domingo, 3 de julho de 2011

GUI

Hoje é o 13º aniversário do Gui. Lembro de quando a Juliana anunciou a gravidez do Gui. Me preocupei com mais um membro na família. Infelizmente essa minha fixação na fase anal faz eu me preocupar demais com esse lance de grana. E isso atrapalha pra caralho a minha vida. Mas enfim, ele nasceu às 5hs36min de uma quinta feira, depois de dar trabalho à noite inteira e de fazer a mãe dele sofrer e eu por tabela. Engraçado como é a dor do parto; engraçado, claro, porque não foi comigo, mas de repente a tal da raque (acho que era esse o nome da anestesia) pegou e daí parece que tudo ficou mais tranquilo. Só que demorou um monte para o anestesista acertar. Foi parto normal, como devem ser os partos de todos os bebês que vêm ao mundo.


Ter um filho é uma sensação indescritível, somente quem o tem pode imaginar tamanho sentimento. Ter dois e vê-los crescer, se ver nos gestos, nas feições, nas birras, nas brigas, nas revoltas é algo que te faz reviver momentos da própria vida.

Treze anos é uma idade legal. Treze é meu número predileto. Sempre foi. Talvez isso explique muitas coisas inexplicáveis. Como sempre falo, não acredito na numerologia, mas "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor nossa vã filosofia..." e isso deve explicar muitas coisas inexplicáveis.


Dito isto, o Gui não é mais um bebê (faz tempo), mas é o nosso bebê e isso ele não poderá nunca deixar de ser. Assim como o Tety, nosso primogênito (também neto primogênito de ambas as famílias), continua sendo nosso bebezão. Dizia eu, que o Gui não é mais nosso bebezão, que ficava mamando no sofá e soltando grunhidos e que quando a temperatura do leite não estava a gosto dele ele simplesmente jogava a mamadeira no chão e não dizia mais nada; aquele bebê que acordava de madrugada (TODAS as madrugadas) e chorava porque queria a pepê, justamente aquela que sumia no berço, sabe Deus como, e eu não consegui encontrar e ele não aceitava outra, somente aquela e eu tinha que, no meio do meu estado de torpor causado pelo sono, encontrar, enquanto ele esgoelava no berço e somente isso o fazia voltar a ser um anjinho. Aquele bebezinho, que com o olfato aguçado dizia: hum, chelo - quando sentia um odor diferente, fosse bom ou ruim, e que desde pequeninho (pequenino carequinha) sempre foi muito comilão.

Quando ele nasceu, o Tety tinha medo que ele nascesse careca, pois o tio Fábio dizia para ele que caso isso ocorresse, também ficaria careca. Hoje ele nega, mas no fundo, acho que ele tinha um medinho de que isso acontecesse. Ele nasceu cabeludo, um cabelo escuro, bem diferente do que ele tem hoje. E até moreninho, depois a pele também clareou, assim como seus olhos azuis.

Esse guri que está crescendo, que adora um bom filme, que gosta de ficar fuçando na televisão (sabe todos os comandos do controle remoto), que curte uma sonzeira, já é um adolescente. Lembro de quando íamos ao cineteatro assistir a uns filmes não comerciais. Cineteatro era como nós chamávamos a sala de projeção da Associação Médica, que passava todo sábado à tarde um filme comentado e que ele me acompanhava, com um salgadinho na mão e uma coca cola na outra. Era o que o seduzia para ser meu companheiro daqueles programas. Certa vez, assistindo a um filme iraniano, o Gui deveria ter pouco mais de 3 anos, a senhora que estava comentando sobre o filme, disse que não era um filme para criança. Mas depois do filme, como era de praxe do Gui, ele ficou comentando o filme comigo, lembrando de algumas cenas que o marcara naquele dia, ora perguntando algo, ora refletindo. Isso quando ele mal falava direito.


Ainda somos companheiros de filmes, às vezes me pede para comprar algum filme, ou então vamos ao cinema juntos, como no caso do último Harry Potter, de Tropa de Elite 2... e ele continua gostando de comentar os filmes, com uma memória invejável, consegue lembrar das falas inteiras de algumas passagens.

É um guri lindo, com aqueles cabelos revoltos, o rosto redondo envolto por umas bochechas levemente rosadas, principalmente após algum esforço físico, que são apetitosas de morder, os olhos sonhadores azuis e um sorriso fácil de brotar no rosto; o choro também, mais sensível impossível. Fofinho...

E neste domingo, 3 de julho, completa 13 anos de vida. Parabéns, te amo lindão!


2 comentários:

  1. Que tio babão...mas é muito legal, ser tio eé ser meio pai, sem a obrigação de educar, mas de ser amigo...bem legal teu post. Abraço.

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  2. Jair, vi que temos algo em comum, The Smiths também mudou minha vida. E a cada vez que ouço a banda me dá saudades. às vezes tenho vontade de escutar coisas novas da banda e fico imaginando como seria se Morrissey e Marr não tivessem se separado naqueles dias do final da decada de 80...

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