domingo, 8 de novembro de 2009

DOMINGO CINZENTO

Fiquei uns dias afastado do blog e provavelmente a meia duzia de pessoas que acompanham não sentiram falta. A correria do dia a dia (sempre a mesma desculpa, já repararam como utilizamos "a correria do dia a dia" para justificar um montão de coisas que deixamos de fazer?) não me permitiu acessar o blog. Mas hoje, embora tenha acordado tarde, resolvi escrever alguma coisa nova.

Hoje está um domingo cinzento e chuvoso, desses que inspiram os poetas e que entristecem os amantes, que relaxam os estressados, enfim, um domingo agradável para quem quer ficar só consigo mesmo. E olhar pela janela do 16° andar, os arranha-céus do centro de Londrina, anuveados pelos pingos da chuva é privilégio de poucos. Infelizmente não é privilégio meu, pois moro no 1° andar. Mas sempre sonhei com o 16°, não entendo e não parei para refletir do porquê.

Ontem foi um sábado esquisito, meio quente, meio frio, meio chuvoso, meio ensolarado, mas acima de tudo, um dia traumático. Fui testemunha de dois acidentes envolvendo motos. Entra para a estatística, já que esse tipo de acidente é muito comum. O primeiro foi aqui na Av. Higienópolis, logo após o almoço, uma guria avançou a preferencial, provavelmente sem notar a moto vindo, o que acontece mesmo, pois por ser tão "pequena" não entra em nosso campo de visão. Então bateu em cheio no rapaz. Ele levantou em seguida, na verdade nem chegou a cair, mas sentindo foi saltitando até a calçada, com certeza sentindo fortes dores. Se machucou, apesar do carro estar em baixa velocidade, uma vez que era um cruzamento.

O segundo acidente foi mais grave. Estava saindo do cinema (Almoço em Agosto - filme italiano, simplesinho e gostoso, como todo filme italiano, com uma temática sobre a solidão na 3ª idade), na Av. Tiradentes (cinema do Contour) e um guri de moto passou o sinal vermelho e bateu em uma blazer. O guri voou, literalmente e do jeito que caiu ficou, sorvendo sangue sem parar, inconsciente. Muito triste, chamamos o Samu, que demorou menos de 10 minutos (eles prestam um serviço excelente), apesar que os 10 minutos foram uma eternidade. O conceito de tempo é muito relativo mesmo. Não sei o que aconteceu com o guri, a família que estava na blazer, com um bebezinho de poucos meses, estava em estado de choque.

É assim que se formam os traumas. Procurei na internet a origem da palavra trauma. Vem do grego e significa ferida. No campo psiquíco é muito utilizado para explicar as consequências que situações violentas provocam no psiquismo. E assim, por uma somatória de experiências ou mesmo por uma única vivência, causam um impacto que se fixa e não consegue ser trabalhado pelo psiquismo.

Sem me alongar muito, na base etmológica de muitas neuroses e mesmo psicoses, há traumas que ocorreram muito cedo, principalmente durante o desenvolvimento infantil. Uma vez que essas experiências passam a fazer parte do psiquismo, produzem sintomas que se repetem, como forma de tentativa de liberação de energia. Como vemos, sentimos e experienciamos, ao longo de nossas vidas, nem sempre conseguimos liberar a energia e nos livrarmos de alguns traumas.

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