
Fui com esse pensamento para o trabalho, solitário, depois de ter deixado o Gui e o Tety e a Juliana no trabalho. São os 5 minutos da manhã que tenho para ficar sozinho comigo mesmo, com meus fantasmas vivos e mortos e neuras. Agora que meu celular quebrou e que não tenho nenhum tipo de música para escutar no carro, percebo melhor os sons e os movimentos nas ruas.
Certa vez, quando fazia pós em Psicologia Organizacional e do Trabalho, em uma das aulas, um professor disse que hoje em dia não temos mais esses momentos e que a tecnologia estava nos invadindo em todas as instâncias. A tendência era não termos mais espaço e tempo para reflexão. A todo momento estamos logados em alguma coisa e o celular nos mantém 24 horas sob vigília ou de plantão. Porém, mesmo com tantos artifícios tecnológicos e a proximidade aparente, estamos cada vez mais solitários e tendo relacionamentos mais superficiais. Os nossos relacionamentos são superficiais porque seguem a lógica do mercado, de que tudo deve ser superficial para conseguirmos descartar com facilidade e consumir mais.
Tudo isso me ocorreu em segundos. E então tive um pensamento: por que motivo ainda assistimos a propaganda de bebidas na televisão? Com todas as estatísticas que demonstram que a bebida encurta a vida de quem bebe (uma vez que aumenta em muito a probabilidade de se envolver em acidentes) e de quem não bebe, porque infelizmente os acidentes envolvem ambos, continuamos a ser bombardeados por marcas de bebidas e até mesmo de vodka e outras bebidas destiladas. Deve ser porque, mesmo que não tenha propaganda, as pessoas continuarão a beber. Como no caso do cigarro. De certo para fugir dessa realidade que vivemos, cada vez mais difícil de aguentar sem tomar umas doses...
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