sábado, 16 de outubro de 2010

ENGENHEIROS DO HAWAII - A REVOLTA DOS DÂNDIS

O post anterior começa com alguns versos da música da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii, que fez muito sucesso no final dos anos 80 e início dos 90. Humberto Gessinger e sua trupe demosntrando do que o rock gaúcho é capaz, pois grandes nomes como Cascavelletes, Defalla, Replicantes, entre tantos outros contemporâneos, não atingiram os holofotes da mídia.

Engenheiros do Hawaii, se não me engano, foi o primeiro show de rock que eu assisti, quando eles lançaram o primeiro disco, Longe Demais das Capitais, eu trabalhava no meu primeiro emprego, tinha 14 anos e era vendedor de sapatos. A loja do saudoso Nonico (Seo Jorge, ou primo, como todos o conheciam no comércio santista da década de 80), ficava ao lado da Prodisc, uma loja de discos, coisa que não existe mais nos dias de hoje. Os caras curtiam Engenheiros, que era uma banda desconhecida ainda e rolavam sempre Toda Forma de Poder e Segurança, hits desse disco. Quando recebi o salário do mês comprei o disco e lá fui eu, para o Caiçara Music Hall, na divisa entre Santos e São Vicente, com meu irmão Fábio, assistir ao primeiro show que a banda fez em Santos.

A música A Revolta dos Dândis abre o disco homônimo, o segundo da banda, mais odiada pelos críticos na época. Nesse disco há diversos hits como a própria música citada, Terra de Gigantes, Refrão de Bolero e a música que talvez seja o maior hit da banda, Infinita Highway.

Ouça, em volume alto (porque rock tem que se escutar em volume máximo, porque não tem graça escutar em som ambiente) e divirtam-se. Afinal, o que é rock and roll, os óculos do John ou o olhar do Paul?





A REVOLTA DOS DÂNDIS

Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez,
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre a verdade e o rock inglês
Entre os outros e vocês

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre gritos e gemidos, entre mortos e feridos
(a mentira e a verdade, a solidão e a cidade)
Entre um copo e outro da mesma bebida
Entre tantos corpos com a mesma ferida

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre americanos e soviéticos, gregos e troianos
Entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos
Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos
Mas eu nunca sei pra onde vamos

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui

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