domingo, 11 de abril de 2010

ANSIEDADE - O MAL DO SÉCULO


"(...) diga o que disserem, o mal do século é a solidão (...)", segundo Renato Russo, em meados dos anos 90. A solidão é desesperadora, sei bem o que é isso, porém não acredito que seja pior que a ansiedade. Diriam os incautos que não sou solitário, daí a minha conclusão. Mas tenho minhas razões para acreditar no que estou escrevendo. Vamos aos fatos.

A solidão pode ser ruim, muito ruim, mas os grandes versos poéticos e as melhores músicas foram escritas por quem sofreu desse mal. A criatividade é oriunda do sofrimento, que através da sublimação transforma em coisas belas. Claro que quem está sofrendo, talvez prefira a alegria da incapacidade de criar. Mas a imortalidade tem seu preço.
Oscar Wilde que o diga, onde quer que esteja, deixou um legado imenso:

"
O mistério do amor é maior que o mistério da morte."

"O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora: o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas."

"Sou o amor que não ousa dizer o nome."

Oscar Wilde, por sinal, é o poeta predileto de Stephen Morrissey, vocalista dos Smiths, de quem Renato era fã (assim como eu o sou).

Bem, mas voltemos ao tema. A ansiedade está ligada a uma inquietação, uma angústia, intranquilidade e desassossego que causa mal estar e tensão constante.

A tendência, ou o mecanismo de defesa que utilizamos para amenizar o sofrimento é sempre se ocupar de algo. Ou seja, fugir do que está causando o sofrimento para esquecê-lo.


O momento em que vivemos da história da humanidade é propício para a disseminação desse mal (a ansiedade). A sociedade
online, infantil, onde os nossos desejos devem ser realizados imediatamente; fulgaz, efêmero, superficial, impaciência são os adjetivos que refletem os tempos pós modernos (e falo de pós modernidade como sendo os tempos atuais).

A infantilidade por desejarmos satisfazer nossos desejos imediatamente nos torna intolerantes, nos torna cada vez mais impacientes, imaturos. Como a criança que faz birra quando não é atendida, somos propensos a agir da mesma forma caso não consigamos nossos objetivos. A era da internet tem muito a ver com isso, pois não temos paciência nem ao menos para esperar alguns segundos para uma página na internet abrir, já achamos que a conexão é lenta ou que o PC não presta.

Ao contrário da solidão, a ansiedade impede o indivíduo de ser criativo, de ser reflexivo, influencia na concentração; obviamente, se para impedir a angústia nos ocupamos de atividades exageradamente, então não temos tempo para pensar sobre o que ocorre ao nosso redor, uma vez que estamos fugindo exatamente disso. Em níveis muito altos impede o desenvolvimento intelectual.


Além disso, há momentos em que a solidão é necessária. Eu por exemplo preciso das manhãs de domingo ou as madrugadas para estudar, escrever para fazer coisas criativas, pois uma vez que as pessoas aqui de casa começam a acordar e fazer barulho, atrapalham a minha concentração. Já a ansiedade, não vejo vantagem, embora seja importante à medida em que antecede o medo de algo, este que serve para preservar-nos e proteger-nos.

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