sexta-feira, 28 de setembro de 2012

QUARENTENÁRIO III

 
Ramones é uma dessas bandas de rock que não têm explicação. Atravessam as gerações e são unanimidade. São bons no que fizeram! Recentemente li uma matéria em algum site, se não me engano falando sobre carreira, dizendo que não entendiam o sucesso do Ramones. Afinal, como podem 4 carinhas esquisitos, com comportamentos esquisitos e que mal sabiam tocar, ter tal alcance mundial. Quem conhece e ouviu um pouquinho de Ramones, acha todas as músicas iguais. E são mesmo. Característica dos pouco mais de 3 acordes que eles combinavam para fazer suas músicas e a quantidade de wannas de suas letras dão essa equidade nas canções. Na verdade não tem explicação. Ramones é Ramones e pronto!  
 
Essa semana estava escutando Rocket To Russia, de 1977. É o melhor disco do Ramones. Diria que está em qualquer lista dos 10 melhores discos de todos os tempos. Na minha lista dos 10 mais certamente; sendo bem sincero, minha lista dos 10 mais deve ter mais de 100 discos.
 
Ramones faz parte da minha formação musical; e, obviamente, da minha vida.  No começo dos anos 80, meu irmão Beto, na época o cara mais roqueiro que eu conhecia, que trazia as novidades para nós (eram dele os discos do Led Zeppelin, do Sex Pistols, do Ted Negent, o Holy Diver do Dio  e tantos outros) chegou em casa com o Rocket to Russia em mãos. Pouco mais de 30 minutos de uma porrada sonora. Foi amor à primeira vista; ou melhor, à primeira ouvida.
 
Em um post meses passados escolhi dentre algumas canções aquela que seria a canção punk definitiva e I dont Care é uma delas; como não poderia ser diferente, I Dont Care faz parte do disco Rocket to Russia. Dentre outras tem uma versão acelerada de Do You Wanna Dance, a imortal Sheena Is a Punk Rocker, provavelmente inspirada nas groupies que seguiam as bandas naqueles malucos anos 70, dentre tantos outros clássicos da banda. O disco ainda reserva o romantismo dos punk rockers em Here Today, Gone Tomorrow.
 
Durante muitos anos Ramones fizeram (e fazem) parte da trilha sonora das caminhadas loucas pelas ruas de Santos, ora só, ora com algum doido que encontrava pelos caminhos, nos diversos outonos daqueles anos que eu trabalhava como office boy e escutava uma fita no walkman, um amarelinho que eu tinha.
 
Esse vinil se perdeu no tempo e nas mudanças que fiz. Talvez até esteja entre os meus vinis lá no meu espaço na dispensa. É o alimento da minha alma. Depois vieram o cd, o mp3, os arquivos de computador. Mas a qualidade musical de uma das bandas mais importantes que já existiram continua e perdura por muito tempo. Perdurará! enquanto houver um garotinho sedento por um som diferente da mesmice das fms que assolam os nossos ouvidos com lixo musical, enquanto houver uma cambada de maluco que insiste em lutar contra o controle dos nossos gostos, enfim, enquanto houver gente com bom gosto musical.
 
"Eu não me importo
com este mundo
com aquela garota
com estas palavras
Eu não me importo..."            

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