sábado, 4 de setembro de 2010

QUANDO ENTRAR SETEMBRO




Setembro é um mês especial. É o começo do final do ano e as expectativas afloram aos poucos. Começamos a sonhar e a repensar, a planejar os passos para o próximo ano. Marca também o final do inverno e a primavera vindo. É uma nova vida.
Mas setembro é especial para todos os gaúchos, que comemoram a independência riograndense, que ocorreu através da Revolução Farroupilha. Os Farrapos, como era chamado o exército que lutava pela independência, através do comando de Bento Gonçalves, declararam guerra ao império brasileiro exatamente no dia 20 de setembro de 1835, quando tomaram a cidade de Porto Alegre. Além do descontentamento com as decisões tomadas pelo império, o exemplo do Uruguai, que havia alcançado sua independência na Guerra Cisplatina, eram os dois grandes motivadores dos revoltosos.
Em 11 de setembro de 1836, um ano após o início das batalhas, o General Antônio de Sousa Neto, um dos comandantes da Revolução Farroupilha, proclama a República Rio Grandense, que vem a ser a separação do Império do Brasil e torna a então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul em uma nação republicana independente, tendo sido nomeado seu primeiro presidente Bento Gonçalves. O general Neto lê para o exército que comanda o seguinte texto:

Bravos companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!
Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas. Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de seus planos infernais.
São sem número as injustiças feitas pelo Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia? Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel, como o atual. Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de independência, república, liberdade ou morte. Este eco, majestoso, que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos, sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.
Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente. Camaradas! Gritemos pela primeira vez: viva a República Rio-grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!
Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa Neto, coronel-comandante da 1ª brigada.



Anos mais tarde, mais precisamente em 15 de setembro de 1903 era fundando por um grupo de alemães, capitaneado por um paulista, Cândido Dias da Silva, um clube que faria história no esporte brasileiro: o GRÊMIO FOOT-BALL PORTO ALEGRENSE. Na data citada trinta e dois rapazes se reuniram no Salão Grau, restaurante de um hotel da rua 15 de Novembro, atual rua José Montaury, localizado onde estão agora os fundos da Galeria Chaves e deram início à história de um clube vencedor, disposto a superar todos os desafios. Carlos Luiz Bohrer foi eleito o primeiro Presidente, sem jamais imaginar a projeção mundial que o recém-nascido clube um dia alcançaria.

Portanto, quando entrar setembro e a boa nova entrar nos campos, nós, gaúchos e gremistas, temos muito para comemorar. Nossa independência e o nosso maior clube de futebol estarão em festas. Viva a República Rio-grandense, viva o Rio Grande do Sul! viva o GRÊMIO!


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