quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PAIS E FILHOS


O eterno conflito entre gerações, entre pais e filhos. Estava refletindo sobre isso enquanto torrava na piscina no sol de domingo, relaxando, refletindo e escutando Legião Urbana, no momento da música que dá nome ao post. Engraçado que esse ano poucas foram as vezes em que escutei Legião.


Só comecei a gostar dessa música depois que o Tety nasceu. Foi quando eu virei pai. Quando o Tety cresceu um pouco e começou a escutar música, ele adorava esta; isso me fez olhar para a música com outros olhos, ou melhor, ouvir com outros ouvidos. A experiência de ser pai é algo maravilhoso e inesquecível. E tive essa experiência 2 vezes, com o Tety e com o Gui. Aliás, as tenho a cada dia que passa, para o bem e para o mal.


Um homem precisa ter essa experiência na sua curta passagem por essas plagas. Esse ano, na páscoa, quando visitei meu tio Luiz em Porto Belo, no litoral de Santa Catarina, quase 20 anos depois do último encontro, quando havia passado no vestibular e ele ainda morava na Vila Prudente em São Paulo, conversávamos sobre várias coisas e em determinado momento soltei um velho provérbio chinês de autor desconhecido: todo homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Só falta o último...


Mas voltando à experiência de ser pai, em 1992, a primeira vez em que estive em Curitiba, estávamos eu e a Juliana aguardando o ônibus quando uma guriazinha falante, simpática e linda travou um diálogo conosco por várias minutos. Nunca esquecemos o seu nome: Laureana Aparecida Neves. Em dado momento de nossa conversa ela perguntou: você é pai? Na minha negativa ela emendou: então você é filho. Pouco mais de um ano do acontecido eu seria pai, mas continuava sendo filho.


"Meu filho vai ter nome de santo

quero o nome mais bonito..."


Passei então a entender porquê os pais enchiam tanto o saco e porque é que quando nos transformamos em pais, nos tornamos "como os nossos pais". Por mais chatos que sejam, pentelhos e irritantes, controladores, todos os outros comportamentos que aborrecem e que os filhos abominam, descobrimos que eles só querem nosso bem. Por mais paradoxal que pareça (porque sempre pensamos que essas coisas não servem para nós, quando filhos) fazem isso por amor.


Portanto, queridos filhos, se nós fazemos o que fazemos, é porque esse amor é muito grande, a ponto de fazermos coisas que os deixam com raiva de nós. Mas no futuro, entenderão tudo o que fizemos, fazemos e que faremos. Papai e mamãe amam vocês. Os nossos guris!

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