“Às vezes acho que te amo, às
vezes acho que é só sexo...”
Pensamentos contraditórios,
confusão mental, frases confusas, soltas no ar, ao próprio gosto ou desgosto,
sem sentido...
“Às vezes nada parece ter
sentido,
Escuto choro aos cantos,
Me sinto perdido...”
Perdido ao leu, tudo confuso e
sem sentido. Confusão mental. Palavras soltas no ar, pensamentos contraditórios
e palavras sem sentido.
“Às vezes acho que te amo, às vezes acho que é
só sexo...”
Os dias estão cada vez mais
loucos e contraditórios. A temperatura oscila entre 17º no inicio da manhã e
30º durante o dia e volta a baixar no final da noite. Vento e frio. Calor e
sol. Tudo no mesmo dia. Caótico, contraditório, confuso. Confusão na natureza.
Apenas característica da estação e da época do ano.
Frases perdidas, soltas no ar,
desconexas. Não é assim no inconsciente? Tudo ao mesmo tempo e aparentemente
sem uma lógica? Mas juntando os ‘cacos’ o caótico se torna bem compreensível e
com bastante sentido.
A loucura não seria apenas a
desordem do caos que saiu do controle? Dejours, quando estudou a organização do
trabalho achava que encontraria um monte de malucos babando e rasgando notas de
R$ 100,00. Reais não, Euros! Ou a moeda da França naquela época. Qual a moeda
da França? Mas enfim, ele se assustou ao se deparar com trabalhadores
aparentemente normais, em situação de penúria psíquica. Não seria esse o
‘normal’, ou seja, o louco, o desajustado social que deveria ser considerado
dentro da normalidade? Sim, porque nessa sociedade sem valores, ou melhor, com
valores monetários, em que as pessoas quase vendem a própria mãe, o normal
seria surto psicológico ou psiquiátrico coletivo?
Mas pensemos e reflitamos um
pouco: não estamos vivendo esse surto psicológico coletivo? As pessoas não
estão saindo e matando sem nenhum motivo? Não vemos nas manchetes de jornal
quase que diariamente pessoas matando a seus pares sem aparente motivo, por
causas banais? Banalizando a violência?
“Às vezes, nada parece ter
sentido
Escuto gritos, me sinto
perdido
E vejo as pessoas perdidas,
sofridas, sentidas...”
Palavras ao vento... frases
soltas no ar... o caos!
Será que algum dia as coisas não
serão mais tão confusas? Por que não posso ter o que quero ter? Por que não
posso ter tudo ao mesmo tempo? Por que tem que ser assim? Toda essa confusão
mental, todas essas dúvidas sobre tudo, sobretudo essas dúvidas.
“Às vezes acho que te amo, às
vezes acho que é só sexo...
Violência e paixão!”
Palavras contraditórias,
sentimentos contraditórios. Contraditorios? O caos. Continuidade. Uma coisa é
uma coisa... e a outra coisa? Pode ser a mesma coisa, depende do ponto de
vista. Depende?
“Você não tem forças para fugir
da minha loucura!”
Ninguém parecer ter mais forças
para fugir da loucura do mundo. As pessoas do bem são as pessoas mais filhas da
puta que existem. Só o fato de se rotularem do bem já significa que não são
porra nenhuma. Contradições. Ações contraditórias. Idéias contraditórias.
Querer ser alguém sem o ser ou pregar uma coisa e fazer exatamente o contrario
não seria uma característica dessa loucura social, uma conseqüência da doença
social instaurada na pós modernidade? O que não é a pós modernidade senão essa
contradição de idéias, sentimentos, valores? Essa loucura social?
Por que não posso ter o que eu
quero ter?
“... eu quero quem eu não
posso ter
E isso esta me deixando louco,
Está estampado na minha cara!”
A ordem do caos. Estampada na
minha cara. E lanço defesas para manter a minha sanidade ou a minha loucura
controlada. Piro a cada dia mais, mas meu remédio de tarja preta mantém meu
equilíbrio. Que remédio? Lembro que não tomo remédios. Sou completamente contra
as drogas, esse câncer social. Não! Não, não, não! O câncer social é a
exigência de ser feliz completamente, 100%. A completude da vida. Viver uma
vida procurando algo que te complete. Te vendem a idéia de que ter isso ou aquilo
te trará a felicidade completa, te encherá todos os vazios da tua vida. Podem
encher os vazios de qualquer vida consumista. Preenchem a alma? Oh meu Deus,
não, isso podem prometer que não cumprirão.
Mas não
“... é assim que eles fazem e
fazem muito bem?
Estranha coisa pra se dizer
antes de
Vender mais mercadoria...”
A droga promete isso. Felicidade
completa. O tempo todo. Mentira! Mentem um pouco... o tempo todo. A droga e a
fuga da vida e não traz felicidade. Sensação de bem estar pode ser, mas felicidade?
Quem é feliz em viver aprisionado num mundo que poderia ter o livre arbítrio?
“Mentir um pouco, o tempo todo...”
Idéias desencontradas,
contraditórias. Sentimentos perdidos, sentimentos confusos. E o sono pesando
nas pálbebras. O sono rondando e
embaçando a vista já cansada pelos dias, pela semana, meses e principalmente
pelos anos a fio. A vista cansada, o corpo padecendo os excessos da vida, o presente
cobrando o passado de excessos.
“Ofegando, morrendo, mas de
alguma forma ainda vivo
Essa é a última resistência de
tudo o que sou
Por favor, lembre-se de mim...”
Existe alguma ordem no caos? Não
acredito. E na rotina? Na fuga da rotina? A fuga da rotina não seria uma
rotina? O caos organizado. O caos instituído. O caos... nada mais caótico que o
caos. Caos regrado e constante. O caos pode ser rotina. E se é rotina, existe
uma constância e essa constância gera alguma ordem. Na estatística tudo e uma
constante. E na ciência, que não explica muita coisa a não ser uma constância. Testes
psicológicos são baseados em estatísticas e na constância de pessoas que
respondem de determinada maneira e têm a tendência a terem um determinado
comportamento. Ora, se a subjetividade pode ser matemática, então o que não
será controlado por uma variável?
Aprendi que na vida tudo está
relacionado a uma variável e a uma constância. A matemática da subjetividade e
dos comportamentos. A matemática dos sentimentos. A ordem no caos. Como pode
ser isso?
Freud explica. O caótico coelho
caolho. A questão está posta na mesa. Desligue a TV, desligue o PC, se afaste
do celular, do whatsapp e viva intensamente. Sonhe e realize o que seu desejo
lhe permitir. Viva o caos dos sentimentos perdidos pelo tempo porque esse e
implacável, curto e não volta jamais.
“Às vezes, nada parece ter
sentido
Escuto gritos, me sinto
perdido
E vejo as pessoas perdidas,
sofridas, sentidas
Quando a vida se torna algo previsível
Onde fica a sensibilidade? Como posso ser sensível
Se sou tratado como mais um numero?
Sem sentido, perdido
Escuto choro aos cantos, sofrido
Gemidos sofridos, repetidos
Ordem no caos que se torna constante
Caos constante, ordem deprimente, sorrisos escassos
Abraços escassos, sorrisos escassos
Passos silenciosos ao longo
O silêncio dos gritos sofridos
O silêncio do caos instituído
Às vezes nada parece ter
sentido,
Escuto choro aos cantos,
Me sinto perdido, sofrido,
traído.”
Eu quero ter aquilo que eu não posso ter.
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