sábado, 23 de abril de 2011

NÚMEROS


Correr e praticar exercício oxigena o cérebro. Isso é um clichê e antes de ser um clichê, é uma verdade. Será que as verdades que são clichês são realmente verdades? Será que a verdade torna o clichê não clichê? Bem, o fato é que correr faz bem e as atividades físicas além de liberar substâncias químicas que nos dão prazer, fazem bem para o nosso equilíbrio físico e psíquico.

Esse ano, além de correr aos finais de semana no Igapó, fazer a caminha de mais de 4 mil metros do hospital (onde trabalho) até a academia, resolvemos acompanhar o circuito de corridas de rua do Sesc Paraná. Mas somente nas cidades aqui perto. Tudo começou no final do ano passado quando corremos em Londrina. Esse ano fomos para Cornélio Procópio, Apucarana e Santo Antônio da Platina. E mais virão, como Maringá e muito provavelmente Curitiba. Só não vamos para Foz porque coincidirá com uma viagem que programamos.

Tenho diminuido bem o tempo das corridas, chegando perto dos 4 min por km. Além disso, em Apucarana fiquei em 44º (ou seria em Cornélio?) e na última fiquei em 22º, 2 minutos a menos no tempo. A colocação não significa muito, porque o número de inscritos varia muito. Mas os números parecem gritar algo, imperceptível para minha mente incrédula.

Por causa da numerologia muita gente mudou de nome. Na minha infância havia o Jorge Ben, a Sandra Sá, para citar 2 exemplos, que viraram respectivamente Jorge Benjor e Sandra de Sá. Se eu consultasse uma numeróloga talvez o meu nome virasse Máhrcio ou Máhcihoh, ou Márcio Mar... quem sabe... até que gostei dessa história. Márcio Mar é quase Johnny Marr.

Costumo esclarecer para todos que não sou supersticioso. Isso é loucura, porque cada momento é diferente e sou determinista, uma vez que acredito que as coisas acontecem simplesmente porque têm que acontecer. E ponto final! Mas me pego em dias de jogo do GRÊMIO com a mesma camisa branca e gravata azul e preta, por vezes sentando no mesmo lugar no sofá, assistindo a jogos pelo computador, com a idéia de que todos os jogos que assisto, meu time do coração ganha; em 1995, radinho em punhos (meu walkman era o único que pegava o 600 AM no dial, da rádio Gaúcha e o 720 AM da Guaíba, e escutava os jogos do GRÊMIO, da Libertadores. E sempre que a coisa andava feia para o nosso lado, mudava para a Guaíba para saísse gol. E pelo que me consta, era mágico, sempre acontecia.

Em tempo: deu certo, fomos bi da Libertadores!

Não gosto de afrontar os deuses. Sigo a filosofia de que ... no creo en las brujas, pero que las hay, las hay. Mas sinceramente, isso não é filosofia, o que importa é que não tenho o interesse de enfurecer as forças sobrenaturais. Se puder trazê-las para o meu lado, farei tudo o que for necessário.


A frase das brujas é de Miguel de Cervantes, que escreveu para o personagem (ou a personagem, como preferirem ou como for o correto) Sancho Pancha, que segue o seu mestre Don Quixote, aquele que enlouquece de tanto ler aventuras de cavaleiros e decide ele mesmo, dentro de seus delírios, viver as suas próprias aventuras. Quando li esse livro, no início dos anos 90, era uma época que tirei para ler os clássicos. Bons tempos aqueles em que eu tinha tempo para ler. Hoje nem clássicos e nem simples partidas, não tenho tempo para ler quase nada.

Por falar em livros, nos anos 80 eu era fã de romances policiais, o que me fez desejar ser detetive. Queria até fazer um curso por correspondência, aqueles que chegavam as revistas e todo o material pelo correio. Fui quase um Dom Quixote, ainda bem que não enlouqueci... ou melhor, enlouqueci mas não a tal ponto de querer viver minhas aventuras, nunca passei da sanidade de sentar em um canto com um livro nas mãos e me desligar do mundo real. E viver as minhas fantasias que os livros da Agatha Christie, por exemplo, me proporcionavam. Só não consegui me livrar de me apaixonar por uma personagem da série de Bolsilivros (aqueles livrinhos de bolso) ZZ7, Brigite Montfort, a espiã morena, de pele alvíssima, olhos incrivelmente azuis e corpo escultural.


Em suma, o medo do desconhecido que nos persegue. E os números podem nos ajudar de alguma forma (podem?). Nem que seja para nos tornarmos milionários com a mega sena.

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