A mistura de amor e morte é comum nas letras de Morrissey. E dá para se sair com inúmeras interpretações psicanalíticas dessa característica. Principalmente para alguém que tem um blog baseado em um texto de Freud que fala sobre o fato de procurarmos a ausência da tensão, para bom entendedor, a morte.
Freud escreveu um artigo em 1920 com o título Além do Princípio do Prazer, um dos meus preferidos, onde ele cita conceitos de pulsão de vida e de morte: "A tendência dominante da vida mental e, talvez, da vida nervosa em geral, é o esforço para reduzir, para manter constante ou para remover a tensão interna devida aos estímulos (o ‘Princípio de Nirvana’)”. Aqui refletiremos sobre coisas que nos dão prazer e desprazer e mais um monte de coisas...
sábado, 28 de abril de 2012
THE SMITHS - THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT
A mistura de amor e morte é comum nas letras de Morrissey. E dá para se sair com inúmeras interpretações psicanalíticas dessa característica. Principalmente para alguém que tem um blog baseado em um texto de Freud que fala sobre o fato de procurarmos a ausência da tensão, para bom entendedor, a morte.
THE SMITHS - I KNOW IT'S OVER
domingo, 22 de abril de 2012
THE SMITHS - STILL ILL
sábado, 21 de abril de 2012
WANDER WILDNER - RODANDO EL MUNDO
Eu vou no ritmo que a vida me levar
Eu vou no ritmo da vida
Eu vou no ritmo que a vida me levar
Eu vou andando
Eu sigo em frente a caminhar
Eu vou no tempo
Aonde a estrada me levar..."
e finalmente
Cruzando por las estradas en mi carron maverikon..."
Dentre tantas outras canções que possam exprimir o seu desprendimento com qualquer lugar que seja neste mundo, embora sempre volte à sua Porto Alegre, com na canção em que fala que Jesus Cristo voltará e que sua moradia será na sua (e minha) cidade natal.
Com esse preâmbulo, segue a canção punk citada acima.
Não me importa onde quer que eu more
Minha mochila está sempre à mão
E eu tô sempre pronto prá partir
Voce me viu quebrando a cara
Voce me viu tentando tudo
Me sacrifiquei o tempo inteiro
Decidi abrir mão de tudo
Mas nós sabemos que isso não vale nada
Nos sacamos a vida sabemos como domá-la
Sabemos que o negócio é continuar no caminho
Curtindo o que pintar da maneira tradicional
Afinal de que outra maneira poderiamos curtir
Não me importa onde quer que eu ande
Não me importa onde quer que eu more
Minha mochila está sempre à mão
E eu tô sempre pronto prá partir
Sempre à mão, pronto prá partir
Ou ser posto prá rua, ou ser posto prá rua
domingo, 15 de abril de 2012
QUARENTENÁRIO
Engraçado como o mundo foi se cafonando, mudando os valores e a música brega foi ganhando espaço. Se os anos 1980 foram os anos de ouro do rock brazuka, não se pode falar o mesmo das décadas posteriores, principalmente depois que a rede globo lançou em uma novela das oito (hoje das nove) a moda sertaneja. E daí, como tudo que aparece em novela, virou febre e desde então nunca mais fomos os mesmos. Foi o começo do fim do mundo e não estou me referindo ao festival punk que aconteceu em São Paulo alguns anos antes. Me refiro a breganização da música, das pessoas. Antigamente era vergonhoso o cara roqueiro dizer que escutava Roberto Carlos, por exemplo, ou que gostava de Wando e outros que agora não me recordo. Pois hoje em dia tem bandinha que até grava música com dupla sertaneja, numa promiscuidade sem fim, vergonhosa.
Os valores mudaram, ou melhor, hoje não existem valores. Tudo se mistura. O mesmo cara que vai numa balada alternativa pode ser encontrado no meio de um bailão sertanejo. A minha leitura dos fatos é de que o que importa hoje é ter grana, andar de carro do ano, de preferência um carrão e não importa o que o cara faça, basta ter uma carteira recheada e ninguém se importará com quem tu és, qual a tua essência, quais os teus gostos...
Feito esse parênteses, volto ao tema, das canções da minha vida. Sempre escutei música de qualidade e uma certa tarde meu irmão Rogério, nosso mentor musical, chegou com seu saco da Marinha do Brasil, recheado de discos. Um disco me chamou a atenção e coloquei na vitrola aquela música que mudaria a minha vida. O disco era a coletânea dos Smiths The World Won't Listen, algo como O Mundo Não Ouvirá. Sarcasmo morrisseyniano, claro, porque é uma das coletâneas de singles mais lindas que já existiram. Todo cara que se intitula alternativo já ouviu/ tem esse disco. E a primeira canção por qual me apaixonei foi a bela e alegrinha Ask. E, como falei, depois disso, me encontrei como roqueiro. Foi a banda de rock alternativo mais importante da década, mas para eu, a banda mais importante da minha vida, da minha formação musical.
Dito isso, o que eu queria exprimir, resumidamente, no meu quarentenário, que como já disse, começou no dia 29 de março, às 15 horas, era que muitas músicas representam o que sou. Mas existe uma canção que talvez seja a mais importante da minha vida, por mais que isso possa soar exagerado, mas é uma canção que fala da minha alma... porque existem tantas bandas que são afudê, poderia listar Os Cascavelletes, TNT, Replicantes, Beatles, Stones, Doors, Led, Pink Floyd, Sex Pistols, Joy Division, porra, poderia listar tantas outras e ainda assim ser injusto com muitas, muitas bandas, o punk americano, o punk inglês, o pós punk... mas não quero ser prolixo, quero ser objetivo e muito, muito resumido. E escolher a canção da minha vida. E a canção é claro, é dos Smiths, The Boy With The Torn In His Side, uma canção que fala sobre os amores que não são compreendidos, mesmo que Morrissey tenha feito uma poesia sobre o amor homossexual, ela cabe em qualquer amor. Como o meu com a Juliana, que era proibido naquele início dos anos 1990.
Os acordes dedilhados na Rickenbacker de Johnny Marr, o baixo marcante de Andy Rouke em sintonia com a bateria de Mike Joyce e claro, a poesia sensível de Morrissey, assim com a sua voz, são um delírio, parece um casamento perfeito.
Já postei anteriormente essa canção, mas nesse quarentenário novamente coloco aqui para nosso deleite. E para quem ainda não ouviu Smiths ainda, podem começar por essa maravilhosa coletânea, que demonstra tudo o que Morrissy, Marr, Rourke e Joyce têm de melhor.
Boa semana!
domingo, 8 de abril de 2012
CAPITAL INICIAL - FÁTIMA
Fátima
Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou
CAPITAL INICIAL - TUDO MAL
TUDO MAL
Não pense que eu me importei
Por isso mesmo eu deixei
Acabar com tudo de uma vez
Pois entre nós só havia indiferença
Momentos cada vez mais frios
E você acha tudo normal
E agora eu nem sei
Mais uma vez acaba tudo mal
Quem sabe algum dia
Vamos entender o que passou
Descobrir quem foi que errou