quinta-feira, 9 de junho de 2011

EDUARDO E MÔNICA - O FILME

Quando a Legião Urbana lançou o disco Dois, em 1986, Eduardo e Mônica, a história do jovem casal que tinha tudo para não dar certo mas que por isso mesmo tudo levou para um final feliz, fez um grande sucesso. Muitas pessoas que acompanharam a Legião em vida desde o começo e que acompanha até hoje, como eu, acredita ser esse o melhor disco da banda. É um disco recheado de hits, como Tempo Perdido, Quase Sem Querer, Eduardo e Mônica, Fábrica, Índios, Andrea Doria. Eu curtia pra caramba uma cançãozinha (rsrs) instrumental, chamada Central do Brasil. Na época até fiz uma letra para ela; meu irmão Renato gostava da letra que fiz. É claro que, por razões óbivas nunca revelarei a letra (afinal de contas tinha 14 anos).

Eduardo e Mônica, além de contar essa história de uma casal completamente diferente, tinha uma letra quilométrica e sem refrão, algo inusitado para aqueles tempos. Porém, contra todos os prognósticos foi uma das músicas mais tocadas na época.

Para falar a verdade, nunca simpaizei muito com esta canção. Achava ela entediante e repetitiva, sempre foi uma das mais preteridas por mim nesse disco. Por um tempo enjoei da música e pulava ela na vitrola. Tempos mais tarde des-enjoei e voltei a escutá-la.

Pois bem, esta semana o Tety me mostrou uma peça publicitária de uma empresa de telefonia celular, com a canção de fundo; na verdade, um clipe muito bonitinho e bem moderno; até emocionante, para quem conheceu há tanto tempo esse casal inusitado. Provavelmente foi feita para o dia dos namorados, que está por aí, mas ainda não vi na televisão, apenas no youtube.

Posto abaixo o filme, para deleite de todos.



Eduardo e Mônica

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não tô legal", não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?


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