domingo, 13 de abril de 2014

CAMPEONATO PARANAENSE 2014 – FINAL – LONDRINA & MARINGÁ


Hoje é um dia especial. Deixei propositalmente o post, que sai todo sábado, para o domingo; pensei em escrever após a final do Campeonato Paranaense, mas não teria graça. Daqui a poucas horas estaremos no Willie Davids, para assistir a uma peleia que pegará fogo. Se o Tubarão, apelido dado ao Londrina nos anos 70, em alusão ao filme de Spielberg, uma vez que no Campeonato Brasileiro de 1977, se não me engano, o time passou por todos os adversários e  chegou às semifinais. Foi passando um a um seus adversários. E pelo que consta da memória dos torcedores mais antigos, foram contra adversários de peso como Flamengo, Vasco, Corinthians e Santos, obtendo vitórias e mais vitórias, vencer hoje, será a maior glória desse século para o time e para os jogadores (já sondados por times de primeira grandeza do nosso futebol) que vestem o manto alviceleste.

Mas não foi nessa época dos anos de 1970 e bola que tive contato com Londrina ou que me interessei pelo Tubarão. Era pequeno demais e nesse mesmo ano estava mais preocupado com o jejum de títulos do Grêmio (que venceria o Gauchão com gol de André Catimba que depois deu o famoso mortal), time de Telê Santana. Anos mais tarde, 1994, foi quando aportei na bela Rodoviária de Londrina, para estudar Psicologia na Uel. Vinha de mala e cuia, eu, Juliana e o Victor, ainda nenê, com 3 meses. Era o dia 28 de fevereiro de 1994.

Logo tomei pé do time da cidade, onde jogava (à época o saudoso VGD de tantas batalhas e glórias), sua história e passei a acompanhar esse time que acabara de ser Campeão Estadual (1992).
Um desses dias de 1994 fui na minha primeira partida. Não tinha grana para ir muito ao estádio, bolso de estudante é foda, a grana é curta e ainda com família, imagina só. Mas meu irmão Renato estava em casa e queria assistir ao clássico Londrina e Curitiba. Time da capital, conhecido nacionalmente, Campeão Brasileiro de 1985.

Fomos ao VGD, que achamos acanhado demais, mas um caldeirão (termo que ainda era utilizado para designar estádios onde a torcida fica muito perto do campo). Ficamos no final da arquibancada, do lado direito de quem vê da Maternidade Lucilla Ballalai, lado oposto às cabines de imprensa. Para os mais antigos, no lugar onde ficava a Sangue Azul.

Pois foi lá que vimos pela primeira vez a força do Tubarão do Norte do Paraná, que despachou o time da capital por 4 a 0, uma lavada que me fez virar torcedor. Finalmente havia conhecido um time da cidade onde estava morando que simpatizei e poderia torcer. Isso porque vinha de Santos, cidade portuária do litoral Paulista, cujo time sempre odiei e me recusava a torcer para o Peixe. Se não gostava do Peixe, do Tubarão seria diferente. E o sofrimento seria grande ano após ano.

Vi o Londrina quase (eu disse quase) subir para a primeira divisão do brasileiro; vi o Londrina quase campeão estadual em 1994 e vi a decadência do Tubarão, cair para a Série C, D, ser rebaixado do paranaense;  no final do anos 1990, início de 2000, quando comecei a acompanhar mais de perto o Tubarão e ir frequentemente ao estádio, com meu amigo Ricardo Sales, íamos às segundas à noite, às quartas, quintas, domingos; dia de jogo do Tubarão lá estava o Márcio e o Ricardo no VGD, não importava o adversário. Ficávamos na Sangue Azul; O Victor, pequeno, ia conosco. E vi um tal de Sorec de Cascavel. Nunca esqueci esse time, porque achava isso o ápice do amadorismo do Campeonato Parananense, com todo respeito ao pessoal de Cascavel. Acredito que nem exista mais esse time.

Outro momento marcante da minha história com o Tubarão (puxe pela memória aí galera) foi um jogo em que o Londrina ganhou de 8 a 0 e acabaram as plaquetas de números do placar do VGD e este parou no 6. Não tinha 7 e nem 8.

Mas vi também o Londrina ser Campeão. Do desprestigiado torneio Copa Paraná. Foi legal gritar “é campeão”. Mas não tem o peso de uma vitória no Campeonato Estadual.
Ano passado bateu na trave. Não fosse um roubo descarado aqui em Londrina no primeiro turno (maior público daquele paranaense) contra o Coritiba e teríamos vencido e ido para a final. Mas quis aquele desgraçado daquele juiz sem vergonha, filho da puta, vir aqui em Londrina e dar a vitória para nossos adversários. E isso não é rancor de torcedor, mas esse árbitro foi tão tendencioso e parcial para o lado do Coritiba que até o Globo Esporte (cujas imagens e o programa é gerado da capital para todo o estado) do dia seguinte teve que noticiar sobre os erros (intencionais) grotescos daquela arbitragem.

Depois de uma campanha irretocável, ficamos com o título do interior. Um consolo, pois nos deu direito à Série D do Brasileiro e consequentemente um calendário para o time no segundo semestre. Também deu direito à participação na Copa do Brasil desse ano (em que o Tubarão fez bonito e já despachou o Criciuma, time que disputará a Séria A do Brasileiro, passando para a próxima fase).

Esse ano foi diferente. Após uma campanha irregular em que quase ficou no torneio da morte, subiu de produção justamente quando pegou o mesmo Coritiba (desta feita sem ajuda da arbitragem) e venceu por 2 a 0 no Café. Dali para a frente o Tubarão engrenou e foi passando por seus adversários, sem dó, como em 1977. Na semifinal, após perder por 3 a 1 do Atlético e estar perdendo por 1 a 0 no Café, virou inacreditavelmente (até para o mais fanático torcedor) para 4 a 1 e se classificou para a final sem precisar dos pênaltis.

Na outra chave estavam o velho (e odiado) Coxa e o Maringá, time da vizinha cidade, que voltou a ter futebol profissional de qualidade depois de muitos anos. E o Maringá não tomou conhecimento da força do Coxa e venceu em casa para depois empatar e se classificar em pleno Couto Pereira. Sem a ajuda da arbitragem o Coxa é bem menos poderoso, perde força.

Final do interior. Final do Norte do Paraná. Da velha rivalidade do Café. No primeiro jogo, Estádio do Café cheio, com mais de 30 mil espectadores (embora oficialmente com pouco mais de 26 mil pagantes), mais uma vez maior público do paranaense, maior que a final no Maracanã entre Vasco e Flamengo. Foi tudo igual, em 2 a 2, embora o Maringá tenha jogado ligeiramente melhor, demonstrando maior preparo físico.

Hoje é a finalíssima. E daqui algumas horas estaremos na estrada para Maringá, 90 km e 90 minutos nos separam da glória de ver o Londrina no ápice; e assim, depois de tanta carne de pescoço, acompanharmos de perto o Tubarão, na certeza da vitória. E será o jogo da vida, tanto do Londrina como do Maringá.

Sendo assim, os jogadores devem entrar com o coração na ponta da chuteira e a vida dentro da camisa alviceleste. É o mínimo que esperamos. Não só os torcedores, mas a cidade inteira. Porque a cidade toda, mesmo os que não acompanham ou que torcem, estão de olho nessa final. A ponto da minha sogra, moradora de Maringá, domingo passado, perguntar para a Juliana se ela estava assistindo ao jogo na TV, pois ela estava empolgadíssima com a partida. Claro, torcendo pela sua cidade.

Pois hoje estarei no Willie Davids. Preparando o gogó para finalmente vociferar é campeão. Cabe ao torcedor fazer sua parte e empurrar o time a cada minuto dos 90 que nos separam da glória de sermos mais uma vez Campeões do Paraná. Dá-lhe Tuba! Regaça Tubarão! Vamo pra cima Tubarão!


E como em toda partida deve ser, não que vença o melhor, mas que vença o time do meu coração, o meu Tubarão!

P.S.: escrevi esse post hoje cedo e ficamos sem luz e até quando sai para a invasão de Maringá ainda não tinha voltado, por isso posto isso agora, depois de voltar da Cidade Canção, onde fomos campeões. Abaixo imagens da tarde de hoje no Willie Davids.






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