sábado, 23 de abril de 2011

O RETRATO DE DORIAN GRAY


Oscar Wilde é um gênio da literatura inglesa. A primeira vez que li o livro que dá nome ao post, foi em 1992 e estava no segundo ano da faculdade. Fascinado com a história, tive uma prova e fiz analogias das questões com trechos do livro que estava lendo. Não lembro a disciplina, mas lembro de ter ido muito bem na prova, mesmo sem ter estudado.

Comecei a ler Oscar Wilde, ou melhor, conheci Oscar Wilde através de Morrissey, vocalista do Smiths cujo escritor era seu preferido. A história do belo rapaz que faz um pacto com o demônio para envelhecer o quadro e não ele, que tem no retrato pintado pelo artista Basil o reflexo de sua alma e vai apodrecendo de acordo com a vida desregrada em busca do prazer ao extremo.

É a história narcísica, da hipocrisia de quem não tem coragem de assumir todos os prazeres mundanos; ao mesmo tempo, moralista, demonstrando que a busca pelo prazer, do prazer pelo prazer, não traz felicidade. Em um trecho do filme Dorian diz que a satisfação dos prazeres não significa felicidade.

Lembrei da saga de Erico Veríssimo, que escreveu toda a história de uma família, por algumas gerações, como o escritor Gabriel Garcia Marques em 100 anos de Solidão, nos livros O Arquipélogo I e II, O Retrato I e II e o Continente I e II. São 6 tomos do escritor gaúcho e nos volumes O Retrato faz uma pequena referência, indireta, talvez influenciada, na beleza do retrato pintado de um dos heróis do livro, que não me recordo nesse momento, que chega a entrar em discussão ou mesmo como seria bom se ao invés de envelhecer o retratado, envelhecesse o retrato. A mesma questão permeando as relações: a beleza eterna, tão em voga atualmente.

O último filme rodado baseado no livro homônimo entrou em cartaz ontem no Cine Contour. É uma produção de 2009. O livro foi publicado em 1891, foi acusado de ser imoral e homoerótico, chocando a Inglaterra vitoriana. No auge do sucesso por suas produções literárias e teatrais, Oscar Wilde foi acusado e preso pelo crime de homossexualismo alguns anos depois.

O filme não muda em nada a história, não tenta ser diferente do livro, apenas cumpre o seu papel de passar sua mensagem moralista. Ao contrário dos puritanos do século retrasado achavam, o livro traz a mensagem de que a vida não vale à pena se só nos entregarmos aos seus prazeres. Tanto que Dorian e seu mentor o lorde Henry Wotton se dão mal no final. Como não poderia ser diferente, o alto do filme são os diálogos, recheados de belas frases de Wilde.

Só por isso, já vale à pena. Para quem não conhece a obra do escritor, é uma excelente oportunidade de iniciar-se. Para quem já conhece a história, é interessante ver mais essa leitura, a 10ª para o cinema. Contando com a que assisti ontem, foi a 3ª. E o livro já li em algumas oportunidades.

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