sábado, 17 de abril de 2010

"CAUSOS" DA FAMÍLIA SILVEIRA



Essa Páscoa fiz uma visita muito legal, ao meu tio Luiz, que não via há pouco mais de 18 anos. Naquela época era apenas um guri encantado com o mundo que estava indo para o interior, deslumbrado com a faculdade e pensando que poderia mudar o mundo. Muito tempo se passou, a vida me mostrou suas garras, a minha garra para mudar o mundo se arrefeceu e constitui família, assim como meus primos. Foi muito legal reencontrar minha tia Noemi, minha prima Patrícia e suas 2 lindas gurias (no caso conhecê-las) a Gabi e a Carol. Além disso o marido da Patrícia, o incansável Caveira.

Relembrar coisas da família, as origens, conhecer coisas novas dos antepassados e ouvir histórias antigas sob um novo prisma, foi um exercício legal, que um final de semana foi pouco. Nos despedimos com a intenção de nos revermos em breve.

O tio Luiz me enviou um "causo" pela internet muito engraçado, dos nossos ancestrais, que compartilho aqui com os meus parcos leitores:


“FLORIANO, MARIANO, LAUDELINO E O GURDA CHUVA”.

Numa noite muito escura, após uma tarde muito chuvosa, recebemos em nossa casa, em Cruz Alta, lá pelos anos quarenta (1947), a visita do primo Floriano Dutra e o Tio Nenê (Mariano Silveira de Quadros). Após o serão familiar, que deve ter sido marcado por "causos contados" pelos três personagens, lá pelas 10 da noite (avançada hora para a época), depois de alguns tragos para aquecer o peito resolveram os visitantes irem embora juntos, já que moravam para o mesmo lado. Por cortesia o Seu Lau resolveu acompanhá-los até um pedaço particularmente ruim, que era a passagem dos trilhos "de Ijuí". Ao chegarem ao tal local (conhecido como “Chafariz”, porque havia um onde se tirava água e as mulheres lavavam roupa) o Floriano informou que havia perdido o guarda-chuva na escuridão. Vai daí que começaram a querer acender um fósforo para facilitar a procura. O vento era forte. Na tentativa derrubaram um fósforo no chão. Então acenderam vários outros para procurar o palito perdido. Nessa luta gastaram todos os fósforos e não encontraram o guarda-chuva. Resolveram então se despedirem ali mesmo. Os dois seguiram adiante e o seu Lau voltou para casa e contou o tal caso para a platéia ávida de novidades. Todos acharam o fato muito engraçado, mas lamentou-se a perda do guarda-chuva do Floriano.

O mais engraçado foi o que se soube dias depois: ao chegar a casa, á guiza de desculpas da demora, foi contando á sua mulher, a Laura,o que havia ocorrido e como ficaram muito tempo procurando o guarda-chuva. Como a Laura o fitasse com ar incrédulo e recriminativo o Floriano jurava de pés-juntos que era a pura verdade. Foi então que a Laura olhando seriamente pra ele perguntou: “E o que é isso que tens no braço?” Como havia parado a chuva o Floriano havia pendurado o guarda-chuva no braço e, com a cuca cheia de tragos, havia esquecido o fato e nem se deu conta do pindurico.

Este fato sempre foi relembrado a família e sempre davamos boas gargalhadas.


P.S.: estou no meio de uma prova da pós. Ao som de Radiohead. Tentando refletir sobre a questão curricular dos cursos profissionalizantes, saindo fumaça da cabeça.

3 comentários:

  1. Ai, ai, ai, Márcio! Queimando a cabeça estávamos nós e ainda curtindo o mesmo som que vc (estava altíssimo) e acompanhando as suas batucadas com o pé. Bem fez a Juliana de mudar de lugar. rsrsrsrs
    Legal o causo.
    Abraços
    Sônia Carreri

    ResponderExcluir
  2. Ainda bem que a Sônia foi solidária!

    ResponderExcluir
  3. bah, vocês não sabem o que é escutar uma sonzeira, a coisa sai do controle. Radiohead no meio da prova, a empolgação vai aumentando a cada rife de guitarra, a cada verso da canção... impossível se controlar...

    ResponderExcluir

Opine, comente, reclame, grite! Aqui: