a duração, pois isso não é um impedimento. A estória é envolvente e a forma como foi desenvolvido amarra o espectador e o enterte. Mas é importante que seja assistido em 3D, essa a mágica do filme. É como estar lá, dentro das cabines das naves, as folhas das árvores caindo ao seu lado, enfim, é como se nós participássemos das cenas.


Se tu és alguém que gosta de assistir a um filme apenas para se distrair e se divertir, sem pretensões filosóficas e gosta de uma boa estória, vale à pena. Se tu queres tirar alguma lição de tudo isso ou tens o olhar crítico, também vale à pena; se entretanto, apenas quer passar uma bela tarde de domingo dentro de um cinema com ar condicionado e cadeira confortável, com um refrigerante gelado em uma mão e um saco (box) de pipoca big na outra, então vá assistir, pode ter certeza de que não se arrependerá. E assistirás ao provável vencedor do Oscar 2010 (não é minha opinião, mas pelo que ele representa e pelas cifras, tudo leva a crer).

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