domingo, 24 de janeiro de 2010

PEGGY SUE, SEU PASSADO A ESPERA


A primeira vez que assisti a esse filme foi na década de 90 do século passado, numa dessas madrugadas de insônia que me tomavam com frequência e hoje em dia poucas vezes acontecem. Quando liguei a tv estava passando na Globo, nesse programas da madrugada, para insônes. Geralmente é o melhor horário para assistir filmes na tv aberta. Lembro que peguei o filme pelo meio e mesmo assim comecei a gravar no vídeo cassete, pois sabia que dali a alguns minutos estaria dormindo no sofá, uma vez que sempre ligo a tv para dormir. No dia seguinte, ou no final de semana seguinte, assisti ao filme. Fiquei apaixonado.


Embora a estória pareça um tanto piegas, da mulher de meia idade que está se divorciando e que durante uma festa de confraternização da sua turma de escola, (25 anos depois) desmaia e volta ao passado (1960) e tem a possibilidade de mudar a sua vida. Em certo momento ela fala: "... se soubesse o que sei hoje, teria feito muita coisa diferente." Ora, muitos de nós, senão todos, gostaríamos de ter essa oportunidade. Isso por si só já torna o filme fascinante. E quando ela volta à adolescência, descobre que por mais que fugisse do seu destino, mais perto deste estava. A interpretração de Kathleen merece destaque.


Voltar ao passado e poder, com a experiência adquirida com a maturidade, com a possibilidade de fazer as coisas diferente, como Peggy Sue comenta com uma amiga, é deslumbrante.

O belo filme não teve o destaque que merece e poucas pessoas conhecem esse grande filme do premiado diretor de entre outros a trilogia de O Poderoso Chefão e Apocalise Now. No elenco do filme estão Kathleen Turner, Nicolas Cage, Jim Carrey, entre outros e a direção é de Francis Ford Coppola, o mesmo que estudou cinema com Jim Morrisson no início dos anos 60.


Desde a primeira vez em que assisti ao filme, que demorou para chegar em DVD ao Brasil ou mesmo para ser lançado nesse formato (se não me engano chegou apenas em 2008), demonstrando um certo descaso com a bela estória, algo me chamou a atenção: a metáfora do espelho. Ele começa com Peggy Sue se arrumando para o baile, em frente ao espelho e termina com a mesma sendo filmada pelo reflexo do espelho. Como em ALice no País das Maravilhas o espelho mostra a existência de outra dimensão, porém, como mostrou no filme, mesmo que possamos entrar na outra dimensão, não podemos interferir, pois isso faria uma reviravolta em todas a história do presente.


Outra lenda diz que através do espelho podemos ver o que fomos em outra encarnação; há o mito de Narciso, que era muito bonito, mas tinha a maldição de não poder se olhar no espelho e ao tomar água em um rio viu sua imagem refletida e se apaixonou, tendo se jogado na água para abraçar sua imagem e se afogado.


O filme foi indicado ao Oscar de melhor atriz (Kathleen Turner), melhor fotografia e melhor figurino. Outras curiosidades: Nicolas Cage é sobrinho do diretor Coppola; Sofia Coppola, filha do diretor e também cineasta, faz uma ponta como a irmão mais nova de Peggy Sue, Nancy Kelcher; nome original do filme: Peggy Sue Got Married.

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