segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

THE SMITHS - THE HAND THAT ROCKS THE CRADLE

No meu carnaval Smithiano uma das mais belas canções da parceria Morrissey/ Marr (todas as canções dos Smiths eu escrevo isso, porque todas são obras primas). Um dedilhado maravilhoso combinando a voz suave, gemida, chorada de Morrissey. Perfeito!


The Hand That Rocks The Cradle

Por favor, não chore
Pois o fantasma e a tempestade lá fora
Não invadirão este templo sagrado
Não se infiltrarão na sua mente
Minha vida hei de arriscar
Se o bicho-papão tentar
Pregar peças na sua mente santa
Te encher, atormentar e provocar
Sombras vacilantes se aproximam
Um piano toca em um quarto vazio
Haverá sangue no facão esta noite
E quando a escuridão se for
E o quarto estiver claro
Eu ainda estarei do seu lado
Pois você é tudo que importa
E vou te amar até o dia em que eu morrer
Nunca mais haverá lamento em seus olhos
Contando que a mão que balança o berço seja a minha

Sombras no teto se agitam
E quando o guarda-roupa chegar
Feito uma fera predadora
Haverá tristeza nos seus olhos lindos
Oh seus olhos puros, intocados, fantásticos
Minha vida hei de arriscar
Caso as almas penadas tentem
Pregar peças na sua mente santa
Uma vez eu tive um filho e ele salvou a minha vida
E eu nunca sequer perguntei seu nome
Apenas olhei em seus olhos fantásticos
E disse: "nunca, nunca, nunca outra vez"
E bem rápido eu realmente retornava
Tal qual uma mariposa à chama
Então jogue meus ossos sobre as pedras
Eu sou apenas um mendigo sem ninguém
Veja como as palavras são velhas como o pecado
Me servem com uma luva
Estou aqui e aqui ficarei
Juntos deitamos, juntos rezamos
Nunca mais haverá lamento nos seus olhos
Contando que a mão que balança o berço seja a minha
Contando que a mão que balança o berço seja a minha
Minha

Balance sobre meus joelhos, meu filhinho
Embora você tenha só três anos, meu filhinho
Você - você é meu
E sua mãe, ela nunca soube
Oh, sua mãe...
Enquanto... enquanto... enquanto...
Eu fiz o melhor por ela
Eu fiz o melhor por ela

sábado, 9 de fevereiro de 2013

THE SMITHS - I WON'T SHARE YOU

A canção que fecha o último disco de estúdio dos Smiths é um momento de possessão do Morrissey e uma bela inspiração de Johnny Marr. Uma canção que rasga a alma dos apaixonados.

Mais um capítulo da fase smithiana carnavalesca 2013. 


EU NÃO DIVIDO VOCÊ

Eu não divido você
Eu não divido você
Com a necessidade e a ambição
A determinação que eu sinto
Esta é a minha vez
O bilhete que escrevi enquanto ela lia, ela disse:
"Será que a Perrier subiu direto para a minha cabeça
Ou será que ao invés disso, a vida é doentia e cruel?"
"Sim!"
Não, não, não, não, não, não não, não

Eu não divido você
Eu não divido você
Com a necessidade e com os sonhos interiores
Esta é a minha vez
A vida tende a ir e vir
Tudo bem desde que você saiba
A vida tende a ir e vir
Desde que que você saiba
Saiba, saiba, saiba, saiba

Eu não divido você
Eu não divido você
Com a necessidade e os sonhos interiores
Esta é a minha vez
Eu quero a liberdade e eu quero a esperteza
Eu quero a liberdade e a esperteza
Ah, a vida tende a ir e vir
Desde que você saiba
Saiba, saiba, saiba, saiba
Oh, Eu não divido você
Eu não divido você
Eu te verei em algum lugar
Eu te verei em algum momento...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

EN PASSANT


Meu treino para a Maratona de Londrina tem tiros de 5 km e 20 km leve aos sábados. No sábado passado fiz o percurso da meia maratona; confesso que o Gradisson forçou a barra dessa vez. O treino está pesado demais... mas eu aguento! Os 20 km foram em 2hr14min. Os últimos 5 km praticamente me arrastei. Mas tudo bem, amanhã tem mais. Correr uma distância dessas sem estrutura de água e no final sem massagem e alongamento adequado, é uma loucura. Já corri distâncias maiores, mas em corrida é diferente, tem tudo isso e mais fruta no final, bebida isotônica, água e etc.

Mas o que queria dizer é que caminhando até chegar o lugar que escolhi para iniciar a corrida, no Ginásio do Moringão, passei pela rua Gomes Carneiro e observando as casas após a rua da Lapa, notei que tem diversas casas de madeira, bem antigas, arquitetura talvez dos anos 50, vai saber... pena que os construtores dessa época não tinham o hábito de colocar a data da construção no alto. Já vi isso em algumas cidades, como Santos, por exemplo.

Aquelas casas, que estão em sua maioria em mal estado, deveriam ser tornadas patrimônio cultural. Suas madeiras e sua arquitetura tem história. Fiquei pensando que logo chega uma construtora milionária e compra todas aquelas casas e lá se vai nossa história. É muito triste ver isso acontecer com o patrimônio histórico, como aconteceu com a casa dos gnomos, como ficou conhecia a construção que foi destruída há alguns anos e deu lugar a um banco hoje, ali na Tupi com a Higienópolis.

Infelizmente o brasileiro não tem o hábito de valorizar essas coisas. E quem defende essa idéia é tachado de pedante e anti-progresso...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

POR QUE A PRESSA?


Sábado cedo estava na academia e enquanto puxava uns ferros, no intervalo de uma série e outra comecei a ler uma crônica do dramaturgo Walcyr Carrasco, na revista Época, sobre a nossa pressa do dia a dia. Escreveu ele que no dia a dia estamos sempre apressados, deu exemplos de quando está na ponte aérea e quando o voo é chamado todos levantam correndo para embarcar, muitas vezes sem se preocupar com mulheres, idosos ou crianças. Realmente, quem não esperou um tempo enorme o embarque e na primeira chamada não levantou apressado para ser o primeiro a embarcar? Confesso que já fiz isso e que não é algo corriqueiro; e na hora de sair a pressa é a mesma... e no trânsito, quem nunca reclamou quando encontra pela frente alguém que anda em uma velocidade menor do que a nossa? Que atire a primeira pedra! Se o sinal abriu e deu alguns segundos de bobeira, já ouviu o carro de trás buzinar ensandecidamente? E por que? Sabe Deus o motivo da pressa nossa de cada dia.

Certa vez, assistindo a um programa de televisão sobre acidentes de moto (não me recordo o tema exatamente), um dos entrevistados, mutilado após o envolvimento em um acidente, comentou com voz amarga, que as pessoas correm como loucas no trânsito (e consequentemente na vida) para chegar em casa e não fazer nada. Criou-se o hábito de correr e não nos questionamos do porquê.

Façamos um exercício matemático simples: se no caminho de casa ou de qualquer outro destino parássemos em todos os sinais, perderíamos quanto tempo? Supomos que em cada sinal fiquemos em torno de 1 minuto, em média (uns mais, outros menos); se o destino que nos separa tem 10 semáforos pelo caminho, perderíamos 10 minutos. Isso se parássemos em todos. Será que 10 minutos mudam a nossa vida?

Semana passada um amigo do Gui, de 14 anos, foi internado na UTI de um hospital aqui em Londrina, após sofrer um acidente na madrugada de sábado para domingo, quando sua mãe o carregava na garupa de uma moto, e segundo consta, avançou o sinal e outra moto bateu em cheio nela; a mãe morreu, o garoto foi hospitalizado em coma. O que será que esperava essa mãe que não podia perder tempo e acabou perdendo a vida?

Já algum tempo venho pensando sobre essa nossa pressa. Vivemos um momento em que as coisas devem acontecer imediatas, como se estivéssemos online, na velocidade de uma “enter” ou de um clic do mouse; se o computador demora alguns segundos a mais para abrir uma página na internet, é lerdo ou não presta (às vezes a conexão da internet); já assistiu a algum vídeo clipe? A velocidade das imagens é tão grande que não permite que nossa atenção seja desviada, às vezes dá até mal estar...

A velocidade da vida online é transportada para o nosso dia a dia; a mesma velocidade que recebemos as informações devem ser repassada. E assim seguimos a vida: sem paciência, ansiosos, estressados.

Em setembro de 2011 estive na belíssima cidade de Gramado, na serra gaúcha; uma das cidades mais belas que conheço (Florianópolis e Nova Petrópolis – uma cidadezinha também na serra gaúcha, uns 70 km de Gramado, estão no meu top 5 de cidades mais bonitas que conheço). Gramado tem pouco mais de 33 mil habitantes e um ritmo de vida tranquilo. Seus moradores parecem não ter pressa. Me senti em outro mundo. Todas as vezes que queria atravessar alguma rua os motoristas paravam para eu passar. Trouxe isso como lição para minha rotina. Quando me pego ansioso e apressado, me questiono e procuro me policiar, evitar passar no sinal amarelo e ter um pouco mais de paciência e aproveitar a paisagem ao meu redor. Isso tem me feito bem.

De qualquer forma, dizer que temos mais pressa hoje porque seguimos o ritmo da vida online é simplório demais. É necessário levantar hipóteses e confirma-las (ou não) através de uma pesquisa adequadamente realizada. Enquanto isso, que tal aproveitarmos mais o mundo que nos cerca e perceber o quão belo e poético são nossas ruas e construções e a natureza que (ainda) nos cerca (ou que cercamos)?

P.S.: ontem à noite, depois de rascunhar esse post, tive a notícia de que o guri hospitalizado havia morrido. Triste final de sábado.

domingo, 13 de janeiro de 2013

RAMONES


Se o ano de 2012 a banda que mais curti foi Julian Casablancas e sua trupe, The Strokes, 2013 começou com Ramones; e se Ramones é a minha mania em 2013, a música do verão é Life's a Gas. Todos os dias deste novo ano tenho escutado alguma coisa da banda. E hoje baixei os dois discos do Joey; Joey Ramone é o vocalista e um dos fundadores da banda, que terminou em 1996. Joey morreu em abril de 2001, depois de lutar por anos contra um câncer linfático. Aliás, seus dois discos póstumos, um de 2002, que estou escutando neste momento enquanto escrevo este post, chamado Don't Worry About Me e outro lançado em 2012, Ya Know. São dois discos que seguem a máxima de uma das maiores bandas de todos os tempos, que mudaram a história do rock no mundo: músicas rápidas e com arranjos simples. Pudera, ele era a alma da banda.

Life's a Gas faz parte do último disco dos Ramones, Adios Amigos!, de 1995, depois de terem gravado discos ao longo de 3 décadas, 22 anos de estrada e de alcançarem o topo do mundo com suas canções maravilhosas. Eles vendiam poucos discos, mas o sucesso vinha através da virilidade de seus shows. 

A primeira vez que escutei Ramones, na adolescência, foi através do Rocket to Rússia, quando meu irmão Beto trouxe esse disco para casa. O Beto é responsável pela entrada dos discos mais rockers da minha vida, de Led Zeppelin a Sex Pistols. Isso por volta de 1985. Eram canções rápidas, de 3 acordes e muita força. Até então, achávamos que os Pistols eram os criadores do Punk Rock. Mas se estes tornaram o Punk Rock mundial, Ramones participaram do movimento em Nova York que criou esse estilo de música, no início dos anos 70. Se não fossem os Ramones, os Pistols não teriam existido.   

Depois do Rocket to Rússia, veio o Ramonesmania, uma coletânea com as canções da banda, que o Branco comprou. Naquela época ele era o único do nosso bando que tinha vídeo cassete. E foi na casa dele que assistimos Rock N' Roll High School. Em seguida veio Brain Drain, com a canção que talvez a maioria tenha conhecido a banda e a mais pop de todas na minha opinião: Pet Sematary

Ramones foi a primeira unanimidade do rock que vi. Todos curtiam a banda, fossem os metaleiros, punks ou carecas e até mesmo alguns boyzinhos chegavam a colocar a fita em seus rádios de carro. Em suma, quem curtia rock, curtia a banda. E nos anos 80 havia uma rixa muito grande entre esses bandos; caso se encontrassem em algum lugar comum, era briga na certa. 

Sobre essa impossibilidade de conviver com as diferenças entre as tribos, tenho uma pequena história. Certa vez, saindo de uma passeata de 7 de setembro, tinha uns 16 anos, mais ou menos, terminada nossa participação, quando digo nossa, me refiro à galera da BS, Baixada Santista, voltamos à Praça da República  em São Paulo, de onde partiu a passeata protestando. Estávamos eu, o Zé Renato e o Ronaldo. Nos perdemos do restante da galera. Sentamos em um banco e ficamos esperando. Dali a pouco chegaram três caras, extremamente fortes, bombadões e carecas. Sabíamos que estávamos em perigo. Nos segundos seguintes ocorreu o seguinte diálogo:

- De onde vocês são?
- Santos - respondi nervoso.

Vale lembrar que éramos três guris nos seus 15, 16 anos, magrelos e fracotes, que mal sabíamos brigar. 

Um dos carecas questionou:

- Cidade ou subúrbio?

Essa pergunta tinha um por quê. Os punks da city eram inimigos dos carecas, que se intitulavam carecas do subúrbio. Os punks do subúrbio eram "amigos"; na realidade essa diferença se dava porque os punks da city eram os punks de butique, ou seja, filhinhos de papai que se vestiam como os punks, criando um modismo. 

Titubeamos para responder. Enfim o Zé Renato respondeu:

- Cidade.

A resposta tem coerência. Em Santos não tem um subúrbio específico. Por isso pensamos que era a resposta mais adequada.

Não deu tempo para muita coisa; o reflexo é que contou muito naquele momento.

- Aqui é o seguinte, careca do subúrbio!

Dito isso, partiram para cima de nós. Como eu estava de pé desde o começo da conversa, desviei com facilidade das investidas dos carecas; Zé Renato foi ágil e o chute que tinha o seu rosto como alvo certo, pegou de raspão, mas seus óculos voaram para algum canto da praça; na sequência se levantou e corremos, como reflexo. O Ronaldo, só para variar, o mais azarado de todos, levou um chute de coturno que pegou em cheio na sua boca. Quando percebemos que não estava conosco, voltamos correndo, encontramos ele no caminho e corremos novamente. 

Essa brincadeira acabou com vários pontos na boca do Ronaldo e uma fuga do Hospital das Clínicas de São Paulo porque o Ronaldo não tinha documentos e era menor de idade. E para evitar ficarmos no juizado de menores, pois viajávamos sem autorização, saímos fugidos de lá.   

Dias depois encontramos os mesmos carecas na rodoviária de Santos e os mesmos disseram que se a resposta fosse subúrbio, nós não teríamos apanhado. Tipo: resposta errada! Péim!

Mas voltando ao assunto principal, o fato dos Ramones serem punks e terem cabelos longos me intrigava. Cabeludos eram metaleiros, os punks ou usavam cabelo curto ou moicanos escandalosos; já os carecas, bem, estes recebiam tal alcunha pelo corte de cabelo raspado. Outro fato que parecia um paradoxo é que os Ramones começaram a fazer músicas próprias porque não conseguiam tocar as canções das suas bandas prediletas, como os Beatles, por exemplo; entretanto, em todos os seus discos aparecem covers. 

Não tive oportunidade de assistir ao Ramones ao vivo. Mas isso eu guardo para assistir no céu, quando os encontrar algum dia no futuro. Mas quem assistiu ao show da banda diz que é como estar no paraíso do rock, tão prazeroso quanto um orgasmo, tão afu quanto ver o teu time ser campeão... e tudo ao mesmo tempo! Indescritível, foi o que me disse o Dentinho, de Santos, depois de ter assistido a uma das apresentações que eles fizeram nos anos 90 em São Paulo. Mas agora, sentir essa sensação, somente em outro plano. Um dia terei esse prazer, com certeza!

sábado, 12 de janeiro de 2013

CAMISA DE VÊNUS - LENA

Lena, um clássico do Camisa de Vênus, o Camisinha, Marselhesa e Cia em boa forma! Bons e velhos tempos! 


LENA

Lena como foi que aconteceu
Tanto tempo já passou
Você foi dar um mergulho
E por pouco não se afogou
Lena você ainda se impressiona
Com carros sem capota
Com discos de Bob Dylan
E madames com cara de idiotas
Lena onde estão aquelas fotos
Com você pousando nua
E que livravam a minha cara
Quando você estava na rua

Lena veja o que o tempo faz
Com as pessoas que não querem
Perder o gás


De sair na sexta à noite
Você logo ficava afim
E eu ficava com a impressão
Que essa cidade estava contra mim
Em Nova Yorque foi ao Vilage
Pegou um táxi, down, down
Apertou a mão de Lian Hunter
Hei isso aqui não é nada mal
Já voamos a favor do vento
Nadamos contra correnteza
Mas nada foi suficiente
Isso nós já temos certeza

Lena veja o que o tempo faz
Com as pessoas que não querem
Perder o gás

Lena como foi que isso aconteceu
Tanto tempo já passou
Você foi dar um mergulho
E por pouco não se afogou
Lena você ainda se impressiona
Com aqueles carros antigos vermelhos sem capota
Com discos de Janis Joplin
E madames com cara de idiotas
Lena onde estão aquelas fotos
Com você nua
E que livravam a minha cara
Quando você estava na rua

Lena veja o que o tempo faz
Com as pessoas que não querem
Perder o gás

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

THE SMITHS - PLEASE PLEASE PLEASE LETE ME GET WHAT I WANT

Este era para ser o último post do ano, com uma canção da melhor banda de todos os tempos; porém, a correria do último dia do ano não permitiu e não possibilitou tal ato. Portanto, fica não só marcado como o final de 2012, mas também o início desse ano. E que todos tenhamos um ano de realizações e muitas alegrias, embora isso seja um enorme clichê; mas é sincero!
 



 POR FAVOR, ME DEIXE TER O QUE QUERO
 
Bons tempos para uma mudança
Veja, a sorte que eu tive
pode fazer um bom homem
se tornar mau
Então por favor, por favor, por favor,
Me deixe, me deixe, me deixe
Me deixe ter o que eu quero
Dessa vez
Não tenho tido sonhos há um bom tempo
Veja, a vida que eu tive
Pode fazer um bom homem mau
Então pelo menos uma vez na minha vida
Me deixe ter o que eu quero
o Senhor sabe, seria a primeira vez
o Senhor sabe, seria a primeira vez