terça-feira, 1 de maio de 2012

MATER LINGUA


Sempre fui fascinado por línguas. Acho a espanhola uma das mais bonitas de se falar; a língua italiana também é muito bonita, sendo essas duas as que gostaria de aprender a falar; inglês também é legal, também gostaria de estudar. Aliás, sempre estudei um pouquinho de inglês, mas nunca dei andamento, sempre colocando em segundo plano. Pretendo em breve estudar com afinco o inglês. Gostaria de ler alguns clássicos da literatura inglesa no original, sem a intromissão de tradutores. 

Entrentando, sou fissurado mesmo em latim. Talvez por influência da minha (bis) avó, que era italiana e nos levava na missa, em uma igreja que ficava no final da Clemente Pinto, acho que a rua mudava de nome, mas era o prolongamento desta. Minha (bis) avó sempre teve muita influência na minha vida, mesmo depois de sua morte em 1976, devo muito do que sou a ela, podem culpá-la por tudo. Meus primeiros anos de vida foram tão importantes em sua companhia que me influenciaram para sempre.

Falando da véia Linda como chamavam a (bis) avó (escrevo o bis porque a minha avó materna na realidade era minha bisavó, uma longa história, quem sabe um dia conto, apesar de precisar confirmar alguns fatos) muito provavelmente foi a base para o meu complexo de Édipo, aquele troço esquisito que os psicólogos dizem que existe na relação filho/ mãe, do amor do filho pela mãe que o influencia nas escolhas amorosas; não me recordo da véia Linda, nem fisicamente e nem o seu comportamento. Possivelmente era uma italiana com a pele alva, geniosa e de de personalidade forte, como a Juliana.  

Quando conheci a Juliana, em 1991, lá em Assis, na Unesp, eu fazia o primeiro ano de Psico e ela o primeiro de Letras. Sua opção de língua estrangeira era o Espanhol. Gostava do jeito como aquela italianinha pronunciava as palavras em espanhol. Aquilo era como escutar Sex Pistols para os meus ouvidos, claro que mais leve, mais suave, obviamente. Deve ser por isso que me apaixonei perdidamente. Gostava de ouví-la cantando Mocedades quando fazia laboratório. Eres Tu era a sua predileta. Cantava docemente, com um sorriso que encantava e uma voz suave e afinada; era como veludo. O rosto clarinho, quase róseo e os olhos azuis que saltavam. Achava a música brega demais, mas acabei curtindo pela insistência da italianinha que falava espanhol.


Gostava de assistir as aulas de latim. Nas provas eu ia melhor que ela. Me didicava muito ao latim. Ela odiava, prática como o pai, o Caetano, não entendia como aquilo serviria no futuro. Então dava de ombros. Mas eu seguia estudando latim. Pena que logo ela largou o curso e foi estudar Serviço Social em Londrina. Não fossem os percalços da vida e eu seria talvez um exímio estudante da língua latina. Não à toa gosto de espanhol e italiano. Também o português me interessa, todas línguas oriundas do latim. Mater lingua.

Por que escrevi isso? Sei lá, o texto veio à minha cabeça meio que sem fazer esforço e quando vi estava pronto. Então só tive o trabalho de digitar. E ponto final! Com exclamação, claro!

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