domingo, 25 de abril de 2010

OS REPLICANTES


Vou começar a postar aqui a minha história. Através das bandas de rock que fizeram parte da minha vida. Começo com Os Replicantes por acaso, somente porque estou escutando alguns clássicos dessa banda que apresentou para o mundo Wander Wildner e Carlos Gerbase. Músicas como Sandina (a música mais romântica que conheço), Sexo e Violência (a música mais punk que eu já conheci - perceba o punch dessa música), a letra podre e poética, que dava o nome ao 2º disco da banda, O Futuro é Vortex (também título do 1º disco) e claro, o maior hit da banda, Surfista Calhorda, que fez muito sucesso nas praias de todo esse país continente nos anos 80. Entre tantos outros clássicos que Os Replicantes gravaram.

Nos idos dos aos 80, já denominados punks da BS (Baixada Santista), perambulávamos pelas ruas da cidade a esmo, sem interesse em porra nenhuma (mentira, estávamos interessados em mudar a sociedade hipócrita em que vivíamos, apesar que isso era mais estória para impressionar as gurias, nosso principal interesse era comer a mulherada, muito sexo e escutar muito, mas muito roquenrol), atrás de diversão. Um bando de punks sujos, feios e sem grana, andando pelas ruas do centro de santos, nas boates de strip tease, escutando um som (geralmente alguma fita podre que alguém gravava em algum show mais podre ainda). E quando lançavam algum disco, corríamos para as prateleiras para escutar alguma coisa com qualidade de gravação.

Foi nesse contexto que meu irmão Fábio chegou em casa com o disco O Futuro é Vortex, o primeiro disco da banda. Um disco ácido, recheado de críticas, atirando para todos os lados, com muito sarcasmo (vide Porque não, uma crítica à MPB - em seus pouco mais de 1 minuto e com os versos "... agora eu sei qual é a dele, eu já peguei no pé do Gil, eu quero que o Caetano vá prá puta que o pariu..." verso não cantado mas que está no encarte; e continua "O Gismonte é um chato, tô cansado de saber, o Chico era um velho mesmo antes de nascer ... o samba me dá asma, bossa nova é de fuder, prefiro tocar bronha e punkar até morrer". E críticas como em Ele Quer Ser Punk, do boyzinho que queria ser radical.

Falando em boy (a alcunha para os filhinhos de papai), a música Boy do Subterrâneo diz tudo "Eu era um rato do esgoto cloacal, eu era um verme e pensava que era o tal..." Tais versos soavam lindos para aqueles punks adolescentes cheios de hormônios e energia, loucos para deixarem a sua marca no mundo, em nosso mundo, nosso universo e claro, comer as meninhas - nessa época era mais fácil mudar o mundo.

Caiu no gosto da galera, embora em tempos de ideologia pura, ser de uma gravadora multinacional (lançaram o disco pela RCA) era visto com certo receio por parte dos punks mais radicais (vide o João Gordo, que até hoje, mais de 20 anos, é considerado traidor do movimento). O som era uma mistura de Punk Rock, Hardcore, Camisa de Vênus, Sex Pistols, Dead Kennedys, entre outros que fizeram a alegria dos punks nos quatro cantos desse mundão.

A banda continua na ativa, sem Wander Wildner, em carreira solo e Carlos Gerbase, que virou cineasta e professor universitário. Tem também um importante item no currículo deste, que é filho do ex-presidente do GRÊMIO José Gerbase. Mantém a mesma porrada sonora dos anos passados e está lançando um cd esse ano, só com músicas inéditas. A vocalista Julia Barth se esforça, vai bem, mas não supera Gerbase e Wander. A banda soa muitas vezes Mercenárias, por causa do vocal feminino. Mas essa fica para outra hora.

Vale à pena conhecer, antes de ouvir os Emocores da vida, para saber o que é Hardcore ("...tem que ser hard, tem que ser core, tem que ser hardcore...").

Aqui tu encontras a discografia completa.

Em breve postarei alguns clipes com as letras.

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