sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

OUT THE JOB MAS PENSANDO SOBRE TRABALHO

Ontem, em minha longa caminhada diária do Hospital até a Academia, escutando Volantes no mp3 do celular, estava fazendo umas reflexões. A caminhada é sempre em ritmo acelerado, afinal são 4.500 metros e como sou um tanto ansioso e tenho horários apertados, preciso correr contra o tempo.

No trabalho, ando com algumas dificuldades para contratar e repor os colaboradores que saem. O problema da rotatividade, para quem trabalha com Recursos Humanos é uma pedra no sapato. O trabalho de contratação sempre é muito desgastante e acaba saindo caro para as empresas. Por isso se fala tanto em retenção de talentos, através de políticas de benefícios e de qualidade de vida no trabalho.

Na Europa há algumas atividades operacionais e que envolvem esforço físico, que geralmente ficam nas mãos dos estrangeiros. Aqui no Brasil, parece estar ocorrendo algo semelhante. Percebo que o desemprego é grande, porém não se encontram pessoas para trabalhar. A diferença é que na Europa rica, os benefícios sociais são grandes. Aqui no Brasil, bem, todos sabem da realidade de nosso país tropical, que só tem carnaval, futebol e samba.

Há um discurso de que falta mão de obra qualificada, e falta mesmo, porém as empresas não querem gastar tempo nem dinheiro com treinamento e qualificação profissional; querem o trabalhador pronto, produzindo e gerando lucro imediato. Porém, quase sempre com salário baixos.

Frente a isso, o indivíduo prefere atrelar-se aos bolsas que o governo Lula desenvolveu, do que trabalhar. Mesmo que isso signifique uma vida sem muito conforto, estagnação social e profissional, falta de ambição, os trabalhos operacionais estão cada vez mais escassos de mão de obra. E mesmo que o indivíduo resolva encarar o trabalho, nas primeiras dificuldades desiste.

Ou seja, o governo gasta milhões de reais com seus programas sociais, para diminuir os problemas dessa área, para que o indivíduo tenha um suporte momentaneo, até que ele e sua família possam voltar ao mercado de trabalho, porém quem é alvo desses programas procura perdurar o quanto for possível esse benefício.

O governo, por sua vez, busca desenvolver cursos de capacitação profissional (e gasta mais milhões de reais) para que o indivíduo alcance o emprego e saía dos programas, mas todo esse esforço esbarra no desinteresse e na comodidade. Mesmo com cursos gratuítos, com lanche e com vale transporte, dificilmente as salas dos cursos com recursos do FAT conseguem o número de alunos suficiente. Muitos até não conseguem nem começar por falta de interesse.

Fico imaginando como seria (mais) difícil para os profissionais de Recursos Humanos se o Brasil tivesse programas socias de um estado do bem estar social, aos moldes dos países mais ricos da Europa. Praticamente não encotraríamos mais gente querendo trabalhar e o país poderia parar por falta de mão de obra. Lembro que alguns anos atrás falou-se em Seguro Desemprego de 12 meses. Ninguém mais trabalhava nesse país!

Por outro lado, o salário no Brasil é uma piada. Como é que alguém pode viver com um salário de R$ 540,00. Diante disso, muitos preferem não trabalhar e fazer bicos, e assim unem um longo tempo de descanso e sem o stress da rotina diária de bater ponto e o dinheiro suficiente para sobreviver. Sem deixar de lado a ajuda do governo.

Não acho errado os programas sociais com o intuíto de diminiur problemas de ordem sócio econômica.. Muito pelo contrário, é para isso que pagamos essa exorbitância de impostos (entre outras coisas). Muito melhor que o dinheiro seja utilizado para diminuir a pobreza do que para engordar a conta bancária de políticos e empresários corruptos e que não param de sangrar os cofres públicos.

No final, quem paga a conta somos todos nós.

Outro movimento que percebo há algum tempo, reflexo talvez dos yupies dos anos 80 (como no Brasil tudo acontece meio atrasado), que queriam ganhar seus milhões antes dos 30 anos e talvez na esteira do filme sobre a vida do fundador do Facebook (A Rede Social, candidato ao Oscar de melhor filme), que ficou bilionário com pouco mais de 20 anos; ou ainda, fruto dos discursos de especialistas em carreira, os jovens recém saídos das Universidades querem começar por cima, em cargos de liderança e com salários altos. Porém, não percebem que a experiência e a vivência são importantes para se contruir uma carreira sólida e de sucesso.

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