domingo, 13 de fevereiro de 2011

OSCAR 2011 - CISNE NEGRO


Ontem fui assistir Cisne Negro, o que não consegui fazer na semana passada devido a uma enorme fila para adquirir os ingressos para a película. Ontem deu certo. Fui no último horário e descobri que depois da meia noite não é necessário pagar estacionamento. Isso depois de eu ter pago! Mas tudo bem, cinco pilas mais pobre.

Fiquei com vontade de chegar em casa e já escrever, porque o filme é perturbador. Ouvi as pessoas falarem algo nesse sentido na saída da sala de projeção. Saí do cinema com uma sensação estranha, sem saber o que pensar, sem entender se era melhor ou não do que os outros 3 candidatos ao Oscar 2011 que assisti até o momento.

É um thriller psicológico, de obsessão, da busca pela perfeição. Nina, a protagonista, vivida por Natalie Portman, é tão obcecada pelo duplo papel que está ensaiando na companhia de balé que começa uma luta interna entre a pressão de uma mãe superprotetora que a mantém sob controle dos desejos e sem contato com o mundo real, que não quer deixá-la crescer, pelo próprio medo de significar sua maturidade e velhice e por outro lado um diretor exigente e sistemático (Vincent Cassel) que quer tirar o máximo de sua principal bailarina, ou seja, tirar de dentro aquele desejo reprimido e o ar angelical e virginal que Nina insiste em ter, fazendo com que esta entre em contato com seu outro lado ainda desconhecido para si, mas essencial para conseguir a tão sonhada perfeição no papel duplo do Cisne Branco e Negro. A partir dessas polarizações que o filme se desenvolverá. A luta interna entre o desejo reprimido e sua satisfação.

Essa luta interna é própria das personagens que Nina interpretará: o cisne branco, como ela, angelical e o cisne negro, sedutora e sensual. Nina sendo cobrada e se cobrando ao extremo passa a repensar a vida e tenta mudar a sua tão entediante vida.

A superprotetora e controladora mãe de Nina (Barbara Hershey) ela mesma uma bailarina fracassada, cria a filha de forma a poder controlar cada passo. O quarto da bailarina não tem chave na porta, o telefone que não pára de tocar, sempre a mãe ligando para saber cada passo da filha. A projeção da vida que não teve, na filha, organizando e planejando a vida desta, que no final das contas, foi o motivo de ter que largar a carreira, a deixando frustrada com uma gravidez inesperada e não planejada, que fugiu de seu obsessivo controle.

É perturbador porque além de mostrar a repressão e a luta para satisfazer os desejos mais íntimos e proibídos, há no meio a obcecada busca pela perfeição. No meio disso as alucinações que podem acometer a qualquer um de nós em uma situação semelhante. A câmera pulsante atrás de cada passo de Nina traz um nervosismo e uma angústia perturbadora.

No desenrolar do filme, um final previsível, o que estraga um pouco o suspense. Apesar disso, o filme é bom e um sério candidato à estatueta desse ano.

Um comentário:

  1. Achei o filme uma merda. Mas seu comentário foi bacana, bastante apurado.

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