domingo, 9 de maio de 2010

DIA DAS MÃES


Hoje é dia das mães. Gostaria de dar os parabéns para a minha querida mamãe, Sirley, que deu a vida pelos filhos e que merece todo o carinho e amor dos 5 filhos e dos 5 netos (na foto acima só faltou o Victor Gabriel, o mais novo). Também à Juliana, mãe dos mes dois guris, que segura uma barra aqui em casa com esses terríveis adolescentes. Minha sogra, que criou 3 filhos.



Parabéns a todas as mães, pela sensibilidade e doação que fazem diariamente aos seus filhos. E, como minha sogra acabou de me dizer ao telefone, dias das mães é todo dia.

sábado, 8 de maio de 2010

THE SMITHS - HEAVEN KNOWS I'M MISERABLE NOW

Os Smiths eram formados pelos já citados (Stephen Patrick) Morrissey e (Johnny) Marr, mais Andy Rourke no baixo e Mike Joyce na batera. Durante um tempo Craig Ganon fez parte da banda - tendo inclusive gravado o disco ao vivo Rank, quando substituiu momentaneamente Rourke, que fora expulso da banda por problemas com heroína, mas que retornou em seguida.

Abaixo o clipe da música citada, com a letra, Morrissey cantando suas agruras e angústias.

Vale ressaltar que 10 dentre 10 bandas alternativas (o chamado Indie Rock) atuais bebem nessa fonte e têm os Smiths como influência.




O Céu Sabe Que Estou Arrasado Agora



Eu estava feliz na bruma de uma hora embriagada

Mas o céu sabe que estou arrasado agora
Estava procurando um emprego, e então eu encontrei um emprego
E o céu sabe que eu estou arrasado agora
Na minha vida
Por que eu desperdiço um tempo precioso
Com pessoas que não se importam se eu estou vivo ou morto?

Dois amantes enlaçados passam por mim
E o céu sabe que eu estou arrasado agora
Estava procurando um emprego, então eu encontrei um emprego
E o céu sabe que eu estou arrasado agora
Na minha vida
Oh, por que eu desperdiço um tempo precioso
Com pessoas que não se importam se eu estou vivo ou morto?

O que ela me pediu ao final do dia
Faria Calígula corar
"Você está nesta casa há tempo demais", ela disse
E eu naturalmente fugi
Na minha vida
Por que será que eu sorrio
Para pessoas a quem eu preferiria muito mais chutar no olho?

Eu estava feliz na bruma de uma hora embriagada
Mas o céu sabe que estou arrasado agora
"Você está nesta casa há tempo demais", ela disse
E eu naturalmente fugi
Na minha vida
Por que eu desperdiço um tempo precioso
Com pessoas que não se importam se eu estou vivo ou morto?

THE SMITHS: A BANDA DAS BANDAS



Continuando a saga das bandas que faizeram a história da minha vida, The Smiths é a banda das bandas! Aquela que fez o divisor de águas in my life.

Em 1987 era difícil escutar qualquer coisa que não tocasse nas rádios jabazeiras (que eram subornadas pelas gravadoras para tocar determinadas músicas de determinadas bandas). O único jeito de conhecer coisas novas era contar com a Revista Bizz ou com um irmão maluco, que fosse da Marinha do Brasil e que torrasse o soldo com discos. Era o meu caso. Consumia vorazmente a revista citada e um certo dia chega meu irmão Rogério de viagem, na bagagem uma porrada (uma porrada mesmo) de discos trazidos dos quatro cantos desse país (e também de suas viagens pela Argentina, Uruguai e outras plagas). Ele sempre foi nosso termômetro para a música, afinal, nasceu em 66, no auge dos Beatles e cabeludo, como os Fab Four. Conta dona Sirley que o médico comentou assim que ele nasceu algo como: é cabeludo como os Beatles!

Naquele longínquo dia de 1987, eu ávido por músicas diferentes daquele ascendente rock nacional, comecei a me deliciar com tanta variedade de música e explorei muito aquelas dezenas de discos. Um deles me chamou a atenção pelo que eu lia por aí: The World Won't Linsten.


Uma coletânea da banda The Smiths (tire o The e chame apenas de Smiths), uma obra prima da dupla Morrissey/ Marr, respectivamente vocalista e guitarrista. Apesar de contar com diversas músicas inéditas e B Sides de compactos de anos anteriores (para quem não sabe, compacto eram discos pequenos que as bandas - e quem vivia da música em geral - lançavam para divulgar suas músicas antes do LP) haviam músicas oriundas de discos como


The Queen Is Dead, Meat Is Murder, entre outros, sendo o primeiro, o disco de maior sucesso e que alavancou a banda para o resto do mundo. Já havia escutado Smiths em outros momentos, como nos programas de clipes na tv pré MTV (sim, nos anos 80 não existia eme te vê) tais como Som Pop, da tv Cultura de São Paulo, Clip Trip da tv Gazeta (na época a tv desindexada, uma alcunha para dizer que era um canal fora dos padrões de canais comerciais, alternativa), entre outros (mesmo a Globo tinha o seu programa de clipes, se não me engano chamava Clip Clip). Era a forma que tínhamos de conseguir ouvir coisas novas, mesmo bandas independentes brasileiras, como Violeta de Outono, Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, Vzyadoq Moe, Pin Ups, De Falla, entre tantas outras.

Mas dizia eu, já havia sido apresentado a essas bandas por intermédio dos programas citados. Porém, conhecer Smiths mesmo, a fundo, foi com o The World Won't Listen. O maravilhoso disco inicia com Panic, uma crítica à discoteque, às musiquinhas que os DJ's colocavam para todos dançarem (enforquem o dj era o refrão); em seguida vinha uma das músicas mais belas de todos os tempos: Ask - foi amor à primeira vista (ou ouvida). A melodia maravilhosa e a letra sensível, falando sobre a timidez. Na primeira vez que escutei essa música me apaixonei pela banda. Como alguém poderia fazer uma música tão linda e dizer coisas tão minhas?

Em seguida
London, uma das mais pesadas da banda, a polêmica Bigmouth Strikes Again - das músicas que mais fizeram sucesso, com sua letra ácida ("doçura, eu estava só brincando quando disse que gostaria de arrebentar cada dente de sua boca"), era um tapa sem luva de pelica nos românticos babacas que escreviam coisas óbvias e bregas, do tipo eu te amo e você me deixou. Shekespeare's Sister separa uma sequência de hits de deixar o corpo todo arrepiado: There Is A Light That Never Goes Out (quem poderá esquecer da estrofe mais linda e romântica da história da música mundial?):

"... E se um ônibus de dois andares
Batesse em nós Morrer ao seu lado
Que jeito divino de morrer

E se um caminhão de dez toneladas

Matasse nós dois Morrer ao seu lado
Bem, o prazer e o privilégio são meus..."


em uma melodia das mais lindas já existentes e de uma dor de cotovelo de fazer chorar (e sem ser emo). Obra prima, dentre tantas outras, como são as duas outras: Shoplifters Of The World Unite e principalmente The Boy With The Torn In His Side, sobre o amor homossexual de Morrissey, mas que cabe a qualquer amante incompreendido em seu amor. Divino! Esse é o adjetivo mais adequado para uma música de arrepiar. O que dizer da letra:

"O garoto eternamente atormentado
Por trás do ódio jaz

Um desejo homicida por amor

Como podem olhar nos meus olhos

E ainda não acreditarem em mim?

Como podem me ouvir dizer essas palavras

E ainda não acreditarem em mim?
E se não acreditam em mim agora
Algum dia acreditarão?


Minha intenção não é escrever sobre cada música, pois isso fará com que o post seja enorme. Mas seguem a instrumental (marca registrada nos discos da banda) Money Changes Everything (que nada tem a ver com a da Cyndi Lauper), a música para dormir Asleep e não posso deixar de citar dentre tantas do lado B do disco, That Joke Isn't Funnt Anymore, do álbum Meat Is Murder


e que fez muito sucesso, mais uma vez Morrissey abrindo a alma. Dali para frente passei a consumir como um louco tudo que tinha do Smiths, Morrissey. Mesmo com o preconceito por ele assumir sua homossexualidade (a partir dos anos 90 ele se autodenominou assexuado) em plenos conservadores anos 80.

Continuo em um próximo
post, pois Smiths fazem parte da minha vida, como meu corpo e minha alma.

P.S.: para conhecer as músicas basta clicar em cima das mesmas e se divertir.

domingo, 2 de maio de 2010

GAUCHÃO 2010 - GRENAL NO MONUMENTAL



Aconteceu de novo. E para quem não sabe é uma rotina em véspera dos grandes jogos a torcida do IMORTAL lotar o Monumental em dia de treino. Assistindo a um programa esportivo na televisão ontem o apresentador elogiou a torcida do corinthians por irem ao treino em clima de jogo. Ora, isso foi a torcida do GRÊMIO quem começou a fazer. Como diz meu filho Victor Hugo (o Tety) estão
pagando pau para a GERAL DO GRÊMIO, que inovou no conceito de torcer e todas as demais torcidas seguiram o belo exemplo.

Mais de 4 mil fanáticos pelo IMORTAL foram ao estádio assistir ao treino do GRÊMIO, último antes da final contra o inter, no último campeonato Gaúcho da década, a primeira do novo século. Até uma derrota por 1 gol de diferença dará o caneco ao GRÊMIO.

Esse ano poucos foram os estaduais com finais de clássicos. O paulista deu santos e santo andré, o mineiro atlético e ipatinga, o paranaense foi tão sem graça que nem final teve, pois o coxa foi soberano e campeão com uma rodada de antecedência. O campeonato goiano termina hoje com uma final estranha entre atlético-go e santa helena; o catarina entre avaí e joinville. O carioca teve flamengo e botafogo e o bahiano também finaliza com clássico, fechando a tríade de excessões.

sábado, 1 de maio de 2010

48 - PLEBE RUDE

Outra música em homenagem ao dia do trabalho, com a mesma temática. Infelizmente essa não encontrei clipe no youtube, mas posto aqui um link para escutar a música da Plebe.


48

Cinco dias pra trabalhar
Só dois dias pra descançar
48 horas não chegam!
Tantas coisas pra fazer
Tantas pessoas pra conhecer
48 horas não chegam!
Meu patrão é um sacana
Me faz trabalhar até fim de semana
48 horas não chegam!
Tantos lugares que eu quero ir
Mas só dois dias pra me divertir
48 horas não chegam!

Ps.: a música está no álbum Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987), primeiro disco da banda (antes havia lançado pela Emi Odeon um EP com seis músicas chamado O Concreto Já Rachou (cuja foto que postei aqui é a capa desse disco).

DOMINGO EU VOU PRA PRAIA

Hoje é dia do trabalho e essa música é a realidade de milhares de trabalhadores, que trabalham pra caralho e que pouco tempo têm para curtir a vida. Como dizem: quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro!




Todo dia essa minha labuta
Eu trabalho feito um filha da puta

Se pelo menos eu ficasse mais rico
Mas que nada, eu tô pedindo penico

Domingo eu vou pra praia
Domingo eu vou pra praia
Pode parar tudo eu vou pra praia

Porque na praia eu não tenho que trabalhar
Na praia eu não tenho que me vestir
Na praia eu só tenho que descansar
Na praia eu só tenho que me divertir



Ps.: Nós, do interior, temos que nos contentar com a picina mesmo...

1º DE MAIO - DIA DO TRABALHO


O dia do trabalho foi constituído a partir de uma manifestação dos trabalhadores de Chigado em 1886, que lutavam por melhores condições de trabalho e principalmente por redução de uma jornada de trabalho de 13 horas diárias. Naquele tempo e muitas décadas que se seguiram, os trabalhadores conseguiram muitos avanços, através de entidades sindicatos e associações de trabalhadores. Isso fez com que muitos pensadores sonhassem com uma organização social mais justa e igualitária. Doce ilusão!

Atualmente, o que vemos são sindicatos interessados apenas no seu próprio bem estar, instituições que não representam os trabalhadores, que pensam apenas em seus interesses particulares, e, se sobrar alguma brecha, podem até pensar em alguma melhora para os trabalhadores. Geralmente fazem propostas mirabolantes que sabem serem populistas, mas sem condições de serem colocadas em prática, entrtanto com visibilidade.

Percebo que essas instituições estão mais interessadas em se perpetuarem no poder, anos a fio; pouco democráticos, visam além de se manterem e manter seu grupo político a frente da direção sindical, eleger seus representates em cargos políticos. Basta verificar quantos diretores sindicais saíram de seus postos para se elegerem em cargos públicos.

Como Psicólogo do Trabalho, atuando na área Organizacional, percebo uma lacuna muito grande entre a teoria (utópica) e a prática (dura realidade). Também percebo um distanciamento muito grande das classes representantes dos trabalhadores. Não só culpa dessa nova visão sindical, mas também dos trabalhadores que ao longo das década tornaram-se cada vez mais individualistas, resultado de uma política neo liberal, que trouxe diversas perdas aos trabalhadores, desenvolvendo políticas voltadas ao interesse dos grandes capitalistas, principalmente ao capital financeiro, contra os trabalhadores, diminuindo postos de trabalho.

Os sindicatos nas décadas anteriores tinham uma bandeira forte, o que não é a realidade hoje. Estão em transição, tentando se adaptar às novas realidades do trabalho. Mas ainda estão perdidos, entre discursos populistas e as dificuldades do mundo do trabalho. Durante algumas décadas tiveram em mãos um poder reivindicatório grande, porém não souberam (ou não quiseram) transformar isso em benefícios ao trabalhador. Mais interessados em política (no pior sentido da palavra) caíram em descrédito e em conjunto com as mudanças implantadas pelo neo-liberalismo, perderam as possibilidades reivindicatórias.

Hoje, o que se percebe é uma clivagem entre trabalhadores da iniciativa privada e trabalhadores de empresas públicas. Estes, devido à estabilidade, têm maior facilidade de mobilização, enquanto os primeiros preocupam-se apenas na manutenção de seus postos de emprego.

Percebo (e posso até ter minha percepção contaminada pela visão neo liberal, dirão alguns, mas considero uma real, sem elucubrações teóricas, de quem vive na pele essa realidade) de um lado trabalhadores abandonados e esquecidos (tipo seja o que Deus quiser) e de outro a elite dos trabalhadores, com codições de mobilização e buscar melhores condições de trabalho e de remuneração.

Acredito que as conquistas advindas das reivindicações feitas pelos sindicatos e pelos trabalhadores das empresas públicas sempre respingarão de alguma forma nos trabalhadores da iniciativa privada. Por isso é interessante que hajam mobilizações nessa esfera.

Não sou um estudioso da questão sindical, muito pelo contrário, sou completamente leigo, minhas conclusões são da minha vivência, experiência, no relacionamento com entidades sindicais. Emito minha opinião, sem preconceitos ou interesses, apenas a minha impressão dos fatos.

A todos os trabalhadores, como eu, um belo dia do trabalho, mas ao invés de festas com música, sorteios e tantas outras comemorações populistas, façam desse dia um momento de reflexão do que temos e o que queremos para o futuro. E as festas que fiquem para as conquistas alcançadas.