sábado, 6 de outubro de 2012

ELEIÇÕES 2012 - VOTO NULO


Amanhã é dia de eleições municipais.Mais uma em nossas vidas. Lembro às vezes que nos anos 80 não podíamos votar. Apesar de estar no final, ainda haviam resquícios de uma ditadura militar que se instaurara após o golpe de 64, que podou a liberdade pública. Difícil de acreditar para as novas gerações, mas a realidade é que não era possível expressar nossas opiniões. Provavelmente eu seria um perseguido político por escrever esse blog, ou no mínimo ele seria censurado; e talvez até sobrassem algumas punições mais severas, como prisão e tortura.

Bem, anos atrás, havia uma corrente no Orkut, para votar nulo. Dizia-se que se 50% mais 1 dos votos fossem nulos, as eleições seriam anuladas. Mas depois de muita discussão, alguém esclareceu que isso não era verdade, infelizmente. Mas seria um estrago (mais um) para a já tão desacreditada classe política que (não) nos representa. E demonstraria que não temos sangue de barata. Bem, isso é sonho, porque encontramos as pessoas nas ruas, nas filas de banco, nos supermercados, todos indignados, mas nada fazem para mudar a situação. Apenas cuidam dos seus umbigos. E na hora de votar, são sempre os mesmos eleitos. As pessoas esquecem fácil. A memória não é uma aliada mas parece agir como inimiga  nessas horas.

Acontece que prego o voto nulo como uma forma de demonstrar minha revolta. As pessoas ficam indignadas. E até dou razão, embora não pelos seus argumentos, mas sim porque durante muitos anos os brasileiros foram impedidos de votar. Lembro que em 1982, talvez a primeira eleição direta de anos, quando assisti aos programas eleitorais. Nessa época morava em Santos, litoral paulista e tinha 10 anos. As eleições, se a memória não me falha, eram para governador (acho até que quem ganhou foi Franco Montouro) e pela primeira vez ouvi falar de um tal de Lula, do Partido dos Trabalhadores. Simpatizei com ele desde então. Achei aquele discurso coerente e embora eu não fosse trabalhador, ainda, pensava que trabalhador deveria votar em trabalhador. Será que não era esse o slogan do candidato? 

Anos mais tarde, já de volta à democracia, contava então com 17 anos e tirei o meu título de eleitor para a primeira eleição para presidente com o final da ditadura militar. Votei no primeiro turno no finado Brizola.  No segundo turno votei em Lula pela primeira vez, numa eleição que o Brasil colloriu e elegeu o caçador de marajás que anos depois demonstrou ser ele mesmo o maior de todos, sendo deposto do cargo de presidente. Fui um dos caras pintadas, que saiu nas ruas de preto em passeatas pelo Brasil inteiro pedindo o impeachment de Collor. talvez essa tenha sido minha última manifestação pública lutando contra algo.

Mas de qualquer forma, é triste depois de tanta luta chegar na frente das urnas e votar nulo. Porém, mais triste ainda é ter que votar em alguém. Porque já generalizei, embora seja contra esse comportamento, e na minha opinião o cara que se envolve com política não presta, quer se encostar e tirar proveito particular da grana que pagamos de impostos (que é enorme!). Então, meus caros críticos, não voto em vagabundo nenhum, porque meu dinheiro é suado para entregar na mão desse povo aí. 

Nunca votei em candidato de direita. Isso eu nunca farei, na melhor das hipóteses amanhã me dirijo à zona eleitoral que voto e tasco lá o 50, número de um candidato de esquerda radical, que infelizmente aqui em Londrina só temos um e saio feliz das urnas.  E cumpro o meu papel, triste papel, de votar sem opções.

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