
Ontem estava assistindo ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, com o Laerte. O cartunista de 61 anos surpreendeu a todos, inclusive seu companheiro de tantos anos (profissionalmente falando) Angeli: decidiu começar a vestir-se de mulher, usar maquiagem e assumir sua homossexualidade; é o que modernamente (não consigo acompanhar essas coisas, sou um ultra conservador, que triste fim...) se chama de Crossdresser. Porém, pesquisando na rede, percebe-se que o crossdressing, aquele que se veste com objetos do sexo oposto, não necessariamente é homo ou bissexual. Pode ocorrer com heterossexual, embora eu, na minha ignorância e todo conservadorismo que me é peculiar nesse assunto, não consiga entender porque um heterossexual se vestiria de mulher, a não ser por motivos de trabalho, mas daí a sair travestido pela rua tem quilometros de distância.
Bem, mas voltando ao tema, muito se discutiu, na entrevista do cartunista, no campo intelectual e até mesmo da psicanálise, a questão homossexual. E o que está em voga neste momento, o assunto da crista da onda agora é discutir se os banheiros em locais públicos devem ou não serem divididos por sexo. Na minha opinião um discussão fútil, que talvez deixe de lado questões mais profundas e importantes quando se reflete um assunto tão idiota. Aqui em Londrina, uma escola está sofrendo por ter criado o banheiro do terceiro sexo, pois na tentativa de resolver um problema, criou um enorme para si mesmo. Os homossexuais da escola se sentiam incomodados de frequentar o banheiro destinado ao seu sexo. E a criação do banheiro do terceiro sexo soou como discriminatório.
No alto do meu ultra-conservadorismo (como isso me incomoda, sempre me achei moderno. É que na minha formação, conservador é igual a um adjetivo pejorativo) acredito que estão procurando pêlo em ovo - expressão mais apropriada que achei nesse momento para demonstrar que isso é um assunto sem propósito. Ora, a divisão dos banheiros públicos não dizem respeito à opção sexual, mas sim ao gênero masculino e feminino. Discordo da solução da escola de Londrina, porque realmente é como criar um gueto, o banheiro frequentado pelas 'aberrações', o banheiro maldito. Mas a discussão termina simplesmente (para os intelectuais soluções simples é quase um crime) com a seguinte explicação: banheiro masculino, para pessoas do sexo masculino e óbviamente, banheiro feminino para pessoas do sexo feminino. Então, viadinhos (com todo respeito) o banheiro de vocês é o masculino, queiram ou não.

Larte Coutinho não tem trejeitos femininos ou força o lado feminino como a maioria dos gays que conhecemos. Ele não precisa. Já é chocante vê-lo vestido de mulher; é bizarro; é feio, incomoda olhar para ele. Não tem necessidade de ser mais chamativo. Vestir-se de mulher aos 61 não é para qualquer um. E só não deve ser mais achincalhado do que é (provavelmente os locais frequentados por ele sejam de pessoas bem resolvidas) por ser um cara descolado e bem sucedido. Se fosse um anônimo qualquer não seria tão fácil assim.
Finalizo com um pensamento reflexo do meu ultra conservadorismo, que pode soar preconceituoso, mas não é: daqui uns 50 anos, heterossexual sera algo tão bizarro que apanharemos na rua. Sempre pensei que o homossexualismo fosse a salvação contra o conservadorismo, um novo modo de vida, novos valores, etc, mas eles querem a mesma coisa que os heterossexuais, casar, formar famílias e ter filhos. Durante a faculdade eu pensava que os homossexuais fundariam uma nova sociedade. Ledo engano. Se é para ser tudo como está instituído, para quê tanta luta então?
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