domingo, 17 de janeiro de 2010

"TODA DOR VEM DO DESEJO DE NÃO SENTIRMOS DOR"


Terminei nesse momento de ler O Trovador Solitário. Lá fora o sol fraco de final de domingo que iniciou chuvoso; na televisão imagens tristes do terremoto que assolou o Haiti, caminhões jogando caixas de mantimentos para os sobreviventes; no fone de ouvido rola a versão de A Cruz e a Espada, do RPM, com participação especial de Renato Russo, presente no disco póstumo Presente do segundo, de 2003 "Havia um tempo em que eu vivia um sentimento quase infantil... agora eu vejo, aquele beijo era mesmo o fim... e agora é tarde, acordo tarde, do meu lado alguém que eu não conhecia..." nos versos de Paulo Ricardo o vazio que a vida muitas vezes nos proporciona e que nos dá aquela sensação de tristeza que algumas pessoas (como Russo e Morrisson, entre tantos outros) não conseguem sair.

Porém, para nós, que continuamos nosso percurso, a vida continua. E com ela, muitos momentos de altos e baixos dessa gangorra rotineira. Eles outros que se foram jovens demais, deixaram seu legado e viveram loucamente a vida, predestinados a uma vida produtiva e fulgaz. Viveram em pouco tempo aquilo que em nossas vidas (que para eles pode parecer modorrenta) levaremos anos e não teremos a mesma produtividades (seja nas artes ou mesmo em nossas atividades). Mas de qualquer forma, vivemos essa vida regrada para que outros gênios loucos incompreedidos surjam.

Renato escreveu em uma de suas canções Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor (Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto - Quatro Estações) e basta refletir um pouco sobre esses versos para saber que em vida, alguns dos grandes astros da música pop heróis, como Sid Vicous, Kurt Cobain, Jim Morrisson, Jimi Hendrix, Cazuza, Ian Curtis, Renato Russo e outros, atraiam o sofrimento na mesma proporção em que tentavam fugir dele.

À nós, simples mortais, resta seguir uma outra letra do imortal Renato:

SEMPRE EM FRENTE, NÃO TEMOS TEMPO A PERDER!
NOSSO SUOR SAGRADO É BEM MAIS BELO QUE ESSE SANGUE AMARGO!

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