domingo, 10 de janeiro de 2010

LULA, O FILHO DO BRASIL

Fui assistir ao filme que tanta discussão deu (sem motivo) por ser acusado de ser eleitoreiro Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto. Em primeiro lugar, gostaria de perguntar às pessoas se votariam no Lula porque assistiram ao filme sobre a vida dele. Acredito que não. Eu não votaria só por isso.

A primeira polêmica em torno do filme foi ter sido acusado de ser o mais caro da história do cinema brasileiro, tendo custado em torno de R$ 12 milhões. Outra polêmica seria a de que o filme foi financiado por empresas que têm interesses financeiros no governo, principalmente empreiteiras. Os produtores do filme dizem que o filme não tem nenhum vínculo político e que estão fazendo um filme para ganhar dinheiro.


Fazer um filme sobre o presidente Lula é uma grande possibilidade de ganhar dinheiro. Segundo pesquisa feita em dezembro último, pelo Instituto Datafolha, nosso presidente tem 72% de avaliação ótimo ou bom. Para fim de governo isso é simplesmente espetacular. O instituto ainda esclareceu que esse não só é o maior patamar de avaliação do atual presidente como também de todos os tempos (o Instituto Datafolha começou a pesquisar a popularidade dos presidentes a partir de 1990). Ou seja, em final de mandato, de segundo mandato, a avaliação é extraordinária e mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é popular e querido pelo povo. No sul, onde sua avaliação é a pior, ele tem 61% de avaliação ótimo ou bom. O presidente da Venezuela Hugo Chavez quer se envolver na distribuição do filme em seu país. Barack Obama quer que a estréia internacional ocorra em seu país, mais precisamente na capital Washington.


Mesmo que seus principais críticos torçam o nariz ou mesmo os que não gostem nem de Lula nem de seu governo façam o mesmo, temos que admitir que nosso presidente é hoje a pessoa mais
importante da América Latina, não só por ser o presidente do maior país da região, mas também porque acaba se envolvendo em problemas que atingem o mundo todo, como foi o caso de da Conferência de Copenhagem, a COP 15, não como mero coadjuvante, mas como protagonista. Foi eleito pelo jornal francês 'Le Monde' a personalidade do ano de 2009. Claro que, ao meu ver, tem coisa por trás, uma vez que a França quer vender os caças para o Brasil. E nada melhor do que massagear o ego do presidente/ cliente.

Bom, dito isso, um prólogo extenso para essas considerações, gostaria de falar um pouco sobre o filme. Ele começa esclarecendo que não utilizou de nenhum incentivo do governo para ser financiado, mas sim pelas empresas patrocinadoras e passa o logotipo de todas elas. Nesse momento me passou pela cabeça que sim, essas empresas devem ter segundas intenções. Nós, brasileiros, estamos acostumados e condicionados a ver podridão em tudo, o que é natural em um país corrupto e com políticos sem vergonha na cara.


O filme conta a história de Lula do nascimento até a morte da mãe, o que deixa no ar uma provável continuação. É a vida sofrida do cara que saiu do sertão nordestino, veio para o sul maravilha tentar a vida e que nunca desisitiu. Mostra um Lula inteligente, estudioso, trabalhador e que teve na vida pessoal uma sequência de desgraças, viúvo aos 25 anos, tendo a esposa morta em trabalho de parto. Ao mesmo tempo mostra uma pessoa predestinada a vencer.
A malícia política que o fêz ser eleito presidente por duas vezes se mostra quando entra para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, cujo presidente é um 'pelego', expressão para sindicalistas interesseiros e politiqueiros. Ou seja, para atingir seus objetivos Lula utilizou de algumas artimanhas. Para ser eleito presidente fez o mesmo.

As cenas do filme mesclam imagens reais e narrativas originais da época, mas nunca mostra cenas reais de Lula, apenas do ator que o interpretrou, Rui Ricardo Dias, que em sua estréia no cinema tirou a sorte grande de beijar Cléo Pires (bah, que vida boa essa de ator, heimhô Batista). Como falei, termina o filme com o enterro da m
ãe. De forma abrupta o filme termina, deixando a parte que conhecemos da história de Lula. Apenas cita, tendo ao fundo o discurso de posse do presidente eleito pela primeira vez. Mas não na voz do próprio. Mas o final é emocionante, feito para chorar.
Como muitos críticos apontam, o filme mostra apenas o lado bom de Lula, mesmo porque o lado ruim nós já sabemos, a imprensa e a mídia em geral não deixa de mostrar e enfatizar cada 'mancada' que ele dá.


Nas palavras do cineasta Fábio Barreto, que sofreu um acidente grave e que estava
até recentemente em coma induzido, o filme "é uma obra de arte para mostrar como o povo brasileiro é lutador, perseverante", ao rebater críticas de que o filme era eleitoreiro. Não deixa de ser verdade. As duas coisas.

Em suma, vale à pena assistir, mesmo porque, não acredito que quem assista vote na Dilma porque é a candidata do Lula. É só mais um filme, com uma boa estória e em tempos de receitas para o sucesso, aí está uma, ser perseverante.

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